quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Câmbio III

Nesses momentos de suposta guerra cambial tem muita gente esquecendo teoria econômica.

Os "déficits gêmeos" são interessantes nesses momentos pra mostrar a contradição de muita gente.
Vamos lá:
Y=C+I+G+NX
Y=C+S+T

(Y é o produto da economia, C consumo, I investimento, G gastos do governo, NX exportações líquidas, S poupança e T tributos)

Então C+I+G+NX = C+S+T ou
(S-I) + (T-G) = NX

A idéia é simples, se o governo gasta demais o saldo comercial "piora".

É curioso ver como os que mais apontam dedos na suposta "guerra cambial" são aqueles que mais defendem gasto público pra tentar aquecer a economia.
Se o déficit da balança comercial é tão ruim assim, por que não começar reduzindo os gastos públicos?
Hein Krugman?
Hein Mantega?
Hein Dilma?

Bom, a Dilma se formou na ufrgs, não dá pra esperar que entenda muito de economia, afinal de contas a gente aprende que economia boa é economia fechada.

Enquanto isso nossos parlamentares ganham um bom aumento... a China agradece!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Câmbio II

A China anunciou que vai manter a moeda estável a uma "taxa razoável".

E a moda continua sendo falar em guerra cambial.
Qual é o problema de a China manter a paridade em relação ao dólar?
O país segue na mesma política monetária, a desvalorizão ao longo do ano foi muito pequena.
Cambio fixo não é invenção chinesa e tem suas vantagens e desvantagens.
Pra China é importante por reduzir a incerteza dos investidores, já que o governo não inspira muita confiança.
Acusar a China de manipular o câmbio pra exportar mais é uma tremenda hipocrisia. Primeiro: dificilmente essa é a única razão. Segundo: todos os países que estão reclamando já fizeram coisa muito pior que ter um câmbio fixo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PISA 2009

Tá na mão o material bonitinho que o INEP produziu para enaltecer a performance dos estudantes canarinhos no PISA 2009 (o link leva a um arquivo de PowerPoint,.Pode clicar sem medo, caro leitor!).

Para aqueles que não conhecem, o PISA é um exame tipo o ENEM - só que sem vazamento de provas ou folhas óticas em ordem trocada - aplicado aos países da OCDE e países de fora do grupo que tem interesse em participar.

O material em questão dá especial ênfase ao fato do Brasil estar se superando a cada edição do exame. Presente no exame desde a sua primeira edição, o Brasil, em sua primeira participação, obteve a média 368, o que lhe rendeu o último lugar nas três provas do exame: literatura, matemática e ciência. Desde lá, o desempenho de nossos laboriosos alunos só melhorou: em 2009, atingimos os 401 pontos. Em comparação apenas com o Brasil das edições anteriores, o Brasil de 2009 é só superação, um sucesso. Mas ficar atrás de potências mundiais como Trinidad e Tobago e Jordânia é bem incômodo.

E pensar que, mais três pontos, o Cazaquistão nos passava... Que, aliás, nem estava na primeira edição do teste!

O PISA, a cada nova edição, congrega mais e mais países de fora da OCDE, o que tende a puxar a média para baixo.

Assim, se ambientássemos o pujante Brasil de 2009 - aquele de 401 pontos - no PISA 2000, continuaríamos exatamente na mesma posição de então: último lugar em todas os testes.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Bolítio

A maior reserva de lítio do mundo fica na Bolívia.

Antigamente ouro era status, agora é o número de baterias de lítio que uma pessoa carrega.
Ou seja, produzir lítio é, cada vez mais, um bom negócio.

O problema dos bolivianos é o seguinte, o lítio é muito difícil de capturar com arco e flecha, zarabatana e demais tecnologias que o país domina.
Segundo eles "dessa vez as riquezas naturais da Bolívia ficarão para os bolivianos".
Ainda segundo eles "precisamos de capital e tecnologia estrangeira".
É complicado misturar os dois discursos.
O Brasil perdeu uma refinaria pra eles.

Será que alguém vai arriscar?
Quem sabe a PDVSA....

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Wiki$$$$$

Os recentes documentos do Wikileaks atestam o óbvio, o governo não presta, nunca prestou e nunca prestará. Jamais vai resolver problema algum.
O que vazou não importa.

Me chamou a atenção uma notícia hoje, de que o mesmo site vai divulgar informações sobre um "grande banco". Isso é mais interessante. Além da pilantragem de salvar os bancos abertamente com dinheiro alheio e óbvio que altos cargos de bancos e políticos se reuniram pra discutir a pilantragem por baixo dos panos. Se reuniram provavelmente comendo do bom e do melhor as custas do contribuinte.
Enfim, isso também não é importante.

Ter informações sobre um "grande banco" é uma coisa interessante e muito importante. Dá pra ganhar dinheiro com isso. E eu suspeito que alguém esteja ganhando, teria de ser um idiota para não ganhar. Quem detém a informação é a turma do Wikileaks. E agora?
Pois é, o site é legal, mas tem muita gente achando que é mais do que é. Eles ganham dinheiro como qualquer outro. E tem acesso a informação antes que o grande público. Usam e abusam dela.

É engraçado esse círculo; populaçao gosta de governo; governo erra; site divulga o erro; site endeusado ($); população acha que a solução é mais governo; mais erros; site ($$) > Deus...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Campanha contra a Xenofobia

Lembram que quando um pessoal "xingou muito no twitter" os nordestinos, a patrulha do politicamente correto entrou em ação e está processando uma guria (que começou a história) por xenofobia?

Motivado por isso eu lanço aqui no econosheet uma campanha contra a xenofobia. É evidente que não é contra essa guria. Por sinal, eu acho que as pessoas que consideraram esse um crime de xenofobia estão em uma dessas categorias:

1-Não fazem idéia do que é xenofobia;
2-Sabem o que é xenofobia, mas modificam o sentido das palavras quando lhes convém. É equivalente a quem chama de fascista quem acha que o combate ao crime deveria ser mais duro.

A acusação é estúpida porque é impossível alguém cometer crime de xenofobia contra um compatriota. Faz tanto sentido quanto, por exemplo, o Marcelo me processar por racismo se eu chamar ele de "branquelo".

Agora, existe sim xenofobia no Brasil e ela é incentivada em praticamente toda a escola e universidade. É tão comum que ninguém se dá conta. Falo de ódio contra os norte-americanos, obviamente. Isso é pregado todo o dia no Brasil, de forma quase doentia. Por isso essa campanha é tão importante. Sempre que alguém fala do grande satã, e diz que a culpa das nossas mazelas é dos norte-americanos, está cometendo um crime de ódio. A patrulha do politicamente correto deveria agir, mas ela apóia isso. Então, para provar que nós somos ainda mais corretos, vamos abrir um processo sempre que ouvirmos discurso contra o povo norte-americano.


Obs: Ainda que a idéia seja muito divertida, por defesa da liberdade de expressão (e porque seria impossível abrir milhões de processos diariamente), esse post é brincadeira. Eu adoro os EUA, mas acho que quem odeia tem o direito de manifestar seu ódio, desde que não parta para agressão física. Assim, como quem odeia qualquer outro grupo.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Inflação

Depois que começou a operação militar contra os traficantes, a pleiboizada da Zona Sul carioca deve estar desembolsando alto por uma bucha de pó.

Ao largo da guerra civil, os mercados seguem se equilibrando.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A universidade homofóbica

Quando li a manchete com os dizeres: universidade em São Paulo quer ter o direito de ser homofóbica fiquei animado pra postar alguma coisa.
Lendo o texto perdi um pouco a vontade.

