quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Mensagem de fim-de-ano

Apesar de não ser lá muito afeito a esse tipo de sentimentalismos, relendo Capitalismo e Liberdade do Friedman, achei um trecho - o primeiro parágrafo da obra mais o início do segundo - que deveria ser lido por todos. Assim, o meu desejo para 2009 é de um ano em que a transcrição abaixo faça parte da vida de mais pessoas, sobretudo daquelas que têm em suas mãos o poder de decidir os rumos da política e da economia.

Há uma frase muito citada do discurso de posse do Presidente Kennedy: "Não pergunte o que sua pátria pode fazer por você - pergunte o que você pode fazer por sua pátria". Constitui uma clara indicação da atitude dos tempos que correm, que a controvérsia sobre esta frase se tenha focalizado sobre sua origem, e não sobre seu conteúdo. Nenhuma das duas metades da declaração expressa uma relação entre cidadãos e seu governo que seja digna dos ideais de homens livres numa sociedade livre. A frase paternalista "o que sua pátria pode fazer por você" implica que o governo é o protetor, e o cidadão, o tutelado - uma visão que contraria a crença do homem livre em sua própria responsabilidade com relação a seu próprio destino. A frase organicista "o que você pode fazer por sua pátria" implica que o governo é o senhor ou a deidade, e o cidadão, o servo ou o adorador. Para o homem livre, a pátria é o conjunto de indivíduos que a compõem, e não algo acima e além deles. O indivíduo tem orgulho de sua herança comum e mantém lealdade a uma tradição comum. Mas considera o governo um meio, um instrumento - nem um distribuidor de favores e doações nem um senhor ou um deus para ser cegamente servido e idolatrado. Não reconhece qualquer objeto nacional senão o conjunto de objetivos a que os cidadãos servem separadamente. Não reconhece nenhum propósito nacional a não ser o conjunto de propósitos pelos quais os cidadãos lutam separadamente.

O homem livre não perguntará o que sua pátria pode fazer por ele ou o que pode ele fazer por sua pátria. Perguntará de preferência: "o que eu e meus compatriotas podemos fazer por meio do governo para ajudar cada um de nós a tomar suas responsabilidades, alcançar nossos propósitos e objetivos diversos e, acima de tudo, a proteger nossa liberdade?"


Um Ano-Novo de muita serenidade e lucidez para todos!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

2008 foi o ano dos secadores?

No começo do ano eu escrevi esse post dizendo que o ano que está acabando de passar seria terrível para os secadores: http://econosheet.blogspot.com/2008/01/perdio-dos-secadores-em-2008.html. Claro que eu errei quase tão feio quanto erravam os planejadores soviéticos. Fazia tempo que os secadores não ficavam tão felizes, a crise está sendo pior do que se esperava, o Obama ganhou nos EUA, os comunistas voltaram a gritar aquelas velharias, os protecionistas ganharam força no mundo e o debate sobre papel do Estado se aqueceu, mesmo entre nós do Mainstream (ah, a China também faturou as olímpiadas, felizmente todo mundo já esqueceu disso).



Eu só não errei duas previsões naquele post: sobre o Iraque e sobre o aquecimento global. A situação no Iraque, que melhorou do meio de 2007 pra frente parece ter se estabilizado. Prova do sucesso dos americanos nesse último ano foi que o Obama usou pouco esse tema nos debates. Usar a retórica keynesiana de "estado para sair da crise" rendeu muito mais. Nem precisava, quem está no poder durante a crise paga o pato, os republicanos pagaram.



Sobre o aquecimento global, não é que o problema tenha sido resolvido(se é que há um problema) o fato é que simplesmente achamos uma preocupação mais importante e mais imediada. A crise econômica dominou a seção de "tragédias"dos meios de comunicação, faltou espaço pra mostrar geleiras derretendo.



E 2009? Acredito que o maior problema não é entrar no ano com a maior parte do mundo em recessão. Isso é normal e cíclico, assim como entramos na recessão, vamos sair, provavelmente liderados pelos EUA. Não é por causa de uma crise que vamos parar de produzir, de inovar, de economizar, de investir, etc. Em 2008 fomos mais ricos que em qualquer outro momento da história(ver o blog do Casey Mulligan), é provável que o recorde seja superado em 2009 e nos anos subseqüentes. O maior problema que podemos enfrentar em 2009 é o aumento do Estado e do protecionismo.



Os comunistas e os keynesianos acham que a crise deixou o neoliberalismo em xeque. O grande problema é que os políticos acreditaram nessa lorota. Se isso levar a um movimento do isolamento dos países, com economias se fechando em nome da "demanda efetiva", as conseqüências podem ser trágicas. No começo do século passado, ocorreu um movimento desse tipo e sabemos os resultados. O importante nos próximos anos é mostrar que aprendemos a lição deixada pelas duas guerras mundiais e pela guerra fria. É importante também lembrar dos valores liberais, das virtudes da liberdade individual e das tragédias resultantes do Estado tentando fazer o bem comum (recomendo fortemente Hayek e Bastiat para isso).



O post ficou mais pessimista do que eu queria, agora azar. Feliz natal para todos, divirtam-se, cantem canções natalinas e aproveitem os presentes.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Estratégia dominante

Vejam o que acontece quando um dos agentes não adota a sua estratégia dominante:

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

miséria eficiente

Final de semana passado eu fui numa festa.
O sistema de coleta de lixo era muito interessante. Tinha um mendigo que catava latinhas, sim, dentro da festa.
O sistema funcionava perfeitamente, pois o mendigo agia em benefício próprio. Garanto que não sobrou nenhuma lata.
Acho que esse método deve ser usado em todo e qualquer evento no Brasil.
Do limão fazer uma limonada.
Devemos usar cães na limpeza também.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Aumento dos penhores nos EUA

Saiu essa reportagem na Reuters sobre o aumento dos penhores com a crise nos EUA: http://www.reuters.com/article/domesticNews/idUSTRE4BE02720081215?pageNumber=1&virtualBrandChannel=10360 .

O motivo é que americanos que precisam de dinheiro para pagar suas contas e não conseguem nos bancos estão recorrendo às casas de penhor onde é mais fácil conseguir empréstimos. Como aprendemos na faculdade, deixar um colateral é uma forma de se sinalizar que se é um bom pagador. É assim que as casas de penhor separam os patos dos gansos, o joio do trigo...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Multiplicadores - Mankiw

No blog do Mankiw tem um interessante post sobre multiplicadores.
Em um determinado momento ele coloca: The puzzle is that, taken together, these findings are inconsistent with the conventional Keynesian model. According to that model, taught even in my favorite textbook, spending multipliers necessarily exceed tax multipliers.
Mankiw, o puzzle é simples. O modelo é keynesiano. KEYNESIANO. Entendeu?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Capitalismo ou Economia de Mercado?

Geralmente ouvimos que o sistema econômico em que vivemos é o capitalismo, eu já me identifiquei várias vezes como defensor do capitalismo e até gostava de dizer isso porque normalmente ofende os socialistas, mas um exame um pouco mais atento mostra que esse termo não é muito preciso para designar o que eu(e os outros Sheeters) defendo. O termo "capitalismo" é amplamente usado pelos marxistas para designar a nossa sociedade porque eles acreditam que ela é dominada pelo capital. Um liberal não defende isso de forma alguma, a sociedade defendida pelos liberais é comandada pelas forças de mercado, ou seja, em última instância pela vontade de seus indivíduos. Por isso o termo "capitalismo" é impreciso, muito mais adequado é "economia de mercado".

Existem várias diferenças entre a sociedade que Marx  e os socialistas marxistas acreditam que sejao capitalismo e o que realmente existe nas economias de mercado em bom funcionamento. A primeira diferença brutal entre o pensamento dos socialistas e a realidade é a idéia do de duas classes antagônicas, capitalistas e proletários, que são também opressores e oprimidos. Uma economia de mercado não é formada por classes e sim por indivíduos que fazem escolhas diferentes, têm anseios diferentes, projetos diferentes. Esse é uma das boas explicações para o fracasso das economias planificadas. Indivíduos têm entre si alguns interesses antagônicos e outros comuns, dizer que a sociedade é dividida em duas classes principais e inimigas com interesses quase sempre antagônicos é uma generalização absurda que, se levada a sério,  só podia levar aos resultados que levou nas experiências socialistas.

A idéia da opressão por parte dos capitalistas também é questionável. Como os capitalistas teriam condições de oprimir se não possuem direito ao uso da força? Quem realmente tem condições de oprimir é o Estado, tão defendido pelos socialistas. Esse sim possui autoridade e monopólio sobre o uso da força.

Outra idéia completamente distorcida é que os liberais defendem um Estado que garanta os interesses dos capitalistas. A idéia dos liberais é de um Estado que garanta contratos que possibilitem o bom funcionamento de uma economia de mercado. Contratos que possuem informações claras e são acordados sem coerção necessariamente defendem os interesses de todas as partes envolvidas(ou elas não aceitariam os termos), assim, um Estado que garante contratos é um Estado que defende os interesses de todos e não de grupos ou indivíduos em particular.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Passagem do "Caminho da Servidão"

Estou lendo o Caminho da Servião, do Hayek. O livro é brilhante e deixa quem lê extremamente assustado(a pessoa fica ainda mais paranóica com socialismo). Uma passagem brilhante do livro:

"Os príncipios básicos do liberalismo não contém nenhum elemento que o faça um credo estacionário, nenhuma regra fixa e imutável. O princípio fundamental segundo o qual devemos utilizar ao máximo as forças espontâneas da sociedade e recorrer o menos possível à coerção pode ter uma infinita variedade de aplicações."


Vivemos em um período preocupante, onde se culpa o liberalismo pela crise e se defende uma maior participação do Estado na economia. Isso depende de coerção e gera ineficiência, certamente não é uma boa idéia.

O liberalismo não só é o modelo que garante eficiência, é também o único modelo moralmente defensável.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Política Anti-cíclica

Hoje Mantega falou sobre política anti-cíclica. Ele geralmente fala bobagem, hoje não foi diferente.
Ele explicou para uma jornalista o que é política anti-cíclica.

Esse tipo de política é de uma estupidez ímpar.
Se a atividade econômica como um todo cai, o que justificaria a intervenção do Estado, a arrecadação do Estado cai.
Geralmente os Estados tem uma margem de manobra muito pequena em termos de superávit para gastar, do Brasil nem se fala.
Se o Estado tem déficit, ele precisa pagar isso de algum modo. Juros. Não estou convencido de que existe mesmo uma relação entre juros e investimento, mas vá lá, elevação de juros reduz o investimento e atrai capital do setor privado para o setor público.
Se o Estado faz uma política anti-cíclica, pode haver crowding-out dos gastos privados.

