Cresimento balanceado associa-se, geralmente, com crescimento exponencial. Mas é possível demonstrar que podem existir outras trajetórias de crescimento.
É possível criar "uma família" de outras possibilidades de crescimento.
Aqui vai um modelo simples(?):
Seja x(t) uma função positiva e diferenciável em t.
Sua taxa de crescimento será dada por:
O crescimento de segunda ordem de x será dado por:
O crescimento regular será dado por:
ß>= 0. ß é chamado de coeficiente de amortecimento, indica quanto o cerscimento é "amortecido"
A única solução da equação diferencial do crescimento regular é:
Essa equação gera a família de soluções de crescimento balanceado, cada uma determinada por um ß diferente.
Graficamente tem-se:
Com isso é possível montar um modelo de "standing on the shoulders" com crescimento "mais que aritmético" ou um modelo de "fishing out" com crescimento "menos que aritmético".
Bem, as possibilidades estão ai. Como a demonstração é ainda mais tediosa que o já feito, deixo ela de lado. Interessados, tentem, é um bom exercício eu acho. Ou leiam o artigo de onde tirei isso, Rethinking the concept of long-run economic growth.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Midia e Polícia de Primeiro?
O jornal é minha fonte de inspiração essa semana.
Boa parte do telejornal foi dedicada ao caso Isabela. Eu detesto esse maldito caso Isabela. Não conheci a menina, não tenho medo dos pais dela. Não que isso invalide o brutalidade do crime, que muita gente achou chocante, eu particularmente não achei nada demais, acho que o Brasil já conseguiu fazer pior. Ou o país acabou com a minha capacidade de ficar impressionado.
Mas o ponto que me chamou a atenção foi: há 4 policiais viagiando as celas do pai e da madrasta. 4!
Sabe quantos policiais eu vi na volta da faculdade hoje? NENHUM! Aliás, não vejo um policial há uns dias.
Policiais são um recurso escasso.
Num país onde uma pessoa é assassinada a cada 15 minutos, não se pode alocar de maneira ineficiente os policiais (na verdade em nenhum país se deve).
A midia e a polícia são realmente de primeiro mundo no Brasil! Esse é o tipo do caso que ficaria meses nos noticiários de um país desenvolvido, onde assassinatos não acontecem todos os dias e a população pode andar tranquilamente pela rua.
Polícia serve para proteger pessoas que agem dentro da lei.
Quanto mais dinheiro, esforço e tempo se gastar com esse caso mais gente inocente vai morrer. Alguém ai acha que o casal Nardoni/Jatobá pretende matar os outros filhos?
O Brasil chegou num ponto tão grosseiro que o Alborghetti é uma das pessoas mais lúcidas do país!
Boa parte do telejornal foi dedicada ao caso Isabela. Eu detesto esse maldito caso Isabela. Não conheci a menina, não tenho medo dos pais dela. Não que isso invalide o brutalidade do crime, que muita gente achou chocante, eu particularmente não achei nada demais, acho que o Brasil já conseguiu fazer pior. Ou o país acabou com a minha capacidade de ficar impressionado.
Mas o ponto que me chamou a atenção foi: há 4 policiais viagiando as celas do pai e da madrasta. 4!
Sabe quantos policiais eu vi na volta da faculdade hoje? NENHUM! Aliás, não vejo um policial há uns dias.
Policiais são um recurso escasso.
Num país onde uma pessoa é assassinada a cada 15 minutos, não se pode alocar de maneira ineficiente os policiais (na verdade em nenhum país se deve).
A midia e a polícia são realmente de primeiro mundo no Brasil! Esse é o tipo do caso que ficaria meses nos noticiários de um país desenvolvido, onde assassinatos não acontecem todos os dias e a população pode andar tranquilamente pela rua.
Polícia serve para proteger pessoas que agem dentro da lei.
Quanto mais dinheiro, esforço e tempo se gastar com esse caso mais gente inocente vai morrer. Alguém ai acha que o casal Nardoni/Jatobá pretende matar os outros filhos?
O Brasil chegou num ponto tão grosseiro que o Alborghetti é uma das pessoas mais lúcidas do país!
Solta o Frango
O governo quer criar um novo imposto, o CSS. Acho que a moda agora vai ser criar impostos com o nome de bandas, pro povo não se sentir tão mal pagando.
Conversa na rua: putz! me pegaram sonegando os Beatles esse ano!
