quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Certo pelo duvidoso

Em outubro de 1996, o Conselho Nacional de Desestatização (CND) aprova o modelo de desestatização da Vale do Rio Doce, dando início a todo o processo de privatização dela. No ano seguinte o BNDES apresenta o edital de privatização da Vale que em seguida é privatizada, ocorrendo o seu leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Um consórcio liderado pela CSN ganha o leilão e adquire mais de 40% das ações da empresa.
Tem gente que fala que foi “maracutaia” a privatização da Vale, porque para pagar o preço das ações foi usado dinheiro público, vindo do BNDES. Bem, não sei a validade dessa informação, quanto ao financiamento, o que eu sei é que isso pouco importa.
“Mas como assim pouco importa?”
Tendo em vista que o financiamento sempre é visto como um empréstimo para investimentos produtivos (ou pelo menos deveria ser), por parte de um banco que fomenta o desenvolvimento, pouco importa se ele vai ser usado para comprar maquinário novo por uma empresa já existente ou se ele será usado para reestruturar uma antiga, como foi o caso da Vale. Em ambos os casos o tomador do empréstimo É OBRIGADO A PAGAR POR ELE, seja qual for a forma acordada para tanto (em parcelas, integralmente...). O tomador do empréstimo que adquiriu a Vale, ao mesmo tempo em que comprou os direitos de administração da mesma, contraiu uma dívida gigantesca para tanto. A única esperança que ele tinha era a perspectiva de realizar lucros e ver sua empresa crescer o quanto antes, para poder pagar seus débitos.
Felizmente foi o que aconteceu, e de uma hora para a outra, quase que literalmente, os lucros da Companhia Vale do Rio Doce dispararam, isso ocorreu um ano após a sua privatização. Desde então a CVRD não para de crescer (tem valor de mercado hoje superando os US$ 25 bilhões e lucros líquidos superiores a R$ 13 bilhões). Estima-se que, no curto prazo, a Vale superará, em valor de mercado, a maior empresa do Brasil, a Petrobras. Outros sinais do crescimento fabuloso dela são suas recentes mega incorporações de empresas de mineração sejam elas de origem Brasileira ou não.
O fato é que a empresa cresceu e hoje emprega mais gente que empregava quando foi privatizada, paga mais impostos que dava de lucro naquele tempo e é um exemplo da boa administração e governança corporativa (tanto que por muitos anos teve um investment grade superior ao do Brasil).
Sabe-se cada vez mais que uma empresa privada é, via de regra, melhor administrada e gera mais benefícios sociais que uma empresa pública, por que haveríamos de botar a perder todo esse sacrifício e ver deteriorar-se um esforço de uma década com a reestatização da empresa? Por melhor que seja uma possível administração estatal dificilmente ela se igualaria a uma privada. Essa provável perda de competitividade valeria à pena? Você trocaria o certo pelo duvidoso?


Vocês têm apenas pontos de vista diferentes

É comum estar em uma discussão e ouvir algo do tipo "calma, vocês têm pontos de vista diferentes, nunca vão chegar a um acordo". Isso há mentira. Tá certo que quem fala isso é geralmente alguém que está de saco cheio da conversa.
Economia não é uma ciência puramente social, completamente sujeita a fatores geográficos, políticos, históricos etc.
Obviamente há espaço para interpretação mas os barbudinhos falam absurdos.
Pessoas em geral não gostam de assumir erros, perfeitamente compreensível.
Em uma discussão e ouvir algo do tipo "o Estado deveria dar mais saúde, mais educação, mais comida, mais moradia, mais transporte, mais segurança, mais emprego, mais isso, mais aquilo" é comum. Até o mais keynesiano dos keynesianos sabe que isso é impossível. Mas os marxyboyz não, acham que o gasto do Estado não tem limite, afinal tem uma máquina de fazer dinheiro.
Esse tipo de marxista não estuda, pelo menos não estuda economia. Eu estudo economia, tento saber quanto o Estado pode e deve gastar (zero), portanto se apresento dados que o Estado não teria como suportar gastos estratosféricos, eu tenho alguma chance de estar certo. A resposta de um marxista é sempre a mesma, "não!!! dá sim!!" dados: nenhum!
Marxistas acreditam em free lunch, acreditaram tanto que na URSS terminaram com no lunch
Alguém paga a conta.
A do momento histórico é outro clássico deles, tsc tsc. Já chegou, há muitos anos, o momento histórico de abandonar essa teoria.
É triste ver que a argumentação desse pessoal termina em coisas do tipo: "a bolsa de valores é uma roleta", "econometria não serve pra nada", "muitos aviões se acidentam devido à poluição, mas a mídia esconde" (Frases ditas por professores universitários).
Jovens revolucionários aceitem, vocês podem e provavelmente estão errados!
Estudantes sérios: discutam com comunas pra ouvir umas boas piadas

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O crescimento chinês e o anti-americanismo

Recentemente uma matéria do jornal New York Times(essa matéria infelizmente saiu do ar, só está disponível para compra) questionou os dados do crescimento econômico chinês. A primeira razão apontada pelo autor para questionar o crescimento de mais de 10% ao ano é que, como a economia chinesa no campo está estagnada, as cidades, que representam um terço da economia, teriam que crescer cerca de 30% ao ano, mesmo crescendo muito, isso é quase impossível. Esse argumento é bastante questionável, o segundo é extremamente consistente.