Em suma, política anti-cíclica pode aprofundar o problema.
Tem que deixar flutuar!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Isso é o Brasil

Enquanto almoçava fui mudando os canais da televisão até que dei de cara com "nem Big nem Brother". O programa é péssimo, mas é bom pra ver a raça brasileira no seu extremo (na verdade tudo pode piorar).
Pois bem, o cara perguntou pra um sujeito na rua se ele já tinha participado da selação do tal BBB alguma vez. O cara respondeu que queria, mas o formulário era muito grande, o mesmo rapaz quando perguntado onde faria seu filme de seleção respondeu que numa micareta.
Isso é o Brasil.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Lei de Say

Não sei se por analfabetismo funcional ou se por desonestidade mesmo, a Lei de Say foi sintetizada por Keynes com o seguinte enunciado: "Toda oferta cria sua própria demanda". Essa talvez seja a "versão" mais difundida da Lei de Say.

O problema é que Say jamais disse tal coisa. Podem revirar os escritos do francês que vocês não encontrarão nada que fundamente a interpretação de Keynes. Say nunca afirmou que "para todo um chinelo velho existe um pé torto".

Say afirmou que "quando um produtor vende seu produto, o dinheiro que obtém com essa venda está sendo gasto com a mesma vontade da venda de seu produto". Ou "a oferta de um produto gera demanda por outros produtos". Algo bem diferente da leitura (?) de Keynes, não sei se por analfabetismo funcional ou se por desonestidade mesmo.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ele já sabia

Li a seguinte frase agora:
Sobre a teoria Geral de keynes: " Aqueles que mais verdadeiramente trilham os caminhos da virtude e da sã sabedoria são os que menos se ocupam em pensar no amanhã"

Não sei se é do Keynes. Se for alguém falando mal dele, me desculpe.

Mas tem a frase clássica do Keynes: no longo prazo estaremos todos mortos.

Acho que Keynes sabia da pobreza de sua teoria, que no longo (sic) prazo ela não funcionaria. A gente sabe quem nem no curto ela funciona.
Mas Keynes era um ser pretensioso e rent-seeker intelectualmente deshonesto, que publicou aquelas teorias pra arranjar uma teta do Estado.

[comentário da administração do blog: texto considerado absolutamente neutro dentro das regras do Econosheet]

sábado, 15 de novembro de 2008

Crise faz parte do sistema?

Os marxistas dizem que o sistema é instável. Mentira.
Alguns ortodoxos dizem que o sistema sai melhor das crises, que estas são mecanismos de ajuste. Mentira.

Flutuações fazem parte do sistema. Crises são geradas pelo governo.
Existe uma diferença entre o período de depressão do cíclo e uma crise. Na fase de depressão as empresas ineficientes caem fora, o ajuste é feito e o produto nem precisa cair. Os ortodoxos que afirmam que crises fazem parte do sistema estão falando da depressão do ciclo. Crise é essa putaria que tá por ai hoje.

Todas as crises foram precedidas por alguma lambança governamental. Por definição!
Se hay gobierno hay crisis.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Certo por definição

Alguns economistas estão certos por definição:
Barro
Friedman
Becker
Sala-i-Martin
(eu)

Pois bem, existe aquela famosa história da hipótse de convergência, da crítica do Danny Quah e tal.
Como Barro e Sala-i-Martin estudam isso, a hipótese (original) é, necessariamente, certa.
Lendo um pouquinho sobre isso se descobre que a distribuição bi-modal apocalíptica é mais uma das mentiras da LSE. A tal distribuição não se mantém se se tira alguns países produtores de petróleo. Jones mostra isso e Kremer Onatski e Stock também.

Queria ter posto o link pros artigos, mas não deu

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Buckle up!

Aconteceu o temido, Barack Hussein Obama eleito.



Prepare-se para o pior!
Aumento de impostos e restrições ao comércio.
Listae economistas contra os planos maléficos de Obama.

Espero que não se concretize "Obama 2008 Osama 2009"
Mas cuidado
cuidado II
Cuidado III

Brincadeiras à parte, se ele é muçulmano pouco importa. Mas há acusações de ligações com o regime totalitário de Fidel Castro.

Agora sério, sei pouco sobre os planos econômicos de Obama, mas agora não é hora pra sair aumentando impostos. E veja bem, os economistas que se opuseram a Obama sã muito bons.
Depois não venham dizer que a academia não avisou!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Bear laarn some English, mate

Um video sobre a resolução da impossibilidade de Arrow. O inglês do sujeito não é muito fácil de entender.
Faça como eu, jogue TODA a culpa de não entender a resolução no inglês do sujeito...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Chutando o tripé, pé I

Equilíbio fiscal graças às commodities?
É possível



Eu já falei há horas que isso pode ser um grave problema pra nossa so called estabilidade.
Tá certo que o gráfico é pra A.L e o Brasil pode estar melhor que o resto... mas, honestamente, pq confiar no Brasil? Agentes não cometem erros sistemáticos.

PS. a notícia já é meio velha, mas fazer o que?!

PPS. Eu sei que o Brasil tem estabilidade e proseco e isso e aquilo outro, mas numa hora dessas as pessoas só querem ouvir que a crise vai piorar e tal, então contribuo para o desconforto geral.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Esquerda, sinalizaçã, direita

Peguei um ônibus hoje. Desconhecia o itinerário. Fui resolver meu problema de assimetria de informação com a senhora sentada ao meu lado.
A conversa foi mais ou menos o seguinte:
Eu: querida, o ônibus segue pela avenida em que estamos ou dobra à esquerda na próxima rua?
(eu queria ir pra esquerda)
Senhora: é... -pausa pra pensar, possivelmente refletia sbre o conceito de esquerda- dobra assim -e me mostrou a mão indicando o trajeto do ônibus dobrando à esquerda.
Eu: obrigado, gentil senhora.
Senhora: quisso minino...

Bem, é óbvio que o ônibus segui reto.

Moral da história: se perguntar a direção, não confie em alguém que não sabe diferenciar esquerda de direita.
Compreensão da rosa dos ventos é uma boa variável explicativa para capacidade de fornecer informações geográficas.

Um video engraçado sobre isso. Ver moment 9.

Contra a Anpec e contra o progresso

Reclamação da tendenciosidade da Anpec.
Bora fazer uma prova de marxismo.

A questão da cola até vai, mas não. Se tu tá bem preparado tu tem que ser muito burro pra deixar alguém colar de ti*, inevitavelmente pela lei de Murphy a pessoa pra quem tu deu cola vai ser aceita na faculdade X e tu não.
*tá, a pessoa pode colar sem tu notar e há um custo em "esconder" a prova, mas enfim...

O Homem Cordial

Não sei se é exatamente pertinente ao Sheet, mas achei interessantíssimo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Oh céus!

é, parece que não tem jeito. Plutão não quer mesmo
aqui está um belo texto sobre a crise econômica e os astros.

atenção: troco meu Mankiw por um baralho de tarô.

O estranho mercado brasileiro de sucos

Nosso mercado de sucos, apesar de diferentes marcas, parece um mercado soviético. Todos os sucos são iguais, a possibilidade de escolha é muito pequena.

Acontece o seguinte:

Suco de laranja:
É praticamente impossível comprar um suco de laranja sem açúcar, pelo menos no RS. As opções são mínimas. No Zaffari a escolha fica entre Petry e Naturale. Curioso é que esses dois sucos são mais caros que seus competidores de caixinha com açúcar.
Tá certo que açúcar não é caro, mas o preço deveria ser ao menos o mesmo.
A falta de opção de suco sem açúcar é péssima.É possível por açúcar num suco, mas nao é possível tirar, pelo menos não em casa.
Os sucos argentinos têm bem menos açúcar e custam muito menos.
Há um tempo tinha um suco por aqui, fast fruit, era feito em SP, tinha a opção de com açúcar ou sem. A embalagem era bonita, o preço bom, assim como o produto. Sumiu do mercado.

Suco de maçã
A situação é ainda mais triste. Agora o problema não é o açúcar, mas sim a filtragem. Aqui só existe um suco filtrado, Rossoni, é um tanto caro, 3,40 por meio litro.
Os demais não são sucos, estão mais próximos de um iogurte. E são igualmente caros.


Bottom line:
Brasileiro não gosta de suco, gosta de um creme ultra-adocicado, o que é racional, já que tá pagando por uma bebida, que seja uma que mate a fome também.
E o que é pior: não gosta de liberdade de escolha.

PS um ótimo vídeo sobre sucos e ... AQUI

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O keynesiano tacanha

Existem pessoas de diversas ideologias, defendendo todo o tipo de tese e doutrina econômica, mas estou convencido que o grupo mais numeroso(ao menos no Brasil) é o dos keynesianos tacanhas. Os keynesianos tacanhas geralmente nem conhecem Keynes, mas sem querer, são grandes propagandistas das idéias dele. Adotei esse termo para designar um pessoal com opiniões políticas  bastante irritantes, em geral ignorantes sobre economia, o mais comum de se esperar de um keynesiano tacanha é o seguinte:

-Defesa de todo e qualquer "investimento" público. Não interessa no que ou os resultados projetados, o importante é investir. Keynesianos tacanhas enchem a boca pra falar que seus políticos "investiram X bilhões em educação e Y bilhões em saúde". Não interessa se os bilhões da educação não atenuaram o problema do analfabetismo funcional e se os bilhões na saúde não tiveram qualquer resultado prático positivo, o importante foi que gastaram com isso, quanto mais melhor.

-São adeptos da idéia da "janela quebrada"(aí ó http://econosheet.blogspot.com/search?q=broken+window). Na verdade, acham que só existe o lado da demanda na economia, basta incentivar o consumo que seremos todos milionários.

-Não querem o comunismo, mas gostam de todo o tipo de regulação do Estado. Protecionismo é com eles mesmo.

-Não entendem a noção de trade-off nos gastos públicos. Adoram subsídios ao cinema nacional e querem mais investimento do governo em esportes, mas reclamam que falta investir em todas as outras áreas também.


Tem muitas outras características marcantes, essas foram as primeiras que eu lembrei, logo lembro de outras. Com a atual crise na economia, os keynesianos tacanhas saíram da toca, acho que nunca se ouviu tanta barbaridade sobre economia na mídia. O tacanha-mor até agora é o presidente Lula, a cada dia ele diz uma coisa mais imbecil. A grande preocupação dele agora é com a oposição "secando" a economia brasileira.(Heterodoxo ON) É, talvez ele tenha razão e a "secação" diminua a demanda efetiva, causando crise de sub-consumo(Heterodoxo OFF).

Perguntinhas

O problema do passivo social é agravado pelo aumento do exército industrial de reserva, esse causado pela liberalização dos mercados e pelo ataque de capitais especulativos que, quando associados ao tripé nefasto(metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante), diminuem a demanda efetiva e aumentam a expropriação de mais valia absoluta e relativa nos países subdesenvolvidos?

