terça-feira, 30 de março de 2010

Econosheet 2 anos e meio adiantado

Catherine Hakim, uma professora da London School of Economics, publicou um artigo onde ela identifica o conceito de capital erótico, considerado por ela um atributo profissional importante.


Ela afirma que uma pessoa bonita pode ter uma remuneração 10 a 15 % superior à de uma pessoa com aparência mediana. Além disso, é muito difícil que políticos muito feios tenham sucesso na liderança de partidos. No estudo, é dito que o capital erótico tem 6 componentes: Beleza, Atratividade Sexual, Atratividade Social, Vivacidade, Apresentação, Sexualidade e Fertilidade.

Qual o motivo do título do post (e aí vai uma baita auto-propaganda, mas eu não resisti, adoro aquele post), é que em 30 de outubro de 2007, quase 3 anos atrás eu falava aqui dos ganhos obtidos com a beleza mesmo em profissões onde ela não seria necessária.

O post se chama Análise econômica da beleza: uma homenagem à Anna Kournikova. http://econosheet.blogspot.com/2007/10/anlise-econmica-da-beleza-uma-homenagem.html Como tá explicado no post, não só esses ganhos são bastante relevantes, mas, na minha opinião, não necessariamente são injustos.

Sabia que a Anna Kournikova daria sorte.


segunda-feira, 29 de março de 2010

O legado de Lula

Finalmente estamos no último ano do Lula.
Acho que ele vai deixar um legado importante para o país.
Lula finalmente conseguiu mostrar à "classe" média que não existe salvador da pátria. Aquele cara da esquerda que vai lutar contra as injustiças do mundo, distribuir dos ricos pros pobres.
Ficou claro que o bem estar de todos e de cada um depende muito mais de preços estáveis e dedicação do que de um presidente.
Ficou claro também que não importa quantos dedos o presidente tenha ou quantas línguas fale, mas sim como vai a economia. Ou seja, um presidente deve ser aquele que sabe o que falar em cada hora e em cada lugar e não nos envergonhe negociando com terroristas, acreditando que a França sabe produzir caças ou bebendo além da conta.
Enfim, acho que talvez essa "classe" que, eu politicamente tanto desprezo, venha finalmente a amadurecer politicamente.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Presidente 2010- Américo de Souza (PSL)

Recebi essa notícia e achei interessante: Pré-candidato a presidente pelo PSL defende privatização total (http://www.libertarios.com.br/index.php/forum/9-noticias/316-pre-candidato-pelo-psl-defende-privatizacao-total)

"Extinguir todos os impostos e privatizar tudo: estatais (inclusive Petrobrás), rodovias, unidades de saúde e todo e qualquer órgão ou serviço ligado ao Estado. Essas são as duas propostas centrais do programa de governo do pré-candidato a presidente Américo de Souza (PSL), ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho. Definindo-se como “o candidato da juventude”, ele visitou a Câmara de Osasco, nesta terça-feira (02), e explicou ao Diário seu projeto para que tudo seja transferido para as mãos da iniciativa privada."

Ou seja, parece que teremos um não-comunista concorrendo nas próximas eleições. Acho que vale apoiar o cara, só por levantar a bandeira do liberalismo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ainda sobre a formatura

Resolvi escrever alguma coisa sobre o tal discurso.
Antes de tudo, é válido destacar que o autor do discurso é um ótimo professor, apesar da visão de mundo "disjunta" da minha.

O discurso do professor apresentou dois problemas.
Primeiro. Não há nada de errado com fechar livros, é uma escolha pessoal. Como comer ou não carne. Obviamente o que lemos nos traz alguma espécie de conhecimento. Bem como comer carne nos dá nutrientes.
Em nenhum momento nosso colega Diego disse que os livros do Marx deveriam ser lacrados, mas simplesmente disse que ele, Diego, não vai mais abrir um. Escolha pessoal, ele vai arcar com os custos e aproveitar os benefícios dessa escolha. [excluindo externalidades]
O ponto que o professor não tocou é o custo de oportunidade de ler Marx, ou qualquer outra coisa. Enquanto se lê Marx não se lê Friedman, Saul Bellow, ou Caras.
Obviamente o Diego não vai deixar de abrir livros, aliás, é um dos poucos daquela turma que vai continuar estudando.
Não ler mais Marx é uma aposta que ele faz. Ele acredita que ler Marx traz menos retorno que ler o Mas-colell. Isso depende de cada um.
Sem fechar livros não se chega a lugar algum.

