quarta-feira, 27 de agosto de 2008

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Impostos matam!

Tentando estimar o impacto de impostos sobre cerveja nas mortes de trânsito chegou-se à verdade absoluta, impostos matam.
Ao contrário do que era de se esperar o ß deu positivo! Quanto maior o imposto mais gente morre nas estradas dos EUA.
Veja (dados de 1982):

(taxa de mortalidade: mortes por 10,000 habitantes) Cada ponto representa um estado dos EUA.

Ainda não ficou satisfeito? Pro final da década ficou pior:


A causação pode ser reversa também, as pessoas se matam porque pagam mais pela cerveja.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Mercado de cidadanias

Imigração é um problema sério para os países desenvolvidos, todo o mundo sabe disso.
Todo o mundo sabe também que os países desenvolvidos tem lidado muito mal com esse problema.
Na fronteira EUA/México os mexicanos podem tentar quantas vezes quiserem (é mais ou menos assim).
Na Espanha eles não tem o que fazer com africanos que chegam de barco sem passaporte ou identidade.
Enfim, todo o mundo já ouviu falar dessas coisas.
Esse tipo de imigrante geralmente não é muito qualificado, mas como a história tem mostrado, boa parte deles acaba encontrando uma maneira de legalizar no novo país. Isso dificulta a entrada de imigrantes qualificados, que buscam trabalho digno e não apenas mamar no welfarestate.
Uma maneira interessante de atrair imigrantes qualificados seria vender a cidadania, mais ou menos como o Canadá faz.
Trabalhadores qualificados sabem que o fluxo de retornos futuros, dado que conseguiriam um trabalho bem remunerado, compensa o pagamento pela cidadania.
Os EUA poderiam por a venda (leilão) 500.000 cidadanias por ano, não sei muito bem a que preço. Quanto tu pagarias para deixar o Brasil? Pense bem, no Brasil ficam todos os seus problemas. You'll live the american dream!
Os imigrantes que pagaram pela cidadania não seriam vistos como free-riders no sistema de seguridade social, pois já deram uma grande contribuição ao tesouro com a compra da cidadania.

Se alguém é contra a venda de cidadanias por alguma razão saiba que cidadanias já são vendidas em mercados "ilegais" (casamento falso). Como a experiência nos mostra, é melhor legalizar logo.

Se os EUA já vendem cidadania, me desculpe e me iforme do preço. O mesmo vale para outros países.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Social democracia e o tiro no pé

Li esse texto: http://www.desempregozero.org.br/editoriais/a_genese_neoliberal_e_o_delirio_dos_neoidiotas.php
É uma bela porcaria. O texto quer dizer que o Estado é o caminho para o pleno emprego.
Vejamos.
Peguei os dados de desemprego de alguns países desenvolvidos.
Na minha lista a Alemanha apresentou o maior desemprego, 8,4. Logo a seguir vem a França com 8,2. Vamos para o outro lado da lista. Dinamarca: 2,8, USA 4,6.
Uma diferença grande não?
Agora peguei os dados do doingbusiness no que se refere à facilidade de empregar, demitir... uma proxy razoável para a não-intromissão do governo na economia.
Colocações: Alemanha: 140, França 146, Dinamarca 11, USA 1.
Algumas coisas interessantes sobre isso: custo de demitir na Dinamarca: zero, na Alemanha: 69. Medido em semanas de trabalho.
Impostos: Alemanha 19%, França 47%, Dinamarca 1%, USA 8%.

A mensagem é clara, não?
A tentativa de manter o "pleno-emprego" nas economias clássicas da social-democracia está custando muito em termos de emprego.
Não que a Dinamarca não seja uma social-democracia, não é isso, mas o que se refere ao mercado de trabalho, o país é muito mais liberal que os seus irmãos europeus.

Os europeus estão corroborando nas urnas um sistema burro, que com alguns ventos liberais nas suas velas funcionaria muito melhor.

domingo, 17 de agosto de 2008

Deletado

Incondizente com o espírito do blog

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Externalidades negativas

Quem nunca pensou nisso ao andar pelo calçadão da beira-mar de algum dos belos balneários gaúchos?

Indexed e GraphJam plotam o cotidiano de forma bem mais competente (e sem usar o Paint!).

Mas o que vale é a intenção. (?)

sábado, 9 de agosto de 2008

Planejar o quê?

Temos uma cadeira chamada Política e Planejamento Econômico na faculdade. Semestre passado o professor da cadeira disse que ela deveria ter sido extinta. É verdade, planejamento é uma daquelas coisas que caíram com o muro. Esse ano mudou o professor, ele acredita que planejamento é importante. Ele é tão liberal que é a favor da liberalização dos meios de produção(ele disse isso, só estou reproduzindo). Ou seja, eu vou me divertir esse semestre e deve render muito post aqui. Da primeira aula, vale comentar algumas coisas que foram ditas:

"Quem define o preço não é quem paga, é quem pode."
"Até o Marshall dizia que não da pra confiar na oferta e na demanda, tem que ficar de olho."