Se a resposta for afirmativa, pode se dizer que maior investimento estatal e a realização de reforma agrária visando combater o êxodo rural causado pela revolução verde podem ser formas de atenuar esse problema?



Obs: se você não caiu na gargalhada, ou você não conhece esse blog, ou é comunista.
Obs 2: alguém sabe o que é "passivo social"?

Ninguém está pior que a Argentina

Faz algum tempo que eu me surpreendo com a incompetência dos líderes argentinos. Aqui no Brasil muita gente diz que o país seria melhor se nós pressionássemos os políticos como fazem os argentinos. Não sei se isso é verdade, mas sei que se nós votássemos como eles, nossa vida estaria muito pior.

O casal Kirchner é um fenômeno em termos de burrice econômica e desrespeito aos direitos de propriedade. A Cristina Kirchner conseguiu o fenômeno de criar um caos no país quando as mercadorias produzidas internamente estavam muito valorizadas. Era o momento para aproveitar a boa maré e crescer. Ela barrou as exportações gerando a revolta dos produtores. Agora que a boa fase passou e as commodities perderam valor, o país está quase quebrado. Sem ter como fechar as contas ela resolveu confiscar a previdência. Detalhe: a previdência PRIVADA, isso mesmo, até os que foram inteligentes o suficiente pra deixar o dinheiro fora das mãos do governo estão sendo expropriados. É um absurdo.

Dos países democráticos do mundo, a Argentina é provavelmente o que escolhe os piores presidentes. Considerando o mundo todo, a briga é feia entre Argentina, Rússia e Venezuela.

Cara de pau

Recebi um "convite" por email de um curso sobre a crise.
Ai tá o cartaz:


"capitalismo financeirizado"?
Crise financeira dos EUA com um cara que torce pros EUA se darem mal.
Situação financeira do Brasil no acelerador espaço-tempo
Marx?!!!
Ah sim, eles têm a solução! É demanda efetiva!

Esse curso é baixaria.
Veja bem, custa 40 reais!
é bom lucrar com essa crise...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Começou

Ontem um professor da FCE declarou que a crise é de demanda efetiva.

domingo, 19 de outubro de 2008

Economia de mercado

Estou lendo o livro "A Reinvenção do Bazar"(recomendado pelo Ronald) e li essa ótima frase do Vaclav Ravel sobre economia de mercado:

"É a única economia natural, a única que faz sentido, a única que leva à prosperidade, porque é a única que reflete a própria natureza da vida. A essência da vida é infinita e misteriosamente multiforme e portanto, em sua plenitude e variabilidade, não pode ser contida ou planejada por qualquer inteligência central."

Achei que valia como post de aniversário.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Micro-uma dúvida

Sei muito menos teoria micro do que gostaria (e deveria).
Enfim, estava escutando essa musica e pensei: como se modelaria o arrependimento?
Foi uma não-maximização?
No momento foi mas intertemporalmente a preferência mudou?
...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

(I)Mobilidade de Capitais

A prata foi a moeda predominante durante toda a Idade Média e persistiu até a era moderna. Outros metais eram muito pesados (como o cobre) ou muito leves (como o ouro) quando fundidos em moedas de um valor conveniente para transações. Essas dificuldades não impediram experimentações: o governo sueco, que detinha uma participação no controle da maior mina de cobre da Europa, estabeleceu um padrão cobre em 1625. Uma vez que o preço do cobre equivalia a um centésimo do preço da prata, as encorpadas moedas de cobre pesavam cem vezes mais do que as moedas de prata de igual valor; uma moeda de grande valor pesava mais de 19 quilos. Esse dinheiro não podia ser roubado porque era muito pesado para que ladrões pudessem carregá-lo, mas os volumes de dinheiro necessários para transações cotidianas precisavam ser transportados em carroças. O economista sueco Eli Hekscher descreve como o país foi levado a organizar todo o seu sistema de transportes para satisfazer essas necessidades.


(in EICHENGREEN, Barry. A Globalização do Capital)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Nobel

Um dia vergonhoso pra academia. Krugman, um panfletário e gozador!
Opositor de Bush, no ano das eleições...

Vou mandar um email pro Barro ver se ele não quer entrar com recurso.

domingo, 12 de outubro de 2008

Consumismo

Entendam... eu não tinha como deixar de postar isso aqui: http://www.revbilly.com/about_us/

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Paul Romer começando...

Paul Romer, um de meus economistas favoritos, começou um blog com o Michael Spence.
Tai o link pro primeiro post.

É, nem todo o mundo começa tão bem quanto o Mulligan

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Solução (estúpida) pro moral hazard

O Mankiw falou no método Tony Soprano de obter capital.
Bem, a idéia original é minha!
Falei que com o bail-out haveria moral hazard e que ele deveria ser curado punindo fisicamente os CEOs e cia. das instituições. Poderiam prendê-los numa praça e a populçao agride pra que o comportamento não se repita.
Riam, riam, mas desperate times...

Mais uma contra a intervenção

...encouraged by equally poor judgment of various public policymakers, many of whom were more interested in promoting homeownership among questionable borrowers than in the preserving the safety and soundness of the financial system.
Fonte: Blog do Mankiw

O problema é o livre mercado né?
Ah... vamo se respeita!

Puta vida injusta, meu!

Discussão na aula sobre a crise.
Argumento de um heterodoxo, creio.
"Vocês falam que não deve ter intervenção e ai quando tem problema reclamam da intervenção".
Não é possível argumentar com uma pessoa que tem essa lógica.
Veja bem, meu caro, se eu falo que não deve haver uma coisa não é sinônimo de que ela não exista.
Um dia ainda terei o poder de "your clothes are red"

uma vítima da crise

Num programa da DW apareceu uma senhora que perdeu seu dinheiro com a crise, ela tinha Lehman Brothers.
Ela disse que estava poupando, entre outras coisas, para seu enterro. Coitada, não vai nem morrer do jeito que quer.

sábado, 4 de outubro de 2008

É dando que se recebe

Financial firms have dominated donor lists for all the major political candidates in the 2008 US presidential election.
Fonte: The Guardian

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Vacine seu cavalo

Historiadores adoram dizer que o passado vai se repetir
Economistas são mais legais.
Por via das dúvidas vou ao veterinário.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

No Amnesty For Wall Street

If George W. Bush, John McCain, or Barack Obama had any honesty and integrity, they would approach the current banking malady in much the same way that President Andrew Jackson did. In discussing the Bank Renewal bill with a delegation of bankers in 1832, Jackson said, "Gentlemen, I have had men watching you for a long time, and I am convinced that you have used the funds of the bank to speculate in the breadstuffs of the country. When you won, you divided the profits amongst you, and when you lost, you charged it to the bank. You tell me that if I take the deposits from the bank and annul its charter, I shall ruin ten thousand families. That may be true, gentlemen, but that is your sin! Should I let you go on, you will ruin fifty thousand families, and that would be my sin! You are a den of vipers and thieves. I intend to rout you out, and by the eternal God, I will rout you out."

Daqui.

domingo, 28 de setembro de 2008

Casey Mulligan começando bem

Casey Mulligan tem um blog que começou muito bem. O link já está no sheet, S&D.

Talvez a melhor passagem do texto: as long as the government does not get in the way, the marketplace will quickly react to provide the non-financial sector with financial services, even if the main players in that marketplace are no longer named Lehman, Merrill, or Goldman.

Não tá tão ruim

Lucros no S&P 500, excluindo-se as empresas do setor financeiro, subiram 4,6% (anualizado) no segundo quadrimestre de 2008.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Mentalidade

Sou brasileiro e não desisto nunca, versão mercado de trabalho.

Globonews, mais uma vez

Estava assistindo um desses programas de entrevistas da globonews enquanto almoçava.
Entrevistaram um jornalista americano, péssimo, era comunista na certa. Ficou falando de poder e blá blá blá, who gives a fuck?! Esses caras adoram uma crise pra falar de "declinio do império americano", não o filme, que btw é divertido.

Entervistaram um economista na Inglaterra. Ele disse que o setor financeiro na aprende, nas outras crises imobiliárias gastou-se $300 bi pra salvar o setor e ele não aprendeu. Acho que esse economista não aprendeu economia.

E pra fechar o desastre, Belluzzo sobre o possível impacto da crise no Brasil. Dizem que ele está curado agora, mas nunca se sabe.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mentiras para se ver na TV

Estava vendo o jornal das dez anteontem.
Entrevistaram o L.F. Veríssimo. Foi péssimo.
A repórter deveria ter se limitado ao assunto que o escritor conhece, livros, jazz...
Mas não! resolveu falar de política/economia. Medo.
Perguntaram se ele achava que a China era um modelo de crescimento para o Brasil.
Ele disse que "teve muito sangue" mas a China chegou lá, é uma potência.
Foi perguntado o que ele achava do Obama. A resposta foi que seria difícil ganhar, mas o fato de ele concorrer já é importante.

O que ele entende de crescimento da China? suspeito que pouco. A reposta dele me parece baseada em um modelo de Rostow, será?! Um pouco velho esse modelo, não?

O que tem de legal o Obama participar? Um poser pra mídia. Ficar destacando que é bacana pq o sujeito é negro é de um racismo absurdo, olhe para as qualidades/defeitos e não a cor de pele. "No caso", ressalto que o B. Hussein Obama tem algumas ligações suspeitas.

Enfim, enfim, divisão de tarefas gente. Ele escreve crônicas, economistas falam de economia, engenheiros "engenham", enfim, é simples!
E jornalistas continuam fazendo perguntas tolas pra ter pano pra manga no blog

domingo, 21 de setembro de 2008

Mantenha a lógica!

Estava tomando banho e me lembrei de algo que escutei no terceiro ano do segundo grau. Minha professora de química falou que todos os xampus eram iguais, que nos cabeleireiros o xampu era melhor pq eles punham água. Lembro-me que achei a afirmação muito estúpida. Por que exisitiria um centro de pesquisa da L'oreal então? Será que as empresas não sabem que o produto ficaria melhor e mais barato com mais água?
Minha cabeleireira não me recomendou por água num Neutrox
Algumas pessoas não têm lógica.
Tal professora foi aluna do meu pai, rodou 3 vezes com ele. Que diabos de educação tive?!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

supermercados

Vocês não acham que está na hora de nosso especialista em supermercado dividir seus conhecimentos com o mundo?
Preciso descobrir por que dibos toda e qualquer compra no Bourbon parece cobrar uma "bandeira" de R$17,50...
please...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Luto

Hoje o Econosheet está de luto em memória dos que perderam a vida nos atentados ocorridos 7 anos atrás. Espero que coisas como aquela não aconteçam novamente.

Never forget.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Pegunta aos candidatos a prefeito

Enviei essas perguntas aos candidatos a prefeito de POA nas próximas eleições(não enviei ao Fogaça porque nao consegui o email dele, se alguem tiver, por favor me avise). Espero que essas perguntas me dêem alguma idéia de candidato para votar.

