quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Meu (?) modelo de crescimento endógeno

A lei de Stigler coloca que uma invenção nunca recebe o nome da pessoa que realmente fez a invenção/descoberta. A própria lei de Stigler não foi criada por ele. Segundo essa lei, a invenção recebe o nome da segunda pessoa a inventá-la, na verdade, da pessoa que promove a invenção.

Nessa lógica proponho uma mudança no modelo de crescimento endógeno de Romer (quem será que inventou?).
A equação do geração de novas idéias deve levar em conta as pessoas envolvidas com marketing. o "La" da equação deve ser alterado para o número de pessoas dedicadas à P&D que possuem alguém por trás para promover a idéia.

Que nome este novo modelo revolucionário irá receber? Certamente não o meu.

Agora você já sabe, se algum dia pensar que um administrador inventou alguma coisa, desconfie, ele provavelmente era só o promoter de algum inventor.

Cometa Haliday não foi descoberto pelo Haliday
Mcdonald's não foi descoberto pelo Rolnad Mcdonald
Cobb-douglas não foi criada nem pelo Cobb nem pelo Douglas
A teoria da relatividade na verdade é minha, mas o Albie fica melhor que eu com a língua pra fora...
...

Mais sobre meu modelo de crescimento endógeno na próxima edição do Jones.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Análise econômica da beleza: uma homenagem à Anna Kournikova

Resolvi escrever esse post depois de uma discussão com um grande amigo( Zorro, Eduardo; autor de "American cars just suck") sobre o sucesso de bandas como "Black Eyed Peas". Meu amigo acredita que essas bandas não merecem o sucesso que fazem, uma vez que esse deriva em grande parte, não da música feita por eles, mas de outros fatores como a beleza alguns(ma) de seus(sua) integrantes. A idéia aqui não é discutir isso(até porque a discussão foi maior e mais longa que isso e já foi encerrada), mas falar sobre a idéia de que os altos rendimentos que algumas pessoas obtêm por causa de sua beleza são injustos.
Por discutir ganhos obtidos à partir da beleza que eu coloquei a tenista Anna Kournikova no título do post. Enquanto jogou, Anna Kournikova foi uma das tenistas mais famosas do mundo -talvez a mais- sem nunca ter ganhado um torneio de simples(em duplas, ela obteve mais sucesso, mas não que justificasse tamanha fama). O que explica a fama dela é simples, ela é muito bonita. Muitos dirão que isso é injusto. Injusto por que, cara pálida? Enquanto as pessoas demandavam jogos de outras tenistas pela habilidade delas, demandavam os da Anna principalmente pela sua beleza(demandavam notícias e outras coisas também, estou simplificando).
Um argumento possível é que a pessoa não "conquista" sua beleza, que isso é algo determinado genéticamente, ou seja, que não reflete esforço pessoal. Esse argumento é facilmente derrubado uma vez que uma série de outros fatores que possibilitam sucesso não são fruto de esforço. A habilidade para esportes, por exemplo. Ninguém pode afirmar que Sharapova ou as irmãs Williams sejam mais esforçadas que outras tenistas não tão bem sucedidas. Claro que esforço importa, mas o que diferencia atletas medianos de atletas excepcionais-os que realmente ficam muito famosos- é uma habilidade que não se conquista apenas com esforço.
Isso não acontece apenas com esportistas. Einstein talvez não fosse o físico mais esforçado de sua época, ele era o mais brilhante, não é algo conquistado por ele, é uma característica que ele "recebeu". Isso quer dizer que ele não tem méritos? Evidente que tem, ele poderia ter nascido um gênio mas nunca se esforçado e aplicado isso, sem isso ele nunca teria sido reconhecido.
Existem milhões de casos assim, exatamente por combinarem esforço com características excepcionais que certas pessoas se destacam. Essas características são as mais variadas: inteligência, carisma, força, talento para esportes, talento para artes, facilidade para aprender, memória e beleza; entre muitas outras. Pessoas detentoras delas, quando são capazes de "aplicá-las" geram benefícios para si e para toda a sociedade. Tanto as teorias de Einstein, de Newton, de Friedman e de Adam Smith quanto os quadros de Picasso, Michelangelo, de Van Gogh e de Rembrant, o talento para a música de Mozart, Beethoven e dos Beatles, o talento para esportes de Ronaldinho e Tiger Woods e a beleza da Anna Kournikova e da Heidi Klum geram ganhos de bem-estar para a sociedade(se você aceitou os primeiros exemplos, mas não os últimos, lembre-se que as pessoas demandam jogos de futebol e golfe, fotos e desfiles).

