sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O pais do futuro

Muita gente acredita que agora é a vez do Brasil.
Cegos, só pode.

Em meia hora na rua se vê que o fracasso é mais provável.

10:00 da manhã.
6 pessoas entre 20 e 30 anos são pagas (creio) para abanar umas bandeiras de propaganda.
Elas não deveriam estar se preparando para o futuro glorioso?

Uma carroça com 5 pessoas gera um engarrafamento em uma das principais avenidas da cidade. Avenida que tem no total 4 pistas, estreitas por sinal. Dentro da carroça uma família. Pai, mãe, 3 crianças. Essas crianças não deveriam estar no colégio? Afinal de contas, o Brasil será o país do futuro.

Na sinaleira placas de políticos como: Mano Changes ("grande presença"); Juliana Brizola ("vote na neta do Brizola"); Danrlei (?)...

Me pergunto quem vai construir esse futuro.
Polítcos mediocres e/ou crianças analfabetas?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Privatização da Vale

Andei discutindo na comunidade da UFRGS (sim, é perda de tempo) e a questão descambou pra história das privatizações. Um commie veio me dizer que a Vale foi privatizada por 1% do seu verdadeiro valor. Tem duas formas de responder a isso:

-A primeira é a do bom-senso: a forma de privatização foi um leilão. O governo não ligou pros compradores e perguntou, "quer comprar a Vale por X?" Levou a empresa quem deu o maior lance. Sendo assim, como pode a empresa ter sido vendida por 1% do que valia? Não apareceu ninguém interessado em pagar 2% do que ela valia? Isso seria o equivalente a eu organizar um leilão de uma nota de R$ 100,00 e ter que vender ela por R$ 1,00 sem que aparecesse alguém interessado em pagar R$ 2,00.

-A segunda é uma análise dos dados da empresa. O controle da Vale foi vendido por US$ 3,3 bilhões, e representava 27% do capital total da empresa. Ou seja o valor de mercado total da empresa era US$ 12,2 bilhões. Uma das formas mais comuns de avaliar se um ativo está caro ou barato é verificar a relação preço/lucro. Em 1996, último ano antes da venda, o lucro líquido da Vale foi de US$ 497 milhões. Ou seja, a Vale foi vendida com um preço 24 vezes maior que o seu lucro. Atualmente, a empresa tem um valor de mercado de US$ 138 bilhões e um lucro líquido de US$ 5,8 bilhões, 23 vezes maior, ou seja, mais vantajosa agora que em 1997. O resumo disso é que o governo não entregou a Vale de graça nem nada assim. O valor dela era baixo porque, como estatal, ela gerava pouco lucro. O valor aumentou muito, não por causa de calote e sim porque, como empresa bem administrada, ela cresceu e se tornou muito lucrativa.

Ah, só de imposto de renda foram 2,8 bilhões de dólares em 2009, quase 6 vezes mais do que a empresa lucrava em 1997 quando era do Estado. Ou seja, mesmo em receita gerada pro Estado, a venda da Vale foi bom negócio.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Estatística Soviética

Para aqueles interessados em Estatística e livros de divulgação científica, Uma senhora toma chá é um barato.

Ao descrever a vida e o trabalho de Kolmogorov, David Salsburg dedica uma seção do capítulo voltado ao gênio russo à estatística soviética. Um "compacto" para os leitores terem noção do drama:

"Apesar de Kolmogorov e seus alunos terem dado importantes contribuições para as teoria matemáticas da probabilidade e da estatística, a União Soviética pouco lucrou com a revolução estatística, o que exemplifica o que acontece quando o governo sabe a resposta "correta" para todas as questões. (...) Com a chegada do terror stalinista, nos anos 1930, a fria mão da teoria comunista ortodoxa - O.o - caiu sobre essas atividades [voltadas à estatística]. Os teóricos do Partido (os teólogos da religião deles, segundo os santos Marx e Lênin ...) consideravam a estatística um ramo da ciência social. Sob a doutrina comunista, toda ciência social era subordinada à planificação central. O conceito matemático de variável aleatória está na base dos métodos estatísticos. A expressão russa para variável aleatória se traduz como 'magnitude acidental'. Para os planejadores e teóricos da Administração Central, isso era um insulto. Toda atividade industrial e social na União Soviética estava planejada de acordo com as teorias de Marx e Lênin. Nada poderia ocorrer por acidente. Magnitudes acidentais poderiam descrever coisas observadas em economias capitalistas - não na Rússia. As aplicações da estatística foram rapidamente sufocadas."

... Aliás, a matemática e a estatística são só mais dois daqueles ramos do conhecimento burguês que, nos últimos séculos, permitiu o desenvolvimento contínuo de técnicas e máquinas que não só multiplicaram a produção, reduzindo preços de bens antes inacessíveis aos pobres, como tornou o trabalho, em muitos casos, bem menos penoso.