quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Interesse e posicionamento

Uma coisa sempre me chamou a atenção nesses anos de faculdade.
Por que os alunos do "mainstream" são melhores e mais interessados que os outros?
(* emprego "bom aluno" aqui como aquele que obtém boas notas, vai as aulas, faz trabalhos, etc.)

Existem é claro alguns bons alunos de outras correntes de pensamento, mas estão em número menor e parecem menos interessados fora da sala de aula.

Na FCE/UFGRS vejo isso claramente, os melhores alunos são, geralmente, os do mainstream. Depois alguns bons alunos que não parecem ter o menor interesse em teoria econômica, mudam de posicionamento dependendo do professor.
E depois ainda a turma do Marx e demais idealismos. Estes não são, geralmente, bons alunos, mas se mostram interessados nos debates. Entretanto, me chama a atenção o fato de que realmente muito poucos desse grupo conhecem, de fato, as teorias que defendem.

Não sei ao certo a razão disso, mas exponho uma hipótese abaixo.
Nos primeiros semestres essa separação entre os bons/interessados alunos não era tão clara, o debate era um pouco mais equilibrado.
Com o passar do tempo, o pessoal do maistream foi aprimorando seus argumentos, enquanto que os outros continuaram martelando na mesma tecla.
Bem, creio que a explicação esteja na própria teoria.
A teoria "maistream" é muito mais instigante, complexa e abre muitas possibilidades de análise, enquanto que o resto é mais ou menos igual há anos, a teoria de Marx, é o que é, não evolui mais.
A possibilidade de a teoria econômica ser capaz explicar um pouco mais que PIB, desemprego e inflação é deveras excitante. (Vide Pato, Bernardo. Quando vale a pena trair. 2008)

Há uma falha na hipótese, entretanto. Nada garante que alunos interessados estudem para cadeiras inúteis como Política e Planejamento Econômico. (vide a idéia do Max/Min de notas, mais uma vez do Pato)

Atenção: não estou dizendo que todos os alunos do "mainstream" são bons, nem que todos os outros são ruins. Qualquer um que pensar um pouco vai lembrar de alguns sujeitos que envergonham e economia sérias, bem como de filhos de Marx que são ótimos alunos (tá, não consigo pensar em ninguém no momento).

domingo, 6 de dezembro de 2009

Bancos na Venezuela

Tava lendo meio por cima sobre problemas nos bancos da Venezula.
Obviamente banqueiros chegados ao Chavo ganharam muito dinheiro nos últimos anos.
Ai ele acusa os banqueiros de roubo.

Tem algo de muito estranho na lógica venezuelana.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Enade

Semana passada foi o Enade, como todos sabem.

Poderia dizer muitas coisas sobre a prova.

Mas vou me limitar a relatar o que ouvi na saída da prova enquanto esperava pelo Christian.
Algumas pessoas falando sobre a prova. Discutiam qual seria o resposta da questão sobre o multiplicador keynesiano. A pergunta era qual seria o efeito de um aumento de R$1,00 no gastos do governo sobre o PIB (creio).
Eis que então um sujeito larga que a resposta era 6. Assim, simplesmente 6. Dizia que sabia mas não sabia de onde.

Enfim, valeu a viagem até Ipanema pra ouvir essa genialidade.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Como melhorar a educação no Brasil

Você, como a imensa maioria dos brasileiros acredita que a solução de todos os problemas é uma melhor educação?

Eu não concordo com isso, mas educação inegavelmente importante. Com essa preocupação que eu começo uma campanha pela melhora da educação no Rio Grande do Sul(depois podemos expandir pro Brasil). Minha campanha é baseada em uma proposta simples:

Acabar com o CPERS

É só isso, e basta. Não consigo imaginar outra medida mais eficiente. Razões pra isso? Além da doutrinação vagabunda que eles incentivam os professores a fazer com os alunos, olha o que foi dito no site deles sobre o AUMENTO(é isso mesmo) proposto pela governadora:

"O CPERS/Sindicato rechaça qualquer forma de pagamento que tenha por base a meritocracia, e isso inclui o 14º salário anunciado pela governadora na tarde desta quinta-feira 5."

Como assim? Eles querem ser vagabundos e declaram isso abertamente? Isso é uma completa vergonha. Sem premiar desempenho, não há incentivo para um bom desempenho. Sem premiar desempenho vamos continuar a ter formandos no ensino médio que são analfabetos funcionais e não conhecem as 4 operações básicas da matemática. E o CPERS tem a coragem de dizer que está preocupado com a educação. MENTIRA! Estão preocupados com o próprio umbigo e com o direito de ensinar o mínimo necessário ou nem isso.

Enquanto a nossa educação for refém de sindicatos que viraram partidos políticos da pior ideologia possível, a educação no estado continuará assim. Então a solução é essa: bater panelas, fazer protestos, pressionar políticos e também os próprios professores(a maioria é de pessoas bem-intencionadas, que gostam de ensinar, mas são reféns desse esquema maldito) pelo fim do CPERS.

O link daonde eu tirei a frase do CPERS: http://www.cpers.org.br/index.php?&menu=1&cd_noticia=2241

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dado estranho do dia

Tava olhando uns dados de expectativa de vida e achei algo interessante.
A expectativa de vida na Palestina é maior que no Brasil.
Dá pra acreditar?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Lets ban DHMO

Pessoal, sei que no econosheet geralmente não nos preocupamos com esses assuntos, mas o caso é grave. Vi recentemente em reportagens que o DHMO(monóxido de dihidrogênio, a sigla vem do inglês dihydrogen monoxid) é um solvente que está espalhado por todos os lugares. Está no nosso ar, na nossa comida e bebida, em quase todos os lugares que podemos imaginar, pra piorar, é utilizado por todas as empresas. Nos EUA o pessoal organizou um abaixo-assinado para banir essa substância:


Sério agora, esse vídeo é incrível. Os caras pediram pra uma guria ir num protesto dos ecomentalists contra o aquecimento global e sair com uma petição pelo banimento da água(dihydrogen monoxide é H20). Ela meteu um eco/commie-talk e conseguiu pencas de assinaturas. É mais uma evidência de que esse pessoal está cagando pra estudos científicos e informações. Sendo pra atacar o capitalismo e as empresas, tá valendo. É com esse tipo de base que estamos gastando bilhões para tentar diminuir emissões de CO2.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Perdemos a noção

Hoje num telejornal entrevistaram alguém sobre o crack.
Como era de se esperar, veio muita bobagem.
A repórter tentou fazer uma ceninha que o SUS não tem como tratar todos os viciados.
Isso é óbvio! Alguém acredita em serviços públicos brasileiros?
Pra mim o pior de tudo é que usar crack é uma opção. A maior parte das doenças não é.
Muita gente morre na fila do SUS esperando um transplante, porque ninguém quer solucionar o problema. Ou aceita discutir mercado de órgãos.
Eu não sei, mas acho que com recursos limitados o SUS deve fazer escolhas, assim como o indivíduo escolhe ou não usar crack. Não é possível tratar todos os problemas de todos os brasileiros, isso é óbvio. Se o sujeito comete um erro e usa drogas, o problema é dele, os outros contribuintes não devem sacrificados porque o cara estava entediado ou sei lá o que.
Já que o nosso gasto com saúde é irreversível, acho mais respeitoso dar preferência ao tratamento de outras doenças, câncer, gripe suína, sei eu, alguma doença que não seja conseqüência direta das escolhas de alguém.

(Tomando uma posição de "nós" e "eles" pra deixar o texto mais bonito)
Conhecendo a qualidade do serviço público brasileiro, é óbvio que vamos perder a guerra do tráfico.


Destaque pro prefeito de Raposo preso com crack após ter passado a noite se divertindo com um travesti.
É, a solução pra esse cara é por ele num tratamento pago pelo contribuinte, sem parar de pagar o salário dele, claro, o coitadinho é dependente químico.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Instituições e bem-estar

É muito comum ouvir falar do impacto das instituições no funcionamento da economia em geral e no crescimento econômico em particular.
Pouca atenção é dada, entretando, ao impacto das instituições no bem-estar.
Obviamente a eficiência institucional melhora nossas everyday lives.

No Brasil não há confiança em boa parte dos serviços prestados, tanto por empresas privadas quanto por empresas públicas.
Um exemplo clássico é a tentativa de encerrar uma assinatura de televisão a cabo ou fechar uma conta no banco.
Se a justiça fosse bastante eficiente, seria mais fácil encerrar a tal assinatura, as empresas teriam algo a perder (e rápido) "enrolando" o cliente.
Um exemplo muito mais absurdo: aborto. Em alguns casos de estupro ou de má formação do feto a justiça demora tanto para tomar um decisão que a criança já nasceu.