PS: Se você acha que isso não tem nada a ver com economia, eu tenho duas respostas.
1-Procure artigos do Gary Becker.
2-O blog é meu, eu faço como quiser, coloco post, tiro post...(citando um professor, acerte quem é e concorra a um boné do MST, tenho 2 , to pensando em sortear um...brincadeira, foram presentes e gosto muito deles).

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Leia tudo! De ficção à científica, de Marx a Santos

"Leia tudo!" Essa é a última tentativa dos marxistas de dar alguma importância aos escritos de Karl Marx. É sempre melhor ler do que não ler, acredito nisso. Porém existe um custo de oportunidade de "ler tudo".
Atualmente publica-se em torno de 175000 livros por ano, de acordo com outra estatística são 400000. Quantos uma pessoa lê? No Brasil é em torno de 1 livro por ano, não? Na França algo como 12.
Na economia existem centenas de must read books:
A coleção "os economistas" da Abril tem algo como 30 livros, (supondo uma média de 350 páginas, tem-se 10500 páginas)
Abra um livro de HPE para ver que tem uns outros 30 que não estão nessa coleção, mais 10500
Com as publicações recentes, facilmente mais 10000 páginas
Facilmente chega-se a 31000 páginas. E isso só na área de economia, mas é preciso ler tudo sobre tudo.
Lendo a uma velocidade de 1 página por minuto, 8 horas por dia, todos os dias, é possível ler 175200 páginas. Ou seja, uma página de cada livro publicado em um ano, só mais 299 (se a média for de 300 páginas), alguém vive até os 300 anos?
É impossível ler tudo! Ainda mais com essas acelerações espaço-temporais milton-santistas.
Quem perde tempo lendo Marx demonstra um custo de oportunidade zero, ou uma tremenda falta de compreensão da realidade. (O que Marx não ajuda a resolver)
Se quiser uma ficção sobre o mundo, não leia Marx, leia Huxley que é muito melhor.
Marx tem um lugar na prateleira, ao lado de mein kampf, bíblia, corão, entre outros, para mostrar às gerações futuras, as bobagens em que seus antepassados acreditavam, assim como para demonstrar as barbáries cometidas no passado pelo nazismo e pelo catolicismo e infelizmente ainda na atualidade pelo comunismo e pelo islamismo.

PS. quem lê isso aqui também deve ter um custo de oportunidade próximo de zero

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

C3-PO pra professor!

Máquinas tiram o emprego das pessoas.
Escuta-se isso com freqüência. Não gosto dessa afirmação. Ela é baseada em c.p.k, ela supõe que o trabalhador que perde seu lugar para uma máquina nunca mais irá encontrar outro emprego.
Por que um empresário substitui uma máquina? É porque ele é malvado? Óbvio que não, mas simplesmente porque ele quer lucros, maximizar seus lucros, qual seria a razão de abrir uma empresa se não fosse para ganhar dinheiro? Máquina vem pra reduzir custo, aumentar eficiência (máquina não faz corpo mole) etc. ou seja, aumentar os lucros.
O que um empresário faz com os lucros? Queima? Óbvio que não. Uma parte ele consome e outra ele reinveste. Seu consumo não é de coisas que caem do céu, mas sim de coisas que são ofertadas, por empresas, empresas que crescem e contratam pessoas e máquinas. Ou seja o funcionário demitido de uma empresa encontra emprego em outra. O reinvestimento do empresário é feito em que? Expansão de planta produtiva (mais empregados) e novas fábricas, mais empregados. O mecanismo é simples. Sr X. possui uma empresa "a", com ß empregados, ele compra máquinas e demite 50% de seus empregados, aumenta seus lucros. Então ele cria a empresa "b", para isso ele contrata ß/2 empregados. No fim das contas a economia produz mais, o Sr. X está mais rico, os mesmos ß trabalhadores tem emprego e ainda recebem mais porque são mais produtivos.
Vamos aos dados ver se essa coisa funciona.