O segundo ponto. O professor falou que a universidade de Leiden foi fundada por escolha popular. A população concordou em aumentar impostos...
Mas quanto era a tributação na época da fundação da universidade? E a população achava essa tribução "justa" ou não?
Claro que é muito fácil aumentar impostos se se paga 0,1% da renda. Ou mesmo quando se paga 50% e a visão geral é de que isso é correto e deve ser assim.
O problema é querer financiar educação com uma tribução mordendo os 40%, sendo que ninguém deve achar esta "justa".
No atual estado das coisas sou contrário até a tributação de todos em meu benefício. Mesmo que houvesse uma lei que cada brasileiro deveria me dar 50 centavos eu ia negar, por que o governo iria dar um jeito de fazer com que eu repassasse mais do que recebesse.
Inclusive, o Stuart Mill já escreveu sobre a confiabilidade dos holandeses... e todo mundo sabe que no Brasil vale a lei de Gerson.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Hayek e o derrotismo

Certa vez me disseram que esperavam mais de O Caminho da Servidão; que, enquanto baluarte do liberalismo, gerava uma grande expectativa que acabou não se concretizando: se aquela era a melhor defesa que os liberais tinham para as suas idéias, qual seria a pior?

A Ciência Econômica é um apanhado de obviedades minúsculas que, arroladas, conduzem a conclusões nem sempre tão óbvias. Nossa Ciência ganhou o epíteto de lúgubre - eu entendo assim - por tratar de temas mundanos e mesquinhos. Não nos gabamos de pensar no bem, na felicidade e na redenção da civilização humana à moda dos gregos. É natural que, enquanto economistas, guiemos assim nossos pensamentos pois esta é a natureza da nossa Ciência. Somos os arautos da desgraça, os caras que interrompem a festa pra avisar que a cerveja não vai durar a noite toda. Dentro de todas as restrições que nos são impostas, oferecemos as melhores respostas - o que não quer dizer que elas sejam ótimas no sentido grego da coisa.

O que revolta tanto a tantos na obra de Hayek é o balde de água fria que ele atira nos sonhos daqueles que acreditam que é possível dar um jeitinho pra conseguir almoço grátis para todos. Ele não dá uma saída mágica para as "crises". Para tudo, a sua resposta é "deixe o mercado agir". Mas ele não dá garantia nenhuma. Pondera, inclusive, que as soluções via mercado não tem um prazo determinado para "darem certo": elas são lentas.

Àqueles que esperavam fórmulas milagrosas para elevar os homens ao Olimpo, ele oferece um caminho que pode ser lento e cheio de equívocos, mas que, mesmo assim, é o melhor possível. Para Hayek o homem não é capaz de encontrar uma sentença fechada e exata para resolver os "problemas" da economia e "salvar" o mundo; com isso, Hayek zombou dos intelectuais, desdenhou sua capacidade e minou a fúria em seus egos. Garantiu assim o mesmo destino reservado aos portadores das más notícias em um mundo de "sábios" recalcados que vivem de restos e sonham com abundância plena e fácil. Chegar em alguém que se toma por genial e julgar-lhe ser incapaz de resolver determinada questão não é a forma mais indicada para ampliar o leque de amizades.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Homenagem ao Diego Baldusco

"Eu nunca mais vou ter que ler uma página de Marx na minha vida." (Frase dita por Diego Baldusco na formatura do curso de Ciências Econômicas da UFRGS em 06/03/2010)

"One man with courage makes a majority" (Frase atribuída ao sétimo presidente dos EUA, Andrew Jackson)

Começo esse post explicando a homenagem que eu faço em nome do Econosheet ao colega formando e agora economista. No último sábado, 6 de março, o Marcelo, o Pato, o Baldusco e eu, juntamente com uma turma de mais de 50 nos formamos no curso de Ciências Econômicas. Na hora dos agradecimentos, o Baldusco deu essa "alfinetada" nos esquerdistas, que eram maioria tanto entre os estudantes que se formavam, quanto na mesa dos professores.