Eu acho que a universidade deveria ter o direito de ser homofóbica.
Quem não concorda que estude em outra universidade.
A insituição é privada, se não recebe verbas públicas, que faça o que bem entender.
Se tiver critérios objetivos de seleção, tudo bem. Leia as regras, entra quem quiser.

Tornar homofobia crime... o Brasil não aprende!
Não se pode proibir alguém de acreditar em alguma coisa, seja ela que homossexuais são inferiores ou que a Venezuela é uma democracia. Muita gente acredita nos dois. Na minha opinião são duas bobagens, mas é direito delas acreditar.
Como Becker explicou, os discriminadores saem perdendo no mercado.
Agir são outros 500, agredir pessoas é crime, independentemente da sexualidade, religião ou da cara delas. Se a polícia é conivente com agressores, é um problema de organização da polícia e não de isso ou aquilo ser considerado crime.
Se a lei mudasse a mentalidade das pessoas quanto a homofobia, não existiria muita diferença entre diferentes regiões de um mesmo país (supondo que não existam leis estaduais). Qualquer um sabe que em cidades menores geralmente a mentalidade é mais conservadora.

A universidade tem o direito de ensinar o que bem entender. O problema é dos alunos.
Tantas universidades (principalmente federais) pregam o fim da economia de mercado; defendem ideais soviéticos de assassinato em massa; defendem que o consumidor latino-americano deva ser lesado com protecionismos tolos; instruem pessoas para confiscar a propriedade de outros, garantida por lei... por que uma não pode ter o direito de não gostar de homossexuais?

Seguindo essa lógica maluca a gente poderia proibir a esquerda conservadora do Brasil de pensar, coisa que na realidade já não fazem muito.

Pra mim não é uma questão de como Deus ou o Diabo acham que as coisas são ou deveriam ser. É uma questão de liberdade de opinião.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Câmbio I

No Brasil o câmbio sempre atrapalha.
Nunca está bom, sempre valorizado ou desvalorizado demais. E sempre se não for tomada uma medida a economia vai à falência.
Se escuta muito esse tipo de bobagem na televisão.
Agora tá na moda dizer que o Real está sobrevalorizado.
Não vou entrar nos méritos disso. Quero apenas dizer que câmbio valorizado pode ser bom pro país.
A maior parte da "saúde" é importada, equipamentos, remédios, etc.
Boa parte das máquinas são importadas.
Muitas dívidas são em dólares.

Períodos de câmbio valorizado são bons para aumentar a produtividade importando tecnologia.
Mas no Brasil a gente prefere reclamar, é mais fácil.

Por fim, Real valorizado é bom pras viajar pro exterior.
E tem muita gente que tem que sair do país pra abrir os olhos e largar de mão esses mitos nacionalistas de que o país é bonito, os habitantes simpáticos e demais atestados de insanidade.


Mais sobre câmbio em breve, espero.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Consumistas X Artistas

É muiro comum ouvir comparações entre a """cultura americana""" e a """cultura européia"""
Muitos dizem que os europeus sabem melhor das coisas, menos consumistas e mais artísticos que os americanos.
É curioso que nos últimos 100 anos a "cultura" superior dos europeus produziu, entre outros, Hitler, Mussolini, Franco... e nem falemos da França!
Outra curiosidade é que nesses 100 anos os artisticamente inclinados produziram muito menos bons escritores (na minha opinião) que os consumistas. Música? Mozart, Chopin... depois deles o continente* não produziu muita coisa.

E o mais curioso é que quando a coisa aperta e os monstrengos gerados pela "cultura" européia saem matando sem controle, os europeus sabem que a única saída é ligar pra Washington.


Enfim. Essa comparação de culturas EUA X Europa é uma bobagem, é generalizar sobre muita gente e sem muitos fundamentos lógicos. Mas claro que o cinema sempre tenta nos vender esse mito. É sempre bom contrabalançar com um filme da segunda guerra.

*exclui a grã-bretanha, obviamente.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

10 sinais preocupantes das eleições

Quando isso acontece no seu país, você deveria se preocupar:

10)A única justificativa que o partido que lidera as eleições presidenciais consegue dar para os seus escândalos de corrupção é: os outros fazem igual.

9)Os outros não questionam essa justificativa.

8)Um candidato a governador, impedido de concorrer por escândalo de corrupção, colocou sua mulher no lugar dele (puxou um Kirchner). Mesmo fazendo fiasco em um debate, ela foi para o segundo turno.

7)Um palhaço foi eleito o deputado mais votado apesar de dizer que ele não sabe o que um deputado faz, mas vai descobrir.

6)Mesmo quem votou nele tem certeza que, mesmo com 4 anos de mandato, ele não vai descobrir o que um deputado faz.

5)O candidato menos esquerdista era integrante da CEPAL.

4)O candidato mais esquerdista prometia, entre outras coisas, dar um calote nele mesmo (e no resto dos brasileiros).Esse candidato foi considerado o símbolo de integridade e inteligência na campanha.

3)A candidata que lidera as pesquisas participou de assaltos a banco e sequestros no passado. Isso conta positivamente no currículo dela.

2)Os dois candidatos ao segundo turno desistiram de discutir propostas (elas são iguais). Preferem competir pra ver quem é mais esquerdista e quem é o católico mais fervoroso.

1)Os candidatos são tão ruins que o maior motivo pra se votar no segundo turno é evitar pagar os 3 reais de multa por não se votar. Importante: o que incomoda não é o custo desses 3 reais, e sim que esse dinheiro vai pro governo e vai ser administrado por um desses dois desgraçados

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A esquerda mitomaníaca

O jornalista e escritor Marcelo Carneiro da Cunha escreveu o artigo "A Direita Ruge" para o Terra Magazine (aqui: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4722871-EI8423,00-A+Direita+Ruge.html). Cabe dizer primeiro que o Terra Magazine é, depois da Carta Capital, a maior fonte de besteiras da mídia brasileira. Eles publicam artigos de dois tipos de pessoas: comunistas completamente loucos e gente que se revolta com as cosias sem nunca apresentar solução, Marcelo Carneiro é comunista louco e revoltado. Vamos aos melhores momentos do artigo:

"A direita, estimados leitores, está aqui ao nosso redor, louquinha pra mostrar o que é bom pra tosse. Ela fez que saiu de cena e se mandou para o Maranhão, onde os Sarney cuidam de tudo e ninguém diz ai sem saber para que lado o vento sopra, mas não é verdade. Ela está aqui, ela está ali, ela está em toda parte, e sempre do lado da sombra, que é onde ela se sente mais à vontade."

Lendo o Olavo de Carvalho, eu aprendi que, quando o absurdo é muito grande, a gente tem que começar xingando, então vamos lá: MENTIROSO FILHO DUMA PUTA, tua idéia de direita é a coisa mais torta e absurda do mundo. Direita existe sim, tá aqui nesse blog, agora os Sarney não são direita coisa nenhuma, são apoiadores do Lula e da Dilma, que são da turma de vocês, desgraçados. A direita no Brasil não tem plano de tomada do poder, por sinal, nunca vai ter. Nós não gostamos de Estado, nem conosco nem com os outros. Quem tem plano de tomar o poder, de comandar tudo, inclusive a opinião pública é a esquerda brasileira.

"A direita sabe de ódio de classe, estimados leitores. Ela não entende, não aceita, não imagina um mundo de iguais."