Número de desempregados dos EUA.
Opaê! Ele aumentou! De 1955 até 2005 ele quase dobrou. Malditos empresários safados!

Mais um gráfico:
Força de trabalho dos EUA.
Agora sim! veja só como cresce, mais do que dobra em 50 anos!

Curioso não? Mais gente mais máquinas e MAIS emprego! EM 1950 a taxa de desemprego era 6,5% nos EUA e em 2005 foi de 4,48%. Pense, em 1950 existia um PC para cada trabalhador? Não! Pense quantos perderam o emprego graças ao computador, mesmo assim a taxa não aumentou.
Mais um:
Os salários também aumentam!
Tudo parece estar de acordo com o modelo simples.

É incrível que no Brasil, ainda se acredita que a função de uma empresa é dar empregos.
Por aqui (me refiro a Poto Alegre agora) quando se fala em roleta eletrônica nos ônibus é uma confusão, tem que fazer acordo pra não demitir os cobradores. Por que então por uma roleta eletrônica? Não vai aumentar o lucro da empresa (ok, pode reduzir a falsificação de fichas) , só facilitar a vida do cobrador, já que seu trabalho é tão difícil, nem precisa das 4 operações básicas.

Tem que demitir! E claro tornar fácil a contratação.
Máquinas já!
Seria interessante testar uns cyborgs na faculdade.

PS. O título é uma piada para poucos.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Just Push Growth

O governo tem um botão de fazer crescimento. Quando heterodoxos falam de crescimento eles parecem acreditar nisso, mas quando querem crescimento não é importante. (matéria de post futuro)
Algumas pessoas realemente acreditam que o Lula apertou o botão de crescimento e tudo começou, coisa que o FHC não fazia. Veja os dados! Depois do Lula o Brasil cresceu MUITO!
Sweet dreams, o Brasil não cresce, nem com Lula nem com FHC, estamos sempre, salvo algum ano, abaixo da média mundial de crescimento. Em 12 anos apenas em 3 deles o país não deixou tanto a desejar em relação ao mundo. O que isso nos diz? A cada ano perdemos mais espaço internacionalmente. Estamos cada vez mais pobres. Aquela história toda de BRIC é uma piada, é melhor ficar só com RIC.
Um país sem crescimento não é o país do futuro, não tem futuro, fez tudo errado no passado, adora culpar os outros pela sua miséria. Quem vai querer morar em um país sem futuro?
Não aceite a bobagem lulista!
Com essas taxas nós seremos pobres e nossos filhos miseráveis!
Claro que o filho do Lula não, rent-seeker de marca maior.
Não espere por Deus. Não caia nessa bobagem de "o Brasil merece ser grande". Quem disse? merece por que? Nenhum país merece ou não ser rico, um país faz por merecer.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

MST no programa da Xuxa

Postaram esse vídeo na comunidade da UFRGS:
http://tvxuxa.globo.com/Tvxuxa/pordentrodoassunto/0,,AA1646878-8495,00.html

Depois tem uns idiotas que chamam a Globo de direitista. Que coisa boa que é essa a imagem dos sem-terra que passam pras crianças, vão forma mais uma geração de esquerdistas que lêem Marx ajoelhados e acham que crescimento econômico "são só números que não significam nada". Isso se as crianças ainda assistem o programa da Xuxa, se não assistem os professores de história e geografia vão se encarregar de ensinar esse tipo de coisa. Espero que algum dia tenhamos Bastiat como leitura recomendada no ensino médio, acho que não vou ver isso(não no Brasil).

