Aldo Rebelo não gosta de estrangeirismos. Acha que eles atrapalham a vida de quem não os entende. Como ele não entende o que é liberdade, ele fez uma lei para acabar com eles(aí a entrevista onde ele comenta isso):
http://www.terra.com.br/istoe/1621/1621vermelhas.htm
Estou atrasado para falar mal disso, o Diego Baldusco, meu colega que escreve no Pensando em Economia já comentou de forma brilhante no post "Welcome to the Jungle":
http://pensandoemeconomia.blogspot.com/2007/12/welcome-to-jungle.html
O Guilherme Stein já replicou no Rabiscos Econômicos, no post "Diego está brabo...". Recomendo que leiam o que os dois disseram, concordo com eles, por isso não pretendo repetir aqui.
Acredito que o maior problema dos que criam uma lei dessas e dos que apóiam-na é que possuem uma compreensão distorcida dos papéis do Estado. Uma coisa é acreditar que certa atitude é ruim, ou não gostar de alguma coisa, outra coisa completamente diferente é defender que o Estado interfira nesse assunto. Um exemplo simples: eu não gosto do S.C. Internacional, acho o Grêmio muito melhor. Tenho todo o direito de achar isso. O que seria um absurdo é eu defender que o governo proíba as pessoas de serem coloradas por não gostar do S.C.Internacional.
Vale o mesmo pros estrangeirismos. As pessoas podem gostar ou não deles, todos têm suas preferências. O problema é probir alguém que gosta deles de utilizá-los. Vitrines de lojas e propagandas são propriedade PRIVADA. Felizmente o comércio não tem uma "função social" na constituição (essa é uma das grandes imbecilidades da nossa querida cartinha de 1988). Se um vendedor quiser escrever em mandarim e afugentar 99,9% da população, que não entenderá o que está escrito, o problema é DELE. Ele que terá prejuízo, a propriedade é DELE. O governo interferir no que ele escreve na propriedade dele é uma medida completamente autoritária, que fere o direito de liberdade de expressão.
Um argumento utilizado é que muitas pessoas não entendem o que está nas vitrines e que, sabendo a língua do seu país, elas deveriam entender. Deveriam é? Onde diz isso? Se eu quiser escrever em código em uma propriedade PRIVADA, eu não posso? O mesmo vale para inglês, mandarim, japonês, russo, kingle(é assim?).
Seria melhor que tudo fosse escrito em português? Se alguém conseguir provar que políticos entendem mais de comércio do que lojistas, dá pra discutir isso.
Ah, o Aldo Rebelo não gosta de nomes estrangeiros. Ele acha fantástico o exemplo de Portugal, onde quase todos os homens se chamam "Joaquim" e "Manuel". Andei pensando, se ele conseguir o que quer, vou ter que me chamar "Cristão Lobo-Guará".
Ele diz que: "Achar que o povo só precisa de comida é um erro.". O problema é que, para ele, o povo precisa de comida e futebol. Adianta muita coisa...
É por causa de idiotas como esse que o país está assim. E é porque o país está assim que a gente adora coisas de fora, quer ir embora correndo. É uma pena. Mas quando quiserem mudar meu nome e proibir qualquer forma de cultura estrangeira, aí minhas ameaças(não sei exatamente a quem isso representa uma ameaça) de ir embora vão ter que deixar de ser ameaças. O precedente para isso está aberto.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
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