Na minha opinião, estes são casos em que o impacto sobre o bem estar é muito superior ao impacto na economia.

Em um país sério, filho de "você sabe quem é meu pai" não põe fogo em índio. Duvido muito da contribuição daquele índio para o crescimento econômico, mas ele tem (tinha) o direito de dormir na rua.
Aliás, em país sério não existe essa história de "você sabe quem é meu pai".


É curioso como o Brasil consegue fazer com que as pessoas não acreditem que é possível que as coisas sejam simples.
De minha experiência pessoal, dois eventos foram bastante interessantes.
Fechar a conta no banco na Alemanha. Nenhuma pergunta, entreguei meu cartão, me deram os centavos que tinha na conta e ainda me desejaram um bom dia.
Fazer passagem estudantil para o transporte público por lá. Matrícula, foto, identidade... 2 minutos depois está pronto.
Nunca consegui entender porque demora tanto pra fazer a carteirinha aqui no Brasil. Agora com o tri em Porto Alegre até dá pra tentar entender, mas quando era aquele troço mal plastificado, que ainda custava uns 8 reais... absurdo.


Enfim, acho que já escrevi demais. Mas é um exercício mental interessante ver como pequenas ineficiências podem atrapalhar nossas vidas.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Chavito

Hugo Chavez é o Hitler latino.
Como a versão latina de qualquer coisa, é pior.
Hitler tinha um visual interessante, Chavez é gordo e mal vestido.
Hitler criou Autobahns, Chavez lotou as estradas com gasolina barata.
Hitler fez acordo com Stalin- um assassino profissional-, Chavez fez acordo com Evil Morales- um índio falsificado.
Hitler queria conquistar a Europa, Chavez quer conquistar a América Latina.

Esses tempos a Veja publicou uma reportagem sobre as milícias de Chavez, comparando com a SS.
Veja a foto. A tropa de Chavez é como ele, gorda, desleixada, feia.

Hitler foi derrotado pelos Americanos, Chavez derrotará a si mesmo. Os americanos não dão a mínima pra ele.

Logo Chavez tentará criar Auschwitz e Treblinka latinos. Terão nomes ridículos, como Campito de los Pozuelos e San José Maria y Bolívar. Nada com um nome assim dará certo, ainda bem.

Ainda bem que hoje nenhum país sério dá espaço a ditadores.

sábado, 17 de outubro de 2009

Krugman pro nobel da paz

Mankiw postou sobre um debate Krugman X Levitt.
Depois do nobel ridículo de economia o Krugman quer levar o da paz pela mesma coisa que o Al Gore, ou menos na realidade, como o desse ano demonstrou, boas intenções já garantem o prêmio!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Obama ganha o Nobel da Paz

O presidente dos EUA, Barack Obama ganhou hoje o prêmio Nobel da Paz de 2009. Parabéns pra ele, mas cada vez mais esse prêmio está se tornando mico.

Nessa década o Obama é o terceiro americano a ganhar o prêmio, ou outros dois foram Al Gore e Jimmy Carter. Difícil imaginar companhia pior. O Carter é considerado um péssimo presidente, melhorou a fama com o que fez depois de sair da Casa Branca. Al Gore dispensa comentários, perdeu uma disputa presidencial e virou um pilantra completo. Desde quando sair fazendo propaganda do efeito estufa é promover a paz mundial?

Triste que o Nobel da Paz tenha seguido esse caminho e que o Nobel de Economia pareça estar indo na mesma rota depois do Krugman.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pergunta olímpica

Existe alguma dúvida de que a coisa mais irritante sobre as olimpíadas vai ser passar 7 anos ouvindo keynesianos tacanhas com discurso sobre demanda efetiva e multiplicador dos gastos?

Nosso presidente já começou, essa manhã ele largou:

"Nós temos que perguntar não quanto o Brasil vai gastar, mas quanto o Brasil vai ganhar com a realização da Olimpíada. É acreditando assim que a gente vai fazer uma grande Olimpíada"

E pior:

"Ao invés de a gente utilizar a palavra gasto, nós precisamos utilizar a palavra investimento"

É ótimo falar investimento porque parece que sai de graça, esse é dos artifícios políticos mais vagabundos que existem, infelizmente funciona.


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Olimpíadas 001

Eba. As olimpíadas vão ser no Rio. Sete anos pra ficar falando que o Brasil vai fazer vexame.

A festa de comemoração no RJ foi absurda. Ouvi falar em 200 mil pessoas.
Sexta-feira, 200 mil pessoas na praia, não trabalhando. Ô povo trabalhador!

Bom, vamos falar de custos. 200 mil pessoas na praia praticando o esporte nacional (lambe-lambe em micareta), quantos "filhos das Olimpíadas"? 5000? 2500? 100000?
Em 2016 já poderão engordar o Bolsa Família de suas famílias.

Ainda bem que tem otário pra pagar imposto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Regula!

Sobre a regulação de transporte de navio pros EUA no século XVIII feita pela Inglaterra.

The conditions on the ships of that era were truly appalling, by all accounts. Yet Irish emigrants rushed to get on those ships before the deadline for improvement.*

Mais concorrência, menos regulação.


*tirado do livro Race and Culture, Thomas Sowell.

domingo, 27 de setembro de 2009

Paul Krugman na ZH

Aqui em casa nós assinamos a Zero Hora no final de semana. O jornal de domingo chega aqui sábado no final da tarde e para a minha infelicidade, no caderno sobre dinheiro e economia a ZH está importando as colunas que o Paul Krugman escreve no NY Times. Eu não resisto e leio as colunas, sendo assim, todo o sábado no começo da noite eu sigo o mesmo ritual: leio o Paul Krugman e fico enjoado, bebo uma Coca-Cola assistindo o "Time for Choosing" do Reagan no Youtube e passa o enjôo.

Não sei se foi o prêmio nobel, o Obama ou a crise, talvez os três juntos, mas o Krugman virou um comunista pilantra. E como todo o comunista pilantra, ele resolveu falar de aquecimento global. É curioso como esse é um tema popular entre aqueles que são contra a economia de mercado e a liberdade individual. Deve ser porque pra reduzir emissões tem que aumentar o poder do Estado.

Krugman tentou desmistificar os argumentos dos céticos sobre esse assunto. Ele disse que são dois os principais argumentos: o primeiro é que toda essa história de aquecimento seria balela, o segundo é que resolver isso iria arruinar a economia. Não vale a pena comentar esses pontos, pode ser que o Krugman esteja certo neles, não tenho certeza, o que me interessa é falar da pilantragem do autor.

A pilantragem é ter "esquecido" do principal argumento dos céticos: que não tem como saber se o aquecimento do planeta tem relação com interferência humana e se tiver, qual a magnitude do impacto das nossas emissões. Mais de 90% do C02 emitido não tem relação com ação humana e é perfeitamente possível que o impacto das nossas emissões seja quase nulo, o planeta já se aqueceu e resfriou milhares de vezes, antes mesmo de nós existirmos. Então existe boa chance de todo esse esforço pra reduzir emissões seja o mesmo que dar soco em ponta de faca. Mas isso o Krugman não comentou, o negócio dele é fazer o possível pra boicotar a economia de mercado("capitalismo" é um termo dos commies, que eu tenho evitado).

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Boas notícias

Quase todos os dias tem alguma notícia absurda nos jornais brasileiros, mas hoje foi demais.

Hoje, num evento com empresários, Puccinelli [governador do Mato Grosso do Sul] disse que Minc era "viado e fumava maconha". Afirmou ainda que iria correr atrás de Minc e estuprá-lo se o ministro aparecesse no Estado. "Se ele viesse [participar da maratona Volta das Nações], eu ia correr atrás dele e estuprar em praça pública", disse Puccinelli.

É, é certamente o outro que é viado.


Além disso, os novos na política pra 2010: Romário, Popó, Edmundo e o presidente do Corinthias.
Porra, não acusaram o Popó de assassinato?
O Romário não teve preso esses tempos?
O Edmundo não matou uma guria há uns anos?
O presidente do Corinthias não é presidente do Corinthias?

Fora isso, algum deles entende alguma coisa de política?

Mas no fim acho que é preferível um desses 4 a um Sarney, certamente não conseguiria roubar tanto.

Bloomberg WIN

Vendo Bloomberg hoje de manhã, um economista que estava sendo entrevistado sobre a economia brasileira largou essa genialidade:

"Crescimento econômico é como uma corrida de bastão. Aqui um dos corredores-o governo- é lento, gordo e burro."

