terça-feira, 13 de novembro de 2007

Menos universidades e hospitais, mais qualidade

Existem poucos hospitais no Brasil. Isso é bom.*
É bom que hospitais sejam concentrados, universidades também.
Não faz sentido um grande hospital e uma universidade a cada cidade.
Não dá pra ter um Albert Einstein (o hospital em São Paulo) em cada cidade. Quem são os médicos do Albert Einstein? Certamente vários deles são os melhores do Brasil. Exatamente por que grande parte dos médicos quer trabalhar lá, aumenta a concorrência.
Além disso, os melhores médicos convivem uns com os outros, trocam conhecimentos, experiências e realizam pesquisas juntos.
Outro ponto, curvas de aprendizagem, hospitais se especializam em determinadas áreas, fazem os mesmos transplantes etc. Com um maior volume de cirurgias feitas, mais rápidas, baratas e seguras serão as próximas cirurgias. Quem achar que a cidade de Palmitinho no RS tem, 1º capacidade de contratar médicos qualificados e 2º demanda (suficiente) por cirurgias cardíacas por exemplo, só pode estar louco.

Uma universidade não pode existir no meio do nada, não no Brasil. Não dá pra ter unipampa em cada esquina, ou coxilha. Não dá certo. Será sempre uma unipampa, nada além disso. Não é possível ter um departamento de economia como o de Chicago em cada esquina. Os melhores alunos vão atrás dos melhores professores, que se concentram em alguns centros, como Chicago. Lucas é o que porque estudou lá, viveu lá, cercado dos melhores professores e colegas.
Nem é preciso ir tão longe. O RS não sustenta nem 1 excelente curso de economia. O da UFRGS é, provavelmente, o melhor, porém há muitos péssimos alunos e poucos bons professores, por sorte o marxismo não tomou conta de tudo. Há excelentes professores na UFRGS (os liberais), assim como a UFSM ou qualquer outra universidade do RS tem, porém eles estão diluídos, não é possível formar um centro de pesquisa forte, com tradição, como a PUC-Rio ou a EPGE-FGV.

Fazendo uma comparação simples, não adianta uma orquestra com apenas 2 bons músicos ou um time de futebol com um excelente atacante mas que não faz a bola chegar até ele.

*Na verdade os hospitais são péssimos e estão sobrecarregados, claro, tudo da rede pública, sem investimento.

Saúde e educação são importantíssimos, mas não dá pra querer ter uma Harvard e um Albert Einstein em Bossoroca.

Um comentário:

Christian Wolf disse...

O negócio é imprimir dinheiro, fazer um hospital por esquina. Ou então abolir o capitalismo e adotar o modelo cubano, muita gente acredita que é maravilhoso(muita gente acredita no lula, no chavez, no marx, no wellfare state...).

Falando sério agora, a decisão de fazer poucos hospitais grandes ou muitos pequenos apresenta certos trade-offs. Além dos "spillovers" de conhecimento dos quais tu fala, existe a questão de ganhos de escala. Muitos dos equipamentos hospitalares são grandes e caros demais pra hospitais pequenos e médios.

O outro lado da questão são as despesas com locomoção e a urgência que alguns casos apresentam, não dá pra levar a pessoa de uma cidade pra outra se ela tiver um ataque cardíaco.

Como toda a questão de otimização, envolve uma restrição orcamentária e uma maximização de benefício. O problema é que a maioria dos nossos políticos não têm ideia do que isso significa. A única coisa que eles sabem é que botar que inaugurou uma penca de hospitais nos santinhos rende votos.