Prezado candidato

Estou em busca de um candidato para votar para prefeito de Porto Alegre na próxima eleição. Para definir meu voto, irei considerar as respostas dos candidatos em duas perguntas que considero extremamtente pertinentes:

1)O que você acha da espoliação legal que é praticada de diversas formas pelo Estado?

2)Como você acha que os políticos devem encarar a existência de trade-offs nos gastos públicos?

Aguardo ansiosamente pelas suas respostas.

Grato,
Christian Wolf


Quando receber as respostas, elas serão mostradas aqui no Sheet.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Referência mundial

Brasil: Samba, futebol e... Kalecki.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Morre um marxista, nasce um econometrista

Comunista bom é comunista morto, isso é fato.
Aqui vai um bom exemplo.
Maddala quando trabalhava nos EUA foi chamado pelo Baran (aquele comuna), Baran disse para Maddala não falar com Nerlove, que ele só estudaria análise espectral, segundo Baran, Maddala deveria estudar problemas de desenvolvimento econômico da Índia. Todo mundo sabe que Baran queria converter Maddala ao comunismo.
Eu não acredito em Deus, mas vá lá, Deus puniu Baran. BUM ataque cardíaco! Antes que Maddala iniciasse os estudos da teoria do mal.
Assim o indiano não foi convertido e virou um grande econometrista.

A história mais completa: http://www.u.arizona.edu/~afl/HowBecameEconometrician.pdf

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

"É como eu sempre digo, não confie em um homem com..."

Liguei a TV e dei de cara com o Lula falando. Pensei, lá vem bobagem. Dito e feito.
Lula falou que em 20 anos de política econômica não se falou em cerscimento, era proibido crescer. Que só se preocupavam com inflação e dívida externa, ninguém se preocupava com a massa de indigentes que ia crescendo. Chegou ao cúmulo de chamar os autores da política econômica de criminosos, ou mais criminosos que alguém (não sei quem pq eu estava a rir/chorar de tamanha bobagem). Será que ele não sabe que o governo dele não fez uma revoluação na política econômica?
É muito fácil pegar um país estabilizado e criticar o combate a inflação.
É o governo que determina a taxa de crescimento?
Ok, o presidente pode falar o que quiser, liberdade de expressão e tal, mentira, presidente não pode falar o que quiser enquanto presidente, não pode chamar alguém de criminoso sem ter provas. Ele é juíz por acaso? fez direito? NÃO! deve falar de economia? entende de economia? NÃO! Terminou o colégio? NÃO! Deveria ser presidente? NÃO!
"Então tá bom"

Pergunte quanto custa

Quando você vai comprar alguma coisa, você olha os preços, certo? Acredito que sim. Se você pede a alguem que compre algo para você, você pergunta o preço? Acredito que a resposta seja afirmativa também. Quem valoriza o próprio dinheiro geralmente faz isso. O curioso é que as pessoas só fazem isso com 65% de sua renda. Ao menos em época de eleições(o melhor seria o tempo todo) deveríamos nos preocupar com os outros 35% da nossa renda. Essa é a parte que o Estado gasta para nós. É isso mesmo, ainda que seja simples, muita gente esquece: o dinheiro gasto pelo Estado é NOSSO, e é utilizado por ele para prover serviços que não são oferecidos de forma eficiente pela iniciativa privada. Por isso que devemos questionar o custo desse serviço.

Sempre que você ouvir que o Estado pretende gastar com alguma coisa(ok, eles nunca dizem que vão gastar, dizem que vão investir, é mais bonito), eu sugiro que faça duas perguntas. A primeira é: quanto vai custar? A segunda, que é complementar à essa é : existe alguma coisa melhor que pode ser feita com esse dinheiro? Se a segunda resposta for afirmativa, o melhor seria que o gasto proposto fosse cancelado. Como as alternativas de gastos são praticamente infinitas, você pode pensar que sempre vai aparecer algo melhor, e aí o melhor seria cancelar todos os gastos. Não funciona assim na prática, mas se você fez esse raciocíno, significa que pegou o espírito da coisa.

Pergunte aos candidatos, pergunte aos seus amigos que defendem investimento em tudo e mais um pouco: QUANTO CUSTA? Ah, se você fizer essa pergunta com gastos que todo mundo acha maravilhosos(educação e saúde em especial), duvido que ache alguém que saiba a resposta. A segunda pergunta, que trata do trade-off, é ótima pra gastos de incentivo a cultura. Quantos gastos melhores/mais necessários que patrocínio ao cinema nacional você consegue citar?

200 anos de Estado inchado

O Estado sempre foi muito grande por aqui. Sempre se você acreditar que a história do Brasil começou com a chegada da família real em 1808. Entrar nessa discussão é besteira. Mas o fato é que nós não criamos um Estado, ele desembarcou aqui já maduro, enorme e ineficiente. Chegou aqui em 14(ou 16, os dados divergem) navios com D.João VI à frente. A primeira coisa que fizeram aqui foi algo que o Estado faz muito bem: desapropriação(ou espoliação legal, se preferirem). Claro que foi injusta, mas "em nome de um bem maior", a corte portuguesa e seus funcinários chutaram os residentes de suas casas. Depois acredito que D.João VI comeu um franguinho. Depois ele gastou bastante, fazendo o Rio de Janeiro uma cidade digna de ser capital do reino de Portugal.

Em 2008, 37,4% do total do PIB foi pago em impostos. Não existe país na nossa faixa de renda que pague tanto(dos que pagam mais, o mais "pobrezinho" é a Hungria, com renda per capita de US$ 13.000 por ano, o dobro da nossa). Duzentos anos e o Estado continua grande demais, e aumentando. Duzentos anos e o Estado continua desapropriando "em nome de um bem maior".

Meu ponto com esse post é que nós "comemoramos", em 2008, duzentos anos de um Estado que é grande demais para o nosso tamanho, que não respeita a propriedade privada, que gasta demais, que não faz questão nenhuma de ser eficiente. Precisamos corrigir isso se quisermos evitar que os próximos 200 anos sejam semelhantes aos últimos 200.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Assisted Suicide!

Tua vida pertence a quem?
A ti e a ninguém mais. A opção de terminar com ela é tua.

Assim como os hospitais auxiliam o início da vida, deveriam auxiliar o fim dela, de todos os modos, inclusive por escolha própria.

Suicídios geralmente geram externalidades negativas. Na Alemanha é "comum" alguém pular na frente de um trem com esse objetivo, o que gera atrasos e choque em algumas pessoas.
Pessoas pulam de prédios, gerando caos, sujando as ruas, fazendo com que o Estado tenha de gastar dinheiro.

Seria muito mais simples se o Estado (opa, quero dizer clínicas privadas reguladas pelo Estado) vendesse injeções letais, ou comprimidos ou algo do gênero em "clínicas de suicídio". Ninguém veria, o custo de remoção seria mínimo, as pessoas pagariam pelos comprimidos/injeções. Ou seja, não exisitiriam externalidades negativas do suicídio.
Os planos de saúde poderiam ter cobertura de suicídio.

É de um egoísmo sem tamanho proibir o suicídio. A vida do cidadão nao pertence ao Estado. Se a pessoa não está gostando de sua própria vida, que termine com ela, causando o menor impacto a terceiros.

Até onde eu sei não existe algo do gênero em lugar algum do mundo. Na Holanda, Béliga e Suíça há "suicídio assistido" apenas para pacientes com muita dor e quadros irreversíveis. Mas eu confio na Holanda, hora dessas eles chegam nesse nível de respeito ao cidadão.

Um comentário

Apenas um comentário inspirado no post do Baldusco http://rabiscoseconomicos.blogspot.com/2008/08/o-brasil-que-tantos-queriam-selva-sem.html
Invertendo uma das frases da notícia, ela pode ficar assim: os brancos têm direito a, no máximo, 54% das vagas empresas com mais de 200 funcionários.
Logo o governo vai sugerir um absurdo como: os ônibus devem reservar 50% dos assentos para afro-descentedes. A explicação vai ser que a população negra mora geralmente em regiões mais afastadas do centro, portanto, deve ter lugares garantidos nos ônibus.
Ring any bells?
É, em pleno século 21 o Brasil está institucionalizando o racismo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Impostos matam!

Tentando estimar o impacto de impostos sobre cerveja nas mortes de trânsito chegou-se à verdade absoluta, impostos matam.
Ao contrário do que era de se esperar o ß deu positivo! Quanto maior o imposto mais gente morre nas estradas dos EUA.
Veja (dados de 1982):

(taxa de mortalidade: mortes por 10,000 habitantes) Cada ponto representa um estado dos EUA.

Ainda não ficou satisfeito? Pro final da década ficou pior:


A causação pode ser reversa também, as pessoas se matam porque pagam mais pela cerveja.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Mercado de cidadanias

Imigração é um problema sério para os países desenvolvidos, todo o mundo sabe disso.
Todo o mundo sabe também que os países desenvolvidos tem lidado muito mal com esse problema.
Na fronteira EUA/México os mexicanos podem tentar quantas vezes quiserem (é mais ou menos assim).
Na Espanha eles não tem o que fazer com africanos que chegam de barco sem passaporte ou identidade.
Enfim, todo o mundo já ouviu falar dessas coisas.
Esse tipo de imigrante geralmente não é muito qualificado, mas como a história tem mostrado, boa parte deles acaba encontrando uma maneira de legalizar no novo país. Isso dificulta a entrada de imigrantes qualificados, que buscam trabalho digno e não apenas mamar no welfarestate.
Uma maneira interessante de atrair imigrantes qualificados seria vender a cidadania, mais ou menos como o Canadá faz.
Trabalhadores qualificados sabem que o fluxo de retornos futuros, dado que conseguiriam um trabalho bem remunerado, compensa o pagamento pela cidadania.
Os EUA poderiam por a venda (leilão) 500.000 cidadanias por ano, não sei muito bem a que preço. Quanto tu pagarias para deixar o Brasil? Pense bem, no Brasil ficam todos os seus problemas. You'll live the american dream!
Os imigrantes que pagaram pela cidadania não seriam vistos como free-riders no sistema de seguridade social, pois já deram uma grande contribuição ao tesouro com a compra da cidadania.

Se alguém é contra a venda de cidadanias por alguma razão saiba que cidadanias já são vendidas em mercados "ilegais" (casamento falso). Como a experiência nos mostra, é melhor legalizar logo.