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

E viva a UFRGS

Parte de um texto do "jornaleco". Jornal do diretório acadêmico da economia aqui da UFRGS.

"uma universidade meritocrática: apenas os melhores são escolhidos, seja no vestiblar, nas provas de graduação ou em concursos para professores. Os melhores em que? Em reproduzir esta lógica de alienação intelectual"

Não sei se isso foi escrito por alguém da UFRGS, espero que não.
O Título é "carta de Florianópolis". Talvez seja resultado da reunião de marxistas que aconteceu esses dias por lá.

De qualquer modo, ou a UFRGS produz esse tipo de bobagem ou aceita.
Sinto vergonha por estudar em uma instituição que publica isso*.

* Ok, liberdade de expressão.
Mas não vi nenhum texto sério no tal do Jornaleco, não que liberdade de expressão = ter textos sérios. Mas enfim, seria interessante ver alguma coisa diferente do velho discurso dos cassinos universitários.
Demais temas tratados: reforma curricular (válido); Movimento estudantil (pssss); Eneco (ai); Centenário da faculdade (válido); Buteca e palestras (hein?); Nota fora Yeda (é brabo).

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

E mais uma vez...

Apresentação de trabalhos na aula. Quem aparece?
Ele mesmo, M.A.R.X.
E toda a sua genialidade. Composição orgânica, mais-valia, saltos mortais.
Acho que vi Marx em todos os semestres da faculdade.

A disciplina é dividida com um pessoal que nunca ouvi falar de economia, bem que o Pato me avisou, mas é engraçado discutir com gente que não sabe economia.

Anyway, num dado ponto da apresentação do barbudinho, a professora vira para os não-economistas e diz "viu só, não existe só uma teoria certa na economia". Eu obviamente respondi que isso não evitava o surgimento de várias teorias erradas, como a do Marx. Mas minha voz foi abafada pelos gritos de felicidade de pseudo-comunas que acham que ser marxista=destruir a economia de mercado=não terei de trabalhar no futuro.

Mas acho que a minha apresentação ainda chamou mais a atenção. Explicando oferta-demanda e equilibrio usei um exemplo de oferta e demanda e gente feia, foi bastante engraçado. As pessoas riram, mas acho que no fim aceitaram a idéia, mesmo que não aceitem que aceitaram.
Pena que não consegui usar exemplos diretos, do tipo apontar pra uma pessoa feia e dizer "é, tu não é um bem muito demandado." Quem sabe numa próxima apresentação...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Luto

A exatamente 8 anos ocorreram os atentados terroristas em Nova York, Washington e na Pennsylvania. Nesse dia o blog fica de luto, prestando homenagem aos que perderam a vida naquele dia trágico.

Never forget.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Reagan vs. democrats

Todo domingo eu tenho o desgosto de ler o Paul Krugman na Zero Hora. Ok, ele ganhou o prêmio nobel, mérito dele. Depois disso parece que, infelizmente, ele rompeu com o bom-senso em nome do keynesianismo tacanha. Na última coluna dele, além de continuar com a idéia de que não existe nada melhor que um défcit da ordem de 11% do PIB(talvez somente um défcit de 12%), ele partiu em ataque ao Ronald Reagan.

Eu tenho um sentimento de gratidão profunda com o Reagan porque ele é um dos responsáveis pelo comunismo ser hoje apenas um fantasma e não mais uma ameaça concreta(ainda que sempre queiram ressucitar, é um fantasma). Sei que o Reagan trucidaria o Krugman em qualquer debate, mas ele lidava bem com críticas, aqui um vídeo dele fazendo uma mea culpa:

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Da ilha

Já faz tempo que voltei de viagem, mas ainda não consegui escrever nada.
Bem, depois de alguns dias na Islândia constatei que a crise lá foi mais um boato da mídia de esquerda.
Nenhum mendigo, nenhum sinal de violência, nenhum sinal de pobreza.
Andando um pouco achei um memorial improvisado para a crise.

Um fio pendurado entre dois postes com uma bandeira flores e uns textos (anti-Rússia).

Ah, uma surpresa. O transporte público no país é muito ruim. Os prédio públicos são feios. Mas o setor privado fez belas construções. (nem precisa mencionar que certamente custou menos)

De qualquer modo, quem tiver a oportunidade vá para lá. Com ou sem crise é um país muito bonito, com uma história muito interessante. Sem falar na música. A literatura também é muito desenvolvida por lá. A culinária que fica mais pra curiosa do que boa.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um elefante incomoda muita gente...

Será que a desutilidade de ter que aturar um elefante adicional é maior do que a desutilidade marginal de cada verso dessa musiquinha cantada por um fedelho chato?

Anvisa sabe

Dia 18 de agosto a Anvisa publicou as "boas práticas farmacêuticas". Basicamente bobagem.

A idéia é tornar o acesso aos medicamentos mais difícil. A Anvisa sabe o que as pessoas devem ou não ingerir.
A escolha de ingerir um medicamento ou uma bala é da pessoa, não de um burocrata.
Além da violação de liberdade, a medida pode apresentar uma consequência ruim.
Ao acabar com a tele-entrega de alguns medicamentos e principalmente com farmácias que só trabalham com tele-entrega, eleva-se o custo de operação das farmácias, logo pode haver uma elevação nos preços dos medicamentos. Claro que o governo controla os preços. Claro que farmácias vão fechar as portas. Claro que eu com dor de cabeça vou ter de andar muito mais para conseguir uma aspirina.
Mas a Anvisa ganha, é claro.

Mais simples que isso.
Drogas são proibidas. Alguém acha que é difícil conseguir drogas nesse país?
Existe tele-entrega, compra pela internet, 24h... basicamente a mesma coisa que as farmácias fazem. Mas farmacêuticos não atiram na polícia e pagam impostos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

SIM ao Pontal

A esquerdalhada porto-alegrense anda propalando os mais estapafúrdios argumentos contrários ao Pontal do Estaleiro. Um dos mais bizarros afirma que a construção impedirá o acesso à orla do Guaíba e a apreciação da vista. Vocês conhecem alguém que costume ver o pôr-do-sol naquele ponto da orla? Pois se conhece, me apresente: sempre quis conhecer alguém que tem a capacidade de enxergar através de um prédio velho caindo aos pedaços como o antigo estaleiro.

Um grande amigo meu escreveu um texto bem legal sobre o assunto, um verdadeiro balde de água fria na esquerda festiva... Vai que ela acorda para a realidade.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Os que Sabem

Hoje eu tive o desprazer de ler um pequeno texto escrito por L. F. Verissimo publicado na Zero Hora.
Já imaginava o que viria. Veio.
O texto se chama "Os que sabem".
O autor tenta escrever um texto bem humorado sobre conversas de taxistas e barbeiros. Devo dizer que o texto não tem muita graça.
Segundo ele os taxistas e barbeiros sabem qual é a solução para os problemas políticos/econômicos. Talvez alguns saibam, não sei.
O problema não é este. O conhecimento é livre.
O problema maior está nesta frase: os economistas falharam em tudo, das previões às soluções. De agora em diante, deve-se proibir os economistas de se meterem na economia.
Essa frase demonstra a total falta de conhecimento do autor.
Quem são "os economistas"?
Muitos erraram, muitos acertaram.
Economistas não tem um pensamento único, ao contrário de colunistas de esquerda.
Alguém já viu dois (ou mais) economistas concordando?

E a parte da proibição? Ai ai
Claro que é pra se levar "na boa", uma piadinha. Mas no fundo está a mentalidade vermelha do escritor. Proibir. Isso não acontece em uma economia de mercado. O mercado dá a solução, se taxistas e barbeiros acertam e economistas erram, as empresas vão contratar taxistas e barbeiros.

E as soluções?
Crises tem soluções?
O economista (ou taxista/barbeiro) vai lá, aperta aquele parafuso e pum, a crise está curada.
Será a economia uma grande siderúrgica vermelha?
Ou será que a economia é formada por pessoas livres que vão se ajustar, umas mais rapidamente que outras, a mudanças no cenário e levar a economia de volta ao "caminho certo"?

Por trás disso tudo está o pior. A crise ainda não acabou. Suas causas não foram explicadas. Um tanto cedo para dizer que alguém está certo ou errado, não?
É, por trás disso tudo está a idéia de que L.F. Veríssimo entendeu a crise melhor que todos os outros. Assim ele pode dizer que taxistas e barbeiros estão certos e economistas errados.
Eu não me atrevo a dizer quem está certo ou errado, concordo mais com um que com outros, obviamente.
Mas o que sei é que L.F. Veríssimo está errado.

