quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Câmbio III

Nesses momentos de suposta guerra cambial tem muita gente esquecendo teoria econômica.

Os "déficits gêmeos" são interessantes nesses momentos pra mostrar a contradição de muita gente.
Vamos lá:
Y=C+I+G+NX
Y=C+S+T

(Y é o produto da economia, C consumo, I investimento, G gastos do governo, NX exportações líquidas, S poupança e T tributos)

Então C+I+G+NX = C+S+T ou
(S-I) + (T-G) = NX

A idéia é simples, se o governo gasta demais o saldo comercial "piora".

É curioso ver como os que mais apontam dedos na suposta "guerra cambial" são aqueles que mais defendem gasto público pra tentar aquecer a economia.
Se o déficit da balança comercial é tão ruim assim, por que não começar reduzindo os gastos públicos?
Hein Krugman?
Hein Mantega?
Hein Dilma?

Bom, a Dilma se formou na ufrgs, não dá pra esperar que entenda muito de economia, afinal de contas a gente aprende que economia boa é economia fechada.

Enquanto isso nossos parlamentares ganham um bom aumento... a China agradece!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Câmbio II

A China anunciou que vai manter a moeda estável a uma "taxa razoável".

E a moda continua sendo falar em guerra cambial.
Qual é o problema de a China manter a paridade em relação ao dólar?
O país segue na mesma política monetária, a desvalorizão ao longo do ano foi muito pequena.
Cambio fixo não é invenção chinesa e tem suas vantagens e desvantagens.
Pra China é importante por reduzir a incerteza dos investidores, já que o governo não inspira muita confiança.
Acusar a China de manipular o câmbio pra exportar mais é uma tremenda hipocrisia. Primeiro: dificilmente essa é a única razão. Segundo: todos os países que estão reclamando já fizeram coisa muito pior que ter um câmbio fixo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PISA 2009

Tá na mão o material bonitinho que o INEP produziu para enaltecer a performance dos estudantes canarinhos no PISA 2009 (o link leva a um arquivo de PowerPoint,.Pode clicar sem medo, caro leitor!).

Para aqueles que não conhecem, o PISA é um exame tipo o ENEM - só que sem vazamento de provas ou folhas óticas em ordem trocada - aplicado aos países da OCDE e países de fora do grupo que tem interesse em participar.

O material em questão dá especial ênfase ao fato do Brasil estar se superando a cada edição do exame. Presente no exame desde a sua primeira edição, o Brasil, em sua primeira participação, obteve a média 368, o que lhe rendeu o último lugar nas três provas do exame: literatura, matemática e ciência. Desde lá, o desempenho de nossos laboriosos alunos só melhorou: em 2009, atingimos os 401 pontos. Em comparação apenas com o Brasil das edições anteriores, o Brasil de 2009 é só superação, um sucesso. Mas ficar atrás de potências mundiais como Trinidad e Tobago e Jordânia é bem incômodo.

E pensar que, mais três pontos, o Cazaquistão nos passava... Que, aliás, nem estava na primeira edição do teste!

O PISA, a cada nova edição, congrega mais e mais países de fora da OCDE, o que tende a puxar a média para baixo.

Assim, se ambientássemos o pujante Brasil de 2009 - aquele de 401 pontos - no PISA 2000, continuaríamos exatamente na mesma posição de então: último lugar em todas os testes.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Bolítio

A maior reserva de lítio do mundo fica na Bolívia.

Antigamente ouro era status, agora é o número de baterias de lítio que uma pessoa carrega.
Ou seja, produzir lítio é, cada vez mais, um bom negócio.

O problema dos bolivianos é o seguinte, o lítio é muito difícil de capturar com arco e flecha, zarabatana e demais tecnologias que o país domina.
Segundo eles "dessa vez as riquezas naturais da Bolívia ficarão para os bolivianos".
Ainda segundo eles "precisamos de capital e tecnologia estrangeira".
É complicado misturar os dois discursos.
O Brasil perdeu uma refinaria pra eles.

Será que alguém vai arriscar?
Quem sabe a PDVSA....