sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Inflação 2011

Eu sempre tenho medo de inflação. Por sinal todo mundo deveria ter medo de inflação. No Brasil, onde tivemos décadas disso, deveria ser paranóia nacional. E quem falar "ah, mas dá pra tolerar inflação até uns 10% pra ter mais crescimento" deveria ser apedrejado por propor esse absurdo e por acreditar nessa teoria ridícula.

O problema é que nem todo mundo é paranóico com inflação e ela está ensaiando uma volta. O IPCA em 2010 ficou em 5,9%, acima da meta de 4,5% (que já é alta) e perto do limite da tolerância, 6,5% ao ano. Para 2011, o cenário não é nada animador, a expectativa para o IPCA que já foi de 4,5% ao ano está em 5,49% e dá sinais de que continuará subindo.

Esse número parece não assustar tanto, mas a situação parece grave por alguns motivos:

1) O Banco Central está criando o péssimo hábito de controlar a inflação para que não supere o topo da banda de tolerância (6,5% ao ano) e não está realmente perseguindo a meta. Banda de tolerância serve pra casos extraordinários, como uma alta excessiva em preços de commodities ou mudanças cambiais que tenham impacto na inflação, isso não está acontecendo, não há desculpa para não perseguir a meta.

2) A última mudança na taxa de juros esteve em linha com o esperado pelo mercado, mas não acabou com as dúvidas sobre a manutenção da política monetária da era Lula. O ideal teria sido um aumento maior dos juros que sinalizasse a devida preocupação com a pressão inflacionária.

3) A ata da última reunião do BC indica que será feita a tentativa de controlar a inflação mais por política fiscal do que por aumentos na taxa de juros. Não me entendam mal, eu adoraria que o governo enxugasse gastos e que não fosse necessário fazer aumentos tão grandes na taxa de juros. Agora, um cenário desses é quase ficção científica no Brasil. A coisa mais responsável a se fazer seria aumentar os juros, controlar a inflação e, se realmente forem feitos os cortes no orçamento, diminuir os juros no futuro. Até porque, inflação abaixo da meta não seria problema nenhum esse ano.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Livros Digitais?

Na Veja dessa semana tem uma reportagem sobre os E-Books no Brasil.
Eu não gosto de livros digitais, prefiro livros de papel.

Muito se fala do fim do livro de papel e coisas do gênero.
Espero que não, mas é possível.

Um argumento comum a favor do livro digital é o preço.
Acho um argumento pouco válido.
Vamos lá: a Veja lista 3 aparelhos. Os preços em Reais: 799; 969; 599.
A revista compara também os preços de 3 livros digitais/papel. 26 contra 38; 33 contra 48; 28 contra 35.
Uma diferença de +- 10 reais por livro.
Um leitor custando 800 "compra" a diferença de 80 livros.
O brasileiro lê em média 1 livro/ano. Ok, façamos a suposição de que quem compra o livro digital leia um pouquinho mais, 10 livros/ano.
O livro digital passa a valer a pena somente 8 anos depois da compra.
Obviamente em 8 anos a tecnologia será outra.

Algumas coisas em livros digitais são interessantes.
Mas tem muito "efeito novidade" em torno disso.

Enfim, não me proponho a fazer previsões.
Mas sigo fiel aos meus livros de papel.