Muito mais fácil do que medir o PIB é medir o consumo de energia, por isso esses dados são bem mais confiáveis. O que se verifica na correlação entre PIB e consumo de energia é que a elasticidade entre o consumo de energia e o crescimento do PIB é maior do que 1. Em geral, em países que crescem rápido, o PIB cresce 45% aumento do consumo de energia. O Japão conseguiu que o seu PIB crescesse 60% aumento no consumo de energia quando estava desativando sua indústria de alumínio (que consome absurdos de energia). Se a China conseguir média semelhante à japonesa, está crescendo cerca de 6% ao ano. O mais provável é algo em torno de 5%, sem dúvida um ótimo crescimento, mas longe dos 10-12% anunciados.

Certamente esse estudo deve frustrar (e talvez revoltar) muita gente. Alguns ficarão frustrados porque sabem dos impactos do crescimento econômico em termos de bem-estar e por isso “torcem” que os países cresçam o máximo possível. É um pensamento bastante inteligente e sensato. O que é menos sensato é o outro possível motivo de frustração. É que a China é a esperança dos que “torciam” para a URSS, depois pro Japão, depois pra UE, dos que vibraram com a crise do petróleo e com o 11 de setembro. O negócio é secar os EUA, torcer que outra potência se torne hegemônica, e a China soava como nova candidata.

Todo mundo pode gostar ou não dos EUA (eu adoro, a maioria dos brasileiros odeia). O que não faz sentido é dizer que é o “imperialismo mais perverso já praticado” ou ainda pensar que a China seria melhor. A hegemonia americana se baseia principalmente em exportar a cultura norte-americana (fazendo as pessoas consumirem produtos deles), novamente é possível gostar ou não, agora, convenhamos, é muito melhor do que invasão militar, como foi praticado por praticamente todas as grandes potências ao longo da história (vão contrapor isso com a invasão do Iraque, mas isso é muito mais uma exceção do que uma regra para a “imposição” da hegemonia norte-americana). Além disso, acho que ninguém em sua razão pode afirmar que a China seria uma boa potência hegemônica. As instituições chinesas são atrasadas e a democracia passa longe de lá, não me parece que ter essa cultura como hegemônica seria bastante problemático.

Matéria do NYT(só dá pra ler a introdução):http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=FA071EFB3C5B0C7A8DDDA10894DF404482

Homem na lua mas fome na África

Semana passada escutei a seguinte frase na aula: O homem chegou na lua, explora o espaço mas existe fome na África". Não veio de uma economista. UFA! Mas os estudantes(do bem) de economia bem sabem que seus colegas e professores muitas vezes dizem bobagens como essa. A frase foi proferida por um sujeito com um background* de anti-americanismo e anti-capitalismo. Ou seja foi de uma certa maneira uma crítica aos EUA e talvez à Europa.
Bem, o sujeito demonstrou que sofreu lavagem cerebral nos seus tempos de escola. Se o homem não explorasse o espaço haveria fome mundo todo. Não que os estadunidenses tenham achado comida na Lua. Mas sim que eles ficaram ricos devido à inovações tecnológicas, nessa inovações a indústria aeroespacial tem um papel importante. É parte do processo de crescimento capitalista inovar, já nossos irmãos soviéticos não acreditavam nisso. Inovaram em algumas áreas é verdade, o cálculo da "viagem mais eficiente à Lua" foi desenvolvido tanto pelos americanos quanto pelos soviéticos até onde sei. Bem, já fugi um pouco do tema, mas a tentação de falar (mal) da URSS é forte.
Voltando ao ponto da inovação. Se os americanos não tivessem estudado por nós, seriamos todos uma África. GOD BLESS AMERICA. Ok foi uma piadinha. Seriamos todos uma URSS, hum, acho que não.
Os países que inovaram, em alguma medida erradicaram a fome, obviamente não é a única razão do progresso, mas é importante.
Outro ponto importante é ser capitalista. Como dito acima, a URSS inovou, AK, Kalschnikov e demais armamentos com "K". Demorou pro governão ver que ninguém come bala(de arma), só os inimigos da revolução. Pelo lado bom, sobrou papel higiênico. A população não entendeu que alguma coisa poderia sobrar. O preço claro que não caiu, após o heróico ato de 1917 da abolição das malditas leis de mercado ianques.
Mais uma vez fugi do ponto.
Enfim.
Pobreza na África é falta de capitalismo.