Filho da puta, quem inventou essa merda de luta de classes foi o esquerdista-mor Marx. Foi ele que veio com essa história de que um burguês e um proletário são inimigos. A direita não quer nada disso, queremos um mundo com oportunidades pra todos. O que não queremos é igualdade forçada, que nivela tudo por baixo.

"Assim, estimados leitores, e para simplificar as coisas, o Chavez é de direita, assim como o Bibi. O odioso Ahmadinejad e seus aitatolás são pra lá de Bagdá, se o assunto é direitismo. Cuba é de direita, a Rússia idem. A Europa Ocidental é toda de esquerda, em matizes que variam em torno da clássica social-democracia, o Brasil tem sido governado de um jeito de centro esquerda, a Argentina é peronista, o que quer dizer que não há como saber de que lado ela fica."

Vai pra Venezuela e chama o Chavez de direitista pra ver o que te acontece. O Ahmadinejad é de esquerda? Então explica porque a direita mundial (o Bush e eu) odeia ele, enquanto os esquerdistas Chavez, Obama, Lula, etc adoram um bate papo com o iraniano louco?

Isso não é uma classificação do que o autor acha que é direita e esquerda, é do que ele acha que são o bem e o mal. O problema é que ele é de esquerda e sofre de uma patologia comum a vários esquerdistas (e alguns direitistas): achar que aqueles que concordam com ele são os bons e que os que discordam são os maus. Quando essa idéia ganha força, o que se faz é mandar os maus pro paredão, os pensamentos deles são ruins demais pra continuar existindo. Já viram essa história antes?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O pais do futuro

Muita gente acredita que agora é a vez do Brasil.
Cegos, só pode.

Em meia hora na rua se vê que o fracasso é mais provável.

10:00 da manhã.
6 pessoas entre 20 e 30 anos são pagas (creio) para abanar umas bandeiras de propaganda.
Elas não deveriam estar se preparando para o futuro glorioso?

Uma carroça com 5 pessoas gera um engarrafamento em uma das principais avenidas da cidade. Avenida que tem no total 4 pistas, estreitas por sinal. Dentro da carroça uma família. Pai, mãe, 3 crianças. Essas crianças não deveriam estar no colégio? Afinal de contas, o Brasil será o país do futuro.

Na sinaleira placas de políticos como: Mano Changes ("grande presença"); Juliana Brizola ("vote na neta do Brizola"); Danrlei (?)...

Me pergunto quem vai construir esse futuro.
Polítcos mediocres e/ou crianças analfabetas?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Privatização da Vale

Andei discutindo na comunidade da UFRGS (sim, é perda de tempo) e a questão descambou pra história das privatizações. Um commie veio me dizer que a Vale foi privatizada por 1% do seu verdadeiro valor. Tem duas formas de responder a isso:

-A primeira é a do bom-senso: a forma de privatização foi um leilão. O governo não ligou pros compradores e perguntou, "quer comprar a Vale por X?" Levou a empresa quem deu o maior lance. Sendo assim, como pode a empresa ter sido vendida por 1% do que valia? Não apareceu ninguém interessado em pagar 2% do que ela valia? Isso seria o equivalente a eu organizar um leilão de uma nota de R$ 100,00 e ter que vender ela por R$ 1,00 sem que aparecesse alguém interessado em pagar R$ 2,00.

-A segunda é uma análise dos dados da empresa. O controle da Vale foi vendido por US$ 3,3 bilhões, e representava 27% do capital total da empresa. Ou seja o valor de mercado total da empresa era US$ 12,2 bilhões. Uma das formas mais comuns de avaliar se um ativo está caro ou barato é verificar a relação preço/lucro. Em 1996, último ano antes da venda, o lucro líquido da Vale foi de US$ 497 milhões. Ou seja, a Vale foi vendida com um preço 24 vezes maior que o seu lucro. Atualmente, a empresa tem um valor de mercado de US$ 138 bilhões e um lucro líquido de US$ 5,8 bilhões, 23 vezes maior, ou seja, mais vantajosa agora que em 1997. O resumo disso é que o governo não entregou a Vale de graça nem nada assim. O valor dela era baixo porque, como estatal, ela gerava pouco lucro. O valor aumentou muito, não por causa de calote e sim porque, como empresa bem administrada, ela cresceu e se tornou muito lucrativa.

Ah, só de imposto de renda foram 2,8 bilhões de dólares em 2009, quase 6 vezes mais do que a empresa lucrava em 1997 quando era do Estado. Ou seja, mesmo em receita gerada pro Estado, a venda da Vale foi bom negócio.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Estatística Soviética

Para aqueles interessados em Estatística e livros de divulgação científica, Uma senhora toma chá é um barato.

Ao descrever a vida e o trabalho de Kolmogorov, David Salsburg dedica uma seção do capítulo voltado ao gênio russo à estatística soviética. Um "compacto" para os leitores terem noção do drama:

"Apesar de Kolmogorov e seus alunos terem dado importantes contribuições para as teoria matemáticas da probabilidade e da estatística, a União Soviética pouco lucrou com a revolução estatística, o que exemplifica o que acontece quando o governo sabe a resposta "correta" para todas as questões. (...) Com a chegada do terror stalinista, nos anos 1930, a fria mão da teoria comunista ortodoxa - O.o - caiu sobre essas atividades [voltadas à estatística]. Os teóricos do Partido (os teólogos da religião deles, segundo os santos Marx e Lênin ...) consideravam a estatística um ramo da ciência social. Sob a doutrina comunista, toda ciência social era subordinada à planificação central. O conceito matemático de variável aleatória está na base dos métodos estatísticos. A expressão russa para variável aleatória se traduz como 'magnitude acidental'. Para os planejadores e teóricos da Administração Central, isso era um insulto. Toda atividade industrial e social na União Soviética estava planejada de acordo com as teorias de Marx e Lênin. Nada poderia ocorrer por acidente. Magnitudes acidentais poderiam descrever coisas observadas em economias capitalistas - não na Rússia. As aplicações da estatística foram rapidamente sufocadas."

... Aliás, a matemática e a estatística são só mais dois daqueles ramos do conhecimento burguês que, nos últimos séculos, permitiu o desenvolvimento contínuo de técnicas e máquinas que não só multiplicaram a produção, reduzindo preços de bens antes inacessíveis aos pobres, como tornou o trabalho, em muitos casos, bem menos penoso.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Estímulo - Resultados

A Folha publicou isto hoje.
Dessa vez a culpa não é da Folha. A informação deve ter vindo assim.

Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, a injeção de dinheiro público permitiu estimular o crescimento econômico entre 1,7% e 4,5%.

Por que não um intervalo de 1,00% a 5,00%? Ou qualquer outro...
Isso vem de um modelo (ok, pode ser chutado).
Vale a pena confiar nesse modelo?
Se esse modelo é bom, pq temos visto tantos erros de previsão nesses tempos de crise?
Essa crise não é algo "nunca antes visto" ou "o início do fim dos tempos"?
Que adianta então rodar um modelo com dados de um passado que não se vive mais?
E será que é um modelo adequado mesmo em períodos de calmaria?
E quanto pesa a política no modelo?


De acordo com números oficiais, o investimento público foi de US$ 787 bilhões, mas segundo sua própria estimativa, o custo foi superior a US$ 814 bilhões.

Algo em torno de 2150 dólares/habitante.
Será que os consumidores tiveram uma melhora de mais de U(2150)?

