quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Lei de Say

Não sei se por analfabetismo funcional ou se por desonestidade mesmo, a Lei de Say foi sintetizada por Keynes com o seguinte enunciado: "Toda oferta cria sua própria demanda". Essa talvez seja a "versão" mais difundida da Lei de Say.

O problema é que Say jamais disse tal coisa. Podem revirar os escritos do francês que vocês não encontrarão nada que fundamente a interpretação de Keynes. Say nunca afirmou que "para todo um chinelo velho existe um pé torto".

Say afirmou que "quando um produtor vende seu produto, o dinheiro que obtém com essa venda está sendo gasto com a mesma vontade da venda de seu produto". Ou "a oferta de um produto gera demanda por outros produtos". Algo bem diferente da leitura (?) de Keynes, não sei se por analfabetismo funcional ou se por desonestidade mesmo.

11 comentários:

baldus disse...

Isso se chama mau caratismo. Keynes era um cara espero.

Rafael Teixeira de Carvalho disse...

Eu não Say de nada....

Unknown disse...

Como o Marcelo falou: "um rent-seeker" e nada mais do q isso.

Por sinal, a gente vai fazer aquele artigo sobre isso, pato?

Unknown disse...

ahh....e essa leitura equivocada acaba com qualquer possibilidade de a macro keynesiana ser microfundamentada.
ahh, vcs nem sabem da última: Solow era keynesiano (palavras do conceição)

Marcelo B.N disse...

Eduardo, esse erro do keynes não tem tanto a ver com microfundamentação. Equilíbrio entre mercados é uma condição macroeconômica lógica (se existe isso em macro), não precisa de muita microfundamentação pra concluir que os mercados se equilibram.

O Solow era keynesiano, hoje deve ter mudado. Ele nunca chamou o próprio modelo de neoclássico. E o artigo original dele de 56 tem bem mais coisa do que o que foi condensado sob "modelo neoclássico de crescimento".

Concordo contigo por concordar comigo :P

Belo cometário, Rafael

Unknown disse...

Marcelo: dizer o contrário da lei de Say implica SIM em destruir com microfundamentos. dizer q recursos para investir vêm do além implica em não equilíbrio do mercado (óbvio, consumir nos deixa mais ricos...vamos gastar a bangu), implica em falhas expectacionais e em muitos absurdos ilógicos q conversando com Ferrari e Conceição por ai sobre economia tu pode fazer um livro.

Não disse do passado do Solow, mas do modelo dele. Se for falar de passado, o Portugas já foi comunista (palavras do Juliano -acho- na comunidade da economia)

Unknown disse...

Micro cria Macro. o contrário foi tentado na URSS e o resultado todos jah sabemos

Pato disse...

Post tipo Palestina: bombou! O_o

Marcelo B.N disse...

Eduardo.
That's not the point.
O que eu disse não é o contrário da Lei de Say.
A Lei de Say é algo tão óbvio que não precisa microfundamentar a macro ou coisas dos gênero. Não que a macro não precise ter microfundamentos. Concordo que a micro forma a macro e tal.
Meu ponto era que a condição da lei de Say é um troço tão banal que já tá na macro há horas, muito antes de microfundamentos, as identidades básicas de macro só valem se não tem "sobras".

Marcelo B.N disse...

Ah, o ponto dos pontos: o Keynes era uma anta :P

baldus disse...

nossa, viajaram demais.