Se os EUA já vendem cidadania, me desculpe e me iforme do preço. O mesmo vale para outros países.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Social democracia e o tiro no pé

Li esse texto: http://www.desempregozero.org.br/editoriais/a_genese_neoliberal_e_o_delirio_dos_neoidiotas.php
É uma bela porcaria. O texto quer dizer que o Estado é o caminho para o pleno emprego.
Vejamos.
Peguei os dados de desemprego de alguns países desenvolvidos.
Na minha lista a Alemanha apresentou o maior desemprego, 8,4. Logo a seguir vem a França com 8,2. Vamos para o outro lado da lista. Dinamarca: 2,8, USA 4,6.
Uma diferença grande não?
Agora peguei os dados do doingbusiness no que se refere à facilidade de empregar, demitir... uma proxy razoável para a não-intromissão do governo na economia.
Colocações: Alemanha: 140, França 146, Dinamarca 11, USA 1.
Algumas coisas interessantes sobre isso: custo de demitir na Dinamarca: zero, na Alemanha: 69. Medido em semanas de trabalho.
Impostos: Alemanha 19%, França 47%, Dinamarca 1%, USA 8%.

A mensagem é clara, não?
A tentativa de manter o "pleno-emprego" nas economias clássicas da social-democracia está custando muito em termos de emprego.
Não que a Dinamarca não seja uma social-democracia, não é isso, mas o que se refere ao mercado de trabalho, o país é muito mais liberal que os seus irmãos europeus.

Os europeus estão corroborando nas urnas um sistema burro, que com alguns ventos liberais nas suas velas funcionaria muito melhor.

domingo, 17 de agosto de 2008

Deletado

Incondizente com o espírito do blog

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Externalidades negativas

Quem nunca pensou nisso ao andar pelo calçadão da beira-mar de algum dos belos balneários gaúchos?

Indexed e GraphJam plotam o cotidiano de forma bem mais competente (e sem usar o Paint!).

Mas o que vale é a intenção. (?)

sábado, 9 de agosto de 2008

Planejar o quê?

Temos uma cadeira chamada Política e Planejamento Econômico na faculdade. Semestre passado o professor da cadeira disse que ela deveria ter sido extinta. É verdade, planejamento é uma daquelas coisas que caíram com o muro. Esse ano mudou o professor, ele acredita que planejamento é importante. Ele é tão liberal que é a favor da liberalização dos meios de produção(ele disse isso, só estou reproduzindo). Ou seja, eu vou me divertir esse semestre e deve render muito post aqui. Da primeira aula, vale comentar algumas coisas que foram ditas:

"Quem define o preço não é quem paga, é quem pode."
"Até o Marshall dizia que não da pra confiar na oferta e na demanda, tem que ficar de olho."

Começando pelo Marshall, dizer que a frase é dele não me adianta pra nada. É comum eu discutir com o pessoal de esquerda que acha que eu tenho que concordar com qualquer autor que seja famoso e liberal. O cara ser liberal não impede ele de dizer besteira. Sobre o que o Marshall disse, quem exatamente deve ficar de olho? Quem é o ser iluminado que sabe o que deve ser produzido e a que preço deve ser vendido? Ah sim, alguém do Estado, claro, talvez um planejador econômico. Na URSS eles tinham isso, dava certo, parece que as pessoas tinham 2 opções de cesta de consumo: a primeira era uma barra de aço, um pepino, uma batata e 500 g de repolho, a segunda cesta era uma bala de AK-47 que ia na cabeça de quem não gostasse da primeira cesta.

Nada de errado na segunda frase. É isso mesmo, o único ponto é: todos podem. É isso mesmo, qualquer pessoa que participar das trocas no mercado, em países livres, só irá realizar trocas voluntáriamente. Se acha que o preço não é justo, não adquire o bem. É simples assim. Não precisa dos seres supremos do Estado para tomar a decisão de quanto é justo pagar por X ou Y, deixem que quem paga decida. Não vai ficar muito caro? Bom, se o governo encher o país de barreiras comerciais e decidir quem tem direito de produzir o quê até pode ficar, caso contrário, a concorrência toma conta de reduzir os preços.

Mais uma: "Pode-se planejar a economia ou deixar ela ao acaso."

Agora é importante esclarecer um ponto. Eu não tenho nada contra o planejamento em si. Pelo contrário, acho ótimo que uma família planeje comprar uma casa, que as pessoas planejem abrir seus negócios, que planejem seu futuro, sua aposentadoria, suas viagens, etc. Eu tenho tudo contra a idéia do Estado planejar isso pra elas. Não existir planejamento estatal significa deixar as decisões econômicas na mão das famílias, o que me parece totalmente sensato, uma vez que essas decisões afetam as próprias famílias. Mas isso não deixaria a economia estagnada? Hmm, as inovações que trouxeram maior impulso para o desenvolvimento do capitalismo não saíram de planejamento estatal, ou alguém acha que o Henry Ford fazia parte de um plano do governo? Será que alguém pensa isso do Bill Gates? Havia algum tipo de coordenação econômica no Japão, mas o método Toyota de produção saiu de um plano do governo? CLARO QUE NÃO! Tudo isso é resultado de gente que tinha um plano: melhorar de vida. É assim que se inova, é assim que se tem progresso.

P.S. O Marcelo ainda não voltou da Europa, semana que vêm ele estará de volta e teremos um post 10 vezes mais indignado sobre essa cadeira.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Barreiras policiais

Suponha a seguinte situação:

Você está passeando com a sua alma gêmea pela Cidade Baixa à noite, procurando algum boteco onde a cerveja custe menos de R$ 3,50 (sem que isso implique a nem sempre proveitosa companhia de mendigos) quando, subito, se defronta - em plena calçada e sem razão aparente - com uma fila de transeuntes. Além da fila, você vislumbra meia dúzia de policiais revistando meticulosamente cada um dos pedestres. Sem entender muito bem, você cutuca o sujeito que está na sua frente.

- E aí, meu velho, que que tá rolando aí?
- Ah... Parece que, como a criminalidade tá muito alta por estes lados, a polícia agora está fazendo essas blitz na calçada, procurando armas, canivetes e essas coisas, saca...
- Hmm...

Você olha pra sua companhia com ar um tanto constrangido (afinal, ninguém gosta de ser encarado como delinqüente) e se resigna, pacientemente, a esperar a sua vez de ser revistado.

Esta situação é análoga a que as blitz e barreiras realizadas devido à Lei Seca submetem os motoristas.

A maior diferença é que seria mais razoável praticar essas blitz em pedestres do que em motoristas, uma vez que a chance de uma pessoa ser assaltada em nosso país é maior do que a de se envolver em um acidente de trânsito (e também porque imagino que o propósito de todo governo é combater os males maiores antes dos menores).

De qualquer forma, em ambos os casos, temos a restrição do direito de ir e vir, um cerceamento à liberdade do indivíduo.

Fique claro, minha crítica não é quanto ao rigor da nova lei, muito embora acredite que o limite de consumo de álcool imposto pela lei anterior já era bastante razoável; meus questionamentos se voltam para a forma como a fiscalização vem sendo executada, tratando cada motorista como um criminoso em potencial.

Nas calçadas, nunca vi nenhum policial abordar pedestres sem que houvesse razão para tal. Os políciais costumam parar somente aqueles que, pelo seu critério, possam estar envolvidos em práticas criminosas.

No trânsito, o critério deveria ser o mesmo. Os policiais ficariam postados em determinados pontos, discretamente, observando o fluxo. Ao detectarem algum carro sendo guiado de forma irregular, fazendo barbeiragens ou em velocidade acima da permitida, parariam este veiculo e abordariam seu motorista, realizando as checagens pertinentes.

Dessa forma obteríamos resultados semelhantes àqueles que vêm (?) sendo alcançados em decorrência das barreiras - uma vez que a possibilidade de estar no campo de visão de um policial desestimularia o motorista a encher a cara antes de dirigir - sem ter que partir do pressuposto que cada motorista é um criminoso.

Lei Seca

A controversa Lei Seca - empurrada goela abaixo da Sociedade sem maiores discussões e amparada pela sua aura bem intencionada - encontrou análise e crítica inteligentes entre blogueiros e economistas. Trata-se de mais uma compilação organizada pelo Prof. Cláudio Shikida, composta por textos e ensaios de autores interessados em enxergar por trás do véu de boas intenções da nova lei. A quem servem (realmente) os bafômetros? pode ser baixado aqui. De grátis.

domingo, 3 de agosto de 2008

Tem algo de errado com o IDH

A Noruega apresentou o maior IDH por vários anos consecutivos.
O índice é calculado como uma média entre expectativa de vida, renda per capita e nível educacional.
Acho que o índice representa em boa medida a vida nos países, para fins de comparações entre países.
Mas tem algo de estranho com o índice. Não vou falar sobre o nível ridiculamente alto que o Brasil tem.

É de se imaginar que no país em primeiro lugar só se veja pessoas alegres andando de bicicleta em família, aquela coisa...
A imagem de Oslo é um tanto diferente em vários momentos. Do lado do meu hotel há um ponto de distribuição de seringas e essas coisas. Em muito pouco tempo vi em torno de 15 pessoas batendo na janela do tal estabelecimento. Nas ruas é possível ver algumas pessoas jogadas no chão, atiradas pelos cantos. É um tanto chocante.
A Alemanha ocupa a posição 22 no ranking do IDH. Comparando capitais, em Berlin não se ve gente drogada jogada na rua desde a década de 80. As pessoas atiradas em Berlin geralmente estão bêbadas e não drogadas. E isso não "depende do bairro, tu não viu". Em Oslo é no centro, perto da estação ferroviária, prefeitura, etc. Em Berlin andei por alguns locais não muito recomendáveis nos ótimos tempos que morei lá e raramente se via alguém usando drogas (pesadas, é claro).

Enfim, de algum modo o índice reflete como vive o "cidadão médio". Será?

Acho que tem tantos drogados na Noruega por uma razão: existe uma lei estúpida que proíbe a venda (em supermercados) de bebidas depois das 6 horas da tarde e aos domingos. Agulhas são distribuídas até mais tarde e aos domingos. Incentives matter! Queria tomar um cerveja pra me divertir agora, não consegui comprar. Quem sabe a senhora que dá agulhas ainda esteja aberta...

O super-estado social democrata

Algumas pessoas tentam usar a Noruega ou Suécia como exemplo de social democracia que funciona.
Hoje atravessei a Noruega de carro. As estradas por que andei não tinham pedágio. Uma delas, a tal da 50 (estrada nacional), estava um tanto abandonada, alguns buracos, um tunel completamente escuro, ausência de placas, em alguns trechos tinha espaço para somente um carro, latas de lixo superlotadas. Mas enfim, é possivelmente a estrada mais bonita do mundo (a paisagem, o asfalto é bem parecido com o brasileiro).
Chegando mais perto de Oslo é de se imaginar que o estado benevolente tenha construído belas estradas, que nada!
Não quero dizer que o governo precise vender as estradas (na verdade estou), mas apenas tentando mostrar que a social democracia, mesmo em países com alto nível educacional e bláblábla´, tem problemas!

sábado, 2 de agosto de 2008

Hotel do futuro

Estou na Noruega. Tudo é muito caro.
Como era de se esperar, os hotéis também são caros, principalmente em Bergen, cidade bastante turística.
Pois bem, como minha moeda é o Real, é preciso ficar no barato dos baratos.
Meu hotel aqui é muito legal. O check-in é feito numa máquina, que imprime um cartão que abre a porta do quarto. O hotel tem apenas 1 funcionário, que não trabalha durante a noite. Nos finais de semana trabalha só até as 3 da tarde. A limpeza é um serviço contratado pelo hotel.
A idéia é muito boa, os custos caem muito, acredito. Pelo menos a diária é metade do que é nos outros hotéis da cidade.