É. Eu acho que o governo -não só ele- não tem muita idéia do que está acontecendo e fica tentando a glória ao custo do bom e velho contribuinte.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

IBGE e o Neoliberalismo

Esse ano tem censo no Brasil. E eu vou esperar os recenseadores com uma espingarda em casa. É isso mesmo, ficar lá de tocaia, em uma cadeira de balanço com uma espingarda (southern style). Brincadeira, os recenseadores não tem culpa de nada e eu até gosto do censo, mas estou apavorado com o IBGE. Por que isso? Por causa desse texto que o Marcelo me mandou:


Esse texto não é só comunista, é uma das coisas mais estúpidas que eu já li na minha vida. Vamos aos "melhores momentos":

"Muito pelo contrário: os "excluídos" são parte integrante da sociedade, e vemos que cada vez mais as desigualdades aumentam."

Commies, no Brasil o ponto de inflexão da concentração de renda, ou seja o momento onde a renda passou a se tornar menos concentrada é exatamente o meio da década de 90 quando o país estabilizou moeda, fez privatizações e abriu o mercado. No mundo a concentração de renda tem diminuído em boa parte pela abertura de mercado na China que faz o país crescer e reduz a desigualdade. Não existe nenhum dado que mostre relação positiva entre liberdade econômica e concentração de renda, existem vários que mostram o inverso disso. Portanto, enfiem esse discurso no rabo, chega de infectar a mente de gente em idade escolar com essa porcaria (sim, é a única forma de garantir que essa besteira continue sendo dita).

"Como você já sabe, as mercadorias acabam não sendo produzidas de acordo com as necessidades da população e sim de acordo com as necessidades do mercado."

Amiguinhos do IBGE, quem será que define as "necessidades do mercado"? Será que o mercado é uma entidade maligna com vontade própria? Evidente que não, o mercado é formado por pessoas e empresas. Quem demanda os bens são pessoas e as pessoas escolhem os bens que elas mais gostam. Quem oferece os bens que elas não gostam, cai fora do mercado. Por isso que a Microsoft ainda existe e a COBRA desapareceu. Viram que mágico?

"Basta o exemplo, que não é incomum, de produtores que destroem alimentos para que seu preço se mantenha alto no mercado."

Pessoal, vamos aos fatos: é sim bastante incomum que isso aconteça. E não por bondade dos produtores, é porque eles não são IMBECIS (ao contrário dos funcionários do IBGE TEEN). O fato é que o mercado de produção de alimentos é um dos mais descentralizados do mundo, ou seja, nenhum produtor tem influência significativa sobre a quantidade produzida e assim, nenhum consegue influenciar o preço. O produtor que destruir sua produção está jogando dinheiro no lixo, por isso não existem exemplos de tamanha imbecilidade.

Quer dizer, quase não existem exemplos. Nosso querido líder Getúlio Vargas fez isso pra salvar os cafeicultores. Ou seja, ele jogou nosso dinheiro no lixo. Bastante estúpido, não? Tanto quanto esse texto do IBGE, que foi criado exatamente no governo do nosso querido líder Getúlio Vargas. Viram que mágico?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Trocas e trocas

Li uma pequena reportagem sobre um sujeito que fez umas trocas na internet, saindo de um clips vermelho para uma casa. Claro que não trocou diretamente um pelo outro.

Isso me fez pensar em dois pontos importantes da economia: liberdade de escolha e informação.

O processo de trocas é válido pois é baseado em trocas voluntárias, o mesmo princípio de funcionamento da economia de mercado. Ninguém saiu prejudicado. Sempre se trocou menos utilidade por mais utilidade. Gerou-se utilidade sem produção, apenas realocando os bens entre os consumidores. Se o jogo terminasse por aqui...

Em troca direta não há preços monetários. Geralmente os bens sendo trocados possuem alguma espécie de valor sentimental ou simplesmente não são comercializados normalmente, não possuindo um preço em unidades monetárias. Preços refletem informações importantes na economia. Sair de um clips para uma casa foi possível pq as trocas não foram mediadas por moeda.

Claro que alguns comunistas tentam ver nisso um grande futuro. Ir no supermercado com clips, canetas e mais uma bugigangas e sair com o carrinho cheio de delícias importadas.
Pessoalmente acho que a brincadeira é divertida e se presta pra algumas conversas econômicas. E termina por ai

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Meat is murder?

"Murder, as defined in common law countries, is the unlawful killing of another human being with intent (or malice aforethought), and generally this state of mind distinguishes murder from other forms of unlawful homicide (such as manslaughter). As the loss of a human being inflicts enormous grief upon the individuals close to the victim, as well as the fact that the commission of a murder is highly detrimental to the good order within society, most societies both present and in antiquity have considered it a most serious crime worthy of the harshest of punishment."

Not really.

Por que isso no econosheet? Bom, além dos blogueiros aqui serem carnívoros (nós somos inclusive ativistas dessa causa), a idéia é combater o discurso politicamente correto que está por trás da cultura anti-carne.

Parar com a carne porque acha que o gosto é ruim (you fail at tasting)? Ok, todos tem o direito. Porque acha pouco saudável, aí já se começa a derrapar, comer carne, especialmente branca, é importante pra uma dieta balanceada. É possível viver sem carne assim como é possível viver sem salada, a pessoa sobrevive, mas faltam nutrientes imporantes. Mas essa também é uma justificativa aceitável e inofensiva, ainda que falaciosa.

Agora, o "meat is murder" que é o problema. Matar animais para garantir a própria alimentação não tem nada de crueldade, já foi uma questão de sobrevivência para a nossa espécie e continua sendo importante para nos mantermos e principalmente para nos mantermos bem (não existe carne de soja pra humanidade inteira e aquilo nunca vai se comparar a um bife de lomo de 5 cm de altura, como os que se encontra em Buenos Aires). E o maior problema é que a origem desse discurso é a mesma de todo o discurso politicamente correto.

A "political agenda" que quer nos fazer parar de comer carne é a mesma que diz que quer "tornar o capitalismo mais humano"(leia-se acabar com a economia de mercado), tornar a imprensa "mais responsável" (acabar com a liberdade de imprensa), extinguir qualquer forma de estereótipo (leia-se proibir as piadas) e acabar com o consumo de petróleo (ou seja, nos fazer andar a pé, independente da distância).

Acho que se o discurso politicamente correto triunfar, acaba com a nossa liberdade e com a nossa sociedade. Mas disso eu não tenho certeza, é só um chute. O que eu tenho certeza é que o mundo ficaria muito mais chato.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Melhor negócio do mundo

Diziam que o melhor negócio do mundo é comprar um argentino pelo que ele vale e vender pelo que ele diz que vale. O Marcelo pode fazer um post sobre isso dizendo se é verdade ou lenda.

Agora, me parece que aqui no Brasil surgiu um negócio ainda melhor: compra de votos legalizada E com o dinheiro dos outros. Olhem o que uma estudante da UFRGS escreveu sobre o critério dela para definir voto:

"Meu critério é o de agradecimento, se não fosse a implementação das políticas sociais de certo partido eu não estaria aqui, poisé. Thanks bolsa familia e semelhantes xD.(...)O que o Lula indicar, eu voto !!"

Acho importante dizer que eu não sou radicalmente contra bolsa família e afins. Acho que tem seu mérito porque deixa a pessoa definir com o que quer gastar dinheiro. É melhor que fila da sopa ou bobagens do gênero. Seria bom que o governo expandisse isso e deixasse as pessoas escolherem escolas pros filhos e hospitais no setor privado. Pagar pra uma pessoa estudar em uma escola privada é muito mais barato e eficiente que fazer escolas públicas.