Começando pelo Marshall, dizer que a frase é dele não me adianta pra nada. É comum eu discutir com o pessoal de esquerda que acha que eu tenho que concordar com qualquer autor que seja famoso e liberal. O cara ser liberal não impede ele de dizer besteira. Sobre o que o Marshall disse, quem exatamente deve ficar de olho? Quem é o ser iluminado que sabe o que deve ser produzido e a que preço deve ser vendido? Ah sim, alguém do Estado, claro, talvez um planejador econômico. Na URSS eles tinham isso, dava certo, parece que as pessoas tinham 2 opções de cesta de consumo: a primeira era uma barra de aço, um pepino, uma batata e 500 g de repolho, a segunda cesta era uma bala de AK-47 que ia na cabeça de quem não gostasse da primeira cesta.

Nada de errado na segunda frase. É isso mesmo, o único ponto é: todos podem. É isso mesmo, qualquer pessoa que participar das trocas no mercado, em países livres, só irá realizar trocas voluntáriamente. Se acha que o preço não é justo, não adquire o bem. É simples assim. Não precisa dos seres supremos do Estado para tomar a decisão de quanto é justo pagar por X ou Y, deixem que quem paga decida. Não vai ficar muito caro? Bom, se o governo encher o país de barreiras comerciais e decidir quem tem direito de produzir o quê até pode ficar, caso contrário, a concorrência toma conta de reduzir os preços.

Mais uma: "Pode-se planejar a economia ou deixar ela ao acaso."

Agora é importante esclarecer um ponto. Eu não tenho nada contra o planejamento em si. Pelo contrário, acho ótimo que uma família planeje comprar uma casa, que as pessoas planejem abrir seus negócios, que planejem seu futuro, sua aposentadoria, suas viagens, etc. Eu tenho tudo contra a idéia do Estado planejar isso pra elas. Não existir planejamento estatal significa deixar as decisões econômicas na mão das famílias, o que me parece totalmente sensato, uma vez que essas decisões afetam as próprias famílias. Mas isso não deixaria a economia estagnada? Hmm, as inovações que trouxeram maior impulso para o desenvolvimento do capitalismo não saíram de planejamento estatal, ou alguém acha que o Henry Ford fazia parte de um plano do governo? Será que alguém pensa isso do Bill Gates? Havia algum tipo de coordenação econômica no Japão, mas o método Toyota de produção saiu de um plano do governo? CLARO QUE NÃO! Tudo isso é resultado de gente que tinha um plano: melhorar de vida. É assim que se inova, é assim que se tem progresso.

P.S. O Marcelo ainda não voltou da Europa, semana que vêm ele estará de volta e teremos um post 10 vezes mais indignado sobre essa cadeira.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Barreiras policiais

Suponha a seguinte situação:

Você está passeando com a sua alma gêmea pela Cidade Baixa à noite, procurando algum boteco onde a cerveja custe menos de R$ 3,50 (sem que isso implique a nem sempre proveitosa companhia de mendigos) quando, subito, se defronta - em plena calçada e sem razão aparente - com uma fila de transeuntes. Além da fila, você vislumbra meia dúzia de policiais revistando meticulosamente cada um dos pedestres. Sem entender muito bem, você cutuca o sujeito que está na sua frente.

- E aí, meu velho, que que tá rolando aí?
- Ah... Parece que, como a criminalidade tá muito alta por estes lados, a polícia agora está fazendo essas blitz na calçada, procurando armas, canivetes e essas coisas, saca...
- Hmm...

Você olha pra sua companhia com ar um tanto constrangido (afinal, ninguém gosta de ser encarado como delinqüente) e se resigna, pacientemente, a esperar a sua vez de ser revistado.

Esta situação é análoga a que as blitz e barreiras realizadas devido à Lei Seca submetem os motoristas.

A maior diferença é que seria mais razoável praticar essas blitz em pedestres do que em motoristas, uma vez que a chance de uma pessoa ser assaltada em nosso país é maior do que a de se envolver em um acidente de trânsito (e também porque imagino que o propósito de todo governo é combater os males maiores antes dos menores).

De qualquer forma, em ambos os casos, temos a restrição do direito de ir e vir, um cerceamento à liberdade do indivíduo.

Fique claro, minha crítica não é quanto ao rigor da nova lei, muito embora acredite que o limite de consumo de álcool imposto pela lei anterior já era bastante razoável; meus questionamentos se voltam para a forma como a fiscalização vem sendo executada, tratando cada motorista como um criminoso em potencial.

Nas calçadas, nunca vi nenhum policial abordar pedestres sem que houvesse razão para tal. Os políciais costumam parar somente aqueles que, pelo seu critério, possam estar envolvidos em práticas criminosas.