Acredito que essa automatização vai se expandir pelo mundo, provavelmente esse hotel não é o primeiro com esse sistema.

Viva a automatização!
(críticos dela, há um post antigo sobre isso, mostrando que aquela história de aumentar o desemprego é balela)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Impressões do Chile

O Marcelo foi pra Europa, o verdadeiro objetivo dele por lá é comer comida norte-americana. Eu estou no Chile(e também pretendo fazer o mesmo que ele quando chegar em Santiago, agora estou no Atacama). Passei poucas horas em Santiago, mas a impressão que a cidade deixa é de prosperidad e de modernidade. Aqui no norte do Chile, em um dos desertos mais secos do mundo, mesmo com o ambiente inóspito, eles parecem muito organizados. A exploração do turismo como fonte de renda parece ser muito competente.

A verdade é que o Chile é a economia mais rica(per capita) da América Latina, se não estou enganado. Isso é um feito, especialmente considerando que o Chile era muito menos valorizado pelos espanhóis que as outras regiões colonizadas e que está isolado do resto do continente pelos andes. Em comum com os chilenos temos o desgosto pelos próprios políticos, reclamações com impostos absurdos, temor renovado da inflação e o fato do Evo Moralles dizer para os bolivianos que somos imperialistas sanguinários.

A principal diferença me parece clara: os chilenos pararam de brincar com a economia antes de nós. Certamente foi esse o principal legado positivo deixado pelo governo de Augusto Pinochet, ele treinou os chicago boys que trouxeram noções modernas de condução de política econômica. Ter aulas com o Friedman faz a diferença. Isso foi no final dos anos 1970, o impacto foi notado a partir do final dos anos 80. Eles até tiveram inflação de dois dígitos nos anos 80, mas em um ano ela era menor que a brasileira foi em um mês.

Na minha opinião, o Brasil parou com as brincadeiras em 1994. Ainda que o gasto público continue um problema, sem inflação as coisas já melhoram muito. No Chile foram uns 10 anos até os efeitos começarem a aparecer de forma significativa, no Brasil pode ser que estejam começando. Um bom sinal é que nos dois países, mesmo presidentes de esquerda não mudaram de forma significativa a política econômica, é sinal de seriedade(claro que eu preferia presidentes liberais, mas não se pode ter tudo).

Ah, faltou falar do NAFTA, mas isso fica pra um proximo post.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Os estranhos preços poloneses

Estou viajando pela Polônia no momento.
Os preços (relativos) são muito estranhos.
Um litro de gasolina custa algo proximo a 5 reais
Um café também 5
Uma garrafa pequena de refrigerante 2.50
Um tabuleiro de xadrez muito bonito e bem trabalhado 20
Um Big Mac, a mesma coisa. God bless Mc Donald's

Tem muitas coisas interessantes pra se tirar disso. O principal é que estou de férias, logo não vou produzir coisas interessantes pq meu cerebro parou eu acho. Alguém pode se perguntar se produzo quando não estou de férias...
Enfim, hora dessas pego uns dados sobre o país e escrevo mais.

domingo, 13 de julho de 2008

Indios

Esses tempos eu estava em um almoço de família. Por alguma razão chegaram na questão dos índios, acho que pra irritar meu primo.
alguém falou que o Estado deveria limitar-se a dar saúde e educação para os índios.
Já eu acho que o Estado não deve dar nada. Índios pagam impostos?
É justo o Estado pagar a saúde e a educação de uma parte da sociedade sendo que essa parte da sociedade não paga por esses serviços?
Tem babosa pra que?

terça-feira, 1 de julho de 2008

RU

Hoje, saindo da dentista - que fica na frente do Santa Inês, na Protásio - vi uma lanchonete que oferecia o almoço do dia a R$ 3,80. A refeição era composta por estrogonofe, arroz, batata palha, salada e mais uns dois pratos. De imediato, lembrei do RU - a entidade da UFRGS que eu mais gosto de criticar.

Um almoço no RU sai por R$ 1,30. A refeição consiste, na maioria das vezes, de arroz, feijão, uma salada bem muquirana e uma guarnição no melhor estilo engasga-gato (batata cozida, por exemplo). Há uma carne - dura quando é bovina, miserável quando é peixe e seca quando é de frango - e alguma sobremesa (as pessoas ficam notavelmente felizes quando se trata de uma paçoquinha ou de uma goiabadinha, ambas de dimensões exíguas).

Naturalmente, o RU é subsidiado. De quanto é o subsídio? Eis um verdadeiro mistério. Já ouvi falar que os custo unitário excede R$ 4,00.

É bem verdade que eu não experimentei a comida da lanchonete de R$ 3,80. Mas eu dei uma olhada para o seu interior. Organizadinha e apresentável. Bem mais convidativa do que o RU (inclusive pelo cardápio).

Suponhamos que o custo unitário do RU seja de R$ 4,00. Neste caso, como o preço pago pelo estudante é de R$ 1,30, o subsídio por refeição é de R$ 2,70. Se este subsídio de R$ 2,70 fosse entregue diretamente ao aluno e o preço do RU subísse para R$ 4,00, os alunos continuariam almoçando lá ou então procurariam alguma opção mais interessante por preço semelhante nos arredores? (Poderiam rachar uma ala minuta no Tudo Pelo Social, por exemplo.)

Se um estabelecimento pequeno consegue obter lucro ao vender uma refeição por R$ 3,80, porque os custos unitários do RU, onde a produção tem ganhos de escala, são de R$ 4,00? Não seria bem mais socialmente vantajoso dar o subsídio diretamente ao aluno, para que ele pudesse escolher onde faz suas refeições?

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O novo PSI argentino

A Argentina inova mais uma vez. Agora é a vez do processo de substituição de inflação. Toda a vez que o preço de um produto subir muito, ele será retirado da cesta que serve de base para o índice de inflação. Logo logo a Argentina vai apresentar deflação, na cesta: frutas velhas, máquinas de escrever, jornais da semana anterior...

Droga! a Argentina tinha de dar certo, seria um lugar legal pra fugir.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Eu, minha família, Bastiat e as modelos anorexicas

Minha família comentou sobre o Econosheet hoje no almoço. Isso me deixou feliz, é sinal de que nós temos leitores(ok, tem um pouco de nepotismo, mas vale). Comentaram sobre as postagens e, em dado momento, minha tia disse que certos agentes podem ter poder demais sobre o mercado, então, em certos casos, se justificaria a ação do Estado. O exemplo levantado é o caso das modelos, que estariam ficando anorexicas por exigência das empresas de moda. Para impedir isso, o governo espanhol pretende proibir desfiles de modelos com um IMC abaixo de 18(isso é medido por peso dividido pela altura ao quadrado). Isso seria uma intervenção estatal justificável.
Minha resposta lá foi meia-boca, pra isso que serve o Sheet, pra conseguir argumentar com calma. Tem gente que acha que "O Poderoso Chefão" tem todas as respostas, eu procuro as minhas no Bastiat. Claro que ele não acertou todas, mas a capacidade de argumentação dele era fantástica. Bastiat disse que o que diferencia um mau economista de um bom economista é que o primeiro só vê as conseqüências diretas das ações, enquanto o segundo observa as indiretas.
Bom, eu devo começar dizendo que não acredito que as empresas queiram modelos magras por simples maldade. A magreza tem uma função, modelos magras cabem em todas as roupas e, pelo que se diz, o caimento das roupas fica melhor(os estilistas devem acreditar que as roupas ficam muito melhor nos cabides do que nas pessoas). Se isso é verdade, eles não vão simplesmente deixar de contratar as modelos mais magras, o provável é que passem a fazer menos desfiles na Espanha. A proibição das modelos mais magras age como um "custo" extra nos desfiles. É como o governo colocar um limite de velocidade nas corridas para os pilotos não morrerem, um lugar que tiver isso provavelmente deixaria de ter corridas. Esse efeito é o que geralmente não se vê.
Dizer que o governo não deve proibir a magreza das modelos equivale a dizer que eu quero que as pessoas morram de fome? É evidente que não, eu acho que as modelos realmente são magras demais, e acho anorexia uma coisa terrível. Mas uma coisa é ser contra a anorexia, outra é achar que o governo tem meios para prevenir isso sem gerar distorções. A decisão sobre a magreza é da pessoa e ela não deve ser punida por parar de comer. A decisão de contratar modelos magras é das empresas, são elas que pagam os desfiles. Essas decisões não geram externalidades significativas(uma pessoa emagrecer não melhora ou piora a vida de outra), não há motivo para intervir nisso.
O argumento geralmente é "decidir emagrecer é ruim pra pessoa", bom, pessoas podem considerar tomar Coca-cola é ruim pra mim(gosto muito de coca-cola e de exemplos com ela), pode me matar mais cedo, eu sei disso e tomo do mesmo jeito, faço isso porque considero que o benefício de beber Coca-cola é maior do que os custos(o preço dela, o desprazer de engordar, possíveis doenças no futuro...), outras pessoas consideram o contrário e não bebem. Esse tipo de decisão depende de gostos pessoais, como os gostos são diferentes, é simplesmente impossível definir o que é bom ou ruim para uma pessoa. Quando o Estado decide tomar esse tipo de decisão pelas pessoas, limitando a liberdade de escolha delas, o resultado é, invariavelmente, uma queda no nível de bem-estar da sociedade. Pense no seguinte: se a tomada de uma decisão privada fosse ruim para a pessoa, essa decisão simplesmente não seria tomada. Mais um exemplo: muita gente pode pensar que eu deveria estar estudando ao invés de estar escrevendo esse post, será devo ser proibido de gastar tanto tempo postando?
Como evitar as mortes de fome? Certamente isso deve partir de decisões privadas. Uma das idéias é educação que parta das famílias para que suas filhas não deixem de comer. Certamente essa decisão não é causada unicamente pela indústria da moda, tanto que existem meninas anorexicas que não querem ser modelos, e a maioria das modelos não é anorexica. Anorexia pode ser considerada uma doença causada por assimetria de informação: as pessoas perdem a noção de como estão magras. Nesse caso é necessária a ajuda de profissionais da saúde. Outro fator que pode influenciar isso é a opinião pública. Nenhuma marca deve querer ser acusada de causar a morte de meninas por inanição ou ser associada à anorexia. Continuando com o paralelo dos acidentes de corrida, as escuderias da formula 1 decidiram limitar a potência dos carros e adotaram mais dispositivos de segurança. Foi uma decisão privada, não algo imposto. De maneira semelhante, as marcas que realizam desfiles poderiam acordar a não contratação de modelos anoréxicas.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Comentário sobre a lei de falências