Agora, o problema é o governo propagandear essas coisas como próprio mérito. Primeiro que o Lula não é o inventor dos programas assistencialistas e eles não vão acabar no próximo governo, independentemente de quem for eleito. Segundo que não é o governo que paga por essas coisas. Se o Lula pegasse o dinheiro dele (supondo que não tivesse nada público no meio) pra bancar as mesadas, tudo bem, ele poderia se vangloriar dessas coisas. Agora, quem paga a festa somos nós.

Os contribuintes pagam pelo bolsa família. Se alguém acha justo doar seu voto pelos responsáveis por esse programa, é tão justo doar pros blogueiros do econosheet quanto pro Lula. Aos interessados em doar o voto, agradecemos se ajudarem a eleger o Américo de Souza.

Obs: Como existem planos de censurar a internet, é bom ter cuidado com o que se escreve. Então deixo bem claro: o último parágrafo é uma brincadeira, não pedimos ou aceitamos qualquer forma de doação de votos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Hot Dog?

Estava dando uma olhada na Folha e encontro pela segunda vez em pouco tempo a expressão "hot dog". Que aconteceu com o bom e velho cachorro quente hein? Apesar de ser uma tradução direta é menos patético que dizer "hot dog", até pq as pessoas falam "roti dogui".

Tá, não tem nada a ver com economia nem nada o post. Mas enfim... economia é mais difícil que falar mal das coisas.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lógica estranha

Foi feita uma pesquisa em São Paulo buscando saber o nível de bem estar das pessoas na cidade. Os piores aspectos foram a segurança (75% das pessoas se disseram totalmente insatisfeitas) e o nível de satisfação com os governantes, que recebeu nota 2,3. O que surpreende não é isso, mas a conclusão que o idealizador do FSM, Oded Grajew tirou desses dados:

"Medo, desconfiança e instabilidade têm a ver com a falta da presença do Estado. A questão da segurança é fundamental para a qualidade de vida."

Ou seja, se as pessoas estão insatisfeitas com os governantes, a solução é dar mais dinheiro e poder pra eles.

domingo, 18 de julho de 2010

Analfabeto político

Acho que ninguém se escapou, durante o colégio, daquele texto do poeta e dramaturgo (e eu imagino que outras coisas cult) alemão Bertold Brecht. Podem ter certeza que agora que estamos em tempos de eleição, esse texto vai aparecer por tudo. Pra quem não lembra:

O

"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

Destaco uma frase:

"Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas."

É verdade que decisões políticas afetam o preço do feijão, do peixe, da farinha do aluguel, do sapato e do remédio. Por exemplo, a decisão de proibir importação de feijão aumenta o preço do feijão, isso é óbvio.

Mas muito pior do que os analfabetos políticos que ignoram que decisões políticas tem impacto no custo das coisas, são os analfabetos políticos que acreditam que só as decisões políticas são relevantes para os custos. Esses são os imbecis que mandam agricultores pro paredão porque tiveram que aumentar os preços dos grãos depois de uma quebra de safra. Esses são os imbecis que colocam uma economia à beira do colapso por proibir aumentos de preços na tentativa de combater a inflação. Em resumo, são os imbecis que tentam revogar as leis de mercado. Ah, e também são os imbecis em quem nós estaremos votando no próximo dia 3 de outubro.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Unfuck the gulf

Vídeo de uma campanha de ecologistas nos EUA:

http://www.youtube.com/watch?v=Ur34ChnrjJY

Eles falam muita merda aí no meio. Lá pelas tantas eles chamam o governo de too little.

Mas meu ponto não é esse, é simplesmente que até falando palavrão os ecologistas conseguem ser chatos. Muito chatos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ecofascismo

"O uso de sacolas plásticas para embalar mercadorias fica restrito no Rio de Janeiro a partir de sexta-feira, com a entrada em vigor da Lei nº 5.502 de 2009. Os parlamentares da Assembleia Legislativa do estado tinham aprovado o adiamento para janeiro de 2011, mas o Diário Oficial do estado publicou hoje o veto do governador Sérgio Cabral."

Quando o governo proíbe as pessoas e as empresas de decidirem como querem carregar suas compras, things have gone too far.

Existe o argumento de que sacolas plásticas poluem. Solução democrática? Mercado!

Se o problema é que elas consomem petróleo, não é necessário fazer nada, o preço do petróleo vai encarecer as sacolas e a produção delas vai diminuir, tudo se ajusta. Se o problema não for só esse, ou seja, se houver externalidade negativa no uso das sacolas, então a solução é cobrar um imposto no uso delas (tanto faz se no supermercado ou na produção, o efeito é o mesmo). O imposto deve compensar o custo que as sacolas geram pra sociedade. Assim, quem preferir utilizá-las paga pelo prejuízo dessa decisão que atinge outras pessoas.

Mas a decisão está longe de ser democrática, é proibição e ponto. Motivo? Bom, eu vejo dois: o primeiro é que a turma do meio ambiente é ignorante e não tem noção nenhuma de microeconomia. Por sinal, não deve ter idéia do que são externalidades, nem das maneiras de lidar com elas. O segundo é que esse pessoal é autoritário, pra eles ou a pessoa gosta de mato ou leva porrada. Isso, claro é herança dos tempos que eles eram comunistas (ok, são comunistas até hoje, mas não mais abertamente).

Começou com a sacola plástica, logo vão limitar as escolhas de carro (quem comprar um SUV é mandado pro gueto) e assim por diante. No final quem soltar um peido vai pro paredão por emitir metano, e eu não faço idéia do que eles planejam fazer com os cadáveres em decomposição, que emitem gases como CO2, que causam (yeah, right) efeito estufa.


Obs: eu exagerei aqui e ali, mas esse tema me irrita.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vale tudo?

Estava vendo um video sobre a violência da polícia nas manifestações em SC.
De fato horrível.

Mas fui levado a pensar em duas coisas.
1) Uma das manifestações era contra o aumento das passagens de ônibus.
Alguém se presta fazer uma análise de pq a passagem é "tão cara"?
Obviamente não vale o chavão clássico de "empresários malvados".
Rapidamente se pensa no seguinte:
i) Existe concorrência ou não nesse setor? A resposta é um claro não.
Funcionam com base em consessão de linhas por parte da prefeitura. Empresa A e empresa B operam linhas distintas.
ii) Há liberdade tecnológica? Não, não se pode demitir cobradores.
iii) Preços são livres? Não.

Isso é o suficiente para o sistema ser ruim.
Se os preços são determinados pelo governo e não há concorrência, há uma pressão constante para aumentá-los, até o governo ceder.
Se houvesse livre entrada e concorrência, os preços se ajustariam aos demais. Se empresa A explora a linha 10 cobrando 2,00 e a empresa B a mesma linha a 2,50, é óbvio que a empresa B vai se dar mal, ou 50 centavos não têm importância e as pessoas pegam o primeiro que passar. E os lucros se normalizariam com os da economia.
Um bom exemplo da falta de análise de custos é que uma das empresas de ônibus de Porto Alegre é deficitária, pois tem linhas que percorrem distâncias muito grandes. Mesmo assim todo o mundo reclama do preço da passagem.

Outra coisa importante é que vivemos em uma democracia, ou algo assim, sempre tem políticos falando em "passe livre" e essas coisas, mas a população ainda prefere pagar os seus R$ 2,35 a viver uma "psol-ização" de sua vida.

2) Não é essa mesma gente que protesta contra isso e aquilo, aquela que se cala quando o MST destroi os laboratórios da Aracruz? Quando o MST usa crianças como escuto humano? Quando se queimam ônibus e se quebram vitrines?