A notícia me lembrou de um clip, solta o frango. É uma cena bastante brasileira.
http://www.youtube.com/watch?v=Kgb6FxuaPQA
(imagine o Lula vestido de frango)
Peço desculpas aos que aqui vem procurando alguma coisa de economia (alguém vem?).
PS. Minhas piadas podem não ser muito adequadas ao seu senso de humor, caro leitor.
Conversa na rua: putz! me pegaram sonegando os Beatles esse ano!
A notícia me lembrou de um clip, solta o frango. É uma cena bastante brasileira.
http://www.youtube.com/watch?v=Kgb6FxuaPQA
(imagine o Lula vestido de frango)
Peço desculpas aos que aqui vem procurando alguma coisa de economia (alguém vem?).
PS. Minhas piadas podem não ser muito adequadas ao seu senso de humor, caro leitor.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Make us proud, squid!
Estava almoçando, vendo o jornal e pensando em como já faz um tempo que não posto nada.
Consegui inspiração em um discurso do Lula.
Foram tantas bobagens que cheguei a me engasgar.
Lula disse "pro mundo" que a Amazônia tem dono, os brasileiros. Me deu pena da Amazônia. Lula prefere um deserto brasileiro a uma floresta mundial. Escolha dele, azar o nosso. Como já postei sobre isso há pouco tempo, paro por aqui.
Lula disse que a inflação não é só culpa do governo, é de todos os brasileiros, cada um sabe onde está e por que (não lembro das palavras exatas). Isso é superestimar a capacidade dos brasileiros. Acho que a maior parte da população nem idéia faz do que é inflação, e outra parte que faz, acha que é outra coisa. Exemplo: uma professora de história disse uma vez na aula que os preços deveriam ser congelados! E ai, como é que fica companheiro?
Lula disse que aquele agrupamento maluco de países da América do Sul (não lembro a sigla, por opção) caminha para ter um banco central único e uma moeda única. É isso ai! Agora que o Brasil finalmente conseguiu o investment grade o Lula pensa em se juntar com gente que quer abolir a moeda. É como se uma pessoa que estivesse doente e lentamente se recuperando ficasse boa e então resolvesse dividir um quarto com alguém com alguma doença transmissível. sugiro que o Leitor faça uma analogia futebolística para o melhor entendimento próprio e do presidente da república (roubando a piada).
Lula cometeu erros de português. (sentença com zero bit)
Consegui inspiração em um discurso do Lula.
Foram tantas bobagens que cheguei a me engasgar.
Lula disse "pro mundo" que a Amazônia tem dono, os brasileiros. Me deu pena da Amazônia. Lula prefere um deserto brasileiro a uma floresta mundial. Escolha dele, azar o nosso. Como já postei sobre isso há pouco tempo, paro por aqui.
Lula disse que a inflação não é só culpa do governo, é de todos os brasileiros, cada um sabe onde está e por que (não lembro das palavras exatas). Isso é superestimar a capacidade dos brasileiros. Acho que a maior parte da população nem idéia faz do que é inflação, e outra parte que faz, acha que é outra coisa. Exemplo: uma professora de história disse uma vez na aula que os preços deveriam ser congelados! E ai, como é que fica companheiro?
Lula disse que aquele agrupamento maluco de países da América do Sul (não lembro a sigla, por opção) caminha para ter um banco central único e uma moeda única. É isso ai! Agora que o Brasil finalmente conseguiu o investment grade o Lula pensa em se juntar com gente que quer abolir a moeda. É como se uma pessoa que estivesse doente e lentamente se recuperando ficasse boa e então resolvesse dividir um quarto com alguém com alguma doença transmissível. sugiro que o Leitor faça uma analogia futebolística para o melhor entendimento próprio e do presidente da república (roubando a piada).
Lula cometeu erros de português. (sentença com zero bit)
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Broken window
Este link explicita de forma bastante lúdica as conseqüências, apontadas pelo Christian em seu último post, da ignorância econômica.
Não gosta de economia? Azar o seu, o meu, o nosso...
Já aconteceu comigo, várias vezes, começo a falar com alguém de economia em uma roda de conversa e boa parte das pessoas se mostra bastante incomodada. Julgam que o tema é chato, ou demasiadamente complicado. Em geral eu mudo de assunto, as pessoas gostam do que elas quiserem. O problema é o seguinte: ser ignorante em economia gera externalidades negativas e ainda assim, geralmente não é considerado um problema(provavelmente porque quase ninguém faz idéia do que sejam externalidades).
