quarta-feira, 30 de abril de 2008

Culpe os ricos, como sempre

Lula culpa os subsídios europeus e americanos, em parte, pelo aumento dos preços dos alimentos, quer o fim deles agora.
Pra variar Lula fala bobagem. Agora é a pior hora para isso. Não que eu defenda que os subsídios devam existir, apenas acho que agora não é a melhor hora para acabar com eles.
Se os europeus cortassem os subsídios agora a crise seria maior, alguns produtores europeus e americanos sairiam do mercado na próxima colheita, reduzindo a oferta de produtos agrícolas na Europa/EUA. subsídios reduzem o custos dos produtores, logo eles podem produzir mais. Claro que funcionam como um incentivo contrario à produtividade e custam caro ao Estado, é por isso que não gosto deles.
O aumento no preço dos alimentos já é sinalização suficiente para os produtores brasileiros (e do resto do mundo) produzirem mais.
Eu culpo o Estado brasileiro (e outros com o mesmo viés heterodoxo), em parte, pelo aumento dos preços. Se a oferta fosse maior, o preço seria mais baixo. Por que então a oferta não é maior? São várias as razões, vou enumerar algumas que são culpa desse governo muquirana desse país ridículo:
Direitos de propriedade mal definidos, principalmente no campo;
Impostos ridiculamente altos para produção, importação e comercialização;
Estradas em péssimas condições;
Portos ainda piores;
Falta de posição clara
A lista pode ser maior, mas paremos por aqui.
Curtas explicações: a existência de grupos terroristas do tipo MST são prejudiciais à produção, o custo de se "reconstruir" uma fazenda é bastante alto.
Brasileiros pagam impostos sobre tudo! É óbvio que alguns impostos serão repassados para os preços. Além disso, é complicado importar uma máquina, por exemplo, conseguir licenças essas coisas. Volta e meia aparece na mídia alguma história de proprina pra conseguir importar sem pagar impostos.
Estradas e portos em péssimas condições aumentam os custos dos produtores, é obviamente um desperdício de tempo (custo de oportunidade) ter um caminhão parado uma semana na fila do porto, ou ter carga perdida devido ao desabamento de uma ponte em uma estrada, ou demora na entrega devido aos buracos que obrigam os caminhões a trafegar a 20km/h.
Quanto a falta de posição clara, pensava mais na Argentina que no Brasil, mas vale pra cá também. O governo argentino fica num vai-e-vem com a liberação de exportações de trigo, isso afeta as decisões de investimento. A história mostra quem ninguém sabe menos de expectativas que os argentinos.

Ao fim e ao cabo me parece que quem elege Lulas e Kirchners duas vezes merece mesmo é passar fome.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Aufruf de uns caras importantes!

Querem impor um salário mínimo na Alemanha. A idéia é burra.
O argumento dos defensores dessa idéia é que o salário mínimo garantiria condições mínimas de vida. Confere?
NÃO!!!
Isso não acontece por 3 razões (ou mais).
1) Como é que o Estado pode saber melhor que eu o que considero condições mínimas?
2) Nada garante que as empresas vão pagar de fato o salário mínimo. Quantos conhecidos seus não foram passar algum tempo trabalhando ilegalmente na Europa?
3) A Alemanha tem um sistema de seguro desemprego (ALG II) que tem por objetivo garantir as tais "condições mínimas". Ou seja, as pessoas são plenamente livres pra trabalhar ou não ao salário corrente.

Com essa medida o governo pretente elevar alguns salários e alguns votos. O problema é que o salário que o governo quer impor é mais alto que o salário pago em 1/4 das empresas do lado oriental, só um demente acha que isso não vai elevar o desemprego nos estados do país que já apresentam níveis muito elevados de desemprego. Parte dos empregos iriam para a ilegalidade, reduzindo a arrecadação do governo, tornando o ALG II ainda mais custoso para a sociedade.

Além disso o salário mínimo alemão diferenciaria as pessoas pelo tamanho da família. Isto é, solteiro, casado e com filhos. Pagando mais para famílias numerosas. A idéia também é ruim. Quem precisa ter filhos na Alemanha são as pessoas que ganham mais de um salário mínimo. Filhos de imigrantes encontram uma inserção difícil na sociedade, principalmente em uma sociedade cuja qualidade da educação é uma vergonha maior a cada ano. Enfim, não vou entrar nessa discussão aqui, fica para um outro post talvez.