Atenção aos marxonuts: não estou defendendo que deva existir fome na África, pelo contrário, quero que ela termine logo. Assim todos saem ganhando, os africanos melhoram de condição e vocês param de falar tanta bobagem.

*Sim, sou um vendido! Estou a abandonar meu tupi guarani pela língua do demo.

PS. A pedido fiz um post sem gráficos e números. No próximo eles voltam.

sábado, 25 de agosto de 2007

Guevara e o seu "grande coração"

"To send men to the firing squad, judicial proof is unnecessary...These procedures are an archaic bourgeois detail. This is a revolution! And a revolutionary must become a cold killing machine motivated by pure hate. We must create the pedagogy of the The Wall! (El Paredón)" --Ernesto 'Che' Guevara

Certamente ele não falou isso em inglês, mas a idéia é a mesma.
Ele quer ele mata. É revolução! Cuba tá em revolução há 48 anos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

E a Mais-valia relativa só cresce

É, mas máquinas tomam conta, não? Assim cresce a mais-valia relativa. Aumenta o grau de exploração capitalista, incentivando a luta de classes e aquela história toda de o capitalismo ter o "germe" de sua autodestruição dentro de si.
Ney Matogrosso tem uma música que fala sobre a mecanização.*
" E as máquinas de fazer máquinas de fazer nada, nada disso São só máquinas de fazer máquinas de fazer máquinas de fazer nada"

Bem, Kaldor discorda. Em 1961 ele afirmava que a relação capital-trabalho não apresenta tendência sistemática.
Tabela (meio feia) apresenta os dados.
*Na realidade não faço idéia se a música é sobre isso, não gosto da música dele, mas a interpretação é livre, não?

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Educação é importante, mas será suficiente?

Educação talvez seja o exemplo mais importante de externalidade positiva que justifica intervenção do governo. Uma população educada é mais produtiva, tem maiores condições de fazer inovações e invenções e tem maiores condições de avaliar os governantes e fazer boas escolhas baseada nessa avaliação. Todos esses aspectos, além de outros não citados, mas conseqüentes da educação, impactam positivamente no crescimento econômico e no bem-estar da população. Por isso vários economistas, desde Adam Smith, têm defendido a intervenção estatal, fornecendo ensino gratuito para aumentar a quantidade de educação demanda da pela população.
Um ponto interessante a se pensar é o foco da educação ofertada pelo Estado e se os frutos dela estão realmente resultando em aumento de bem-estar da população. Normalmente se observa os resultados do investimento em educação pelas taxas de analfabetismo. Isso leva alguns apoiadores do regime cubano, por exemplo, a afirmarem que a educação da ilha caribenha é uma das melhores do mundo (senão a melhor) uma vez que a taxa de analfabetismo é zero. Bem avaliar o sucesso do investimento em educação baseado unicamente em taxa de analfabetismo é algo próximo a avaliar o investimento em saúde baseado na porcentagem da população que está internada em hospitais. É avaliar pelos meios e não pelos fins. É evidente que alfabetização é importante, mas não podemos nos esquecer que é, na verdade, um meio de acesso à informação, sem fontes de informação, ela é inútil. O que realmente deve ser considerado, é se a educação está se refletindo em ganhos de bem-estar para a população.
Sendo assim, para que as externalidades positivas geradas pela educação sejam maximizadas, o investimento em educação não pode vir sozinho, nem deve ser focado somente em erradicar analfabetismo. Para a população ter consciência política e capacidade de avaliar os governantes, o acesso da população aos meios de informação (consumo de jornais, revistas e acesso à internet) bem como a liberdade de imprensa são fundamentais. Para que a educação realmente gere inovações, é importante que isso seja incentivado com regras bem definidas do direito de propriedade delas (registro de patentes). Educação é sem dúvida uma condição necessária para o desenvolvimento, mas seria um erro pensar que é a única condição necessária.

Reagans Wit

O presidente Ronald Reagan, além de um brilhante liberal(ou conservador, como eles chamam) era famoso por causa do seu bom humor. Ficam aqui duas piadas sobre o comunismo, que ele fez durante seus discursos.

"Castro was doing one of his long speeches in Cuba, he was already speaking for two ours when somebody said:
-Peanuts, popcorn, crackerjack
He went on speaking, and again someone in the public said:
-Peanuts, popcorn, crackerjack
And about the fourth time this happened, he said:
-If somebody says that again, i'll find out who he is and kick him all the way to Miami.
And then all the crowd said:
-PEANUTS, POPCORN, CRACKERJACK"

"The comissary in URSS asked a worker.
-How are the crops?
-The crops are great, sir, if we made a pile with our potatoes, we could reach the feet of God.
-This is the Soviet Union, we have no God.
-That is right sir, we also have no potatoes."

Essas piadas e outras que ele fez durante o mandato estão nesse vídeo http://www.youtube.com/watch?v=dpOgYbr234Q

Mas o Brasil tem tudo pra dar certo...