Se eu seguisse a ideoligia do autor, diria que ele deveria ser proibido de escrever.
Mas não, o mercado determina. Se a Zero Hora continua tendo lucro com ele, que continue escrevendo. Isso apenas reflete o mau gosto dos leitores do jornal. Mas isso é outra questão.
Tomo minha liberdade e leio textos de economistas, acho que ganho mais. É bom aproveitar enquanto o governo ainda nos permite importar livros de economistas sérios.
Por sinal, alguém lembra quem apoiava este governo?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Econosheet vai ate la

Semestre acabou.
Mas o interesse pela economia continua, obviamente.
Agora vou visitar o "olho do furacao" da crise, apesar de ja ter passado.
Me vou a Islandia ver o rastro da crise, em nome do blog eh claro. Nada de ferias.
Ate breve

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Aluno é ruim em qualquer lugar

Hoje, última aula antes da prova.
Perguntas e aquela coisa toda.
Modelos de desemprego. Choques tecnológicos. Resíduo de Solow...
Uma aluna levata a mão e fala: mas resíduo de Solow é macro I.
É nessas horas que a gente tem vergonha dos outros.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O que tem me afastado do blog

Tenho postado pouco ultimamente.
Por aqui o semestre vai chegando ao final... trazendo a tradicional alegria.
Selecionei duas partes (de 4) de uma questão da prova de macro do ano passado.
Enfim, tai pra quem quiser brincar. Não achei muito fácil, mas também não é impossível.
Bom disso tudo é que eu descobri (realmente) o que é a curva de oferta de Lucas, tinha uma noção meio estranha dela.
(não sei pq diabos a letra ficou tão pequena no final do post, tentei aumentar mas não funcionou)

b) Assume an economy with many producers of differentiated goods. A representative
producer produces good i according to Qi=Li, where Q denotes the output and L the labor input.
Denote the log of aggregate output by y. Consumption Ci of the representative household
equals real income from the production of good i. Utility of a representative household is given
by:

Ui = Ci − 1/θ L^θ , with θ>0

Assume that individual i can only observe the price Pi of its good i. Let p denote the log of the
price index in the economy which is the average of the logs of all prices pi. Based on this
observation the individual builds rational expectations about the relative price of its good i, i.e.
E[ri|pi], with ri denoting the log of the relative price. Assume further that:

E[ri | pi ] = Vr/(Vr +Vp) [pi - E[p]]

with Vr and Vp denoting the variance of the relative price and
the price level, respectively.
Derive the Lucas supply function (in logs). Discuss your result.

c) Derive the output and the price level in equilibrium as a function of the aggregate demand m
and the expectations on the aggregate demand E[m]. Use the aggregate demand function
y = m − p . Discuss your results. Show that these results can motivate a positively sloped AS
curve. Why can the Phillips-curve relationship implied by the Lucas supply function not be
used by politicians to increase output and thereby employment in an economy?


PS. Inveja das pessoas que já estão de férias

terça-feira, 7 de julho de 2009

Efeito Suíça, tentando explicar (parte 01)

Há um tempinho escrevi sobre o que chamei de Efeito Suíça.

Conversando com meu colega de quarto tive uma idéia do que seria uma (pequena, muito pequena mesmo) parte da explicação. Ele contou que a irmã e o pai dele trabalham na Suíça e moram na Alemanha, quase na fronteira.
Já tinha ouvido falar de outros casos de pessoas que moram na Alemanha e trabalham na Suíça*.

Com uma renda maior (proveniente da Suíça), as pessoas teriam mais pra gastar onde moram, no sul da Alemanha. Até daria pra elborar uma explicação mais bonita pra isso, mas essa é curta o suficiente.

Obviamente isso é uma explicação muito fraca, a proporção dessas pessoas no todo é mínima (creio).


*o inverso não acontece pq os suiços não sabem falar alemão.

sábado, 4 de julho de 2009

4th of July

233 anos atrás 13 colônias das américas declararam sua independência da coroa inglesa. Essa declaração de independência traz valores que nós liberais admiramos até hoje. Atualmente esses ideais estão em xeque mesmo nos Estados Unidos da América, eu espero que nesse dia eles sejam lembrados e que nunca sejam abandonados.

Happy 4th of July pra todos.

Um vídeo da série John Adams que eu acho muito bom:

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Educação hereditária

O sistema educacional alemão é uma porcaria, todos sabem.
Nos testes PISA e cia. a Alemanha é uma vergonha, comparada com os demais países europeus.

Parte do caos está na estrututa do sistema.
Aos 10 anos (+-) deve ser escolhido pra onde a criança vai ir, Hauptschule, Realschule ou Gymnasium.
Hauptschule é quem vai terminar na construção civil ou motorsitas de ônibus, ou sei lá, não sei exatamente onde vão parar as pessoas, mas é nessa linha.
Já o Gymnasium é pra quem vai ir pra universidade e make lot's of money.

A idéia eu até acho interessante, haver um colégio mais forte pra quem está determinado a entrar na universidade.
O problema é que com 10 anos é difícil saber o desempenho que a criança vai ter no futuro.
Mais complicado ainda é saber o que ela vai querer da vida.
(Eu até os 17 queria ser austronauta, mas como não tinha essa opção no vestibular... to ai falando de economia :P )
Isso faz com que os pais decidam pelos filhos.
O que nos leva a crer que os pais que foram pra universidade e made lot's of money, vão querer que seus filhos sigam o mesmo caminho, me parece bastante natural.

Vejamos os dados.
O gráfico abaixo mostra "predicted probabilities" e o nível educacional da mãe, medido em anos.



Nota-se que isso pode levar a uma piora da distribuição de renda (não vou entrar na questão de se a Alemanha precisa ou não "piorar" sua distribuição de renda, outra hora talvez).
Além disso, apoia a teoria de "inteligência hereditária".


Pra mim algumas coisas nesse sistema educacional não fazem o menor sentido e são muito confusas. Vou ver se me informo melhor e faço um uptade.

PS omiti "Realschule" do gráfico pra ficar mais "limpo"

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Poder X Poder

Esses dias conversei com umas pessoas sobre a liberdade no sistema de livre mercado e que a liberdade só é possível no sistema de livre mercado.

As pessoas tendem a confundir os dois significados de "poder".
Ter a possibilidade é uma coisa, ter a capacidade é outra.

Na discussão apareceu o exemplo da Porsche. O argumento do sujeito era de que um trabalhador da Porsche jamais terá um carro desta marca.
O meu era de que isso não é o importante, o que importa é que o trabalhador tenha o direito de comprar um Porsche, se quiser.

A Porsche tem o direito de cobrar o que quiser por seus carros.
Se o trabalhador não tem dinheiro suficiente para comprar, i.e se recebe pouco, é pq ele oferece pouco à empresa.
Pq ele oferece pouco? Provavelmente pq tem baixo capital humano acumulado.
A empresa tem de arcar com as escolhas erradas que seus trabalhadores fizeram no passado? NÃO!
O trabalhador teve a escolha de estudar (estamos falando da Alemanha), sem ter de pagar por esse estudo, que de um modo ou de outro é de qualidade razoável.
Se preferiu ficar vendo televisão ou tomando cerveja (nesse caso eu entendo o trabalhador), ele tem de arcar com as conseqüências das suas decisões.

Liberdade é a pessoa ter o direito (legal) de atingir seus próprios objetivos, através de seu esforço pessoal, sem interferência do governo.


Acho incrível como as pessoas ainda confundem essas coisas.

domingo, 21 de junho de 2009

Parabéns Giácomo

Nosso professor, Giácomo Balbinotto Neto recebeu o 2009 Microsoft Research Award for Scholarship on Law and Economics, concedido aos 10 melhores artigos e trabalhos apresentados no congresso de direito e economia em Barcelona.

O artigo foi escrito junto com o Prof. Denis Borenstein e o Doutorando Luiz Marcelo Berger.

Link pro artigo

Vale a pena ler.

É legal ver que algumas pessoas na FCE conseguem produzir trabalhos reconhecidos no exterior. Nem só de marxo-keynesianismo vive a UFRGS.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Vergonha inglesa

Algumas notícias interessantes sobre os políticos ingleses.
1
2
3

Nada de muito novo pra quem conhece o Brasil.
Interessante que os políticos ingleses aumentaram os impostos e ficam usando truques pra pagar menos impostos, nada como ser amigo do rei.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Grêmio liberta a América!

Com um empate heróico, o time do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense chegou as semifinais da Copa Libertadores da América desclassificando o time vermelho da terra de Hugo Chavez. Tendo conquistado um empate por 1x1 no jogo realizado em Caracas, bastou ao time gaúcho o empate sem gols para obter a classificação.