De acordo com a lei de falências brasileira, o governo é quem tem o direito de chafurdar primeiro nos restos da empresa. Isso irrita muita gente.
Pensando "tecnicamente" o governo é a sociedade organizada (by A. Zimmermann, "alemão"). Então, o governo tendo direito de "ir" primeiro na verdade está se pagando a dívida da empresa com toda a sociedade.
No Brasil a sensação não é essa. Ou o governo é a sociedade desorganizada, ou uma sociedade (muito bem) organizada voltada para o roubo, da qual eu (infelizmente) não faço parte.
A irritação de muita gente tem algum fundamento.
É, bom e velho rent-seeking sempre à espreita...

domingo, 15 de junho de 2008

O divertido mundo dos blogs

Fui dar um olhada no blog do Mankiw e achei um post divertido.
Ele falando que foi ao cinema assistir Sex and the City. O post não tem nada demais. Divertido é ler esse tipo de coisa do cara que escreveu um livro que tu usa na faculdade, um professor em Harvard, alguém tão distante. Gosto do blog dele por isso, os melhores posts são sobre a vida pessoal dele. Legal saber o que essas pessoas fazem no final de semana.
Aos meus fiéis adoradores, logo começo a postar sobre minha vida pessoal.
É óbvio que estou brincando, não divulgo minha vida pessoal gratuitamente, escreverei uma biografia e ficarei rico!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Homenagem a J.M.Keynes

Keynes é considerado por muitos o maior economista do século XX, eu acho isso besteira, essa homenagem não é por isso, será explicada abaixo, mas primeiro devo falar um pouco sobre o autor.

Ele fez teorias heróicas, como a da demanda efeitiva, incentivou os governos a gastarem o que tinham, o que não tinham e mais um pouco. Aqui na América Latina, sua teoria inspirou intelectualmente a CEPAL, que fez teorias ainda mais heróicas, como o subconsumismo. Entre as escolas seguidoras do Keynes na atualidade, destacam-se os novos-keynesianos(que parecem ter abandonado a teoria enquanto era tempo, mantiveram o nome) e os pós-keynesianos, que são uma espécie de fã-clube da inflação.

Bom, a razão dessa homenagem é uma frase brilhante proferida sobre esse autor(calma, não é aquela imbecilidade sobre longo prazo):

"Marxian Socialism must always remain a portent to the historians of Opinion — how a doctrine so illogical and so dull can have exercised so powerful and enduring an influence over the minds of men, and, through them, the events of history."

terça-feira, 10 de junho de 2008

Lula Vs. Introdução à Economia

Lula fez um discurso defendendo a CSS, não a banda, o imposto.
O discurso era algo do tipo: nunca na história desse país... com o fim da CPMF eu não vi nenhum preço cair 0,38%.
1) Será que o Lula sabe calcular 0,38%?
1.1) será que ele lembrava de algum preço? Sabe comé que é né, alguns estudos fazem umas correlações entre...
1.2) Será que ele faz as próprias compras?
2) Será que com a CPMF os preços não estariam mais elevados?
3) Será que ele não sabe que o consumidor teve um aumento na renda real com o fim da CPMF? (na verdade o governo aumentou em "outras pontas" a tributação, mas fica a lógica...)
4) Será que ele não sabe que ao pagar menos impostos o contribuinte se sente menos roubado por essa máquina de extorsão?

domingo, 8 de junho de 2008

Eu choro quando vejo miséria

Pessoas costumam dizer que ficam muito tristes ao ver pobreza, sendo que elas tem dinheiro. Portanto, o comunismo seria uma solução (claro que as pessoas pensam em distribuir a renda alheia). Ou qualquer outro método de distribuição de renda forçada.
Bem, não comece a teorizar sem fatos. Vamos lá!

Esse gráfico nos mostra coeficiente de gini (X) e bem-estar (Y).
O interessante nesse gráfico é notar o seguinte:
Países com coeficiente de gini inferior a 0,5 e bem-estar superior a 70 são quase todos europeus, norte-americanos e asiáticos.
Países com coeficiente de gini superior a 0,5 são principalmente os latinos, desses países apenas a África do Sul apresenta bem-estar abaixo de 70.
Países com coeficiente de gini abaixo de 0,5 e bem-estar inferior a 70 são quase todos ex-colônias russas.

O que tiramos disso? Comunismo não é solução! Nem distribuir renda na porrada, é preciso ter renda pra distribuir (1/100= 0,01 100/100=1, mais claro agora?)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Tragédia dos Comuns e Trabalhos em Grupo

A Teoria de Jogos provê uma boa justificativa para o fato de eu não gostar de trabalhos em grupo.

Independente da forma como os grupos são formados - se por sorteio ou afinidade entre os membros - esse tipo de tarefa resulta normalmente em um trabalho de péssimo qualidade ou em um bom trabalho às expensas de uma única alma caridosa, que sacrificou seu tempo em benefício dos demais.

Trabalhos em grupo são um caso de Tragédia dos Comuns:

A Tragédia dos Comuns é uma espécie de Dilema do Prisioneiro com um grande número de participantes. A deserção de cada indivíduo em particular afeta muito pouco o restante da coletividade, mas traz grandes vantagens para o desertor. Mas é justamente aí que está o problema: como cada um pensa que sua própria deserção tem pouco significado, todo mundo tende a desertar, o que faz com que a massa de pessoas desertando influencie significativamente o resultado de todo o grupo. No fim das contas, acontece o equilíbrio do sistema na situação em que todos desertam, de forma muito semelhante ao Dilema do Prisioneiro.

(Roubado Extraído daqui. Lembre que este é um post sobre Teoria de Jogos e Economia do Cotidiano e não sobre Economia e Meio Ambiente.

No caso de um trabalho em grupo, qualquer um dos componentes pode pensar que, como há várias pessoas empenhadas na tarefa, sua contribuição é prescindível e, portanto, seu esforço não é necessário para o êxito da equipe. Como esse pensamento deve ocorrer também aos seus colegas, é bem provável que a tarefa acabe caindo sobre os ombros de uma única alma altruísta ou, ainda, seja realizado de forma muito precária na última hora, momento em que todos pagam a conta por terem incorrido num caso de tragédia dos comuns.

O mais surpreendente é que ainda existam professores de Economia - que teoricamente deveriam conhecer um mínimo de Teoria de Jogos - pedindo trabalhos em grupos para seus alunos.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Mas é a cara do long-run!

Cresimento balanceado associa-se, geralmente, com crescimento exponencial. Mas é possível demonstrar que podem existir outras trajetórias de crescimento.
É possível criar "uma família" de outras possibilidades de crescimento.
Aqui vai um modelo simples(?):

Seja x(t) uma função positiva e diferenciável em t.
Sua taxa de crescimento será dada por:

O crescimento de segunda ordem de x será dado por:

O crescimento regular será dado por:

ß>= 0. ß é chamado de coeficiente de amortecimento, indica quanto o cerscimento é "amortecido"
A única solução da equação diferencial do crescimento regular é:

Essa equação gera a família de soluções de crescimento balanceado, cada uma determinada por um ß diferente.
Graficamente tem-se:


Com isso é possível montar um modelo de "standing on the shoulders" com crescimento "mais que aritmético" ou um modelo de "fishing out" com crescimento "menos que aritmético".
Bem, as possibilidades estão ai. Como a demonstração é ainda mais tediosa que o já feito, deixo ela de lado. Interessados, tentem, é um bom exercício eu acho. Ou leiam o artigo de onde tirei isso, Rethinking the concept of long-run economic growth.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Midia e Polícia de Primeiro?

O jornal é minha fonte de inspiração essa semana.
Boa parte do telejornal foi dedicada ao caso Isabela. Eu detesto esse maldito caso Isabela. Não conheci a menina, não tenho medo dos pais dela. Não que isso invalide o brutalidade do crime, que muita gente achou chocante, eu particularmente não achei nada demais, acho que o Brasil já conseguiu fazer pior. Ou o país acabou com a minha capacidade de ficar impressionado.
Mas o ponto que me chamou a atenção foi: há 4 policiais viagiando as celas do pai e da madrasta. 4!
Sabe quantos policiais eu vi na volta da faculdade hoje? NENHUM! Aliás, não vejo um policial há uns dias.
Policiais são um recurso escasso.
Num país onde uma pessoa é assassinada a cada 15 minutos, não se pode alocar de maneira ineficiente os policiais (na verdade em nenhum país se deve).
A midia e a polícia são realmente de primeiro mundo no Brasil! Esse é o tipo do caso que ficaria meses nos noticiários de um país desenvolvido, onde assassinatos não acontecem todos os dias e a população pode andar tranquilamente pela rua.
Polícia serve para proteger pessoas que agem dentro da lei.
Quanto mais dinheiro, esforço e tempo se gastar com esse caso mais gente inocente vai morrer. Alguém ai acha que o casal Nardoni/Jatobá pretende matar os outros filhos?

O Brasil chegou num ponto tão grosseiro que o Alborghetti é uma das pessoas mais lúcidas do país!

Solta o Frango

O governo quer criar um novo imposto, o CSS. Acho que a moda agora vai ser criar impostos com o nome de bandas, pro povo não se sentir tão mal pagando.
Conversa na rua: putz! me pegaram sonegando os Beatles esse ano!
A notícia me lembrou de um clip, solta o frango. É uma cena bastante brasileira.
http://www.youtube.com/watch?v=Kgb6FxuaPQA
(imagine o Lula vestido de frango)


Peço desculpas aos que aqui vem procurando alguma coisa de economia (alguém vem?).

PS. Minhas piadas podem não ser muito adequadas ao seu senso de humor, caro leitor.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Make us proud, squid!

Estava almoçando, vendo o jornal e pensando em como já faz um tempo que não posto nada.
Consegui inspiração em um discurso do Lula.
Foram tantas bobagens que cheguei a me engasgar.

Lula disse "pro mundo" que a Amazônia tem dono, os brasileiros. Me deu pena da Amazônia. Lula prefere um deserto brasileiro a uma floresta mundial. Escolha dele, azar o nosso. Como já postei sobre isso há pouco tempo, paro por aqui.

Lula disse que a inflação não é só culpa do governo, é de todos os brasileiros, cada um sabe onde está e por que (não lembro das palavras exatas). Isso é superestimar a capacidade dos brasileiros. Acho que a maior parte da população nem idéia faz do que é inflação, e outra parte que faz, acha que é outra coisa. Exemplo: uma professora de história disse uma vez na aula que os preços deveriam ser congelados! E ai, como é que fica companheiro?