Quantas vezes não ouvimos "não entendo como o Brasil não da certo, tem muitos recursos naturais".
Até nosso hino, "deitado eternamente em berço esplêndido". Bem o senhor Joaquim Osório Dutra Estrada sabia do que falava quando escrevia. DEITADO ETERNAMENTE. DEITADO!
Pelo menos não estamos sozinhos nessa história de ter recursos naturais e ser um fiasco.
Na verdade recursos naturais e crescimento econômico são negativamente relacionados.

O gráfico mostra essa relação, mais recusos naturais =menos crescimento.

Agora mais um ponto contra. Recursos naturais e democracia também são negativamente relacionados.
O gráfico mostra essa relação, mais recursos naturais =menos democracia

E finalmente, democracia e crescimento são positivamente relacionados.
Mais democracia= mais crescimento.

"Teus risonhos lindos campos tem mais flores"
FOGO NELES! FOGO NA AMAZÔNIA! CIMENTO EM TUDO!*
É possível que eu faça algumas piadas, não necessariamente engraçadas.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

A ONU e seus heterodoxos

A ONU, afirma em seu relatório de desenvolvimento (HDR 1999) que “a pobreza está em todos os lugares, as diferenças entre países ricos e pobres só aumentam.” Isso é mentira! A ONU também afirma que a desigualdade no sul da Ásia aumentou nos 80 e 90, mentira! O coeficiente de Gini (medida não muito confiável, mas largamente aceita pela ONU) caiu (melhorou) 16,6% na Indonésia, 15% na Coréia do Sul e 10,2% em Hong-Kong.

A loucurada heterodoxa continua. O relatório apresenta uma tabela com 19 da OCDE países, 9 deles não apresentam mudanças significativas na distribuição de renda e um deles apresenta melhora (Itália), 3 deles apresentam deterioração significativa (EUA, UK e Suécia). O interessante é que em 1999 a OCDE tinha 29 países membros. Se minha matemática está certa, faltam 10 países. No site da ONU é possível encontrar dados dos países restantes. Apenas a Islândia e a República Tcheca não apresentam dados do coeficiente de Gini.

Será que a ONU tirou esses 8 países por acaso do estudo? Pode até ser que sim, mas olhando os dados deles fica claro que foi um jogo ideológico heterodoxo. Aos números! México: redução (gini) de 7%, Coréia 15%, Suíça 9%, Áustria, Grécia Hungria e Polônia zero.

A conclusão da ONU é que apenas um país da OCDE apresentou melhoras na desigualdade Apenas um?! Os dados da própria ONU mostram que o relatório serve apenas para enganar as pessoas e governos.

A lavagem cerebral heterodoxa continua. “em 1960 20% da população dos países ricos recebiam 30 vezes o que os 20% mais pobres recebiam, esse número subiu para 60 para 1 em 1990 e 74 para 1 em 1997.” Como foi calculado? Taxa de câmbio corrente. Ou seja, para um relatório sobre desenvolvimento e bem-estar é usado uma medida que não reflete a capacidade de compra das pessoas no país onde elas vivem. Por que não PPP? É importante levarmos em conta a capacidade de um etíope pagar por uma noite em um hotel em Nova Iorque? Ajustando por PPP chegamos aos seguintes valores: de 11,3 para 15,9 e depois para 15,09.

É interessante ver que os marxistas-heterodoxos-anti-globalização costumam dizer que a ONU é um órgão americanóide, pró-globalização. Vemos que a ONU é mais um órgão de propagação de ideologia heterodoxa barata. O que a ONU é, é a amazona das trevas.

“With regard to income, inequality is soaring through the globalization period- within countries and across countries. And that’s expected to continue.”

Noam Chomsky

“The dramatic advance of globalization and neoliberalism… has been accompanied by an explosive growth in inequality and return of mass poverty and unemployment. The very opposite of everything which the modern state and citizenship is supposed to stand for.”

Ignacio Ramonet, Le monde

Nem é preciso comentar muito essas duas frases. Noam Chomsky só foi bom com o Ali G. Le monde, le monde...

A ilha da fantasia

Cotidianamente a saúde é tratada como um bem público, apesar de ser provida tanto por instituições privadas como por instituições públicas. A saúde gera externalidades positivas, ou melhor, a manutenção da saúde individual (consumo de medidas sanitárias ou remédios) traz benefícios aos demais habitantes de um país ou região, o que, portanto justificaria a intervenção estatal a fim de cobrir a falha deixada pelas instituições privadas.

Bem, pensemos em um modelo estatal de saúde, é importante que nos situemos em algum tempo do passado para que possamos estudar o tratamento estatal para doenças já conhecidas, e não as vindouras. Peguemos como exemplo uma ilha, “isolada”, algo como a ilha de Robinson Crusoé, porém com mais habitantes, agora a delimitação temporal, fins da década de 50 início da década de 60.

