terça-feira, 19 de agosto de 2008

Social democracia e o tiro no pé

Li esse texto: http://www.desempregozero.org.br/editoriais/a_genese_neoliberal_e_o_delirio_dos_neoidiotas.php
É uma bela porcaria. O texto quer dizer que o Estado é o caminho para o pleno emprego.
Vejamos.
Peguei os dados de desemprego de alguns países desenvolvidos.
Na minha lista a Alemanha apresentou o maior desemprego, 8,4. Logo a seguir vem a França com 8,2. Vamos para o outro lado da lista. Dinamarca: 2,8, USA 4,6.
Uma diferença grande não?
Agora peguei os dados do doingbusiness no que se refere à facilidade de empregar, demitir... uma proxy razoável para a não-intromissão do governo na economia.
Colocações: Alemanha: 140, França 146, Dinamarca 11, USA 1.
Algumas coisas interessantes sobre isso: custo de demitir na Dinamarca: zero, na Alemanha: 69. Medido em semanas de trabalho.
Impostos: Alemanha 19%, França 47%, Dinamarca 1%, USA 8%.

A mensagem é clara, não?
A tentativa de manter o "pleno-emprego" nas economias clássicas da social-democracia está custando muito em termos de emprego.
Não que a Dinamarca não seja uma social-democracia, não é isso, mas o que se refere ao mercado de trabalho, o país é muito mais liberal que os seus irmãos europeus.

Os europeus estão corroborando nas urnas um sistema burro, que com alguns ventos liberais nas suas velas funcionaria muito melhor.

Um comentário:

Unknown disse...

Não li o texto citado e nem vou ler. O máximo que leio sobre o economia é o blog de vocês, com o qual tenho aprendido muito e com cujas opiniões geralmente concordo.
Mas, será que o autor do texto, ao referir-se ao “pleno emprego”, não estaria enxergando a coisa de um ponto de vista “pessoal”? O texto foi escrito por um brasileiro, certo (www.desempregozero.org.br)? Talvez ele imagine que, se 100% dos brasileiros tiverem um emprego fornecido pelo Estado, com a impossibilidade (legal) de demissão, não haveria desemprego. Ou seja, o emprego pleno (vitalício) para 100% dos cidadãos corresponderia a 0% de desemprego.