Essa manifestação não passou em branco e, em seu discurso o vice diretor da faculdade manifestou claramente seu repúdio ao que tinha sido dito pelo formando. Nessa manifestação, chegou ao extremo de dizer que são pensamentos assim que levam ao obscurantismo, à censura e à criação de Goulags. Vale dizer que essa resposta foi injusta e quase covarde uma vez que o professor teve tempo ilimitado para fazê-la (a manifestação do aluno durou poucos segundos) e ele sabia que não haveria chance de uma réplica do aluno.

Além de injusta, a resposta apresenta erros lógicos claros e mostra uma tentativa desesperada de desqualificar o "oponente". Diego Baldusco nunca disse que Marx não devia ser lido, muito menos que deveria ser proibido. Disse sim que ele estava feliz por nunca mais ter a obrigação de ler esse autor. Ou seja, o formando falava de uma decisão individual, não de algo que deveria ser recomendado ou imposto aos outros. Um liberal entenderia isso. Infelizmente um esquerdista não consegue fazer o mesmo.

Isso porque é muito difícil para alguém que defende a coletivização de tudo e o máximo de igualdade possível, entender que as pessoas não são iguais e que o que é bom para um nem sempre é bom para os outros. As conseqüências dessa falta de compreensão são nefastas. É por causa disso que em regimes comunistas tudo é imposto de cima para baixo de forma completamente autoritária. Burocratas se julgam capazes de definir o que é bom que as pessoas consumam, que entidades elas devem venerar, o que elas devem ler, e finalmente, como elas devem pensar. Tudo que não estiver de acordo com esse modelo, ofende, é errado e deve ser proibido.

Baldusco violou o modelo ideal de um professor esquerdista (não necessariamente Marxista, é bom dizer). Ele saiu do que o professor considerava bom para si (e assim, bom para todos) logo foi "punido".

Essa homenagem é feita aqui exatamente por isso. Cada vez que alguém desafia o modelo ideal de um esquerdista, nos tornamos um pouco mais livres, menos distantes do Goulag.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Brasil não irá se curvar ao bom senso.

O ministro "topa tudo" Celso Amorim largou o seguinte:

"Não se trata simplesmente de se curvar à opinião de um consenso que você pode simplesmente não concordar".

O ministério das relações exteriores do Brasil dá provas cada vez maiores de ignorância e de falta de bom senso. Quando é pra defender empresa brasileira do roubo dos Bolivianos, eles se curvam, quando é pra reconhecer a China como economia de mercado, ignorando a contrapartida que era a indicação para o Conselho de Segurança da ONU pelos chineses (o que eles não cumpriram), eles se curvam, quando é pra lamber o saco dos piores líderes do mundo, como Chávez, Fidel e Ahmadinejad, eles se curvam. Agora, quando é pra tentar impedir que um maluco completo que quer acabar com Israel, com os judeus e possivelmente com todos os não-muçulmanos do mundo, aí nosso líder das relações exteriores faz jogo duro.

Ele deve achar que mostra que tem poder e que é corajoso dessa maneira. Mostra na verdade que é burro e distancia cada vez mais o Brasil das posições de liderança na diplomacia mundial (ao menos das posições sérias de liderança). Nos afasta dos Europeus e dos Norte-Americanos e nos aproxima de Chavez e Ahmadinejad, campeões mundiais na arte de dizer besteiras.

Faz anos que o Ministro Celso Amorim envergonha o Brasil, mas dessa vez ele bateu os próprios recordes.