As idéias expostas sob 2) e 3) estão num texto de 7 professores de diferentes institutos com um título que parece uma declaração de guerra aos heterodoxos para quem não compreende alemão (não há versao em inglês).

terça-feira, 15 de abril de 2008

Bate que o preço cai

O mercado de prostituição não recebe muita atenção na economia. É um campo interessante.
Analisando friamente é um campo como qualquer outro. O corpo pertence à pessoa e ela tem o direito de vender qualquer parte dele da maneira que quiser. Requer alguma habilidade, como beleza (qualidade nem sempre vista nos arredores de Porto Alegre), talento "on the job", capacidade de não se envolver emocionalmente com o cliente, entre outras.
Um problema nesse mercado é o estigma. "son of a bitch", "filho da puta" seriam exemplos? (de fato desconheço a origem das expressões)
Enfim, o estigma tem um papel importante nesse mercado, ele é capaz de tornar a curva de demanda positivamente inclinada. Essa idéia segue a linha de alguns autores europeus, onde não existe prostituição de R$1,99 para os descamisados. O estigma mantém os preços baixos e principalmente inibe o consumo. A medida que a sociedade aceita a prostituição como algo perfeitamente normal (filho da puta=filho da mãe), os preços podem subir, assim como o consumo. (não é, obviamente, um ajuste perfeito a uma curva positivamente inclinada, sendo que a demanda é função do estigma)
Além disso, em uma sociedade em que o estigma é mais baixo, as profissionais conseguem obter uma vida melhor devido a leis trabalhistas (não necessariamente bom), acesso a saúde, etc. Os salários no ramo são muito melhores em sociedades mais abertas que em sociedades mais conservadoras (no sentido ruim da palavra). Fazendo uma conta "por cima" é possível demonstrar que uma prostituta média na Alemanha pode receber mais que um físico de um bom instituto de pesquisa.

O mesmo racionínio deve ser válido para a prostituição masculina.

Pensando em mudar de ramo? Aqui você pode se libertar! Defendemos salários mais altos para você, além de um consumo maior de você.
Não é piada, acreditamos que cada um é dono de seu próprio corpo e tem o direito de utilizá-lo como quiser.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Eu, ecochato

Vamos preservar a Amazônia. Vou defender essa idéia, sempre a defendi.
Assisti um video há um tempo que falava de comprar a Amazônia (era estrangeiro o video). Eu apoio essa idéia, ela é muito boa. O argumento é muito simples. A floresta amazônica é importante para a humanidade, precisa ser protegida, o Brasil não consegue protege-la.
É melhor pra todo o mundo. O Brasil ganha uns trocos vendendo aquele mato que só dá dor de cabeça e capas de revistas semanais enquanto que o mundo fica mais verdinho e bacana.
Todo o mundo sabe que a cada dia o Brasil desmata o equivalente a não sei quantos campos de futebol (medida nacional de área). Vamos acabar logo com isso! Fora Brasil! A Amazônia pertence ao mundo!

Aos ecochatos brasileiros que acreditam que o sentido da vida é preservar a Natureza eu pergunto: o que falará mais alto, o nacionalismo ou o ideal biofashion?

Utilizei-me de algumas expressões que são típicas de outras pessoas, como biofashion e ecochatos.

domingo, 6 de abril de 2008

Patifaria, insinuação e o mercado dá a solução

Minha amiga não conseguiu um estágio. Uma colega dela conseguiu a vaga. A garota que conseguiu a vaga confessou (orgulhosamente) que "deu em cima" do sujeito que fazia a seleção.
Aqui temos um prato cheio pra economia da informação.
Seleção adversa no momento de escolher a estagiária. Aquela história, a pessoa que faz a seleção não conehce a produtividade do canditado... o canditado sinaliza... enfim, essa moça escolheu uma sinalização pouco ética. Creio que ela escolheu esse método exatamente pq é pouco capaz, mas ela pensa estrategicamente (uau, ela é um ser humano!). Previu que ocorreia um problema de moral hazard, o funcionário encarregado da seleção não agiu com o melhor beneficio da empresa em vista, mas sim em benefício próprio. Há algo de errado com o mecanismo de incentivos dessa empresa, alguém da administração deveria ser demitido, assim como o tal sujeito da seleção. Sim, siga seu instito, a empresa não é exatamente privada!

Ao lado do texto que estás a ler há um link pro blog do Becker e do Posner (é um blog um pouco inferior a este, mas vale a pena ler) lá há um texto sobre as mudanças na educação nos EUA, que afirma que o maior número de estudantes univeristários é do sexo feminino e, se não me falha a memória, obtém as melhores notas também. Com isso, é de se esperar que cada vez mais mulheres assumam os postos de decidir que vai e quem não vai trabalhar na empresa. É fato que homens não sabem se insinuar e mulheres não são tão estúpidas pra cair nesse conto.

O grande problema é que nem todo o mundo vive nos EUA e temos um lag de 200 anos aqui no nosso Brasil. Ou seja, lá por 2025 os EUA vão começar a entrar nessa nova realidade, por aqui a novidade chega em 2225, fé na medicina pra ver isso acontecer.

Parabéns pra quem chegou até aqui lendo o texto, ele está bem chato, mas se o texto te fez entrar no blog do Becker-Posner valeu bastante a pena meu esforço dominical.