quarta-feira, 17 de outubro de 2007

PACman!

O PAC é uma ofensa à inteligência. Não poderia ser diferente, heterodoxos falando de crescimento. O governo vende uma ilusão, aquela velha ilusão keynesiana de gasto público.

Eu acredito que o Brasil realmente precisa de estradas, portos etc. O país precisa e muito de infra-estrutura. Mas não adianta só isso, é necessário executar reformas institucionais. Não adianta ter as melhores estradas e portos do mundo e ter uma burocracia doentia. Nos dados do Doingbusiness.org o Brasil fica na posição 122 de 178 países na facilidade de fazer negócios. A educação é ruim no país? É péssima, precisa urgentemente ser melhorada, mas nem se o Brasil tivesse 180 milhões de Einsteins o país iria crescer. Precisa de reformas institucionais! 616 dias para fazer cumprir um contrato, nem Dalai Lama te tanta paciência. 152 dias para abrir um negócio, 9 no Afeganistão. Infra-estrutura-física não basta. Precisa de reformas institucionais!

Curiosamente o PAC tropeça no próprio emaranhado burocrático brasileiro, usinas hidrelétricas estão previstas apenas para a próxima década, espera-se em “apagão” energético em 2009. (Vale do Rio Doce pretende abrir um usina(?) na Colômbia). 29 obras estão trancadas no TCU. Existem algumas leis doentias nesse país, por exemplo, nenhuma empresa estrangeira pode fazer dragagem nos portos (proteger a indústria nascente), quantas empresas brasileiras têm capacidade para isso? Nenhuma!

Outro problema, apenas 11% dos recursos gastos no PAC são da iniciativa privada. Não se cresce dependendo tanto do Estado, além disso, o Estado desvia muito mais facilmente os recursos que a iniciativa privada.

Mais um, vai custar caro manter as obras depois de prontas, o Estado conserva bem? A resposta é óbvia, não há dúvidas que a iniciativa privada cuida muito melhor de suas obras.

Outro, quem paga a conta? Alguém pagará por esses 504 bilhões de reais. Sai do bolso do contribuinte, a carga tributária só aumenta, cadê o impacto disso no crescimento?

Último, segundo um professor, as obras são planejadas sem uma análise profunda, não se fazem estudos regionais do impacto dos gastos do governo em determinada região.

Desconfie sempre que um heterodoxo falar em crescimento econômico. É sempre essa idéia de esmola keynesia. De que adianta ter o porto mais eficiente do mundo se o custo burucrático-temporal-etc. de se chegar até o porto tira a competitividade da indústria, mandar navio vazio para o exterior não adianta para nada. O porto de Rotterdã é o, ou um dos, mais eficiente do mundo por alguma razão, vide o coeficiente de abertura da economia holandesa. Lá leva-se 8 dias para exportar e custa US$ 880 dólares por container. No Brasil 18 dias e 1090 dólares. O importante é que eles têm o que exportar. Um porto é um meio e não um fim.

PAC de verdade seria menos Estado, menos burocracia, menos Lula, menos populismo e mais, muito mais iniciativa privada, que é quem promove crescimento de fato.

REFORMAS INSTITUCIONAIS JÁ!

Um comentário:

Christian Wolf disse...

PAC? Aquele joguinho que tem que comer as bolinhas e fugir dos fantasminhas? Sou péssimo naquilo...

Sobre a versão brasileira(não estou falando do PAC MAN da COBRA...)é cheia de bobagens. Boa parte desses investimentos são coisas que o governo ESPERA que empresas façam.

E gente que acha que "no longo prazo estaremos mortos" não se dá muito bem com crescimento.