Vi uma reportagem na televisão sobre a segunda noite de panelaços em Buenos Aires, desta vez o protesto é contra um imposto sobre a exportação. O que me chamou a atenção foi que a televisão falou que quem foi às ruas protestar foi a Esquerda. A esquerda gosta de impostos.
Segundo a presidente Kirchner, o setor exportador foi o que mais cresceu, portanto, deve ser taxado. Claro, nada mais racional que punir o melhor, na América Latina a gente gosta é de mediocridade.
O problema é que as exportações argentinas perderão competitividade no mundo. Isso é muito ruim para o país como um todo, pois o governo tirará dinamismo justamente do setor que mais cresce.
Mas qual é o objetivo de tal política? O governo argentino afirma ter um superávit orçamentário de 1,2% do PIB. Ou seja, não precisa desesperadamente tapar buracos como outros países. Mas calma lá. O governo argentino é o mesmo que vende uma inflação de 8,2% (janeiro) e ninguém acredita. Alguns afirmam que a inflação pode ser na verdade de 17% (varia de fonte pra fonte).Desincentivar as exportações seria uma maneira de reduzir a inflação, através do aumento da oferta doméstica.
Pensando bem, que países tem inflações de 2 dígitos? A venezuela é um deles. São países geralmente populistas, onde o gasto governamental é muito elevado. Chavez é populista, os Kirchner são populistas.
A Argentina não tem mais como segurar as pontas. Só a ortodoxia ou a sorte salvam o país. (já terminou o horário de verão por lá?)
A confusão heterodoxa é tão grande que a Esquerda já anda protestando por coisas boas. Gostaria de saber "o que são" as pessoas que foram brigar com os manifestantes.
É curioso, hoje prefiro ser brasileiro a ser argentino. (pra quem me conhece, não sou a pessoa mais nacionalista desse nosso país)
Acho que vou parar por aqui antes que elogie o Lula por não ter enveredado por essa via "não-convencional".
quinta-feira, 27 de março de 2008
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