Atenção para o tempo, era uma época em que acreditava-se que as doenças eram majoritariamente transmitidas de pessoa a pessoa. Portanto é importante dificultar ao máximo a entrada e porque não a saída da população também? As pessoas precisam acostumar-se com a idéia, leva algum tempo até que os ideais igualitaristas sejam compreendidos. Em alguns anos tem-se um bom nível de saúde, tuberculose está erradicada! Talvez até um pouco antes que no resto do mundo. Tudo vai bem na ilha da fantasia, até de repente aparece algo que se parece com uma doença nova, mas como? Como trata-la?

Bem, chegamos num ponto crucial, onde a saúde requer outras externalidades positivas, como, por exemplo, a constante atualização dos profissionais da saúde. Como se sabe, seres humanos respondem a incentivos, médicos são seres humanos, são racionais, um incentivo interessante a essa categoria talvez seja a possibilidade de subir na vida. Outra externalidade positiva é a gerada pela liberdade de imprensa, assim como a liberdade de acesso à informação, grandes revoluções na medicina aconteceram graças a informações trocadas entre pesquisadores de diversos países, ou seja, a abertura comercial que é inevevitavelmente acompanhada pela abertura informacional gera externalidades positivas até na saúde.

Voltando à ilha, pessoas vão morrendo de doenças desconhecidas, a magnífica saúde de outrora não é mais a mesma. Mas segue-se abusando das externalidades negativas advindas da reclusão comercial e informacional. Pessoas morrem. Essas ilhas...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Impacto do capitalismo

Eu me envolvo em discussões com freqüência, maior do que deveria, é bem verdade. É possível que seja inútil ou até mesmo contraproducente fazer isso, mas as vezes não consigo evitar. Isso porque ouço barbaridades que parecem ter vindo de pessoas que vivem em outro planeta. Dizer que o capitalismo não teve impacto na inovação tecnológica ou no aumento da expectativa de vida parece insanidade. No entanto, é algo dito e defendido por estudantes de economia na plenitude das suas faculdades mentais.


Além disso, é dito com freqüência que o capitalismo gerou pobreza e que os ganhos de qualidade de vida beneficiaram apenas a elite. Nada poderia ser mais errado. Como já nos disse o brilhante Milton Friedman, quem mais se beneficia dos avanços tecnológicos não é a elite(essa sempre "viveu bem") mas as classes média e baixa. Não adianta simplesmente dizer isso, por mais que sejam argumentos lógicos e amplamente observáveis na realidade, isso não é aceito pelos críticos do capitalismo. Sendo assim, nada melhor que partir para os números.


Primeiro indicador é a população do planeta. A razão de funcionar como indicador é simples, como se pode assumir a taxa de natalidade como constante(ao menos até o surgimento de métodos anticoncepcionais), um aumento na população mundial é resultante de queda nas taxas de mortalidade(ou seja, de aumento na duração média da vida da população):

No ano 1 d.C a população mundial era 225.820.000 de habitantes. No ano 1000 ela atingiu 267.330.000. Ou seja, o crescimento médio foi de 0,02% ao ano.

Em 1700, meio século antes do início da Revolução Industrial, a população era de 603milhões. Nesses 700 anos, o crescimento médio foi de 0,18% ao ano.

Em 2000, a população mundial era de 6 bilhões de habitantes. O crescimento populacional nesses 300 anos(dos quais os últimos 250 pós-revolução industrial) foi de 3,02% ao ano.

Falando de forma mais simples, em 1700 anos a população mundial triplicou. Em 300 de capitalismo ela foi multiplicada por 10. É evidente que isso só pôde ocorrer graças a melhorias na área da saúde que reduziram as taxas de mortalidade(alternativamente, alguém pode defender que as pessoas tem 164 vezes mais filhos, o que explicaria a diferença, mas isso parece bastante improvável). Mas essa melhoria tem relação com o capitalismo? Acreditar que uma relação tão clara e lógica entre variáveis é coincidência seria aceitável somente de quem sofreu lavagem cerebral de um professor que acredita que Econometria não serve pra nada...
Superado isso, vale a pena falar sobre a afirmativa de que o capitalismo "gerou" pobreza(isso não existe, seria adequado falar que "deixou de gerar riqueza", usei a expressão porque é o que eu mais ouço). Ninguém nega os ganhos de qualidade de vida que ocorreram na Europa, por isso, vou analisar o caso da África, que é apontada como exemplo de tudo que existe de errado no capitalismo.
No ano 1 d.C, o PIB per capita médio estimado para a África era de US$ 472. Até o ano 1000(observe que isso foi muito ANTES do imperialismo europeu que é apontado como culpado pela pobreza), houve uma redução para 425 dólares. Em 1700, o PIB per capita era de 421 dólares, ou seja, permaneceu praticamente estável. No ano 2000, o PIB per capita médio da África era de US$ 1500. Ou seja, em 1700 anos o PIB per capita desses países não cresceu nada(decresceu, na verdade) . Nos 300 anos que são culpados de terem condenado o continente à miséria, o PIB per capita triplicou. É inegável que a África é pobre, mas essa pobreza não é um problema "criado" pelo capitalismo. É, na verdade, um problema existente desde sempre que o capitalismo ainda não solucionou(como solucionou e está solucionando em outros continentes).