No trânsito, o critério deveria ser o mesmo. Os policiais ficariam postados em determinados pontos, discretamente, observando o fluxo. Ao detectarem algum carro sendo guiado de forma irregular, fazendo barbeiragens ou em velocidade acima da permitida, parariam este veiculo e abordariam seu motorista, realizando as checagens pertinentes.

Dessa forma obteríamos resultados semelhantes àqueles que vêm (?) sendo alcançados em decorrência das barreiras - uma vez que a possibilidade de estar no campo de visão de um policial desestimularia o motorista a encher a cara antes de dirigir - sem ter que partir do pressuposto que cada motorista é um criminoso.

Lei Seca

A controversa Lei Seca - empurrada goela abaixo da Sociedade sem maiores discussões e amparada pela sua aura bem intencionada - encontrou análise e crítica inteligentes entre blogueiros e economistas. Trata-se de mais uma compilação organizada pelo Prof. Cláudio Shikida, composta por textos e ensaios de autores interessados em enxergar por trás do véu de boas intenções da nova lei. A quem servem (realmente) os bafômetros? pode ser baixado aqui. De grátis.

domingo, 3 de agosto de 2008

Tem algo de errado com o IDH

A Noruega apresentou o maior IDH por vários anos consecutivos.
O índice é calculado como uma média entre expectativa de vida, renda per capita e nível educacional.
Acho que o índice representa em boa medida a vida nos países, para fins de comparações entre países.
Mas tem algo de estranho com o índice. Não vou falar sobre o nível ridiculamente alto que o Brasil tem.

É de se imaginar que no país em primeiro lugar só se veja pessoas alegres andando de bicicleta em família, aquela coisa...
A imagem de Oslo é um tanto diferente em vários momentos. Do lado do meu hotel há um ponto de distribuição de seringas e essas coisas. Em muito pouco tempo vi em torno de 15 pessoas batendo na janela do tal estabelecimento. Nas ruas é possível ver algumas pessoas jogadas no chão, atiradas pelos cantos. É um tanto chocante.
A Alemanha ocupa a posição 22 no ranking do IDH. Comparando capitais, em Berlin não se ve gente drogada jogada na rua desde a década de 80. As pessoas atiradas em Berlin geralmente estão bêbadas e não drogadas. E isso não "depende do bairro, tu não viu". Em Oslo é no centro, perto da estação ferroviária, prefeitura, etc. Em Berlin andei por alguns locais não muito recomendáveis nos ótimos tempos que morei lá e raramente se via alguém usando drogas (pesadas, é claro).

Enfim, de algum modo o índice reflete como vive o "cidadão médio". Será?

Acho que tem tantos drogados na Noruega por uma razão: existe uma lei estúpida que proíbe a venda (em supermercados) de bebidas depois das 6 horas da tarde e aos domingos. Agulhas são distribuídas até mais tarde e aos domingos. Incentives matter! Queria tomar um cerveja pra me divertir agora, não consegui comprar. Quem sabe a senhora que dá agulhas ainda esteja aberta...

O super-estado social democrata

Algumas pessoas tentam usar a Noruega ou Suécia como exemplo de social democracia que funciona.
Hoje atravessei a Noruega de carro. As estradas por que andei não tinham pedágio. Uma delas, a tal da 50 (estrada nacional), estava um tanto abandonada, alguns buracos, um tunel completamente escuro, ausência de placas, em alguns trechos tinha espaço para somente um carro, latas de lixo superlotadas. Mas enfim, é possivelmente a estrada mais bonita do mundo (a paisagem, o asfalto é bem parecido com o brasileiro).
Chegando mais perto de Oslo é de se imaginar que o estado benevolente tenha construído belas estradas, que nada!
Não quero dizer que o governo precise vender as estradas (na verdade estou), mas apenas tentando mostrar que a social democracia, mesmo em países com alto nível educacional e bláblábla´, tem problemas!

sábado, 2 de agosto de 2008

Hotel do futuro

Estou na Noruega. Tudo é muito caro.
Como era de se esperar, os hotéis também são caros, principalmente em Bergen, cidade bastante turística.
Pois bem, como minha moeda é o Real, é preciso ficar no barato dos baratos.
Meu hotel aqui é muito legal. O check-in é feito numa máquina, que imprime um cartão que abre a porta do quarto. O hotel tem apenas 1 funcionário, que não trabalha durante a noite. Nos finais de semana trabalha só até as 3 da tarde. A limpeza é um serviço contratado pelo hotel.
A idéia é muito boa, os custos caem muito, acredito. Pelo menos a diária é metade do que é nos outros hotéis da cidade.

Acredito que essa automatização vai se expandir pelo mundo, provavelmente esse hotel não é o primeiro com esse sistema.

Viva a automatização!
(críticos dela, há um post antigo sobre isso, mostrando que aquela história de aumentar o desemprego é balela)