segunda-feira, 6 de junho de 2011

Oh oh Ollanta!

Nos últimos tempos se discutiu um pouco o que seria melhor (menos pior) pro Peru nessas eleições.
Nenhum dos dois candidatos era um grande amigo da democracia, direitos de propriedade, direitos humanos, etc.
Então, em quem votar?

O mercado deu a resposta.
O índice geral da bolsa de Lima caiu 12,45% hoje.
Isso indica que ou o mercado esperava a vitória de Fujimore ou não gostou da vitória de Ollanta por si só. Mesmo assim, a segunda opção faz mais sentido, uma surpresa "agradável" provavelmente não teria esse efeito.

Mas por que a reação do mercado é importante?
É simples. Nenhum dos candidatos era melhor "socialmente". Os dois, se eleitos, violariam direitos dos peruanos, diferentes grupos sofreriam. Não se pode dizer qual deveria sofrer.
Agora, se o Peru entrar numa trajetória de reformas econômicas desastrosas, (quase) todos sofrerão financeiramente. E um grupo sofrerá talvez mais que financeiramente, do mesmo modo que um outro grupo sofreria caso o resultado das eleições fosse outro.

É aquela velha história, ser assaltado nunca é bom, mas (se não há outra opção) é preferível ter alguma coisa pra entregar pro ladrão.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pagando a conta

Só caprichando muito no marketing - sempre às nossas custas, é claro - pra convencer alguém a achar bom deixar um pedaço do seu salário aplicado em um fundo que rende 3% ao ano.

Quando é que o Governo vai admitir que a única razão dele para manter a Previdência e o FGTS é o financiamento fácil da gastança pública que esses instrumentos proporcionam?

domingo, 29 de maio de 2011

Marcha da Liberdade

Considerando que o nosso governo:

-Utiliza a força para tomar 40% da nossa renda, sendo a maior parte dela sem contrapartida direta (ou seja, impostos e não taxas);
-Impõe que parte da poupança dos trabalhadores fique em poder do governo e seja remunerada a taxas que qualquer pessoa sensata classificaria como roubo (considerando-se que a aplicação não é voluntária);
-Impõe que todos os trabalhadores façam contribuições sindicais;
-Proíbe que trabalhadores vendam sua mão de obra por valores abaixo do mínimo legal;
-Proíbe que a população porte armas de fogo;
-Impõe aos jovens com 18 anos que cumpram 1 ano de serviço militar;
-Desapropria terras por uma fração ínfima do seu valor com o argumento de que "não cumprem sua função social".

Alguém sensato pode dizer que o fato das drogas serem proibidas é o maior atentado à liberdade de escolha no nosso país?

Obs: eu apóio a legalização ( se for chamada descriminalização eu sou contra porque é pilantragem) das drogas, mas quando a Marcha da Maconha vira Marcha da Liberdade, é sinal de que o pessoal fumou demais.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Kit Gay - Videos

Sairam uns videos que poderiam integrar o kit gay.
Um deles é brilhante.

No final do video abusam da probabilidade.
"gostando dos dois probabilidade de econtrar alguém era quase 50% maior, tinha 2 vezes mais chance de encontrar alguém"
Multiplicar por 2 a probabilidade não é aumentar 50%!

Há outro problema:
A probabilidade é a mesma.
Seja uma sala com 21 pessoas, 10 homens, 10 mulheres, 1 homem e 1 mulher interessantes e a pessoa que quer encontrar alguém.
Um heterossexual leva em conta apenas 10 pessoas, as do sexo oposto. Tem probabilidade 1/10 de encontrar a pessoa interessante num sorteio ou algo assim.
Um bissexual leva em conta as 20 pessoas. Tem probabilidade 2/20 = 1/10 de encontrar uma pessoa interessante no sorteio.

Ter mais chances de encontrar alguém é um PÉSSIMO argumento pra ser bissexual, além de ser falso.
Em muitos aspectos financeiros é vantajoso ser homossexual, por exemplo, partilhar roupas, não gastar com anticoncepcionais, barbeador/depilador... mas economizar dinheiro não é uma boa maneira de fazer sua opção sexual.

Outro video mostra que se pode interromper uma aula para receber um sms.

Quem elaborou estes videos deveria prestar mais atenção nos detalhes.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Árvores X Todas As Coisas Que Comemos

Os que defendem a recuperação das florestas serão os primeiros a reclamarem que o preço da soja, do trigo ou do arroz tiveram um aumento.

E eles serão os últimos a se darem conta do trade-off, como sempre.

Isso se um dia se derem, já que não há trade-off no mundo do almoço grátis.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Desfaçatez

As empresas têm suas folhas de pagamento taxadas em 40,9% (de acordo com o Doing Business), e tu tem a cara de me dizer que a culpa pela pouca competitividade da indústria nacional é do dólar desvalorizado?!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Por que?

Por que o governo insiste em desarmar a população?

Não vejo o que o governo ganha com isso. Na realidade vejo apenas uma hipótese que prefiro não considerar por ser assustadora demais.

quinta-feira, 31 de março de 2011

25% Muito ou Pouco?

