Hoje a aula de setor público teve um momento divertido, o professor falou em um autor que ele gosta que tem certa inspiração marxista(alguém deve lembrar o nome e qual a inspiração) e o Marcelo Bohrer, meu colega de aula e de blog, fez cara feia. O professor viu, disse que era preconceito, que a gente deveria estar mais aberto(do jeito que eu falo parece que estou falando mal dele, não entendam assim, ele é um cara muito legal) e um colega nosso interveio dizendo:
"Quando tu passar um tempo fazendo parte do Exército Industrial de Reserva, tu vai passar a dar valor a Marx."
Claro que o resultado foi o Marcelo dando uma sonora gargalhada.
O que eu observei nisso é que Marx não é mais um autor de economia, é um autor de auto-ajuda. Nosso colega deixou isso claro na sua frase, a pessoa só valoriza Marx quando está num mau momento da vida, serve de consolo ler que seus insucessos são culpa da lógica perversa do capitalismo e da sede incontrolável por lucros do capitalista. Que ela está sem emprego porque isso é necessário para o sistema, é necessário que boa parte da população não tenha emprego para que os salários sejam baixos. Tudo isso faz bem pra auto-estima, não interessa se é verdade, o negócio é acreditar e repetir sem pensar.
Amam Marx aqueles que odeiam o que ele odeia: o capitalismo e os capitalistas. É paixão, não ciência. Ninguém procura dados para ver se a desigualdade está aumentnado, se o padrão de vida das pessoas mais pobres está diminuindo, se a mecanização gera desemprego. Se tivesse pretensões de contribuir para a ciência econômica, seria necessário comparar as previsões feitas pela teoria com a realidade. Desistiram disso, o negócio é afogar as mágoas no livro sagrado, culpar os outros e o sistema pelos próprios insucessos e acreditar que a revolução virá e salvará a todos.
Se gostam disso, vão em frente, só não precisava ser nas faculdades de economia. Templos são muito mais adequados para esse tipo de coisa. Ah, eu gostaria que "O Capital" e "O manifesto comunista" entrassem nos rankings de venda como auto-ajuda(alguns defendem que seja ficção), alguém me ajuda nessa campanha?
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
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7 comentários:
Brilhante
entrar para o exército industrial de reserva soa como "ir para o chuveiro para repensar os seus atos". como é muito mais fácil botar a culpa nos outros o sujeito volta mais "engajado".
típico...
Se uma pessoa gostar de Marx não pelo motivo da auto-ajuda, isto é, se concordar com a teoria, ela precisa de ajuda.
Pra isso se receita leitura de Bastiat, beber coca-cola 2 vezes ao dia e comer mcdonalds 2 vezes por semana.
receita para uma vida curta, obesa e feliz :)
hahaha, frase engraçada mesmo...
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