A educação e sua externalidade negativa

Conceitualmente a educação não deve ser classificada como um bem público, na verdade deve ser classificada como um bem privado. Porém, diversos autores afirmam que a educação deve ser financiada pelo Estado devido aos “efeitos laterais” gerados.

É sabido que uma população altamente educada (grande parcela da população com ensino superior completo) ajuda a tornar uma democracia estável, possibilita o crescimento e o desenvolvimento econômico, entre outros efeitos positivos. A educação pode, entretanto, tornar-se um freio ao desenvolvimento. Um exemplo claro disso é a propagação de idéias contrarias ao capitalismo e a sociedade livre nas escolas e universidades, isto é, a propagação das teorias marxistas, entre outras. Nada contra alguém que acredite em tais teorias, creio que todo o cidadão tem o direito de acreditar no que ele quiser. O problema aqui é a doutrinação a que os jovens são submetidos. A educação que os jovens recebem será a base das instituições da sociedade no futuro, as instituições são a base de funcionamento da sociedade.

Pode-se citar como exemplo de externalidade negativa do “consumo” de educação do tipo citado acima a formação de sindicatos, especificamente o sindicato dos professores das redes estadual e federal. O Estado formou a maior parte desses profissionais, ou seja, sua educação foi custeada pela sociedade para que no futuro eles retribuíssem. Qual é a retribuição dada? Lutas pela manutenção da mediocridade da educação, além de servirem de massa de manobra de partidos políticos.

Outro exemplo interessante é o do Itamaraty. O ex-embaixador brasileiro em Washington, Roberto Abdenur acusou o Itamaraty de doutrinar seus funcionários, eles são obrigados a ler livros de temática anti-americana. Ou seja, os “educadores” do Itamaraty provavelmente receberam sua educação do governo e retribuem dessa maneira, através da propagação barata de ideologia, deixando os interesses da nação em segundo plano. Mais uma vez é um exemplo claro de externalidade negativa gerada por este tipo de educação.

A educação tende em geral a gerar externalidades positivas, mas nesse caso as externalidades geradas são negativas, prejudicam a vida das demais pessoas. A educação um caso típico de externalidades, as positivas são geradas abaixo do socialmente desejável e as negativas acima. Obviamente não há solução para isso, criar um imposto sobre marxistas e outras categorias que se enquadram na “educação negativa” é algo absurdo. Sobretudo deve ser preservada a liberdade de pensamento.

domingo, 19 de agosto de 2007

Ponto para Governadora

Para os não conhecedores, desde o final do ano de 2006, o modo com que se tratam as finanças estatais vem sofrendo uma lenta revolução, permeadas pela maximização de resultados. Iniciativas firmes tais como: cortes nos gastos públicos (assim como uma racionalização dos mesmos), aumento de receitas, diminuição do aparelho Estatal entre outras ações vem ditando as políticas dessa governante. Tudo isso com um simples propósito, reajuste das contas públicas de um Estado falido por seqüenciais más administrações. A idéia já é antiga mas começou a tornar-se concreta com a eleição da Governadora Yeda Crusius.

Com esse objetivo traçado antes do início de sua campanha para o governo, a Governadora vem, mesmo antes de receber o cargo de Governadora em Janeiro deste ano, lutando para vê-lo concretizado. Nos bastidores ela lutou pela aprovação de um orçamento (do ano seguinte), com cifras mais condizentes com a realidade financeira do Estado. Promoveu um rearranjo das secretarias para haver um maior controle dos gastos. Tudo para ver o quanto antes as finanças estatais no azul. Buscou de varias maneiras aumentar receitas, diminuir gastos e atrair investimentos para o Estado. Na tentativa de desonerar o mesmo da obrigação de ter que investir em novas obras procurou o auxílio do Governo Federal. Procurou renegociar as dívidas com todos os seus credores sejam eles governos ou instituições privadas.

Um caminho, retomado nessa gestão, é o das privatizações e abertura de capital de empresas públicas. Com a recente reorganização acionária e conseqüente venda de parte das mesmas, o Banrisul entra de vez no mercado financeiro como um banco de capital misto, mesmo que ainda dirigido pelo Estado. A Governadora também sinalizou que conduzirá ao mesmo caminho empresas como Corsan e o Daer. A idéia inicial da governadora é promover a captação de recursos que ajudarão no controle do caixa do Estado.