Lula disse que aquele agrupamento maluco de países da América do Sul (não lembro a sigla, por opção) caminha para ter um banco central único e uma moeda única. É isso ai! Agora que o Brasil finalmente conseguiu o investment grade o Lula pensa em se juntar com gente que quer abolir a moeda. É como se uma pessoa que estivesse doente e lentamente se recuperando ficasse boa e então resolvesse dividir um quarto com alguém com alguma doença transmissível. sugiro que o Leitor faça uma analogia futebolística para o melhor entendimento próprio e do presidente da república (roubando a piada).

Lula cometeu erros de português. (sentença com zero bit)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Broken window

Este link explicita de forma bastante lúdica as conseqüências, apontadas pelo Christian em seu último post, da ignorância econômica.

Não gosta de economia? Azar o seu, o meu, o nosso...

Já aconteceu comigo, várias vezes, começo a falar com alguém de economia em uma roda de conversa e boa parte das pessoas se mostra bastante incomodada. Julgam que o tema é chato, ou demasiadamente complicado. Em geral eu mudo de assunto, as pessoas gostam do que elas quiserem. O problema é o seguinte: ser ignorante em economia gera externalidades negativas e ainda assim, geralmente não é considerado um problema(provavelmente porque quase ninguém faz idéia do que sejam externalidades).
Como pode gerar externalidades? É bastante simples: a ignorância sobre economia faz as pessoas serem ludibriadas facilmente por políticas populistas, aumenta a propensão a apoiar políticos irresponsáveis em política monetária e fiscal o que(os leitores desse blog sabem) é trágico no longo prazo. O Brasil vive isso constantemente: o governo é duramente criticado pelas altas taxas de juros(que deveriam ser mais altas no momento), por quê? Porque mais de 95% da nossa população não entende que os juros altos são uma forma de conter a inflação(dado o descontrole do nosso governo nos gastos) , assim, todo mundo que não entende isso possivelmente votaria em um político que baixasse mais os juros, o que acabaria sendo ruim para todo mundo.
Nas políticas de investimento do governo a coisa fica ainda mais grave. Ninguém leu Bastiat para entender que toda a política de investimento tem uma parte que se vê e outra que não se vê. A parte que se vê em geral são os beneficiados pelo investimento(a população da cidade que comemora a construção de uma estrada, os agricultores que recebem financiamento subsidiado e por aí vai). O que não se vê é daonde sai o dinheiro, que deve ser de cortes de gastos(que ninguém gosta de fazer), de aumento de impostos(idem) ou aumento de endividamento(melhor esse, só se vê depois de um tempo). Se todos entendessem que vai ter uma contrapartida aos investimentos, seriam mais críticos a essas medidas e os políticos pensariam duas vezes antes de sair gastando feito loucos.
A mensagem desse post é a seguinte: pense duas vezes antes de virar a cara quando se começa a falar em economia, a sua ignorância(ainda que possa ser "cool" dizer que odeia economia) sobre o tema pode ser determinante para a inflação, as políticas governamentais, a miséria e uma infinidade de variáveis muito relevantes nas nossas vidas.

Pede pra sair, Pochmann

O IPEA ataca novamente, agora com dados de desigualdade e tentando provar que a carga tributária é progressiva. Eles realizaram um estudo(não tenho como colar o link direto, mas no site www.ipea.gov.br se encontra com facilidade) pra provar que pobres pagam mais impostos do que ricos no Brasil. Calcularam que os 10% mais pobres comprometem 33% de sua renda em impostos enquanto os 10% mais ricos comprometem 23%. Maravilha, a carga tributária é regressiva, o capitalismo é maligno, vamos pra revolução. Opa, só um minuto, estão esquecendo do "outro lado". Por incrível que pareça, impostos não vão exclusivamente pro bolso dos políticos, como esse estudo indica(indiretamente), existe uma contrapartida ao pagamento deles. Essa contrapartida vêm na forma de leis absurdas, moções ridículas do congresso, escândalos E transferência de renda e serviços prestados pelo Estado. E aí que tem um buraco no estudo do IPEA. Eles simplesmente ignoram a contrapartida dos impostos pagos.

Fazer isso é como calcular a despesa sobre faturamento de uma empresa, ignorar a receita dela e a partir disso sair dizendo que ela está em situação pior que uma empresa que tem despesa sobre faturamento menor, todo mundo sabe que o que importa é o saldo. Se o IPEA fosse minimamente honesto, eles colocariam no estudo quanto cada parcela da população recebe em transferências e serviços. Se, por exemplo, os 10% mais pobres pagam 33% de sua renda e recebem 50% em transferência e serviços, enquanto os 10% mais ricos pagam 23% e recebem 15%, o "saldo" da interferência estatal deixa de ser regressivo e torna-se progressivo(ou seja, está distribuindo renda). Os números são hipotéticos, mas me parece bastante provável que os 10% mais pobres recebam proporcionalmente mais em impostos e trasnferências que os 10% mais ricos.

Sugrestão pro Pochmann: ele podia pegar esse estudo desonesto e utilizá-lo para sugerir que nossos políticos trabalhem de graça. O raciocínio é simples: os políticos estão em sua maioria entre os 10% mais ricos, portanto, os salários deles são concentradores de renda, seria adequado, para distribuir renda, que eles não recebessem, que trabalhassem por patriotismo(ninguém é obrigado a ser político, que só se candidatem aqueles dispostos a trabalhar unicamente por vontade de ajudar a nação).

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Maldito V ou F

Esse post não tem a ver com economia, mas com provas.
Provas de V ou F são ruins, não medem o real domínio so assunto pelo aluno. Existe um grave problema que parece ser que se você apenas presta atenção na aula o V ou F é um pouco simples, agora se você estuda mais ele parece ficar mais complicado. A idéia é que esse tipo de questão faz uma análise superficial, quem sabe os detalhes dos modelos se dá mal de quando em quando.
Além disso, pra um V ou F ser resolvível a afirmação precisa ser curta, logo ela sempre vai deixar alguma dúvida. Hoje na minha prova de economia da informação tinha uma afirmativa que dizia que seleção adversa e moral hazard podem acontecer simultaneamente no mercado. Sim, podem. Mas seleção adversa é um problema pré-contratual e moral hazard é um problema pós-contratual, então ela é V e F, o que exatamente quer dizer "simultanemanente"? Depende da interpretação de cada um. Em uma questão discursiva não há como errar uma pergunta como essa.
O mesmo problema occoreu em economia brasileira. "a CEPAL critica o subconsumismo". Que espécie de pergunta é isso?! Criticam a teoria ou a existência do subconsumismo? Perguntas como essa fizeram com que eu me decepcionasse com a minha nota, não que eu tenha ido mal, mas fui muito melhor na parte discursiva da prova, se fosse toda discursiva ficaria satisfeito, meu estudo estaria refletido na nota. Com V ou F está refletida a atenção, o sono e ,sobretudo, a interpretação pessoal de cada um, dizer que a interpretação faz parte da avaliação é bobagem, é falta de liberdade.

Um definição de simultâneo: "Que se faz ou acontece ao mesmo tempo: movimentos simultâneos".
Então, o movimento se dá ao mesmo tempo?
Qual é o mercado em questão?

V ou F é sacanagem com quem estuda!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Take that Mr. Wolf

O Christian é a pessoa que menos gosta da China no mundo, aprecio isso deveras nele.
Aqui vai uma notícia Christian: um estudo do banco mundial(ainda por sair) levanta a contribuição do capital, da mão-de-obra e da TFP para o crescimento. A contribuição da TFP no Crescimento da China é em torno de 4,5%, ou seja, em torno de 50% do crescimento do país de 1999-2005. O capital está em segundo lugar.
A TPF de alguns países do estudo é maior. Na América Latina é claro que é zero, a gente faz diferente!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Convexidade

"- Não gosto do Brasil porque ele não é convexo."

Jorge Araújo, durante aula de Tópicos Especiais em Economia Matemática.

sábado, 10 de maio de 2008

Free Lunch e Taxa de Inscrição

O que separa os esquerdistas e os não esquerdistas é a compreensão da frase lapidar - atribuída a tantos e imortalizada pelo velho Friedman: "There's no such thing as a free lunch".

Para o militante do esquerdismo, a idéia de que nada sai do nada é inconcebível, uma falácia neoliberal; eles crêem piamente que o governo é uma entidade tão grande e onipotente quanto eles gostariam que, de fato, fosse.

Atestando a incapacidade da esquerda compreender o Free Lunch, sempre aparece algum indivíduo de capacidade cognitiva questionável lutando - para usar um termo deles - pela gratuidade da inscrição no vestibular da UFRGS. O argumento: a UFRGS é uma universidade pública, logo a inscrição para o vestibular deve ser gratuita. Protagoras morreria de inveja de um raciocínio tão bem fundamentado! (Aliás, todo esquerdista competente é um sofista por excelência!)

Não entrarei na questão sobre isenção de taxa de inscrição para pessoas com baixo nível de renda. Até porque a UFRGS já aplica esse benefício aos menos afortunados - e não é de hoje. E eu acho válido. Mas isso é apenas minha opinião pessoal. Não tenho intenção de fundamentá-la neste momento.

Observe a seguinte série de dados:

ANO CANDIDATOS AUSENTES
2008 14,33%
2007 17,99%
2006 19,16%
2005 16,29%
2004 14,99%
(Fonte: www.ufrgs.br)

A tabela acima indica o percentual de candidatos que não foram fazer as provas do primeiro dia (e, portanto, foram automaticamente excluídos do processo seletivo).

Note que são dados bastante significativos. Em 2006, por exemplo, houve quase 20% de abstenções no primeiro dia de provas! Ou seja: 20% dos candidatos que desembolsaram em torno de R$ 100,00 pela inscrição não participaram, por alguma razão, do vestibular.

Se mesmo com uma taxa de inscrição significativa 1/5 dos candidatos se abstiveram, imagine o que aconteceria se não houvesse taxa alguma. Qualquer indivíduo poderia se inscrever mesmo que seu interesse ou preparo para realizar as provas fosse próximo de zero. A quantidade de aventureiros seria considerável. Se, na época das provas, surgisse uma viagem para Magistério ou uma churrascada com a turma da bocha, aquele que não estivesse realmente interessado pularia fora, onerando os cofres da União de forma desnecessária.

Realizar um concurso do porte do vestibular da UFRGS é uma tarefa complexa. Envolve contratar fiscais, coordenadores, pagar professores para elaborarem provas e corrigirem redações. Tem que mandar rodar os cadernos de questões e as folhas óticas. Isso sem falar no aluguel de escolas e prédios para a realização das provas. É caro. Bem caro.

Isentar o candidato de qualquer taxa de inscrição seria incentivar posturas de risco moral e, como conseqüência imediata, fazer com que a qualidade e lisura do processo despencassem: desde a qualidade dos cadernos de questões até a superlotação de salas, passando pela diminuição da relação fiscal/aluno.