Agora sobre o MST. Muita gente acha que a causa pela qual eles lutam é justa, mas critica os métodos. Essa é a visão intermediária, logo a certa, né? Claro que não. Essa idéia que a visão intermediária é a certa é uma cretinice. Se alguém quiser defender essa visão, que o faça por convicção, e não porque acha que, por estar no "meio" é mais equilibrada. Eu acho a causa errada e os métodos piores.

Explico: primeiro, essa história de "função social da terra" é relativizar o direito de propriedade, está errado. No Brasil se produz muito na agricultura, se não produzem em todas as terras, é porque não é lucrativo. Se o governo força uma produção não lucrativa(o que acontece com essa lei), ele acaba tendo que subsidiar ela, para todos não irem a falência. É um ciclo errado.

O segundo erro é achar que agricultura é uma solução para tirar gente da miséria. É só analisar QUALQUER dado que relacione desenvolvimento humano ou pib per capita com distribuição da população economicamente ativa por setores da produção. Países menos desenvolvidos são sempre os que tem maior porcentagem da PEA empregada na agricultura. A razão para isso é clara: como a terra é um fator fixo, investir mais capital e trabalho nela vai sempre ter retornos decrescentes. Além disso, a demanda por produtos agrícolas é inelástica. Sendo assim, simplesmente não faz sentido mobilizar mais mão de obra pra agricultura(ainda mais com o que já está investido nela). O Brasil tem 15% da população nessa condição, nenhum país de primeiro mundo tem mais de 4%, alguns países africanos passam de 50%, qual caminho queremos seguir?

Sobre os métodos utilizados pelo MST, atualmente virou bandidagem, o que eles fazem é absurdo, a inoperância do Estado é frustrante. E a esquerda fala cada absurdo. Um tempo atrás os ruralistas se reuniram pra impedir uma invasão. Aí todos caíram em cima, porque era formação de milícia, segurança é função do Estado e tudo. Agora que a brigada está protegendo uma fazenda de ser invadida(na verdade o principal é evitar o conflito) dizem que é segurança particular. Como assim? Antes não tinham dito que era função exclusiva do Estado(o que é verdade, mas infelizmente o próprio MST não respeita esse monopólio do uso da força)?

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

PACman!

O PAC é uma ofensa à inteligência. Não poderia ser diferente, heterodoxos falando de crescimento. O governo vende uma ilusão, aquela velha ilusão keynesiana de gasto público.

Eu acredito que o Brasil realmente precisa de estradas, portos etc. O país precisa e muito de infra-estrutura. Mas não adianta só isso, é necessário executar reformas institucionais. Não adianta ter as melhores estradas e portos do mundo e ter uma burocracia doentia. Nos dados do Doingbusiness.org o Brasil fica na posição 122 de 178 países na facilidade de fazer negócios. A educação é ruim no país? É péssima, precisa urgentemente ser melhorada, mas nem se o Brasil tivesse 180 milhões de Einsteins o país iria crescer. Precisa de reformas institucionais! 616 dias para fazer cumprir um contrato, nem Dalai Lama te tanta paciência. 152 dias para abrir um negócio, 9 no Afeganistão. Infra-estrutura-física não basta. Precisa de reformas institucionais!

Curiosamente o PAC tropeça no próprio emaranhado burocrático brasileiro, usinas hidrelétricas estão previstas apenas para a próxima década, espera-se em “apagão” energético em 2009. (Vale do Rio Doce pretende abrir um usina(?) na Colômbia). 29 obras estão trancadas no TCU. Existem algumas leis doentias nesse país, por exemplo, nenhuma empresa estrangeira pode fazer dragagem nos portos (proteger a indústria nascente), quantas empresas brasileiras têm capacidade para isso? Nenhuma!

