terça-feira, 28 de agosto de 2007

Homem na lua mas fome na África

Semana passada escutei a seguinte frase na aula: O homem chegou na lua, explora o espaço mas existe fome na África". Não veio de uma economista. UFA! Mas os estudantes(do bem) de economia bem sabem que seus colegas e professores muitas vezes dizem bobagens como essa. A frase foi proferida por um sujeito com um background* de anti-americanismo e anti-capitalismo. Ou seja foi de uma certa maneira uma crítica aos EUA e talvez à Europa.
Bem, o sujeito demonstrou que sofreu lavagem cerebral nos seus tempos de escola. Se o homem não explorasse o espaço haveria fome mundo todo. Não que os estadunidenses tenham achado comida na Lua. Mas sim que eles ficaram ricos devido à inovações tecnológicas, nessa inovações a indústria aeroespacial tem um papel importante. É parte do processo de crescimento capitalista inovar, já nossos irmãos soviéticos não acreditavam nisso. Inovaram em algumas áreas é verdade, o cálculo da "viagem mais eficiente à Lua" foi desenvolvido tanto pelos americanos quanto pelos soviéticos até onde sei. Bem, já fugi um pouco do tema, mas a tentação de falar (mal) da URSS é forte.
Voltando ao ponto da inovação. Se os americanos não tivessem estudado por nós, seriamos todos uma África. GOD BLESS AMERICA. Ok foi uma piadinha. Seriamos todos uma URSS, hum, acho que não.
Os países que inovaram, em alguma medida erradicaram a fome, obviamente não é a única razão do progresso, mas é importante.
Outro ponto importante é ser capitalista. Como dito acima, a URSS inovou, AK, Kalschnikov e demais armamentos com "K". Demorou pro governão ver que ninguém come bala(de arma), só os inimigos da revolução. Pelo lado bom, sobrou papel higiênico. A população não entendeu que alguma coisa poderia sobrar. O preço claro que não caiu, após o heróico ato de 1917 da abolição das malditas leis de mercado ianques.
Mais uma vez fugi do ponto.
Enfim.
Pobreza na África é falta de capitalismo.

Atenção aos marxonuts: não estou defendendo que deva existir fome na África, pelo contrário, quero que ela termine logo. Assim todos saem ganhando, os africanos melhoram de condição e vocês param de falar tanta bobagem.

*Sim, sou um vendido! Estou a abandonar meu tupi guarani pela língua do demo.

PS. A pedido fiz um post sem gráficos e números. No próximo eles voltam.

3 comentários:

Brose disse...

leia poverty and famines do armatya sen. é muito bom, é do sen, e mostra pq vale a pena a democracia.

Christian Wolf disse...

Muito bom.Só dois comentários rápidos.

1(meio comuna, mas vá lá): AK-47 é a sigla para Automatic Kalashnikov(ou Avtomat Kalashnikova, se quiserem na língua original), nome do rifle bastante famoso, que homenageia seu criador.

2: Por mais que o governo Soviético quisesse(e eu acredito que não queria) atender a demanda da população por bens de consumo, não seria possível fazer isso de forma eficiente. Quando se tenta abolir mercados, um dos maiores problemas é não saber o que produzir.

Mfan disse...

Meio comentário iria contemplar o ponto 1 já esclarecido pelo Christian.

Achei o tema interessante, pois muita gente embasa argumentações sob esse ponto. Há pessoas com fome na África? Sim, mas nenhuma delas assim está por os EUA terem ido à Lua. A história humana apresenta uma linha do tempo repleta de explorações. Atravessamos o Atlântico, desbravamos o oeste, atingimos o céu e fomos à Lua. Há pesquisas em marte, e o não menor desejo de lá atingir, por que? Pois é o que vem em seguida.

A África é o único continente que retrocedeu nos últimos 25 anos. Em junho do ano passado, o G8 anunciou o perdão da dívida externa de diversos países em desenvolvimento, entre eles diversos africanos, como Moçambique, Níger, Ruanda, entre outros. (Considerando que esses países já não mais honravam seus compromissos financeiros).

A ajuda financeira à África nunca foi tão grande, tendo sido anunciado um aumento de US$50 Bilhões até 2010, todavia, o continente não consegue se desenvolver economicamente. Em via de regra, grande parte dos países africanos em situações mais críticas, não possuem características básicas para administrar as ajudas humanitárias internacionais, pois não contam com infra-estrutura, boa governança, responsabilidade e trasparência. As verbas e materiais destinados aos países não possuem garantia de repasse, caso que a Suazilândia muito bem ilustra.

Enfim, para tentar resolver os conflitos e criar uma agenda única, foi criado a União Africana, maior avanço em termos políticos e algo capaz de gerar uma resolução que possa beneficiar um grande número de pessoas necessitadas, além de fiscalizar os governos. Uma rajada de ar puro, a comissão africana possui a intenção de promover pesquisas e estudos sobre as mais diversas áreas, promoção dos direitos humanos, além da cooperação com as demais instituições.

Bem, só uma contribuição.