O time tricolor dominou as ações durante o primeiro tempo, tendo sido prejudicado pela péssima atuação da arbitragem, que deixou de marcar um pênalti sobre o centroavante ortodoxo Máxi López, o que levanta suspeitas sobre a influência do ditador Hugo Chávez nas arbitragens da Copa Libertadores da América. Durante o segundo tempo, o time venezuelano tentou atacar com mais intensidade mas concluiu poucas vezes no gol dos gremistas.

A classificação para as semifinais seria um fato inédito para times venezuelanos na competição e poderia ser benéfica para a imagem do ditador do país. Além de estar a quatro jogos do título, o Grêmio pode se orgulhar de ter evitado mais propagandas ufanistas de um regime autoritário. Assim, mais do que nunca, pode-se dizer que O GRÊMIO LIBERTA A AMÉRICA!





PS: Esse não é um post sério, é só uma brincadeira. E não é o primeiro de muitos posts futebolísticos no Sheet(ok, se o Inter ganhar a Copa do Brasil, o Pato pode fazer um post tirando com o Lula).

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Econosheet Consensus

O consenso de Washington leva porrada de tudo quanto é lado. Minha idéia aqui nesse post é mostrar que o consenso de Washington não só não tem nada de errado, como propõe medidas totalmente lógicas. Pra isso, vai um guiazinho intuitivo do crescimento econômico.

Seguindo o modelo de Solow, não dá pra dizer que poupança gera crescimento sustentado, mas taxas mais altas de poupança possibilitam que o país atinja o estado estacionário em níveis mais altos de renda, ou seja, é quase tudo que um país de baixa renda pode querer, certo?(ok, mesmo que você seja keynesiano, acredite que o investimento faz a poupança aparecer e odeia o Solow, duvido que seja contra elevação das taxas de poupança).

Pra incentivar os indivíduos a pouparem, precisa do que? Bom, ninguém poupa com a perspectiva do Estado desapropriar o produto de sua poupança a qualquer momento, então garantir direitos de propriedade(1) é a primeira recomendação. Além disso, só se poupa com algum retorno, então nada de taxas de juros negativas malucas(especialmente porque isso é coisa de professor pós-keynesiano). Taxas de juros positivas e determinadas pelo mercado(2) fica sendo assim a segunda recomendação. Mais uma na história da poupança, ninguém curte poupar com inflação galopante, isso esculhamba expectativas, então, se a pressão inflacionária é resultado de défcit sendo monetizado, melhor cortar o mal pela raiz. A terceira medida fica sendo a austeridade fiscal (3).

Se a poupança está garantida, é hora de ganhar produtividade. Começando pela parte mais ineficiente, estatal pra tudo não dá(Lembram da COBRA? Talvez a Lada? As companhias telefônicas que levavam 3 anos pra entregar uma linha?), então a quarta proposta fica sendo privatizar o que não for função clássica do Estado(4), ah, isso já dá uma ajuda na história do défcit. Ainda no Estado, subsidiar pessoal ineficiente não ajuda na produtividade, melhor usar esse dinheiro em educação, saúde e infra-estrutura básica (5). Tirando os subsídios, melhor não enlouquecer a população com tarifas e impostos malucos, a sexta medida é simplificar o sistema tributário(6), aumentando a base tributária e acabando com impostos que causem distorções na economia.

Só essas 6 medidas já fariam maravilhas na economia, com isso, não faltaria gente de fora interessada em investir no país, o que só ajudaria no crescimento, assim, a sétima medida fica sendo acabar com as restrições ao investimento estrangeiro(7). Não faria sentido limitar o mercado das empresas nacionais à economia nacional, assim como não faz sentido impedir que os cidadãos comprem coisas de fora com o dinheiro que ganham e concorrência com empresas de fora força a indústria nacional a ser eficiente, assim abertura comercial(8) fica sendo o próximo item da lista. Se é pra ter negócios com o exterior, não faz sentido ter taxas de câmbio que baguncem a economia e gerem instabilidade, então a nona medida é adoção de taxas de câmbio flutuantes(9).

Finalmente, vem a desregulamentação do mercado(10), medida fundamental para garantir a concorrência e o bom funcionamento do mercado. Claro que essa desregulamentação não deve ser total, sempre devemos lembrar dos casos de externalidades e bens públicos quando vier ao caso.

Pronto, nesse post estão as 10 medidas recomendadas pelo consenso de Washington. Alguém viu algum absurdo, algum radicalismo aí? Acho importante ressaltar que as justificativas que eu indiquei não são as únicas existentes para tais medidas, apenas escolhi elas porque achei que essa seria a forma mais intuitiva possível.

A ilha e a crise

Segundo o jornal cubano (comunista*°) Juventud Rebelde a crise tem dado pauladas na economia cubana.

O empresariado cubano, leia-se o governo, se vê obrigado a fechar algumas portas. Algumas empresas estão paradas há 4 meses.

Cai um pouco o turismo e o que mais, exportação de charutos? e a ilha da felicidade trava.

Isso é uma boa prova de que economias fechadas sofrem com srises externas.

Essa frase no jornal é ótima: "No podemos ser ilusos en pensar que [nos] libraremos sólo porque nuestro país tiene un sistema social que defiende la justicia para todos"


* como se fosse possível um jornal cubano não ser comunista.
° ser rebelde em Cuba não deveria ser ser liberal?

domingo, 7 de junho de 2009

American Dream

Recentemente em um debate com uma amiga*, eu me enrolei na hora de falar do American Dream, eu sempre soube que não era uma busca desenfreada por bens materiais e sim a busca por uma vida livre de opressões, infelizmente não soube dizer isso de forma clara. É sorte que sempre se encontra alguém mais sábio que ajuda, para explicar utilizo as palavras do criador do termo, o escritor e historiador americano James Truslow Adams:

"The American Dream is that dream of a land in which life should be better and richer and fuller for everyone, with opportunity for each according to ability or achievement. It is a difficult dream for the European upper classes to interpret adequately, and too many of us ourselves have grown weary and mistrustful of it. It is not a dream of motor cars and high wages merely, but a dream of social order in which each man and each woman shall be able to attain to the fullest stature of which they are innately capable, and be recognized by others for what they are, regardless of the fortuitous circumstances of birth or position"

Eu tentei explicar o american dream porque eu explicava o motivo de não gostar do Obama, ele quer que os EUA se tornem uma social-democracia como as européias. Nada contra a Europa, é um ótimo lugar(eu gostaria muito de morar lá, especialmente nas ilhas), mas os EUA são o last stand of freedom. Estado, por mais "bonzinho" que seja, oprime e espolia, quanto menos melhor, especialmente em um país fundado com os ideais dos EUA.

*Espero que ela leia e goste, but that's not likely.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Praça da paz celestial

Certamente o fato mais relevante sobre esse post é que, se eu estivesse na China, estaria cometendo um crime ao escrever isso.

Nessa semana o massacre da praça da paz celestial  completa 20 anos. No dia 5 de junho de 1989, um rapaz, de identidade desconhecida, enfrentou uma fileira de tanques do exército chinês em um protesto que pedia maior liberdade no país. Não se sabe o paradeiro desse rapaz, algumas versões dizem que foi fuzilado, outras que ainda vive, escondido no interior da China. Eu torço muito pela segunda hipótese e gostaria de manifestar aqui o meu agradecimento e a admiração que tenho por esse rapaz. Ele é um herói entre os defensores da liberdade. Nesses 20 anos muito progresso foi visto na China, infelizmente não num nível que permita que os chineses se informem sobre histórias como essa.

Acredito que todas as pessoas que aproveitam a liberdade em seus países devem agradecimentos a pessoas como o "Tank Man", a luta dessas pessoas que impede que a opressão e a tirania prevaleçam no mundo. 

Acho que três citações completam bem esse post:

"Where the people fear the government you have tyranny. Where the government fears the people you have liberty" Thomas Jefferson

"Liberty, when it begins to take root, is a plant of rapid growth." George Washington

"Evil Prevails when Good Men Fail To Act"  ditado popular

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Seminário Internacional de Economia e Direito da Concorrência

Dias 28 e 29 de maio(quinta e sexta-feira dessa semana) ocorrerá na Faculdade de Ciências Econômicas um seminário sobre economia e direito da concorrência(o nome é esse aí do título), que contará com algumas participações ilustres. Merecem destaque os professores Giácomo Balbinotto Neto, Ronald Otto Hillbrecht(ambos já citados uma série de vezes no Econosheet) e o presidente do CADE, Arthur Badin.