Como pode gerar externalidades? É bastante simples: a ignorância sobre economia faz as pessoas serem ludibriadas facilmente por políticas populistas, aumenta a propensão a apoiar políticos irresponsáveis em política monetária e fiscal o que(os leitores desse blog sabem) é trágico no longo prazo. O Brasil vive isso constantemente: o governo é duramente criticado pelas altas taxas de juros(que deveriam ser mais altas no momento), por quê? Porque mais de 95% da nossa população não entende que os juros altos são uma forma de conter a inflação(dado o descontrole do nosso governo nos gastos) , assim, todo mundo que não entende isso possivelmente votaria em um político que baixasse mais os juros, o que acabaria sendo ruim para todo mundo.
Nas políticas de investimento do governo a coisa fica ainda mais grave. Ninguém leu Bastiat para entender que toda a política de investimento tem uma parte que se vê e outra que não se vê. A parte que se vê em geral são os beneficiados pelo investimento(a população da cidade que comemora a construção de uma estrada, os agricultores que recebem financiamento subsidiado e por aí vai). O que não se vê é daonde sai o dinheiro, que deve ser de cortes de gastos(que ninguém gosta de fazer), de aumento de impostos(idem) ou aumento de endividamento(melhor esse, só se vê depois de um tempo). Se todos entendessem que vai ter uma contrapartida aos investimentos, seriam mais críticos a essas medidas e os políticos pensariam duas vezes antes de sair gastando feito loucos.
A mensagem desse post é a seguinte: pense duas vezes antes de virar a cara quando se começa a falar em economia, a sua ignorância(ainda que possa ser "cool" dizer que odeia economia) sobre o tema pode ser determinante para a inflação, as políticas governamentais, a miséria e uma infinidade de variáveis muito relevantes nas nossas vidas.
Pede pra sair, Pochmann
O IPEA ataca novamente, agora com dados de desigualdade e tentando provar que a carga tributária é progressiva. Eles realizaram um estudo(não tenho como colar o link direto, mas no site www.ipea.gov.br se encontra com facilidade) pra provar que pobres pagam mais impostos do que ricos no Brasil. Calcularam que os 10% mais pobres comprometem 33% de sua renda em impostos enquanto os 10% mais ricos comprometem 23%. Maravilha, a carga tributária é regressiva, o capitalismo é maligno, vamos pra revolução. Opa, só um minuto, estão esquecendo do "outro lado". Por incrível que pareça, impostos não vão exclusivamente pro bolso dos políticos, como esse estudo indica(indiretamente), existe uma contrapartida ao pagamento deles. Essa contrapartida vêm na forma de leis absurdas, moções ridículas do congresso, escândalos E transferência de renda e serviços prestados pelo Estado. E aí que tem um buraco no estudo do IPEA. Eles simplesmente ignoram a contrapartida dos impostos pagos.
Fazer isso é como calcular a despesa sobre faturamento de uma empresa, ignorar a receita dela e a partir disso sair dizendo que ela está em situação pior que uma empresa que tem despesa sobre faturamento menor, todo mundo sabe que o que importa é o saldo. Se o IPEA fosse minimamente honesto, eles colocariam no estudo quanto cada parcela da população recebe em transferências e serviços. Se, por exemplo, os 10% mais pobres pagam 33% de sua renda e recebem 50% em transferência e serviços, enquanto os 10% mais ricos pagam 23% e recebem 15%, o "saldo" da interferência estatal deixa de ser regressivo e torna-se progressivo(ou seja, está distribuindo renda). Os números são hipotéticos, mas me parece bastante provável que os 10% mais pobres recebam proporcionalmente mais em impostos e trasnferências que os 10% mais ricos.
Sugrestão pro Pochmann: ele podia pegar esse estudo desonesto e utilizá-lo para sugerir que nossos políticos trabalhem de graça. O raciocínio é simples: os políticos estão em sua maioria entre os 10% mais ricos, portanto, os salários deles são concentradores de renda, seria adequado, para distribuir renda, que eles não recebessem, que trabalhassem por patriotismo(ninguém é obrigado a ser político, que só se candidatem aqueles dispostos a trabalhar unicamente por vontade de ajudar a nação).
Fazer isso é como calcular a despesa sobre faturamento de uma empresa, ignorar a receita dela e a partir disso sair dizendo que ela está em situação pior que uma empresa que tem despesa sobre faturamento menor, todo mundo sabe que o que importa é o saldo. Se o IPEA fosse minimamente honesto, eles colocariam no estudo quanto cada parcela da população recebe em transferências e serviços. Se, por exemplo, os 10% mais pobres pagam 33% de sua renda e recebem 50% em transferência e serviços, enquanto os 10% mais ricos pagam 23% e recebem 15%, o "saldo" da interferência estatal deixa de ser regressivo e torna-se progressivo(ou seja, está distribuindo renda). Os números são hipotéticos, mas me parece bastante provável que os 10% mais pobres recebam proporcionalmente mais em impostos e trasnferências que os 10% mais ricos.
