segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Impacto do capitalismo

Eu me envolvo em discussões com freqüência, maior do que deveria, é bem verdade. É possível que seja inútil ou até mesmo contraproducente fazer isso, mas as vezes não consigo evitar. Isso porque ouço barbaridades que parecem ter vindo de pessoas que vivem em outro planeta. Dizer que o capitalismo não teve impacto na inovação tecnológica ou no aumento da expectativa de vida parece insanidade. No entanto, é algo dito e defendido por estudantes de economia na plenitude das suas faculdades mentais.


Além disso, é dito com freqüência que o capitalismo gerou pobreza e que os ganhos de qualidade de vida beneficiaram apenas a elite. Nada poderia ser mais errado. Como já nos disse o brilhante Milton Friedman, quem mais se beneficia dos avanços tecnológicos não é a elite(essa sempre "viveu bem") mas as classes média e baixa. Não adianta simplesmente dizer isso, por mais que sejam argumentos lógicos e amplamente observáveis na realidade, isso não é aceito pelos críticos do capitalismo. Sendo assim, nada melhor que partir para os números.


Primeiro indicador é a população do planeta. A razão de funcionar como indicador é simples, como se pode assumir a taxa de natalidade como constante(ao menos até o surgimento de métodos anticoncepcionais), um aumento na população mundial é resultante de queda nas taxas de mortalidade(ou seja, de aumento na duração média da vida da população):

No ano 1 d.C a população mundial era 225.820.000 de habitantes. No ano 1000 ela atingiu 267.330.000. Ou seja, o crescimento médio foi de 0,02% ao ano.

Em 1700, meio século antes do início da Revolução Industrial, a população era de 603milhões. Nesses 700 anos, o crescimento médio foi de 0,18% ao ano.

Em 2000, a população mundial era de 6 bilhões de habitantes. O crescimento populacional nesses 300 anos(dos quais os últimos 250 pós-revolução industrial) foi de 3,02% ao ano.

Falando de forma mais simples, em 1700 anos a população mundial triplicou. Em 300 de capitalismo ela foi multiplicada por 10. É evidente que isso só pôde ocorrer graças a melhorias na área da saúde que reduziram as taxas de mortalidade(alternativamente, alguém pode defender que as pessoas tem 164 vezes mais filhos, o que explicaria a diferença, mas isso parece bastante improvável). Mas essa melhoria tem relação com o capitalismo? Acreditar que uma relação tão clara e lógica entre variáveis é coincidência seria aceitável somente de quem sofreu lavagem cerebral de um professor que acredita que Econometria não serve pra nada...
Superado isso, vale a pena falar sobre a afirmativa de que o capitalismo "gerou" pobreza(isso não existe, seria adequado falar que "deixou de gerar riqueza", usei a expressão porque é o que eu mais ouço). Ninguém nega os ganhos de qualidade de vida que ocorreram na Europa, por isso, vou analisar o caso da África, que é apontada como exemplo de tudo que existe de errado no capitalismo.
No ano 1 d.C, o PIB per capita médio estimado para a África era de US$ 472. Até o ano 1000(observe que isso foi muito ANTES do imperialismo europeu que é apontado como culpado pela pobreza), houve uma redução para 425 dólares. Em 1700, o PIB per capita era de 421 dólares, ou seja, permaneceu praticamente estável. No ano 2000, o PIB per capita médio da África era de US$ 1500. Ou seja, em 1700 anos o PIB per capita desses países não cresceu nada(decresceu, na verdade) . Nos 300 anos que são culpados de terem condenado o continente à miséria, o PIB per capita triplicou. É inegável que a África é pobre, mas essa pobreza não é um problema "criado" pelo capitalismo. É, na verdade, um problema existente desde sempre que o capitalismo ainda não solucionou(como solucionou e está solucionando em outros continentes).

2 comentários:

baldus disse...

Post Genial, FATO que usaremos isso nas aulas de Desenvolvimento contra aqueles comunistas choroes! Vai ser lindo, eu só nao sei o que eles iriam inventar pra rebater isso...

bruno disse...

esqueceu da história , apenas ,
o capitalismo é uma conseqüencia histórica , aquela balela de revolução francesa