sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

E ponto pra criatividade americana!

A Europa cresce menos que os EUA, o Japão também.
Em seu mais recente livro Baumol (escrito junto com Robert Litan e Carl Schramm) apresenta algumas razões para o aparente fracasso das economias do velho continente e do Japão. Good capitalism, bad capitalism, and the economics of growth and prosperity identifica 4 tipos diferentes de capitalismo. Segundo os autores a Europa e o Japão são exemplos de “big-firm capitalism”, isto é, têm suas economias dominadas por grandes empresas, que são basicamente as mesmas empresas desde os anos 60. Já os EUA, seriam uma mistura de Big-firm, com “entrepreneurial capitalism” As grande empresas dos EUA hoje não são as mesmas empresas que dominavam os rankings na década de 60 (algumas, é óbvio, ainda se mantém).
Segundo os autores, o Big-firm não incentiva a inovação. As grandes empresas raramente promovem inovações radicais, mas fazem apenas inovações incrementais. O grande problema não são as firmas já estabelecidas, mas sim o sistema que foi criado nessas sociedades. O sistema financeiro foi desenvolvido beneficiando grandes empresas e não pequenas e novas empresas. A cultura de venture capital nessas duas regiões do mundo é muito inferior ao que se percebe nos EUA.
Além disso, a Europa possui sérios entraves à inovação, por exemplo, altos impostos para manter sustentar um sistema de seguridade social que também limita a inovação. Os generosos sistemas de seguro-desemprego da Europa tirariam a vontade de um desempregado abrir um negócio. Outro grande problema é a dificuldade de demitir empregados na Europa, fazendo com que pequenas empresas não venham a existir, ou migrem para os EUA ou para o Reino Unido.
O Japão possui problemas semelhantes, talvez o principal deles seja o acordo tácito entre empregadores e empregados. Os empregados geralmente trabalham a vida toda na mesma empresa, sendo difícil para um trabalhador que resolva pedir demissão para abrir seu próprio negócio e nele não obtenha sucesso, recolocar-se no mesmo patamar em que antes estava.
Os autores explicam boa parte do crescimento dessas duas regiões do mundo desde o fim da guerra até os anos 80-90 com ajuda de idéias de Phelps. O nobel de 2006 acredita que a Europa e o Japão tenham se desenvolvido em parte graças à importação de tecnologia e conseqüente produtividade dos EUA, (é claro que aqueles países têm muitos méritos próprios) isto é, aqueles países ainda perseguiam a fronteira tecnológica, uma vez que ela foi atingida foi difícil manter-se a par dos EUA.
Outros fatores são muito importantes para explicar a estagnação da Europa e do Japão. No Japão, por exemplo, a crise bancária dos anos 80, que foi causada em grande parte pelo sistema antes citado de favorecimento de grandes empresas. Na Europa pode-se colocar a unificação alemã ou mesmo os custos da unificação do bloco, custos esses não apenas monetários, mas esforço intelectual e perda de liberdade em termos de políticas econômicas dos países (apesar de que pode-se argumentar que a União seja benéfica).
Inovação continua sendo a chave para o crescimento econômico, ou seja, é necessário que a população possua um espírito empresarial, que segundo os autores constitui a vantagem comparativa dos EUA em relação ao resto do mundo.

Alguns pontos importantes:
1)“Inovação” nesse texto refere-se a invenções ou melhoramentos que são comercializáveis, não apenas registros de patentes. Alguns países europeus e o Japão apresentam um número bastante elevado de patentes registradas, porém talvez elas sejam menos comercializáveis que as americanas.
2)O número de trabalhadores autônomos (em %da população total) é maior no Japão e em quase todos os países europeus que nos EUA, porém como defendem os autores, os autônomos japoneses e europeus estão mais envolvidos

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Lavagem cerebral!

Meu primo foi pra Cuba. Escolha dele.
Foi trabalhar lá. Medo disso. O trabalho era numa fazenda de feijão ou coisa assim. O que me chamou muito a atenção foi a trilha sonora do trabalho, discursos do Fidel Castro. Medo disso. Isso me lembra um torturador argentino dos tempos da ditadura que "trabalhava" ouvindo discursos do Hitler.
Não importa o conteúdo de discurso. A simples imagem de alguém trabalhar ouvindo discursos já causa perturbações (imagine só em quem trabalha). A idolatria de qualquer líder me parece um pouco doentia, eles nunca têm nada a dizer.
Pra Cuba é um bom negócio, importar mão-de-obra barata e motivida. Ainda deve tornar os jovens comunas übercomunas, mártires, preparados pra guerra santa contra o capitalismo que só aliena. Todos sabem que um bom capitalista sempre trabalhava ouvindo discursos do Bush.

A comida por lá causou problemas em muita gente. Acho que eles ainda não conhecem data de validade, ciência cubana ainda não chegou lá. Mas também, diarréia, vômito, etc. em nome da revolução do povo vale a pena. Nada que uma sangria não cure.