O seminário começa as 8:30 de quinta feira e vai até as 18 horas. Na sexta vai das 9 às 18.

A palestra do presidente do CADE será as 9:10 de quinta, sobre "A Importância da Política de Defesa da Concorrência para a Competitividade de uma Economia de Mercado".

Também quinta-feira, às 16 25, ocorrerá a palestra dos professores Giácomo Balbinotto Neto e Ronald Hillbrecht sobre "Cláusulas de exclusividade em contratos de distribuição".

A inscrição custa R$15,00 e será feita lá mesmo na economia.



Obs: geralmente eu não faço propagandas de eventos no Sheet, mas esse merece porque quase todos os seminários na FCE tem sido umas porcarias commies. A gente tem que prestigiar os bons.

Obs 2: se as palestras não são incentivo suficiente, vale lembrar que as gurias do direito estarão lá.

domingo, 24 de maio de 2009

Efeito Suíça?

A Suíça é sinônimo de riqueza. Todos sabem.

Observei um fato curioso. A Suíça parece atrair riqueza.
Marquei no mapa abaixo as regiões mais ricas de países que fazem fronteira com a Suíça.


A região mais rica da França é a Île-de-France, onde fica Paris, seguido por Rhône-Alps, marcado (+-) no mapa.
A região mais rica da Alemanha é o sul, os estados de Baden-Würtenberg e Bayern, marcados (+-) no mapa. Fora isso, há apenas Hamburgo, a cidade mais rica do país (creio).
A região mais rica da Itália é o norte.
A região mais rica da Áustria é Viena, depois Linz, graz e Salzburg. Mas a região que faz fronteira com a Suíça, ainda tem um PIB per capita superior à média do país, apesar de não estar no top 3 da Áustria.

Então, parece haver um "efeito Suíça", não?

Mas não acho que tenha muita lógica, a economia Suíça é pequena em termos absolutos.

Talvez a explicação esteja no fato de a Suíça ter menores impostos, fazendo com que pessoas produtivas dos outros países migrem para perto da fronteira, caso haja um aumento de impostos dá pra fugir... (a mesma coisa vale pros bancos) :P



PS. Eu sei que minha marcação no mapa ficou muito tosca.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Markov Chains pro Pato

O exemplo é simples.

Supor o Random walk abaixo.



Os números dentro dos quadrados indicam as posições, 1,2 e 3.
As setas indicam o percurso, com suas respectivas probabilidades.
A idéia é descobrir a probabilidade de estar em 1,2 ou 3 muitas rodadas depois do início.

A matriz é

|0 3/4 1/4|
P = |1/2 0 1/2|
|1 0 0 |


Bom, essa matriz satisfaz algumas condições.
Para descobrir a probabilidade, multiplica-se a matriz por um vetor w1+w2+w3=1

o resultado final é:
w1 = 8/19
w2 = 6/19
w3 = 5/19
Que são as probabilidades de se estar em 1, 2 ou 3.


Esse me parece o tipo de coias que emociona o Pato. Consigo imaginar ele bêbado em um certo bar de Porto Alegre falando que achou uma aplicação genial pra alguma coisa assim.

PS. O blogger sempre estraga a formatação dos números, mas é uma matriz 3x3 normal, com algumas frações.

domingo, 17 de maio de 2009

custo/benefício

Há uns dias o Cristiano Costa comentou no fim de um post sobre a relação custo benefício.

Eu também acho a coisa um pouco estranha.
O benefício pode ser zero, o que invalida a relação.
O custo não, no free lunch.

A relação poderia ser benefício/custo. Assim me parece fazer mais sentido.

Enfim, a relação benefício/custo (custo/benefício) de se pensar nisso é baixa (alta).

terça-feira, 12 de maio de 2009

O que ando fazendo da vida

Creio que já ficou claro em posts anteriores que este semestre eu não estou no Brasil.
Estou aproveitando a vida numa universidade alemã.

Bem, não que seja da conta de alguém (ou do interesse), mas não "revelei" o que ando estudando por aqui. Acho que nem meus colegas de blog sabem o que tenho tentado enfiar na cabeça, com exceção do Bife(Ricardo). {por sinal, tu ainda entra o blog?}

Bem, se alguém está curioso, aqui vai.
Freqüento as seguintes disciplinas:

Processos estocásticos (com aplicação em alguma coisa estranha)
Probabilidade e Risco
Microeconometria
Crescimento Econômico
Macro avançada

Aqui não precisa se increver pras aulas, basta se inscrever para as provas. Obviamente não vou fazer provas da 5 cadeiras.
O problema é escolher. Mas uma coisa é clara, a de processos estocásticos não dá. Além de a matéria ser complicada, o professor não sabe falar alemão, fala um dialeto da região.

Um breve comentário quanto às outras cadeiras:

Probabilidade: nada de muito novo, mas algumas dúvidas antigas foram resolvidas, porém outras surgiram.

Microeconometria: uma turma meio dividida entra mestrado e "diplom" (sistema alemão pré-Bologna). O assunto é muito interessante. A compreensão vai e vem, as vezes dá vontade de largar a cadeira, outras vezes parece bem simples.

Crescimento: simplesmente demais, minha matéria preferida no Brasil. Aqui disse-me o professor que a matemática vai ficar pesada, imagino que muito além do que aprendi naquelas aulas de cálculo sob o calor infernal.

Macro: algumas coisas são revisão do que se ve de macro no Brasil, mas o tratamento matemático é serio. Nada daquela porcaria de encontrar taxa de juros = -250 no IS-LM, e demais barbaridades.

Uma guria (formanda em economia) que mora comigo me desejou "boa sorte" quando falei que ia fazer macro, diz ela que é a cadeira mais temida do curso. Isso é estimulante, de algum modo.


Enfim, mais além conto mais. Se não sair muita coisa de útil é culpa da cerveja (aqui de verdade) que custa entre 50 e 85 cents. Isso faz a gente pensar no tempo alocado pra estudar.


PS. Aos colegas de blog, não é muito legal eu ficar falando da minha vida aqui, mas enfim, o blog anda meio parado. E não tenho mandado notícias (acadêmicas) pra ninguém, nem pra vocês.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Keynesianismo Mark II (?)

A China se superou

Obrigar alguém a fazer alguma coisa é errado.
Obrigar alguém a fazer alguma coisa que é prejudicial a ela é muito errado.
Obrigar alguém a fazer alguma coisa que é prejudicial a ela e keynesiana é absurdamente errado.

Obrigar o cidadão a ajudar a construir uma estrada ou um monumento é absurdo, mas a pessoa que foi assaltada pelo Estado ainda poderá apreciar o monumento e usar a estrada.
Agora quando o governo te obriga a engolir veneno.

É, os chineses realmente estarão mortos no longo prazo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Políticos brasileiros

Notícia do Globo.com:
Gabeira faz levantamento para devolver dinheiro de passagens dadas a terceiros
Deputado diz ter arranhado 'sua imagem espontaneamente'. Ele defende redução total de gastos na Câmara.

Às vezes tenho a impressão de que os políticos brasileiros são honestos: é só preciso lhes dar uma chance para exercer essa honestidade.


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Choradeira sonora

O intenso - mas nada novo - lobby que as grandes gravadoras e distribuidoras vem fazendo contra a "pirataria" de arquivos de áudio na Internet nada mais é do que um versão moderna do ludismo.

Elas que se entendam com o velho Schumpeter. Enquanto isso, sigo com meus downloads.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Medo 2

"Uma ousada ação anticíclica foi anunciada ontem pelo governo federal para tentar manter a economia em crescimento. O superávit primário do setor público, anter previsto em 3,8% do PIB para este ano será agora reduzido para 2,5%.(...) esse alívio fiscal libera o setor público para gastar 40,2 bilhões além do que permitiria a meta anterior."

Isso ainda depende de aprovação do congresso, mas certamente vai ser aprovado, são todos uns heterodoxos safados em Brasília.

Tava demorando pra anunciarem um absurdo desses, mas já podia se esperar algo assim. Nunca antes na história desse país um governo teve tanto dinheiro pra gastar e no primeiro sinal de aperto das contas eles abrem as calças.

É sempre importante lembrar que ter défcit do setor público(ainda temos superávit primário, mas em termos nominais, é défcit) é ROUBAR das futuras gerações. É como gastar mais do que ganha e passar a dívida pros filhos. As pessoas não podem passar dívida pros seus filhos, os governos tem esse poder, mas é um absurdo fazer esse tipo de coisa.

sábado, 11 de abril de 2009

Medo

Essa notícia é bastante assustadora.
Não o fato de o Hypo ir pro saco, isso deve acontecer logo.
O assustador tá mais pro final da notícia.
And a new law signed this week gives the government the power to potentially force shareholders to sell their stakes in order to take control of banks, if voluntary efforts fail.
Como assim forcar?
Caso o sujeito não queira vender o que lhe pertence a polícia vai prende-lo?
E se a moda pega? Governo te obriga a vender tua casa, teu carro, teu corpo???

