Educação talvez seja o exemplo mais importante de externalidade positiva que justifica intervenção do governo. Uma população educada é mais produtiva, tem maiores condições de fazer inovações e invenções e tem maiores condições de avaliar os governantes e fazer boas escolhas baseada nessa avaliação. Todos esses aspectos, além de outros não citados, mas conseqüentes da educação, impactam positivamente no crescimento econômico e no bem-estar da população. Por isso vários economistas, desde Adam Smith, têm defendido a intervenção estatal, fornecendo ensino gratuito para aumentar a quantidade de educação demanda da pela população.
Um ponto interessante a se pensar é o foco da educação ofertada pelo Estado e se os frutos dela estão realmente resultando em aumento de bem-estar da população. Normalmente se observa os resultados do investimento em educação pelas taxas de analfabetismo. Isso leva alguns apoiadores do regime cubano, por exemplo, a afirmarem que a educação da ilha caribenha é uma das melhores do mundo (senão a melhor) uma vez que a taxa de analfabetismo é zero. Bem avaliar o sucesso do investimento em educação baseado unicamente em taxa de analfabetismo é algo próximo a avaliar o investimento em saúde baseado na porcentagem da população que está internada em hospitais. É avaliar pelos meios e não pelos fins. É evidente que alfabetização é importante, mas não podemos nos esquecer que é, na verdade, um meio de acesso à informação, sem fontes de informação, ela é inútil. O que realmente deve ser considerado, é se a educação está se refletindo em ganhos de bem-estar para a população.
Sendo assim, para que as externalidades positivas geradas pela educação sejam maximizadas, o investimento em educação não pode vir sozinho, nem deve ser focado somente em erradicar analfabetismo. Para a população ter consciência política e capacidade de avaliar os governantes, o acesso da população aos meios de informação (consumo de jornais, revistas e acesso à internet) bem como a liberdade de imprensa são fundamentais. Para que a educação realmente gere inovações, é importante que isso seja incentivado com regras bem definidas do direito de propriedade delas (registro de patentes). Educação é sem dúvida uma condição necessária para o desenvolvimento, mas seria um erro pensar que é a única condição necessária.
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
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3 comentários:
necessária mas não a única, é assim como dizes. construir mais e mais escolas, por si só, talvez gere mais corrupção e desvios que um efetivo técnico.
estava para restringir ao universo das escolas públicas, mas lembrei de onde vem a indústria do diploma.
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