quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vale tudo?

Estava vendo um video sobre a violência da polícia nas manifestações em SC.
De fato horrível.

Mas fui levado a pensar em duas coisas.
1) Uma das manifestações era contra o aumento das passagens de ônibus.
Alguém se presta fazer uma análise de pq a passagem é "tão cara"?
Obviamente não vale o chavão clássico de "empresários malvados".
Rapidamente se pensa no seguinte:
i) Existe concorrência ou não nesse setor? A resposta é um claro não.
Funcionam com base em consessão de linhas por parte da prefeitura. Empresa A e empresa B operam linhas distintas.
ii) Há liberdade tecnológica? Não, não se pode demitir cobradores.
iii) Preços são livres? Não.

Isso é o suficiente para o sistema ser ruim.
Se os preços são determinados pelo governo e não há concorrência, há uma pressão constante para aumentá-los, até o governo ceder.
Se houvesse livre entrada e concorrência, os preços se ajustariam aos demais. Se empresa A explora a linha 10 cobrando 2,00 e a empresa B a mesma linha a 2,50, é óbvio que a empresa B vai se dar mal, ou 50 centavos não têm importância e as pessoas pegam o primeiro que passar. E os lucros se normalizariam com os da economia.
Um bom exemplo da falta de análise de custos é que uma das empresas de ônibus de Porto Alegre é deficitária, pois tem linhas que percorrem distâncias muito grandes. Mesmo assim todo o mundo reclama do preço da passagem.

Outra coisa importante é que vivemos em uma democracia, ou algo assim, sempre tem políticos falando em "passe livre" e essas coisas, mas a população ainda prefere pagar os seus R$ 2,35 a viver uma "psol-ização" de sua vida.

2) Não é essa mesma gente que protesta contra isso e aquilo, aquela que se cala quando o MST destroi os laboratórios da Aracruz? Quando o MST usa crianças como escuto humano? Quando se queimam ônibus e se quebram vitrines?

Não acho que a polícia tenha o direito de agredir manifestantes (desde que pacíficos), de modo algum, mas também não deve ficar parada quando se destroi a propriedade privada.


Por fim, o que mais me assusta nisso tudo é acreditar que a solução é por mais Estado nas coisas.
Quanto menos Estado existe, menos força ele tem pra "prender e arrebentar".

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