Por trás disso, ou pela frente mesmo, está a idéia de que o governo sabe melhor do que tu o que é bom pra ti, se a pessoa quer ter acoes de um banco pouco rentável, o problema é dela. Pior de tudo é que isso ainda é feito com dinheiro dos outros, se transfere a escolha "errada" de um para todos os contribuintes.

Cuidado, logo logo haverá um funcionário público atrás de ti, e isso vai estar na lei.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Protecionismo

Quanto mais rico um país, mais eficiente tende a ser a forma como ele administra suas barreiras alfandegárias.

Já um país pobre tende a ter mais dificuldade em organizar mecanismos eficientes de erigir barreiras a fim de aumentar sua receita alfandegária.

Portanto, num panorama de protecionismo alfandegário, um país emergente sofre mais do que uma economia rica.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Crise e oportunidades

Já ouvi umas duzentas vezes durante essa crise que "crise é momento de oportunidades". É verdade, mas o irritante é que ninguém lembra que expansão econômica é momento de muito mais oportunidades. Aí ficam martelando esse chavão.

Coisas que as pessoas ouvem e repetem sem pensar podem até estar certas, mas são muito chatas.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Moral e Bancos

Notícias de lucros altos por parte dos bancos deixam as pessoas, geralmente, irritadas.
Por que?
Bem, primeiro, as pessoas se irritam com o fato de os bancos obterem lucros altos. O passo seguinte é criticar o lucro. O lucro é moralmente errado.
Mas o que se esconde por tras disso é o fato de as pessoas que tem dinheiro nos bancos nao terem bilhões. É falso moralismo, como sempre. Na tentativa de esconder a ganancia, se ataca o lucro, quando na verdade o que as pessoas deveriam "criticar" é o baixo rendimento de suas aplicacoes, mas isso é resultado da escolha das pessoas e do banco central, nao do lucro dos bancos. Os bancos nao tem nada a ver com isso.
Garanto que se a poupanca tivesse, ceteris paribus, rendimento de 200% a.a ninguém reclamaria de lucro dos bancos, todos adorariam os banqueiros.

Não me venha com falso moralismo, tu é que não sabe investir.

PS. É melhor ignorar a crise pro post ter mais efeito.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Pacotaço habitacional

Lula, Dilma e toda essa turma que está em campanha anunciaram um plano habitacional para incentivar a compra de casas por pessoas de baixa renda. Segundo o Guido Mantega, isso deve gerar um aumento de 2% no PIB até 2010, dando uma sarrafada na crise.

A idéia é a seguinte: a atual crise econômica nos EUA foi causada porque o governo deles incentivou crédito para a população de baixa renda(mercado sub-prime) comprar casas. Para resolver os efeitos desse problema na nossa economia, nosso governo vai conceder crédito para a população de baixa renda comprar casas. Viram como é brilhante?

quarta-feira, 25 de março de 2009

Guess who?


Quem é que adivinha quem é o sujeito com a câmera ao redor do pescoço, nesta foto da viagem do Ron à terra do Zangief?

segunda-feira, 23 de março de 2009

A volta do barbudinho safado?

Obviamente algumas pessoas vem dizendo que a atual crise foi perfeitamente prevista por Marx em algum capítulo obscuro do capital que ele escreveu no couro cabeludo do Engels, como um segredo pirata. Aha.
Como consquencia da previsao, vamos todos ler Marx. Como já está sendo feito por ai.

Vejamos o que o Google trends no mostra:

A linha vermelha refere-se a Marx e a azul a "Financial Crisis"
Nota-se que houve um declínio na demanda por Marx. Com a explosão de "Financial Crisis" ocorre um leve aumento na demanda por Marx, mas não parece diferente dos ciclos anteriores.

Seria bom se com a crise viesse o enterro definitivo do sujeito, não?
Chega dessa palhacada de achar que o cara tinha uma bola de cristal. É mais do que hora de ouvir economistas sérios.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Balas, estatistica, nerdice

Estudando e comendo balas. A balas vieram numa sequencia estranha.
Supondo que as balas saiam com uma distribuicao binomial, o sujeito calcula a probabilidade do fato estranho, 0,077%.

Vou dar uma volta.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Rublos?

Os russos querem aproveitar a crise para aumentar a importancia do Rublo e diminuir a do Dolar.
Por que?
O que me parece mais óbvio é orgulho. Ex-KGBs não querem aceitar que a Rússia "nao tem essa bola toda".
A Rússia teve uma crise nada inspiradora durante a década de 90.
O Rublo perdeu muito valor frente ao Dolar (de 0,042 para 0,0289 Dolares por Rublo) na crise atual, o que não é um bom sinal, ou pelo menos não inspira confianca.
Seria vantajoso pra Rússia um aumento na demanda por Rublos e consequente valorizacao da moeda? Não entendo nada da Rússia, mas creio que a exportacão de gás natural e derivados tenha um papel importante na economia. Então, a vantagem da valorizacão da moeda depende da elasticidade das importacões de gás da Europa.

O ponto fundamental que os russos parecem não compreender é que por mais que a Rússia chore, grite e lance bombas nos vizinhos, a importancia de uma moeda depende da sua credibilidade. Ou seja, antes de sair dando conselhos pro mundo, os russos devem reformar a casa e ter uma economia estável.
O Brasil é um bom exemplo pra isso. Ok, o Real não é nada importante, mas a credibilidade que o Real tem hoje não foi obtida através de nossos políticos (sabidamente os mais corruptos do mundo) ou nossos milicos (sabidamente os piores do mundo), mas sim com algumas políticas economicas responsáveis. Ok, o Brasil ainda tem MUITO o que fazer, mas enfim.

Alguém pensando em comprar Rublos?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Pensamento do dia-16/03/2009

When government kicks in, liberty gets kicked out.

terça-feira, 10 de março de 2009

santa lógica!

Lula:
Segundo o presidente, será possível chegar ao fim do ano com "boa recuperação econômica". "Mesmo que ele [o PIB] seja próximo de zero, o Brasil será um dos poucos países do mundo, dos emergentes e dos grandes, que não terá uma recessão como terão os países ricos", disse.

Uma "recuperacão" não seria a saída de uma recessão?
Se o PIB ficar próximo de zero, bom ai estaremos mortos.
Se o crescimento do PIB ficar próximo de zero não será uma recuperacão economica.
Alguma coisa não bate na lógica do Lula.
O que é uma país grande?

Não entendo como algumas pessoas conseguem respirar. E as vezes ainda ocupam cargos importantes.

Sempre soube que ele era um visionário

Consumo das famílias recua no 4º trimestre, mas ainda representa 60% do PIB

Pros colegas que se lembram daquela bela prova... a hora está chegando(?)

E o presidente terá 11 dedos

Legalizaram as drogas??

A melhor parte:
"Para mim o capitalismo nunca foi um conceito abstrato", escreve.
ESCREVE????? desde quando?!
Conceito?!!
Abstrato?!!
alguém acha que o Lula compreende essas palavras?

T. Jefferson

The central bank is an institution of the most deadly hostility existing against the principles and forms of our constitution.
Tom Jeff

segunda-feira, 9 de março de 2009

Kill Nazis!

Vi isso escrito num prédio hoje. Sim, eu moro num bairro very comunista.
Isso nao faz o menor sentido.
Se comunas matam nazistas, eles se tornam iguais aos nazistas, matam aquilo que temem, desgostam, nao entendem.
(neo)nazis matam minorias.
Comunas matam nazis.
Qual é a diferenca?

Bem, vou lá matar um comunista.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Plano Besta

A Alemanha criou um programa pra incentivar a indústria automobilística.
A idéia é a seguinte, se tu entregar teu carro pra um ferro velho destruir, tu ganha um bonus de 2500 euros na compra de um carro novo. É alguma coisa nessa linha, não me informei muito sobre o assunto.
Bem, não achei nenhum dado muito confiável, mas pelo que vi a média de carros por habitante é de 0.5, com 80 milhoes de habitantes, sao 40 milhoes de carros. O governo comprando cada um deles por 2500... dá pra ter uma idéia do rombo que isso pode causar nas contas.
Ok, obviamente nem todo o mundo vai trocar de carro, mas o custo pode ser muito alto.
É sempre essa bobagem keynesiana!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Look further back, Mr. Obama.