Sugrestão pro Pochmann: ele podia pegar esse estudo desonesto e utilizá-lo para sugerir que nossos políticos trabalhem de graça. O raciocínio é simples: os políticos estão em sua maioria entre os 10% mais ricos, portanto, os salários deles são concentradores de renda, seria adequado, para distribuir renda, que eles não recebessem, que trabalhassem por patriotismo(ninguém é obrigado a ser político, que só se candidatem aqueles dispostos a trabalhar unicamente por vontade de ajudar a nação).
Marcadores:
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quinta-feira, 15 de maio de 2008
Maldito V ou F
Esse post não tem a ver com economia, mas com provas.
Provas de V ou F são ruins, não medem o real domínio so assunto pelo aluno. Existe um grave problema que parece ser que se você apenas presta atenção na aula o V ou F é um pouco simples, agora se você estuda mais ele parece ficar mais complicado. A idéia é que esse tipo de questão faz uma análise superficial, quem sabe os detalhes dos modelos se dá mal de quando em quando.
Além disso, pra um V ou F ser resolvível a afirmação precisa ser curta, logo ela sempre vai deixar alguma dúvida. Hoje na minha prova de economia da informação tinha uma afirmativa que dizia que seleção adversa e moral hazard podem acontecer simultaneamente no mercado. Sim, podem. Mas seleção adversa é um problema pré-contratual e moral hazard é um problema pós-contratual, então ela é V e F, o que exatamente quer dizer "simultanemanente"? Depende da interpretação de cada um. Em uma questão discursiva não há como errar uma pergunta como essa.
O mesmo problema occoreu em economia brasileira. "a CEPAL critica o subconsumismo". Que espécie de pergunta é isso?! Criticam a teoria ou a existência do subconsumismo? Perguntas como essa fizeram com que eu me decepcionasse com a minha nota, não que eu tenha ido mal, mas fui muito melhor na parte discursiva da prova, se fosse toda discursiva ficaria satisfeito, meu estudo estaria refletido na nota. Com V ou F está refletida a atenção, o sono e ,sobretudo, a interpretação pessoal de cada um, dizer que a interpretação faz parte da avaliação é bobagem, é falta de liberdade.
Um definição de simultâneo: "Que se faz ou acontece ao mesmo tempo: movimentos simultâneos".
Então, o movimento se dá ao mesmo tempo?
Qual é o mercado em questão?
V ou F é sacanagem com quem estuda!
Provas de V ou F são ruins, não medem o real domínio so assunto pelo aluno. Existe um grave problema que parece ser que se você apenas presta atenção na aula o V ou F é um pouco simples, agora se você estuda mais ele parece ficar mais complicado. A idéia é que esse tipo de questão faz uma análise superficial, quem sabe os detalhes dos modelos se dá mal de quando em quando.
Além disso, pra um V ou F ser resolvível a afirmação precisa ser curta, logo ela sempre vai deixar alguma dúvida. Hoje na minha prova de economia da informação tinha uma afirmativa que dizia que seleção adversa e moral hazard podem acontecer simultaneamente no mercado. Sim, podem. Mas seleção adversa é um problema pré-contratual e moral hazard é um problema pós-contratual, então ela é V e F, o que exatamente quer dizer "simultanemanente"? Depende da interpretação de cada um. Em uma questão discursiva não há como errar uma pergunta como essa.
O mesmo problema occoreu em economia brasileira. "a CEPAL critica o subconsumismo". Que espécie de pergunta é isso?! Criticam a teoria ou a existência do subconsumismo? Perguntas como essa fizeram com que eu me decepcionasse com a minha nota, não que eu tenha ido mal, mas fui muito melhor na parte discursiva da prova, se fosse toda discursiva ficaria satisfeito, meu estudo estaria refletido na nota. Com V ou F está refletida a atenção, o sono e ,sobretudo, a interpretação pessoal de cada um, dizer que a interpretação faz parte da avaliação é bobagem, é falta de liberdade.
Um definição de simultâneo: "Que se faz ou acontece ao mesmo tempo: movimentos simultâneos".
Então, o movimento se dá ao mesmo tempo?
Qual é o mercado em questão?