Particularmente acredito que o rígido controle fiscal e diminuição do aparelho estatal levarão o Estado a situação financeira mais sustentável. Ainda que a o aumento de receitas acabe elevando o tamanho do Estado, está cada dia mais provado que a Governadora usá-lo-á com o objetivo de revitalizar as contas estatais, e não com o motivo de aumentar o poder do mesmo, como podemos notar com a liquidação de algumas empresas. Pode não ser o melhor dos mundos, mas com certeza é o melhor que temos em muito tempo.

sábado, 18 de agosto de 2007

Lesoto 2x0

De acordo com a Freedomhouse, o governo de Lesoto é melhor que o governo brasileiro na garantia de liberdades civis, assim como a justiça de Lesoto funciona melhor do que a do Brasil.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Lesoto

Dou um prêmio pra quem souber onde fica, exatamente, Lesoto, qual sua capital, língua oficial...
Bem, é difícil. Sabe-se que fica na África. Cada um pense o que quiser. Apenas acho que os empresários brasileiros deveriam pensar em levar suas empresas para lá.
No ranking de facilidade de fazer negócios do doingbusiness.org Lesoto está na posição 114 e esse nosso Brasil maravilhoso num incrível 121. Pelo menos o Brasil ganha do Iraque(145), mas um dia termina a guerra, e aí veremos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O Mito da Igualdade

"A society that puts equality before freedom will get neither. A society that puts freedom before equality will get a high degree of both." Milton Friedman


Um dos argumentos mais utilizados (não necessariamente mais fortes) na tentativa de se diferenciar crescimento de desenvolvimento é a questão da igualdade na distribuição de renda. Alguma coisa, que talvez seja simples ódio ao capitalismo (uma vez que faltam evidências empíricas) leva as pessoas a acreditarem que existe um “trade-off” entre crescimento e igualdade. Outra razão possível para esse tipo de pensamento é que países que centralizaram suas economias e tentaram acabar com o mercado buscando igualdade foram uma tragédia em termos de crescimento (muitos esquecem que acabaram não sendo exemplos de igualdade também).
Entre as economias de mercado, entretanto, não se pode dizer que esse “trade-off” se verifique. Não existe uma relação forte entre distribuição de renda e PIB per capita (apenas pode-se dizer que em países pobres o índice de Gini apresenta variação maior que nos ricos).
Mas o ponto principal a ser analisado aqui não é essa crença no “trade-off” entre crescimento e igualdade de renda. O que me chama mais a atenção é a crença que muitas pessoas têm de que igualdade gera bem estar. Chamar isso de “crença” é bastante polêmico, visto que esse pensamento é praticamente consensual. Para explicar a minha discordância, utilizarei como exemplos dois países: Suíça e Etiópia.
Utilizo esses dois países exatamente pelas diferenças gritantes existentes entre eles. Ao pensarmos na Etiópia, é provável que a primeira lembrança seja a de pobreza (ou talvez a segunda, para quem lembrou dos excelentes maratonistas etíopes). Ao pensarmos na Suíça, por outro lado, a lembrança é de ausência de pobreza (além de chocolates, bancos, relógios, os Alpes, etc).
Quando comparamos os dois países em termos de desigualdade, baseados no conhecimento que temos da qualidade de vida muito superior dos suíços tendemos a achar que esse país tem uma distribuição menos desigual da renda. O índice de Gini mostra o erro desse tipo de raciocínio. A Suíça possui um índice de 0,337 enquanto o da Etiópia é de 0,3(quanto menor o índice, mais bem distribuída a renda).
A grande diferença econômica entre esses dois países passa longe da distribuição. A explicação está justamente no crescimento. Ao longo de sua história, a Suíça cresceu mais que a Etiópia e isso explica o motivo dos suíços terem uma qualidade de vida muito superior. O que aumenta a qualidade de vida é aumento na produção per capita(ou seja PIB per capita), uma produção pequena, bem ou mal distribuída, condena um país à miséria. Por isso, a importância do crescimento econômico na qualidade de vida nunca pode ser ignorada ou diminuída.

"A coisa tá cada vez pior"?

Quem nunca ouviu de seus pais ou avós que "antes não tinha tanta pobreza" ou "a coisa tá cada vez pior"?
Ou o clássico absoluto da "juventude pensante" do Orkut "O que está acontecendo com o mundo?"
Bem, o que está acontecendo é uma melhora significativa das condições de vida da população mundial.
Gráficos expressam a idéia melhor que minhas palavras.
Primeiro Gráfico: Renda per capita em 1970 de alguns países e do mundo. Linha vermelha indica linha da pobreza (menos de 1 Dólar por dia), no eixo vertical está a população mundial em milhares e no horizontal a renda per capita. Dólares de 1985.



Segundo Gráfico: Renda per capita em 2000. Dólares de 1985




Acho que ficou claro, não?

