A Teoria de Jogos provê uma boa justificativa para o fato de eu não gostar de trabalhos em grupo.
Independente da forma como os grupos são formados - se por sorteio ou afinidade entre os membros - esse tipo de tarefa resulta normalmente em um trabalho de péssimo qualidade ou em um bom trabalho às expensas de uma única alma caridosa, que sacrificou seu tempo em benefício dos demais.
Independente da forma como os grupos são formados - se por sorteio ou afinidade entre os membros - esse tipo de tarefa resulta normalmente em um trabalho de péssimo qualidade ou em um bom trabalho às expensas de uma única alma caridosa, que sacrificou seu tempo em benefício dos demais.
Trabalhos em grupo são um caso de Tragédia dos Comuns:
A Tragédia dos Comuns é uma espécie de Dilema do Prisioneiro com um grande número de participantes. A deserção de cada indivíduo em particular afeta muito pouco o restante da coletividade, mas traz grandes vantagens para o desertor. Mas é justamente aí que está o problema: como cada um pensa que sua própria deserção tem pouco significado, todo mundo tende a desertar, o que faz com que a massa de pessoas desertando influencie significativamente o resultado de todo o grupo. No fim das contas, acontece o equilíbrio do sistema na situação em que todos desertam, de forma muito semelhante ao Dilema do Prisioneiro.
(RoubadoExtraído daqui. Lembre que este é um post sobre Teoria de Jogos e Economia do Cotidiano e não sobre Economia e Meio Ambiente.
No caso de um trabalho em grupo, qualquer um dos componentes pode pensar que, como há várias pessoas empenhadas na tarefa, sua contribuição é prescindível e, portanto, seu esforço não é necessário para o êxito da equipe. Como esse pensamento deve ocorrer também aos seus colegas, é bem provável que a tarefa acabe caindo sobre os ombros de uma única alma altruísta ou, ainda, seja realizado de forma muito precária na última hora, momento em que todos pagam a conta por terem incorrido num caso de tragédia dos comuns.
O mais surpreendente é que ainda existam professores de Economia - que teoricamente deveriam conhecer um mínimo de Teoria de Jogos - pedindo trabalhos em grupos para seus alunos.
O mais surpreendente é que ainda existam professores de Economia - que teoricamente deveriam conhecer um mínimo de Teoria de Jogos - pedindo trabalhos em grupos para seus alunos.
6 comentários:
Isso pode ser aplicado a uma orgia. É uma área que está se desenvolvendo, economia da perversão-diversão.
Tragédia dos comuns se resolve com direitos de propriedade.
Já trabalho em grupo se escolhe nota alta com esforço alto ou nota baixa com esforço baixo, principalmente se dor "aleatório".
Ou como se resolvia na "outrora", um bom duelo. Dizem que o Stephen Hawking não ajudava muito os colegas em trabalhos em grupo em Oxford(naquela época ele ainda caminhava), deu no que deu...
Ei, Pato, espera aí. Claro que a tragédia dos comuns não pode ser desconsiderada, ela tem um peso bastante grande em trabalhos em grupo. Mas tem o outro lado, os ganhos de escala podem ser significativos, especialmente pela especialização.
Por exemplo, se eu, tu e o Marcelo formos escrever um artigo, vocês ficam com a matemática e eu xingo os commies. Nos especializamos no que fazemos melhor e temos um mesmo resultado com menos esforço(ou ainda, mesmo esforço e resultado melhor).
Marcelo!
1."Já trabalho em grupo se escolhe nota alta com esforço alto ou nota baixa com esforço baixo, principalmente se dor "aleatório".
Ou como se resolvia na "outrora", um bom duelo."
Da mesma forma como os demais problemas de tragédias dos comuns podem ser resolvidos pelas próprias mãos dos envolvidos, o "fazer justiça com as próprias mãos".
2."Tragédia dos comuns se resolve com direitos de propriedade."
Permitindo que cada aluno escolha se quer fazer ou não trabalho em grupo e, neste último caso, escolha seu(s) parceiro(s), o professor confere ao aluno direitos de propriedade sobre a sua nota, que passa a ser sua responsabilidade exclusiva.
Christian,
perfeito ponto, meu velho. Certamente a ocorrência de tragédia dos comuns é mais comum nos trabalhos em que somos coagidos a fazê-lo em grupo e não temos boas opções de colegas para trabalhar.
Já pensou se tu caísse numa turma de Economia Política com nenhum colega com quem tivesse afinidade e acabasse tendo de fazer um trabalho em grupo com um commie? Acho que tu ia preferir fazer sozinho o trabalho, se tivesse a oportunidade. Ou "deitaria nas cordas" de algum commie, ainda. Hehehe
Mas, de fato, quando temos a oportunidade de fazer um trabalho em grupo com amigos competentes a chance de uma tragédia dos comuns ocorrer diminui significativamente.
Há um grande problema de moral hazard também.
Por exemplo, quando contratamos o Ricardo pro Econosheet achavamos que o rapaz ia trabalhar. Até hoje ele postou 2 textos! Free rider de marca maior, não faz nada e só colhe os louros, fica mamando... (leitor complete a frase) e por ai vão os opróbrios a um nada nobre vagabundo.
Pois é, posturas de moral hazard são comuns em trabalhos em grupo.
Isso, aliás, faz com que fiquemos muito desconfiados ao escolher quem serão os companheiros de grupo.
A pergunta óbvia decorrente dessa afirmação: essa desconfiança, em algum momento, pode gerar uma situação de seleção adversa?
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