V ou F é sacanagem com quem estuda!
terça-feira, 13 de maio de 2008
Take that Mr. Wolf
O Christian é a pessoa que menos gosta da China no mundo, aprecio isso deveras nele.
Aqui vai uma notícia Christian: um estudo do banco mundial(ainda por sair) levanta a contribuição do capital, da mão-de-obra e da TFP para o crescimento. A contribuição da TFP no Crescimento da China é em torno de 4,5%, ou seja, em torno de 50% do crescimento do país de 1999-2005. O capital está em segundo lugar.
A TPF de alguns países do estudo é maior. Na América Latina é claro que é zero, a gente faz diferente!
Aqui vai uma notícia Christian: um estudo do banco mundial(ainda por sair) levanta a contribuição do capital, da mão-de-obra e da TFP para o crescimento. A contribuição da TFP no Crescimento da China é em torno de 4,5%, ou seja, em torno de 50% do crescimento do país de 1999-2005. O capital está em segundo lugar.
A TPF de alguns países do estudo é maior. Na América Latina é claro que é zero, a gente faz diferente!
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Convexidade
"- Não gosto do Brasil porque ele não é convexo."
Jorge Araújo, durante aula de Tópicos Especiais em Economia Matemática.
sábado, 10 de maio de 2008
Free Lunch e Taxa de Inscrição
O que separa os esquerdistas e os não esquerdistas é a compreensão da frase lapidar - atribuída a tantos e imortalizada pelo velho Friedman: "There's no such thing as a free lunch".
Para o militante do esquerdismo, a idéia de que nada sai do nada é inconcebível, uma falácia neoliberal; eles crêem piamente que o governo é uma entidade tão grande e onipotente quanto eles gostariam que, de fato, fosse.
Atestando a incapacidade da esquerda compreender o Free Lunch, sempre aparece algum indivíduo de capacidade cognitiva questionável lutando - para usar um termo deles - pela gratuidade da inscrição no vestibular da UFRGS. O argumento: a UFRGS é uma universidade pública, logo a inscrição para o vestibular deve ser gratuita. Protagoras morreria de inveja de um raciocínio tão bem fundamentado! (Aliás, todo esquerdista competente é um sofista por excelência!)
Não entrarei na questão sobre isenção de taxa de inscrição para pessoas com baixo nível de renda. Até porque a UFRGS já aplica esse benefício aos menos afortunados - e não é de hoje. E eu acho válido. Mas isso é apenas minha opinião pessoal. Não tenho intenção de fundamentá-la neste momento.
Observe a seguinte série de dados:
ANO CANDIDATOS AUSENTES
2008 14,33%
2007 17,99%
2006 19,16%
2005 16,29%
2004 14,99%
(Fonte: www.ufrgs.br)
A tabela acima indica o percentual de candidatos que não foram fazer as provas do primeiro dia (e, portanto, foram automaticamente excluídos do processo seletivo).
Note que são dados bastante significativos. Em 2006, por exemplo, houve quase 20% de abstenções no primeiro dia de provas! Ou seja: 20% dos candidatos que desembolsaram em torno de R$ 100,00 pela inscrição não participaram, por alguma razão, do vestibular.
Se mesmo com uma taxa de inscrição significativa 1/5 dos candidatos se abstiveram, imagine o que aconteceria se não houvesse taxa alguma. Qualquer indivíduo poderia se inscrever mesmo que seu interesse ou preparo para realizar as provas fosse próximo de zero. A quantidade de aventureiros seria considerável. Se, na época das provas, surgisse uma viagem para Magistério ou uma churrascada com a turma da bocha, aquele que não estivesse realmente interessado pularia fora, onerando os cofres da União de forma desnecessária.
Realizar um concurso do porte do vestibular da UFRGS é uma tarefa complexa. Envolve contratar fiscais, coordenadores, pagar professores para elaborarem provas e corrigirem redações. Tem que mandar rodar os cadernos de questões e as folhas óticas. Isso sem falar no aluguel de escolas e prédios para a realização das provas. É caro. Bem caro.
Isentar o candidato de qualquer taxa de inscrição seria incentivar posturas de risco moral e, como conseqüência imediata, fazer com que a qualidade e lisura do processo despencassem: desde a qualidade dos cadernos de questões até a superlotação de salas, passando pela diminuição da relação fiscal/aluno.
Para o militante do esquerdismo, a idéia de que nada sai do nada é inconcebível, uma falácia neoliberal; eles crêem piamente que o governo é uma entidade tão grande e onipotente quanto eles gostariam que, de fato, fosse.