Quando o Obama foi eleito nos EUA, eu fiquei preocupado. Não que gostasse do McCain ou da Hillary, mas o Obama me parece o mais populista deles. Quando ele assumiu, fiquei ainda mais preocupado, o discurso de "não interessa se o Estado é grande ou pequeno, o importante é que funcione" tem cheiro de keynesianismo, de gastos fabulosos para fins questionáveis. Mesmo não gostando, eu vou ter que aturar o Obama, assim, o máximo que posso fazer são uns posts com recomendações sobre o que ele deveria fazer.

A solução mais óbvia seria dizer: "FAZ IGUAL AO REAGAN!", mas agora não tem mais muro pra derrubar e o império do mal faz questão de se esconder, além disso, por mais que tentasse, o Barack nunca conseguiria se aproximar do Ronald(falo do Reagan, mas ele não conseguiria se aproximar do Hillbrecht também). Assim, o melhor é adotar outra abordagem. O Obama adora falar do Lincoln, adora se comparar a ele, usá-lo como modelo. Ainda que o Lincoln tenha sido um presidente sensacional, minha sugestão é que o atual presidente olhe ainda mais pra trás, que ele se pergunte: "o que os Founding Fathers fariam?".

Essa é a grande vantagem dos norte-americanos: quando o país foi formado eles tinham grandes líderes, que entendiam o sentido e a importância da liberdade e do respeito ao direito individual e sempre deram destaque a isso nas suas manifestações e nas suas políticas. Se o país continuar utilizando esses ideais como referência, deve seguir no bom caminho. Grandes erros da história americana, como o New Deal, a guerra do Vietnã, eleger o Kennedy e os gastos militares assustadores do Bush poderiam ter sido evitados se eles tivessem consultado os pensamentos dos Founding Fathers e a constituição. Se o Obama fizer isso, o futuro da América será próspero, se não fizer, também será próspero(talvez um pouco menos), uma vez que é o trabalho e a criatividade dos americanos e não o Estado deles que é a origem do progresso.

P.S.1: No Brasil, nosso primeiro líder importante foi um imperador putanheiro. Não é recomendável que utilizemos as idéias políticas dele como referência(talvez para legalizar a prostituição...).

P.S.2: Se algum dia eu fizer uma tatuagem, penso em tatuar a segunda emenda da Bill of Rights: "A well regulated militia being necessary to the security of a free State, the right of the People to keep and bear arms shall not be infringed.". Provavelmente é a frase mais texana de todos os tempos.

debates

Tava tendo uma discussão com um argentino ontem numa aula, sobre papel do Estado e tal.
Obviamente a Argentina hoje é um reflexo do que as pessoas acreditam ser o papel do Estado.
Eu obviamente defendi a coisa certa, pouco Estado.
O interessante do debate foi que as pessoas de países desenvolvidos concordavam comigo e as de países atrasados não.
Fica claro, né?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Malthus again!

Minha intenção com esse post não é chancelar nenhum tipo de ecochatice, nem achar pertinente que, em um continente onde a população se torna cada vez mais velha, medidas de controle de natalidade via estado sejam tomadas... mas este artigo do Globo.com me chamou atenção, mais pelo tema do que pela postura do assessor do governo britânico.

Sempre estranhei que, ao falar das catástrofes que levarão o planeta Terra à hecatombe final, os malas verdes de plantão só dessem ênfase a aquecimento global, fome na África, derretimento das geleiras e extinção de meia dúzia de espécies de samambaias nepalesas, enquanto que um tema importante como população era deixado de lado. Algumas pulgas ficam pulando atrás da minha orelha: 1) Qual é a população ótima da Terra? 2) Certamente o envelhecimento da população européia é ruim no longo prazo, dado, por exemplo, os problemas ligados à produção; mas, será que, no longo prazo, isso - o envelhecimento e a conseqüente redução populacional - não seria bom?

Não sei, voltaemeia o fantasma de Malthus vem me atormentar. Não consigo afastar a idéia de que há bocas demais. E que a Peste Negra, ao dizimar 1/3 da população européia na Idade Média, nada mais fazia do que trazer o número de habitantes do Velho Continente de volta ao patamar equilíbrio, dado o contexto.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Universidade de Elite

Como alguns dos leitores sabem, esse semestre farei um intercambio. Na realidade ja estou na Alemanha. Nessa primeira parte ficarei em Freiburg.

A universidade aqui (Uni-Freiburg) está entre as 9 faculdades de elite da Alemanha.
A biblioteca principal está em reforma. Minha professora falou hoje que a reforma custará 40 milhoes de euros. A retirada dos livros custou 1 milhao de euros.
O prédio da biblioteca é absurdamente grande, talvez um dos maiores prédios do centro da cidade.
A maior parte do campus fica no centro da cidade, prédios espalhados. A cidade é praticamente só universidade. A cada esquina tem uma biblioteca, um laboratório...
A faculdade de economia é legal. Nada demais por fora, mas as instalacoes sao interessantes. Mas ainda preciso explorar um pouco melhor.
Talvez a coisa mais legal da universidade seja o cartao, semelhante ao que temos na UFRGS. O cartao é carregável (dinheiro) em vários pontos da universidade. Tudo aqui funciona na base do cartao, o RU (farei um post sobre o "mensa" em homenagem ao Pato) é pago com os créditos. As cafeterias. A biblioteca. Cópias e impressoes nas salas de computadores. No teclado do computador que uso agora tem um "smart card terminal", nao sei pra que serve, melhor nao tentar.

Bom, agora vamos ao resto.
Os banheiros sao tao sujos quanto os banheiros das universidades do Brasil.
Hoje tinha uns mendigos dentro de um prédio.
Os lockers das bibliotecas sao muito confusos.
O quadro ainda é com giz e o apagador nao funciona.
Nem todas as salas tem "canhao".
Alguns computadores sao muito lentos.

Uma parte da explicacao de porque a universidade aqui é uma das melhores do mundo e as nossas nao. Sexta feira eu voltava pra casa no bonde, Na minha mochila tinha basicamente cerveja e uns chocolates. Uma garota no mesmo bonde abriu a mochila e tirou um livro de macroeconomia para ler no caminho.
Ok, é mais ou menos uma brincadeira. Mas deu pra entender o sentido da coisa.

Ah, tem wirless em todos os prédios da universidade :)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Mulher de Brigadiano

O que o governo brasileiro gosta mesmo é de botar o país na condição de puta barata da América Latina.

O Brasil perdeu a oportunidade de dar o troco na Bolívia após as humilhações sofridas desde a chegada de Evo Morales ao poder. De acordo com a Istoé Dinheiro, as "chuvas colaboraram ao encher os reservatórios das hidrelétricas e, até abril, não será preciso ligar as térmicas, que são movidas a gás, mais caras e poluentes. Menos dependente da energia boliviana, agora, quem quer comprar menos gás é o Brasil, Só não comprará menos quanto poderia por uma política de governo. O irmão mais velho, como gostra de dizer o presidente Lula, se compadeceu da Bolívia, irmão menor e mais pobre, e aumentou as importações do gás. A conta será de R$ 26 milhões por semana, paga pelo consumidor brasileiro".

Mesmo após o encampamento da Petrobrás e as acusações de ser "os Estados Unidos da América Latina" (quem me dera!), o governo mostra que a sua síndrome de Geni parece não ter limites. Resta-nos cantar (e isso o brasileiro faz tão bem!), a música do herói nacional Chico Buarque de Hollanda. E esperar o Carnaval.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Orgulho brasileiro

Estava conversando com umas pessoas por aqui(estou viajando, pra quem nao sabe), dois ingleses e dois americanos.
Falei que era brasileiro... pela primeira vez na história nao foi ridículo ser brasileiro, ou nao fizeram alusao a futebol, samba, mulata... os caras falaram que era "o lugar" pra se estar em termos de bancos agora na crise.
Nao que o nosso sistema nao tenha problemas, mas acho que as notícias que chegam ao mundo civilizado sao boas.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Palestra na Glasgow University

Estou lendo um livro que tem a meta pouco audaciosa de dissecar A Riqueza das Nações. Se o autor consegue, não posso afirmar - posto que não li a obra inteira; mas, de qualquer forma, a leitura proporciona uma bela incursão pelo universo smithiano. De uma palestra de Smith na Glasgow University, o autor transcreve as seguintes palavras do velho Adam:
Oferecer um xelim a alguém, coisa que para nós parece ter um significado tão evidente e simples, é na realidade persuadi-lo a fazer isto ou aquilo como se fosse em seu próprio interesse.
Menos Mankiw, mais Smith.