Não acho que a polícia tenha o direito de agredir manifestantes (desde que pacíficos), de modo algum, mas também não deve ficar parada quando se destroi a propriedade privada.


Por fim, o que mais me assusta nisso tudo é acreditar que a solução é por mais Estado nas coisas.
Quanto menos Estado existe, menos força ele tem pra "prender e arrebentar".

terça-feira, 11 de maio de 2010

Good old Britain!

David Cameron é o novo primeiro ministro da Inglaterra.
Chega de partido trabalhador, 13 anos.
Isso é bom. Apesar de não ser uma vitória com maioria.
Não sei nada sobre ele, nem sobre seus planos*.

Mas é bom ver que a resposta da Inglaterra a essa turbulência toda é o partido conservador.
Principalmente depois de os EUA terem eleito um democrata-comunista.

A Inglaterra sempre difundiu muitas idéias pelo mundo.
Talvez essa seja mais uma.
Tomara.


*ignorar o post se ele for um comunista disfarçado

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A sociedade é pedófila

Sim.
O arcebispo de Porto Alegre disse essa bobagem.
Gostaria de saber o que é a sociedade e como ela pode ser alguma coisa.

A coisa está cada vez mais bonita. A igreja se defendendo com chavões comunistas. Comunistas com chavões religiosos...

Pior de tudo, imagina se a moda pega como defesa válida.
Ai sim Brasília vira uma festa. Os poucos que lá não roubam vão meter as mãos nos nossos bolsos com a desculpa de que Brasília é corrupta, então está tudo bem.

E essa frase do arcebispo só mostra o que todos já sabem: comunistas comem criancinhas.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ciclos Políticos

No Brasil, o governo de qualquer partido não é mais catastrófico para a economia do que o último ano do mandato de qualquer governo.

domingo, 2 de maio de 2010

Protesto pra cá protesto pra lá

Primeiro de maio é marcado por protestos violentos na Alemanha, principalmente em Berlin e Hamburgo.
Os protestos são sempre dos mesmos grupos, nazistas e comunistas. Comunistas fazem um protesto duplo, brigam com os nazistas e fazem seu próprio.
Sou contra os três, obviamente.
Nazismo e comunismo são duas ideologias muito próximas, isso é claro.

Mas, se os comunistas reclamam da violência da polícia, por que vão brigar com os nazistas?
Para mim, as duas ideologias são tão vazias de conteúdo que só diferencio a cor das camisetas.

Protestos comunistas sempre terminam em lojas quebradas, carros queimados, etc.
Por que?
Alguém já viu um protesto de mães querendo melhor educação para seus filhos terminar com algum ferido?
Minha teoria é que 99% lá não tem nem idéia de que é comunismo e tá só pela diversão de jogar pedras e garrafas por ai. Conheci um sujeito num trem na Alemanha uma vez que estava indo pra um protesto, andava com um livro do Lênin sobre imperialismo na mão. Comecei a falar com o cara sobre o livro, eu tinha lido uma boa parte há uns anos... termina que o cara não tinha idéia do que tratava o livro e achava ele muito chato. Mas andava com ele na mão.

Enfim, o ponto é que um protesto que sempre termina em violência por violência não é válido, principalmente em um país democrático como a Alemanha.
Quer ser comunista? Seja, mas seja em paz. Não é proibido escrever ou pendurar uma bandeira na janela.
E o que tira ainda mais a razão dos comunistas, a liberdade de expressão comunista no país é muito maior que a nazista, obviamente, apesar de serem as duas, no fundo, a mesma coisa. Qualquer esforço intelectual sério para combater as duas é válido (convenhamos que nao precisa muito né).

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mais um!

Mais um prêmio pra UFRGS e mais um pro nosso professor Giácomo.
Parabéns!
Abaixo a notícia do ppge.

É com satisfação que este Programa de Pós-Graduação em Economia, informa que Professores e Alunos são premiados no Premio Microsoft de Derecho Y Economia), na XIV Conferencia de Analisis Económico del Derecho de La Associación Latinoamericna e iberamerica de Dereocho Y Economia (ALACDE) realizada em El Salavador como segue:


Trabalho:

ADOLESCENTES INFRATORES: CONTEXTO PESSOAL E SISTEMA DE JUSTIÇA JUVENIL
(YOUNG OFFENDERS: PERSONAL ENVIRONMENT AND JUVENILE JUSTICE SYSTEM)

Autores:
Amin, M.C.; Iglesias, J.R.; Comim, F.V.; Mattos, José Ely de do PPGE/UFRGS - Economia Aplicada

(trabalho apresentado pelo prof. Giácomo balbinotto Neto)

- A HISTÓRIA DO PENSAMENTO EM DIREITO E ECONOMIA REVISITADO: CONEXÇÕES COM O ESTUDO DA RESPONSABILIDADE CIVIL NO BRASIL.

Autores: Giácomo Balbinotto Neto (PPGE/UFRGS) e Eugenio Battesini (PPGDIR - UFRGS e AGU)


Evento:
XIV Conferencia de Análisis Económica del derecho de la Associación Latino American e Ibérica de Derecho Y Economia (ALACDE)- El Salvador
www.alacde.org

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A vida não é um piquenique

Eu sempre fui um entusiasta das ciências e artes. Acho que elas constituem o todo do legado humano - o resto, os demais seres que transitam pelo planeta também fazem.

O que me incomoda é ter que ler ou ouvir alguns debilóides falando que a educação em geral não deve ser, de maneira alguma, orientada para o mercado de trabalho: que isso é a prostituição do conhecimento.

No fundo os defensores dessa bandeira ignoram completamente como a vida humana tem funcionado desde que surgiram os traços mais rudimentares da divisão do trabalho.

É muito bonito - e também muito burguês (porque todo comunista é um burguês envergonhado) - entoar loas à Antiguidade Clássica, à filosofia de Aristóteles, à fúria de Nietzsche e querer que as crianças tenham uma consciência crítica (e esse pessoal é competente em criar pleonasmos). Essa preocupação iritual que desdenha o mundo material é bem típica daqueles que acham que a comida chega às suas mesas por passe de mágica; que creem que o carvão que vai pra dentro da lapiseira - pela qual escrevem inflamados discursos contra o FMI - se teletransporta das minas.

No fundo, estes defensores do banimento de uma educação ligada, de alguma forma, à produção desprezam o fato elementar de que para se ter acesso aos tomates e a um belo naco de carne no final do dia, eu tenho que levar ao seio desta aldeia global algo que os meus pares julguem útil: afinal, tenho que convencê-los que sou merecedor desses tomates e do fiambre.

(Só não comentem o post com a frase que fala da benevolência do açougueiro...)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Chicago é Chicago

Há uns dias fui numa palestra do Fernando Álvarez, professor na Univ. de Chicago.
Nunca tinha ido a uma palestra de alguém desse nível.
Foi impressionante.
O paper apresentado era bem complicado. Boa parte dos estudantes saiu lá pela segunda ou terceira lâmina.
Entre os professores da "banca" estava R. Manuelli (professor em Minnesota). O resto eram locais, com phd em Columbia, Harvard e South hampton.
A cada comentário dos professores, eu pensava: nossa, como ele vai sair dessa?!
E o cara respondia muito bem e muito rápido.