Atestando a incapacidade da esquerda compreender o Free Lunch, sempre aparece algum indivíduo de capacidade cognitiva questionável lutando - para usar um termo deles - pela gratuidade da inscrição no vestibular da UFRGS. O argumento: a UFRGS é uma universidade pública, logo a inscrição para o vestibular deve ser gratuita. Protagoras morreria de inveja de um raciocínio tão bem fundamentado! (Aliás, todo esquerdista competente é um sofista por excelência!)
Não entrarei na questão sobre isenção de taxa de inscrição para pessoas com baixo nível de renda. Até porque a UFRGS já aplica esse benefício aos menos afortunados - e não é de hoje. E eu acho válido. Mas isso é apenas minha opinião pessoal. Não tenho intenção de fundamentá-la neste momento.
Observe a seguinte série de dados:
ANO CANDIDATOS AUSENTES
2008 14,33%
2007 17,99%
2006 19,16%
2005 16,29%
2004 14,99%
(Fonte: www.ufrgs.br)
A tabela acima indica o percentual de candidatos que não foram fazer as provas do primeiro dia (e, portanto, foram automaticamente excluídos do processo seletivo).
Note que são dados bastante significativos. Em 2006, por exemplo, houve quase 20% de abstenções no primeiro dia de provas! Ou seja: 20% dos candidatos que desembolsaram em torno de R$ 100,00 pela inscrição não participaram, por alguma razão, do vestibular.
Se mesmo com uma taxa de inscrição significativa 1/5 dos candidatos se abstiveram, imagine o que aconteceria se não houvesse taxa alguma. Qualquer indivíduo poderia se inscrever mesmo que seu interesse ou preparo para realizar as provas fosse próximo de zero. A quantidade de aventureiros seria considerável. Se, na época das provas, surgisse uma viagem para Magistério ou uma churrascada com a turma da bocha, aquele que não estivesse realmente interessado pularia fora, onerando os cofres da União de forma desnecessária.
Realizar um concurso do porte do vestibular da UFRGS é uma tarefa complexa. Envolve contratar fiscais, coordenadores, pagar professores para elaborarem provas e corrigirem redações. Tem que mandar rodar os cadernos de questões e as folhas óticas. Isso sem falar no aluguel de escolas e prédios para a realização das provas. É caro. Bem caro.
Isentar o candidato de qualquer taxa de inscrição seria incentivar posturas de risco moral e, como conseqüência imediata, fazer com que a qualidade e lisura do processo despencassem: desde a qualidade dos cadernos de questões até a superlotação de salas, passando pela diminuição da relação fiscal/aluno.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Shareef don't like it!
Preços do petróleo quebram recordes. Opa. Recordes nominais!
Se usado o IPC americano e não os preços ao produtor, o barril teria de chegar a 118 dólares para quebrar o recorde.
Em 1981 a renda média dos países do G-7 compraria 318 barris de petróleo. Para chegar a esse mesmo patamar o petróleo deveria subir para 134 dólares/barril.
Em 1980 os americanos gastavam 8% de sua renda em energia. Hoje gastam 6,6%.
Gasotos com petróleo em percentual do produto mundial estão em torno de 3,5%. Em 1980 chegaram a 5,9%. Para "nivelar" precisariamos de 150 dólares/barril.
Bem, enquanto escreve os preços sobem e meu post perde o sentido.
Conclusão: os anos 80 foram muito mais divertidos!
PS como se pode ver alguns de meus dados estão alguns dias desatualizados. Os preços do petróleo são de 16 de abril. Não sou tão rápido quanto essa gente da bolsa.
Se usado o IPC americano e não os preços ao produtor, o barril teria de chegar a 118 dólares para quebrar o recorde.
Em 1981 a renda média dos países do G-7 compraria 318 barris de petróleo. Para chegar a esse mesmo patamar o petróleo deveria subir para 134 dólares/barril.
Em 1980 os americanos gastavam 8% de sua renda em energia. Hoje gastam 6,6%.
Gasotos com petróleo em percentual do produto mundial estão em torno de 3,5%. Em 1980 chegaram a 5,9%. Para "nivelar" precisariamos de 150 dólares/barril.
Bem, enquanto escreve os preços sobem e meu post perde o sentido.
Conclusão: os anos 80 foram muito mais divertidos!
PS como se pode ver alguns de meus dados estão alguns dias desatualizados. Os preços do petróleo são de 16 de abril. Não sou tão rápido quanto essa gente da bolsa.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Espiral na terra das pirâmides
O Egito resolveu combater o aumento do preço dos alimentos.