Outro problema, apenas 11% dos recursos gastos no PAC são da iniciativa privada. Não se cresce dependendo tanto do Estado, além disso, o Estado desvia muito mais facilmente os recursos que a iniciativa privada.

Mais um, vai custar caro manter as obras depois de prontas, o Estado conserva bem? A resposta é óbvia, não há dúvidas que a iniciativa privada cuida muito melhor de suas obras.

Outro, quem paga a conta? Alguém pagará por esses 504 bilhões de reais. Sai do bolso do contribuinte, a carga tributária só aumenta, cadê o impacto disso no crescimento?

Último, segundo um professor, as obras são planejadas sem uma análise profunda, não se fazem estudos regionais do impacto dos gastos do governo em determinada região.

Desconfie sempre que um heterodoxo falar em crescimento econômico. É sempre essa idéia de esmola keynesia. De que adianta ter o porto mais eficiente do mundo se o custo burucrático-temporal-etc. de se chegar até o porto tira a competitividade da indústria, mandar navio vazio para o exterior não adianta para nada. O porto de Rotterdã é o, ou um dos, mais eficiente do mundo por alguma razão, vide o coeficiente de abertura da economia holandesa. Lá leva-se 8 dias para exportar e custa US$ 880 dólares por container. No Brasil 18 dias e 1090 dólares. O importante é que eles têm o que exportar. Um porto é um meio e não um fim.

PAC de verdade seria menos Estado, menos burocracia, menos Lula, menos populismo e mais, muito mais iniciativa privada, que é quem promove crescimento de fato.

REFORMAS INSTITUCIONAIS JÁ!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Coisas que nossos professores dizem I

Já citamos professores em posts, sempre é divertido. Por isso começa aqui a série: coisas que os nossos professores dizem. Onde apoiamos, ou rebatemos(o que será maioria, visto que quase todos são heterodoxos) coisas ditas pelos nossos professores. Essa na verdade foi dita numa aula dos meus veteranos. O professor disse que o governo norte-americano é mais intervencionista que o brasileiro.

Claro que é uma piada e existem várias maneiras de provar. Aqui vão algumas:

-O gasto do governo brasileiro passa de 35% do PIB, nos EUA está abaixo disso. Podem dizer que é pouca diferença. Se olharmos só para esses números é verdade. O que torna a diferença gritante é que os EUA são um país desenvolvido e o Brasil é sub-desenvolvido. Dizendo de forma simples, os EUA tem a menor parcela de gasto do governo entre países desenvolvidos(talvez com exceção de Cingapura e algum outro pequeno), o Brasil tem uma das maiores dos países sub-desenvolvidos.

-Ainda que o governo norte-americano tenha protegido a indústria nascente, interviu muito menos no surgimento da indústria que o brasileiro. O governo brasileiro não só adotou barreiras protecionistas, mas construiu e administrou diretamente várias empresas importantes no processo de industrialização(Petrobrás, CSN, CVRD...).

-Os EUA tiveram mais ou menos 45 anos de esquizofrenia keynesiana(de 1933 até o governo Reagan), no Brasil, adotamos o keynesianismo antes deles(antes da teoria geral do Keynes também, mas isso eles também fizeram), nos anos 20 o governo já estava queimando café pra garantir que não houvesse crise. E fizemos uma constituição keynesiana bem depois do keynesianismo estar morto e enterrado(ainda está vivo nos corações de muitos, é claro).

-No Brasil, sempre ficamos parados esperando que o Estado fizesse as coisas(ver Bohrer, Marcelo; Herança Maldita), o Estado confunde público e privado e tudo é uma bagunça. O futuro, ou melhor, o presente está apresentando a conta(Balbinotto, Giácomo).

-Adoram falar nos gastos militares como exemplo de ultra-intervencionismo. Lá eles encomendam as armas pras empresas, gastam muito, é verdade, mas elas funcionam. Aqui resolveram fazer um submarino, o Estado se encarregou, conseguiu gastar 1 bilhão de reais na maquete...