Enfim, foi interessante pra ver que Chicago é Chicago!
E, o cara é muito simpático, mesmo depois de eu ter feito uma pergunta estúpida não me mandou à merda... ficou falando de umas coisas relacionadas a minha pergunta e tal que eram legais de estudar... e de um monte de papers que eu obviamente nao tinha lido...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Inconsistência verde

Mes passado acaonteceu aquela bobagem de apagar as luzes pelo planeta.
Buenos Aires aderiu a essa coisa.
Uma vergonha.
A cidade não tem coleta seletiva de lixo.
O país subsidia a energia eletrica.
Subsidia o gas também.

Qualquer coisa verde é assim. É muito bonito falar, mas na hora de realmente fazer alguma coisa bate aquela preguiça.
As pessoas só querem fazer alguma coisa pelo "bem verde", mas tem que ser a menos cansativa.
Qualquer mudança de comportamento deve acontecer através do mercado, e não indo contra o mercado.
Isso mostra, mais uma vez, o que o movimento verde, bem como todos os outros que vão contra a economia de mercado, é feito por gente sem conhecimento (econômico).

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O dia em que o Google maps quase me matou

Esse post não tem nada a ver com economia na realidade. Mas é legal ver uma suposta "falha" no google maps.

Recebi um aviso dos correios de que tentaram me entregar uma ecomenda mas eu nao estava e deveria buscar em tal lugar.
A coisa começou meio estranha pq no suposto horário da entrega eu estava em casa.
Achei que o carteiro tava de sacanagem comigo.
Ai fui checar o endereço no google maps, 15 km de casa. Ai pensei que o carteiro de fato tava rindo muito da minha cara.
Não conseguia achar uma linha de ônibus que me deixasse perto do tal lugar em menos de 50 minutos de viagem.
Um trem me deixaria a cerca de 2km do local, nada mal. Como era longe de casa fui checar se era um bairro "caminhável". O fato é que no Google maps não dava pra ver claramente qual era o bairro, mas procurando no Google normal pelo nome dos bairros parecia que seria uma caminhada interessante, casas antigas... apenas um pequeno trecho estava incerto, exatamente na fronteira entre a cidade e a provincia.
Um tempo depois falando com um amigo tava explicando a sacanagem do carteiro e tal e ainda acrescentei que os bairros todos se chamavam "villa" alguma coisa.
Meu amigo disse "relaxa, pelo menos não é a fuerte apache". Fiquei curioso com o que seria a tal da fuerte apache... pesquisa daqui, pesquisa dali descobri que é um dos lugares mais perigosos da américa do sul, ou seja, do mundo (tá, talvez seja comparável ao RJ [pelo menos em termos midiaticos]).
E pior, a pesquisa me disse que a suposta agência dos correrios ficava a 1 quadra do início do fuerte apache.
Nesse ponto eu já estava achando que o carteiro era um sádico.
Pois bem, estava na dúvida se tentava arranjar um colete aprova de balas ou se deixava para lá o livro.

Resolvi procurar de novo na internet... e encontro o lugar "certo". A 1 km de casa.

A confusão gerada pelo google é que existe uma rua na provincia que tem o mesmo nome de uma avenida na cidade. Um "vocês queria dizer..." teria sido útil.
Enfim, o googlemaps poderia por umas caveiras ou sei lá em alguns lugares.

Bom, cuidado!


PS. Desculpa o post na ter nada a ver com economia... mas vai dizer, essa história é muito mais divertida do que meus textos normais.

terça-feira, 30 de março de 2010

Econosheet 2 anos e meio adiantado

Catherine Hakim, uma professora da London School of Economics, publicou um artigo onde ela identifica o conceito de capital erótico, considerado por ela um atributo profissional importante.


Ela afirma que uma pessoa bonita pode ter uma remuneração 10 a 15 % superior à de uma pessoa com aparência mediana. Além disso, é muito difícil que políticos muito feios tenham sucesso na liderança de partidos. No estudo, é dito que o capital erótico tem 6 componentes: Beleza, Atratividade Sexual, Atratividade Social, Vivacidade, Apresentação, Sexualidade e Fertilidade.

Qual o motivo do título do post (e aí vai uma baita auto-propaganda, mas eu não resisti, adoro aquele post), é que em 30 de outubro de 2007, quase 3 anos atrás eu falava aqui dos ganhos obtidos com a beleza mesmo em profissões onde ela não seria necessária.

O post se chama Análise econômica da beleza: uma homenagem à Anna Kournikova. http://econosheet.blogspot.com/2007/10/anlise-econmica-da-beleza-uma-homenagem.html Como tá explicado no post, não só esses ganhos são bastante relevantes, mas, na minha opinião, não necessariamente são injustos.

Sabia que a Anna Kournikova daria sorte.


segunda-feira, 29 de março de 2010

O legado de Lula

Finalmente estamos no último ano do Lula.
Acho que ele vai deixar um legado importante para o país.
Lula finalmente conseguiu mostrar à "classe" média que não existe salvador da pátria. Aquele cara da esquerda que vai lutar contra as injustiças do mundo, distribuir dos ricos pros pobres.
Ficou claro que o bem estar de todos e de cada um depende muito mais de preços estáveis e dedicação do que de um presidente.
Ficou claro também que não importa quantos dedos o presidente tenha ou quantas línguas fale, mas sim como vai a economia. Ou seja, um presidente deve ser aquele que sabe o que falar em cada hora e em cada lugar e não nos envergonhe negociando com terroristas, acreditando que a França sabe produzir caças ou bebendo além da conta.
Enfim, acho que talvez essa "classe" que, eu politicamente tanto desprezo, venha finalmente a amadurecer politicamente.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Presidente 2010- Américo de Souza (PSL)

Recebi essa notícia e achei interessante: Pré-candidato a presidente pelo PSL defende privatização total (http://www.libertarios.com.br/index.php/forum/9-noticias/316-pre-candidato-pelo-psl-defende-privatizacao-total)

"Extinguir todos os impostos e privatizar tudo: estatais (inclusive Petrobrás), rodovias, unidades de saúde e todo e qualquer órgão ou serviço ligado ao Estado. Essas são as duas propostas centrais do programa de governo do pré-candidato a presidente Américo de Souza (PSL), ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho. Definindo-se como “o candidato da juventude”, ele visitou a Câmara de Osasco, nesta terça-feira (02), e explicou ao Diário seu projeto para que tudo seja transferido para as mãos da iniciativa privada."

Ou seja, parece que teremos um não-comunista concorrendo nas próximas eleições. Acho que vale apoiar o cara, só por levantar a bandeira do liberalismo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ainda sobre a formatura

Resolvi escrever alguma coisa sobre o tal discurso.
Antes de tudo, é válido destacar que o autor do discurso é um ótimo professor, apesar da visão de mundo "disjunta" da minha.

O discurso do professor apresentou dois problemas.
Primeiro. Não há nada de errado com fechar livros, é uma escolha pessoal. Como comer ou não carne. Obviamente o que lemos nos traz alguma espécie de conhecimento. Bem como comer carne nos dá nutrientes.
Em nenhum momento nosso colega Diego disse que os livros do Marx deveriam ser lacrados, mas simplesmente disse que ele, Diego, não vai mais abrir um. Escolha pessoal, ele vai arcar com os custos e aproveitar os benefícios dessa escolha. [excluindo externalidades]
O ponto que o professor não tocou é o custo de oportunidade de ler Marx, ou qualquer outra coisa. Enquanto se lê Marx não se lê Friedman, Saul Bellow, ou Caras.
Obviamente o Diego não vai deixar de abrir livros, aliás, é um dos poucos daquela turma que vai continuar estudando.
Não ler mais Marx é uma aposta que ele faz. Ele acredita que ler Marx traz menos retorno que ler o Mas-colell. Isso depende de cada um.
Sem fechar livros não se chega a lugar algum.