Como? Um subsídio para tornar o pão barato.
O custo? Esse ano 1,7 bilhão de dólares, 1,12% do PIB. Esse mesmo programa prevê gastos de 2,2 bilhões de dólares para 2009, 1,25% da estimativa do PIB.
o déficit orçamentário do governo previsto para 2008 é de 7% do PIB.
Sim, a inflação está em saudáveis dois dígitos, variação de um ano (abril) 12,8%. Inflação prevista para 2008 é de 10,6%.
É um sistema um tanto sem sentido, o subsídio gera inflação, inflação tonar tudo mais caro, mais caro requer mais subsídio, logo mais inflação... e a espiral continua.
Detalhe: a economia egípcia vem crescendo acima de 5% nos últimos anos. O estrago poderia ser muito pior. Claro que logo logo a inflação trava o crescimento.
Como? Um subsídio para tornar o pão barato.
O custo? Esse ano 1,7 bilhão de dólares, 1,12% do PIB. Esse mesmo programa prevê gastos de 2,2 bilhões de dólares para 2009, 1,25% da estimativa do PIB.
o déficit orçamentário do governo previsto para 2008 é de 7% do PIB.
Sim, a inflação está em saudáveis dois dígitos, variação de um ano (abril) 12,8%. Inflação prevista para 2008 é de 10,6%.
É um sistema um tanto sem sentido, o subsídio gera inflação, inflação tonar tudo mais caro, mais caro requer mais subsídio, logo mais inflação... e a espiral continua.
Detalhe: a economia egípcia vem crescendo acima de 5% nos últimos anos. O estrago poderia ser muito pior. Claro que logo logo a inflação trava o crescimento.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Carris e o velho argumento do estraga pra privatizar
Esse post pode ser resumido em 3 linhas, mas vou enrolar.
Estava voltando do meu curso de francês de ônibus, lendo Fante. De onde eu estava voltando não é, nem minimamente, importante, mas é apenas um motivo para as pessoas que vão detestar esse post me detestarem (ainda mais), o que lia aparece mais adiante no post. Sim, meu curso de francês é aquele que os commies bem de vida fazem e não tem vergonha nenhuma de tomar champagne gratuito (bem sabido que champagne só é feita na frança) na festa de fim de ano e reclamar da desigualdade do país, eles são "cabeça". Bem, eu não sou commie, mas gosto de champagne e da festa de fim de ano do curso.
Bem, entrei no ônibus, tinha lugar para sentar. Sentei-me, comecei a ler. Era difícil manter a concentração, dado que a pessoa sentada ao meu lado não tinha a menor noção de espaço, nem de higine bucal. Os outros passageiros falavam alto. Todo o mundo sabe com é um ônibus no Brasil.
O ônibus era da Carris. Pra quem não é de Porto Alegre, Carris é uma empresa pública de transporte que os petistas acham que é um modelo para o mundo, comparável às empresas de transporte dos grandes países europeus. Um realista diria que é uma porcaria de empresa, como qualquer outra da cidade.
A "economia" entra no seguinte: no meio do trajeto deu algum problema no arcondicionado ou algo do gênero. O cobrador falou que a Carris andava "atirada", que estavam tentando vendê-la para a iniciativa privada. Segundo ele estava "estragando" a empresa para depois vender barato. Quase que fui discutir com ele, mas a discussão provavelmente daria em nada, ele não iria compreender meu argumento. Ai entra o livro que lia, Bandidi discutia com as pessoas e dizia que elas eram burras, que não haviam lido nada, coisas assim. A minha discussão com o cobrador provavelmente tomaria esse rumo, afinal de contas, qual é a chance de um cobrador de ônibus ter lido Friedman, Phelps, etc.? (Ok, ele pode não ter tido oportunidade...)
O meu ponto é o seguinte: como é que pode uma empresa estar sujeita a esse tipo de coisa? Um empresa pública não pode cair nessas armadilhas, como cair parece ser mais a regra que a exceção, o que nos resta? Vender tudo desse Estado, privatizar até a última gota ou ponta. Um empresa que cobra R$2,10 por uma passagem e está "atirada" é muito mal administrada. O Agente não está cumprindo o contrato que assinou com o Principal.
O mesmo cobrador usou o mesmo argumento para falar da venda das ações do Banrisul. Pensei se ele realmente entendia do que falava ou se eu era o grande babaca que não sabia onde pegar minha parcela do banco já que antigamente ele era 100% nosso. Eu nunca ganhei um tostão do Banrisul, na realidade fui muito mal tratado várias vezes lá, além do mais, sou gaúcho, o banco é (era, na visão de alguns) meu e não me perguntaram se eu queria patrocinar o Grêmio e/ou o Internacional, é óbvio que eu não quero.
