terça-feira, 23 de dezembro de 2008

2008 foi o ano dos secadores?

No começo do ano eu escrevi esse post dizendo que o ano que está acabando de passar seria terrível para os secadores: http://econosheet.blogspot.com/2008/01/perdio-dos-secadores-em-2008.html. Claro que eu errei quase tão feio quanto erravam os planejadores soviéticos. Fazia tempo que os secadores não ficavam tão felizes, a crise está sendo pior do que se esperava, o Obama ganhou nos EUA, os comunistas voltaram a gritar aquelas velharias, os protecionistas ganharam força no mundo e o debate sobre papel do Estado se aqueceu, mesmo entre nós do Mainstream (ah, a China também faturou as olímpiadas, felizmente todo mundo já esqueceu disso).



Eu só não errei duas previsões naquele post: sobre o Iraque e sobre o aquecimento global. A situação no Iraque, que melhorou do meio de 2007 pra frente parece ter se estabilizado. Prova do sucesso dos americanos nesse último ano foi que o Obama usou pouco esse tema nos debates. Usar a retórica keynesiana de "estado para sair da crise" rendeu muito mais. Nem precisava, quem está no poder durante a crise paga o pato, os republicanos pagaram.



Sobre o aquecimento global, não é que o problema tenha sido resolvido(se é que há um problema) o fato é que simplesmente achamos uma preocupação mais importante e mais imediada. A crise econômica dominou a seção de "tragédias"dos meios de comunicação, faltou espaço pra mostrar geleiras derretendo.



E 2009? Acredito que o maior problema não é entrar no ano com a maior parte do mundo em recessão. Isso é normal e cíclico, assim como entramos na recessão, vamos sair, provavelmente liderados pelos EUA. Não é por causa de uma crise que vamos parar de produzir, de inovar, de economizar, de investir, etc. Em 2008 fomos mais ricos que em qualquer outro momento da história(ver o blog do Casey Mulligan), é provável que o recorde seja superado em 2009 e nos anos subseqüentes. O maior problema que podemos enfrentar em 2009 é o aumento do Estado e do protecionismo.



Os comunistas e os keynesianos acham que a crise deixou o neoliberalismo em xeque. O grande problema é que os políticos acreditaram nessa lorota. Se isso levar a um movimento do isolamento dos países, com economias se fechando em nome da "demanda efetiva", as conseqüências podem ser trágicas. No começo do século passado, ocorreu um movimento desse tipo e sabemos os resultados. O importante nos próximos anos é mostrar que aprendemos a lição deixada pelas duas guerras mundiais e pela guerra fria. É importante também lembrar dos valores liberais, das virtudes da liberdade individual e das tragédias resultantes do Estado tentando fazer o bem comum (recomendo fortemente Hayek e Bastiat para isso).



O post ficou mais pessimista do que eu queria, agora azar. Feliz natal para todos, divirtam-se, cantem canções natalinas e aproveitem os presentes.

2 comentários:

Marcelo B.N disse...

A expressão "recomendo fortemente" é contrária às idéias do blog, não?

Os políticos tão abraçando idéias keynesianas com uma velocidade assustadora!

Christian Wolf disse...

Depois do teu post "Certo por definição" acho que tá valendo qualquer coisa por aqui.

A gente pode se defender dessas coisas dizendo que "Qualquer pessoa inteligente é contraditória; só gente burra não se contradiz".