Estava vendo o jornal hoje. Falavam sobre a chuva. Esse tipo de reportagem geralmente tenta mostrar que o clima está mudando, antes tentavam mostrar que só estava ficando mais quente.
A repórter falou que em apenas um dia choveu 25% do esperado para o mês, tentando dar um tom de "meu Deus o apocalipse!" Mas, 25% é muito ou não?
Se um mês tem 4 semanas. Se uma vez por semana chover 25%, teremos os 100%.
É muito estranha a idéia de um temporal num dia? Não me parece uma coisa muito dramática. Normal nos trópicos.
Engraçado como a interpretação de um mesmo resultado pode ser influenciada pelo tom de voz.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Por que pagamos (alguns) impostos?

As vezes eu me pergunto por que pagamos alguns impostos.
Um sujeito faz uma compra num shopping. Supondo que já tenha pago IR, IPVA... por que o governo fica com 20% da compra?
Não faz sentido, o governo não paga a luz do shopping, tributa ela; o governo não paga o estacionamento do shopping, tributa ele; o governo não paga a segurança do shopping, tributa ela; o governo não paga o vendedor da loja, tributa ele.
Pra mim não faz sentido.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

E os termos de troca?

Segundo o Banco Mundial os alimentos tiveram uma alta de 15% entre outubro de 2010 e janeiro de 2011.

Me pergunto o que Raul Prebisch e a quadrilha da CEPAL diriam nessas horas... os países "periféricos" deveriam fechar as "poucas" indústrias pra plantar bananas?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

E se...

...o COPOM assistisse esse vídeo antes da próxima reunião e seguisse o conselho do velho Chris?



Português de Portugal é um tesão.

Não que tenhamos algo a aprender com os social-democratas europeus, fique claro.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Inflação 2011

Eu sempre tenho medo de inflação. Por sinal todo mundo deveria ter medo de inflação. No Brasil, onde tivemos décadas disso, deveria ser paranóia nacional. E quem falar "ah, mas dá pra tolerar inflação até uns 10% pra ter mais crescimento" deveria ser apedrejado por propor esse absurdo e por acreditar nessa teoria ridícula.

O problema é que nem todo mundo é paranóico com inflação e ela está ensaiando uma volta. O IPCA em 2010 ficou em 5,9%, acima da meta de 4,5% (que já é alta) e perto do limite da tolerância, 6,5% ao ano. Para 2011, o cenário não é nada animador, a expectativa para o IPCA que já foi de 4,5% ao ano está em 5,49% e dá sinais de que continuará subindo.

Esse número parece não assustar tanto, mas a situação parece grave por alguns motivos:

1) O Banco Central está criando o péssimo hábito de controlar a inflação para que não supere o topo da banda de tolerância (6,5% ao ano) e não está realmente perseguindo a meta. Banda de tolerância serve pra casos extraordinários, como uma alta excessiva em preços de commodities ou mudanças cambiais que tenham impacto na inflação, isso não está acontecendo, não há desculpa para não perseguir a meta.

2) A última mudança na taxa de juros esteve em linha com o esperado pelo mercado, mas não acabou com as dúvidas sobre a manutenção da política monetária da era Lula. O ideal teria sido um aumento maior dos juros que sinalizasse a devida preocupação com a pressão inflacionária.

3) A ata da última reunião do BC indica que será feita a tentativa de controlar a inflação mais por política fiscal do que por aumentos na taxa de juros. Não me entendam mal, eu adoraria que o governo enxugasse gastos e que não fosse necessário fazer aumentos tão grandes na taxa de juros. Agora, um cenário desses é quase ficção científica no Brasil. A coisa mais responsável a se fazer seria aumentar os juros, controlar a inflação e, se realmente forem feitos os cortes no orçamento, diminuir os juros no futuro. Até porque, inflação abaixo da meta não seria problema nenhum esse ano.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Livros Digitais?

Na Veja dessa semana tem uma reportagem sobre os E-Books no Brasil.
Eu não gosto de livros digitais, prefiro livros de papel.

Muito se fala do fim do livro de papel e coisas do gênero.
Espero que não, mas é possível.

Um argumento comum a favor do livro digital é o preço.
Acho um argumento pouco válido.
Vamos lá: a Veja lista 3 aparelhos. Os preços em Reais: 799; 969; 599.
A revista compara também os preços de 3 livros digitais/papel. 26 contra 38; 33 contra 48; 28 contra 35.
Uma diferença de +- 10 reais por livro.
Um leitor custando 800 "compra" a diferença de 80 livros.
O brasileiro lê em média 1 livro/ano. Ok, façamos a suposição de que quem compra o livro digital leia um pouquinho mais, 10 livros/ano.
O livro digital passa a valer a pena somente 8 anos depois da compra.
Obviamente em 8 anos a tecnologia será outra.

Algumas coisas em livros digitais são interessantes.
Mas tem muito "efeito novidade" em torno disso.

Enfim, não me proponho a fazer previsões.
Mas sigo fiel aos meus livros de papel.