O segundo ponto. O professor falou que a universidade de Leiden foi fundada por escolha popular. A população concordou em aumentar impostos...
Mas quanto era a tributação na época da fundação da universidade? E a população achava essa tribução "justa" ou não?
Claro que é muito fácil aumentar impostos se se paga 0,1% da renda. Ou mesmo quando se paga 50% e a visão geral é de que isso é correto e deve ser assim.
O problema é querer financiar educação com uma tribução mordendo os 40%, sendo que ninguém deve achar esta "justa".
No atual estado das coisas sou contrário até a tributação de todos em meu benefício. Mesmo que houvesse uma lei que cada brasileiro deveria me dar 50 centavos eu ia negar, por que o governo iria dar um jeito de fazer com que eu repassasse mais do que recebesse.
Inclusive, o Stuart Mill já escreveu sobre a confiabilidade dos holandeses... e todo mundo sabe que no Brasil vale a lei de Gerson.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Hayek e o derrotismo

Certa vez me disseram que esperavam mais de O Caminho da Servidão; que, enquanto baluarte do liberalismo, gerava uma grande expectativa que acabou não se concretizando: se aquela era a melhor defesa que os liberais tinham para as suas idéias, qual seria a pior?

A Ciência Econômica é um apanhado de obviedades minúsculas que, arroladas, conduzem a conclusões nem sempre tão óbvias. Nossa Ciência ganhou o epíteto de lúgubre - eu entendo assim - por tratar de temas mundanos e mesquinhos. Não nos gabamos de pensar no bem, na felicidade e na redenção da civilização humana à moda dos gregos. É natural que, enquanto economistas, guiemos assim nossos pensamentos pois esta é a natureza da nossa Ciência. Somos os arautos da desgraça, os caras que interrompem a festa pra avisar que a cerveja não vai durar a noite toda. Dentro de todas as restrições que nos são impostas, oferecemos as melhores respostas - o que não quer dizer que elas sejam ótimas no sentido grego da coisa.

O que revolta tanto a tantos na obra de Hayek é o balde de água fria que ele atira nos sonhos daqueles que acreditam que é possível dar um jeitinho pra conseguir almoço grátis para todos. Ele não dá uma saída mágica para as "crises". Para tudo, a sua resposta é "deixe o mercado agir". Mas ele não dá garantia nenhuma. Pondera, inclusive, que as soluções via mercado não tem um prazo determinado para "darem certo": elas são lentas.

Àqueles que esperavam fórmulas milagrosas para elevar os homens ao Olimpo, ele oferece um caminho que pode ser lento e cheio de equívocos, mas que, mesmo assim, é o melhor possível. Para Hayek o homem não é capaz de encontrar uma sentença fechada e exata para resolver os "problemas" da economia e "salvar" o mundo; com isso, Hayek zombou dos intelectuais, desdenhou sua capacidade e minou a fúria em seus egos. Garantiu assim o mesmo destino reservado aos portadores das más notícias em um mundo de "sábios" recalcados que vivem de restos e sonham com abundância plena e fácil. Chegar em alguém que se toma por genial e julgar-lhe ser incapaz de resolver determinada questão não é a forma mais indicada para ampliar o leque de amizades.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Homenagem ao Diego Baldusco

"Eu nunca mais vou ter que ler uma página de Marx na minha vida." (Frase dita por Diego Baldusco na formatura do curso de Ciências Econômicas da UFRGS em 06/03/2010)

"One man with courage makes a majority" (Frase atribuída ao sétimo presidente dos EUA, Andrew Jackson)

Começo esse post explicando a homenagem que eu faço em nome do Econosheet ao colega formando e agora economista. No último sábado, 6 de março, o Marcelo, o Pato, o Baldusco e eu, juntamente com uma turma de mais de 50 nos formamos no curso de Ciências Econômicas. Na hora dos agradecimentos, o Baldusco deu essa "alfinetada" nos esquerdistas, que eram maioria tanto entre os estudantes que se formavam, quanto na mesa dos professores.

Essa manifestação não passou em branco e, em seu discurso o vice diretor da faculdade manifestou claramente seu repúdio ao que tinha sido dito pelo formando. Nessa manifestação, chegou ao extremo de dizer que são pensamentos assim que levam ao obscurantismo, à censura e à criação de Goulags. Vale dizer que essa resposta foi injusta e quase covarde uma vez que o professor teve tempo ilimitado para fazê-la (a manifestação do aluno durou poucos segundos) e ele sabia que não haveria chance de uma réplica do aluno.

Além de injusta, a resposta apresenta erros lógicos claros e mostra uma tentativa desesperada de desqualificar o "oponente". Diego Baldusco nunca disse que Marx não devia ser lido, muito menos que deveria ser proibido. Disse sim que ele estava feliz por nunca mais ter a obrigação de ler esse autor. Ou seja, o formando falava de uma decisão individual, não de algo que deveria ser recomendado ou imposto aos outros. Um liberal entenderia isso. Infelizmente um esquerdista não consegue fazer o mesmo.

Isso porque é muito difícil para alguém que defende a coletivização de tudo e o máximo de igualdade possível, entender que as pessoas não são iguais e que o que é bom para um nem sempre é bom para os outros. As conseqüências dessa falta de compreensão são nefastas. É por causa disso que em regimes comunistas tudo é imposto de cima para baixo de forma completamente autoritária. Burocratas se julgam capazes de definir o que é bom que as pessoas consumam, que entidades elas devem venerar, o que elas devem ler, e finalmente, como elas devem pensar. Tudo que não estiver de acordo com esse modelo, ofende, é errado e deve ser proibido.

Baldusco violou o modelo ideal de um professor esquerdista (não necessariamente Marxista, é bom dizer). Ele saiu do que o professor considerava bom para si (e assim, bom para todos) logo foi "punido".

Essa homenagem é feita aqui exatamente por isso. Cada vez que alguém desafia o modelo ideal de um esquerdista, nos tornamos um pouco mais livres, menos distantes do Goulag.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Brasil não irá se curvar ao bom senso.

O ministro "topa tudo" Celso Amorim largou o seguinte:

"Não se trata simplesmente de se curvar à opinião de um consenso que você pode simplesmente não concordar".

O ministério das relações exteriores do Brasil dá provas cada vez maiores de ignorância e de falta de bom senso. Quando é pra defender empresa brasileira do roubo dos Bolivianos, eles se curvam, quando é pra reconhecer a China como economia de mercado, ignorando a contrapartida que era a indicação para o Conselho de Segurança da ONU pelos chineses (o que eles não cumpriram), eles se curvam, quando é pra lamber o saco dos piores líderes do mundo, como Chávez, Fidel e Ahmadinejad, eles se curvam. Agora, quando é pra tentar impedir que um maluco completo que quer acabar com Israel, com os judeus e possivelmente com todos os não-muçulmanos do mundo, aí nosso líder das relações exteriores faz jogo duro.

Ele deve achar que mostra que tem poder e que é corajoso dessa maneira. Mostra na verdade que é burro e distancia cada vez mais o Brasil das posições de liderança na diplomacia mundial (ao menos das posições sérias de liderança). Nos afasta dos Europeus e dos Norte-Americanos e nos aproxima de Chavez e Ahmadinejad, campeões mundiais na arte de dizer besteiras.

Faz anos que o Ministro Celso Amorim envergonha o Brasil, mas dessa vez ele bateu os próprios recordes.