Fazendo o resumo (o post poderia ser só isso): se um país permite que empresas públicas caiam em jogos políticos, tem algo de muito errado com esse país. Não importa de é desvalorizar para vender ou valorizar para encher o bolso da diretoria alinhada ao partidão. Empresa pública não funciona! As poucas que funcionam tem administração no estilo privado, mas certamente seriam melhores se fossem privadas.
Estava voltando do meu curso de francês de ônibus, lendo Fante. De onde eu estava voltando não é, nem minimamente, importante, mas é apenas um motivo para as pessoas que vão detestar esse post me detestarem (ainda mais), o que lia aparece mais adiante no post. Sim, meu curso de francês é aquele que os commies bem de vida fazem e não tem vergonha nenhuma de tomar champagne gratuito (bem sabido que champagne só é feita na frança) na festa de fim de ano e reclamar da desigualdade do país, eles são "cabeça". Bem, eu não sou commie, mas gosto de champagne e da festa de fim de ano do curso.
Bem, entrei no ônibus, tinha lugar para sentar. Sentei-me, comecei a ler. Era difícil manter a concentração, dado que a pessoa sentada ao meu lado não tinha a menor noção de espaço, nem de higine bucal. Os outros passageiros falavam alto. Todo o mundo sabe com é um ônibus no Brasil.
O ônibus era da Carris. Pra quem não é de Porto Alegre, Carris é uma empresa pública de transporte que os petistas acham que é um modelo para o mundo, comparável às empresas de transporte dos grandes países europeus. Um realista diria que é uma porcaria de empresa, como qualquer outra da cidade.
A "economia" entra no seguinte: no meio do trajeto deu algum problema no arcondicionado ou algo do gênero. O cobrador falou que a Carris andava "atirada", que estavam tentando vendê-la para a iniciativa privada. Segundo ele estava "estragando" a empresa para depois vender barato. Quase que fui discutir com ele, mas a discussão provavelmente daria em nada, ele não iria compreender meu argumento. Ai entra o livro que lia, Bandidi discutia com as pessoas e dizia que elas eram burras, que não haviam lido nada, coisas assim. A minha discussão com o cobrador provavelmente tomaria esse rumo, afinal de contas, qual é a chance de um cobrador de ônibus ter lido Friedman, Phelps, etc.? (Ok, ele pode não ter tido oportunidade...)
O meu ponto é o seguinte: como é que pode uma empresa estar sujeita a esse tipo de coisa? Um empresa pública não pode cair nessas armadilhas, como cair parece ser mais a regra que a exceção, o que nos resta? Vender tudo desse Estado, privatizar até a última gota ou ponta. Um empresa que cobra R$2,10 por uma passagem e está "atirada" é muito mal administrada. O Agente não está cumprindo o contrato que assinou com o Principal.
O mesmo cobrador usou o mesmo argumento para falar da venda das ações do Banrisul. Pensei se ele realmente entendia do que falava ou se eu era o grande babaca que não sabia onde pegar minha parcela do banco já que antigamente ele era 100% nosso. Eu nunca ganhei um tostão do Banrisul, na realidade fui muito mal tratado várias vezes lá, além do mais, sou gaúcho, o banco é (era, na visão de alguns) meu e não me perguntaram se eu queria patrocinar o Grêmio e/ou o Internacional, é óbvio que eu não quero.
Fazendo o resumo (o post poderia ser só isso): se um país permite que empresas públicas caiam em jogos políticos, tem algo de muito errado com esse país. Não importa de é desvalorizar para vender ou valorizar para encher o bolso da diretoria alinhada ao partidão. Empresa pública não funciona! As poucas que funcionam tem administração no estilo privado, mas certamente seriam melhores se fossem privadas.
domingo, 4 de maio de 2008
Novo Sheeter
A partir de hoje contamos com um novo ajudante, Pato. Isso mesmo. Colega de UFRGS e eventualmente de bar.
Não cabe a nós julgar, cada um que leia e julgue por si próprio.
Enfim, bem vindo Sr. Pato. Críticas ao trabalho dele também.
Criatividade acaba e nós contratamos!
Não cabe a nós julgar, cada um que leia e julgue por si próprio.
Enfim, bem vindo Sr. Pato. Críticas ao trabalho dele também.
Criatividade acaba e nós contratamos!
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