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Razões para a ineficiência dos gastos públicos

A economia caracteriza-se por estudar um mundo com recursos limitados que devem suprir necessidades ilimitadas. A pergunta básica de muitos economistas é: “como alocar os recursos da melhor forma possível frente a necessidades ilimitadas?”. É provável que nunca exista resposta definitiva para isso, mas em muitos casos essa resposta é dada pelo mercado. Numa economia capitalista a variação dos preços indica aos produtores quais bens estão sendo mais demandados pelos consumidores e isso “desloca” investimentos para a produção desses bens (obviamente existem problemas nessa alocação, especialmente por causa da ausência de total mobilidade de fatores no mundo real, mas discutir isso não é o objetivo aqui). Empresários decidem realizar investimentos baseados na expectativa de retorno destes e em seu custo de oportunidade. Em geral investimentos são comparados com uma “taxa mínima de atratividade” que é o retorno que se pode ter sobre o capital relativamente sem risco(taxa básica de juros, por exemplo) e com possíveis investimentos alternativos. Isso não é tão complicado quando estamos tratando de empresas que tem um objetivo básico com seus investimentos, o lucro, uma boa referência de TMA e um número não tão grande de possíveis investimentos alternativos. Para os gastos do estado, a tarefa se torna muito mais complicada, senão impossível. Os motivos principais são os seguintes:
Dificuldade de medir o retorno do investimento:
Enquanto as empresas fazem investimentos visando o lucro, nos investimentos estatais, esse não é geralmente o objetivo fundamental. Quando se busca decidir investir em uma escola, por exemplo, sabe-se que esse investimento trará em alguma medida, conseqüências positivas para a sociedade. A escola poderá aumentar a qualidade do ensino da população e isso trará diversas conseqüências positivas para a sociedade. O problema é: como medir a magnitude dessa melhora e das conseqüências dela?
Os objetivos dos gastos estatais, os resultados esperados deles geralmente não podem ser medidos contabilmente, assim, o método utilizado pelas empresas(comparar retorno esperado com taxa mínima de atratividade) não pode ser aqui utilizado. Ao menos sem adaptações.
Dificuldade de comparar os objetivos dos investimentos:
Esse problema tem grande relação com o anterior. Além de não possuirmos uma ferramenta eficiente para medir os retornos dos investimentos, os retornos esperados de cada tipo de investimento público são muito variados, assim, mesmo que pudessem ser medidas, as comparações entre eles seriam inviáveis. Por exemplo, digamos que um governo tenha uma quantia para investir e tenha que optar entre investi-la em educação, saúde, segurança e melhora das rodovias. Digamos que o investimento em educação pode diminuir o analfabetismo em 5% na região, que o investimento em saúde pode reduzir a taxa de mortalidade por dengue em 50%, que o investimento em rodovias pode diminuir as mortes nessas rodovias em 2000 pessoas por ano e que o investimento em segurança pode diminuir 20% dos homicídios e 30% dos furtos. Como decidir qual o melhor gasto? Não há como comparar diretamente o benefício de alfabetizar uma criança com o benefício de salvar um indivíduo de um homicídio ou de um acidente de carro? Sabemos que não é possível fazer esse tipo de comparação, mas é exatamente esse tipo de comparação que o governo tem que fazer(ou ao menos deveria tentar fazer da melhor forma possível) para gastar a verba que tem disponível da forma mais eficiente possível.

Número de opções de gastos:

As decisões de gastos de empresas em geral se limitam a um número limitado de opções. Ainda que teoricamente exista um número quase ilimitado de investimentos possíveis, as empresas em geral se limitam a sua área de atuação e consideram como possibilidades de investimentos aqueles dentro de suas áreas ou em setores muito promissores. Empresas não verificam todas as possibilidades de investimentos existentes antes de aplicar em alguma coisa, até porque isso não seria possível. E esse pode ser descrito como um problema enfrentado pelo estado: é impossível avaliar e comparar todos os investimentos possíveis antes de decidir realizá-los ou não. E para que se fizesse investimentos de uma forma eficiente, isso deveria ser feito.
Aqui no Brasil essa necessidade aparece muitas vezes de forma escandalosa. Se justifica todo e qualquer gasto público com o argumento de que “existe dinheiro sendo gasto com coisa muito menos importante”. É natural que contribuintes sintam-se revoltados ao ver que falta dinheiro em escolas, mas sobra para comprar votos ou construir pontes no meio do mato. O erro é tornar esse investimento péssimo uma justificativa para realizar investimentos ruins.

Conclusão:

Esse artigo aponta três problemas básicos e internamente relacionados para tornar o investimento estatal algo mais eficiente: precisamos desenvolver técnicas para medir o retorno desses investimentos, para comparar os retornos deles e, além disso, descobrir uma maneira de saber quais investimentos são as alternativas possíveis ao investimento que se planeja realizar. Não é apontada aqui nenhuma resposta para esses problemas. Essas respostas teriam uma importância enorme, mas ainda não existem de forma definitiva. É exatamente por isso que é fundamental estudar esses problemas: buscar respostas melhores que permitam tornar os gastos públicos menos ineficientes. Enquanto culparmos somente a corrupção pela ineficiência dos gastos públicos e nos negarmos a enxergar que essas ineficiência existe com ou sem corrupção, estaremos longe de achar qualquer tipo de solução.

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