Legalização de Drogas

Esse post tem relação com o post "tropa de elite" do Christian.

As drogas devem ser legalizadas?

É uma pergunta delicada, muita gente responde prontamente que não.

Mas por que é que elas são proibidas?

Creio que seja pelas externalidades negativas associadas ao seu consumo. Esse argumento se sustenta?

Em minha opinião não.

Se fosse devido às externalidades, diversos outros produtos deveriam ser proibidos, a começar pelo álcool.

Faço uma comparação simples. Um coffeshop em Amsterdã com um bar na mesma cidade. Onde as pessoas estão mais “alteradas”? Num bar, onde se consome bebidas alcoólicas. Em um coffeshop as pessoas permanecem nos seus grupos, fazendo pouco barulho, ou seja, no momento do consumo não geram externalidades. O que o álcool faz com uma pessoa? Vá a um bar, pessoas gritando, brigando, querendo atenção, acham que podem conversar com todas as pessoas do bar. Compare a abordagem de um bêbado com a de um sujeito que consumiu maconha. Eu prefiro o segundo, em geral é mais fácil de livrar-se dele, são mais calmos.

Mais um exemplo: um jogo de futebol combina bêbados e torcedores fanáticos, resultado? O que se pode ver de tempos em tempos nos noticiários: brigas, mortes e confusão.

Ao problema econômico!

Um traficante age como um monopolista. Que pessoa vai ir de boca em boca consultando preços? Nesse caso a comodidade pesa muito. Esse monopolista discrimina preços, discriminação de primeiro grau, cobra o preço de reserva de cada consumidor. Pelo menos o traficante maximizador de lucros faz isso. Ele captura o excedente do consumidor. O grande problema é o destino desse excedente. Será que ele doa para instituições de caridade, compra produtos originais que pagam impostos ou gasta parte disso comprando armas? Óbvio que ele compra armas! É a única maneira para ele se manter vivo e exercer poder de monopólio, é intimidação pela força. Traficantes bem armados leva a constantes lutas com a polícia, quem perde é a sociedade. Manter um polícia bem armada e treinada custa caro, droga não paga impostos, manter força nacional de segurança no morro custa caro. Bala perdida causa dor às famílias. Quantos jovens com futuro promissor perderam suas vidas devido ao tráfico?

O problema das drogas não se resume as favelas, atinge toda a sociedade, quem não sabe onde tem um ponto de venda de drogas nos bairros de classe média e alta?

Acredita-se no Brasil que por se proibido o consumo é inibido, basta “olhar pra fora” para ver que isso não pode ser verdade. Não adianta fechar os olhos. O problema precisa ser enfrentado de frente, não adianta achar que ficar proibindo vai ser a solução. Se uma pessoa já é viciada em drogas, ela vai continuar a consumi-las, de uma maneira ou outra as drogas vão entrar no país. Vide países asiáticos com pena de morte para o tráfico, o tráfico ainda existe, aumenta o risco aumenta o prêmio, só isso.

Veja o caso da Holanda, ela não apresenta o maior percentual de viciados por habitante do mundo, algumas estatísticas apresentam a Holanda como o país com a menor taxa de viciados no mundo. Outras mostram que a Holanda não difere do resto dos países da Europa Ocidental. O número de mortes relacionadas às drogas é bastante baixo na Holanda, fica apenas atrás da Dinamarca entre os países europeus.

Caso fosse legalizado o consumo, o governo faria concessões a empresas privadas para a venda, poderia cobrar impostos (contribuições) e usar o dinheiro para combater o resto do tráfico, ou centros de desintoxicação (estou supondo que o Estado não roubaria... claro que é “forçar a barra”). Outra maneira seria o Estado praticar dumping para levar os traficantes à falência.

Outro ponto: não cabe ao Estado determinar o que pode e o que não pode ser consumido pelas pessoas.

Quanto aos danos de longo prazo: os danos causados por drogas leves são similares aos danos causados pelo álcool e pelo cigarro.

O imposto arrecadado com cigarros não é suficiente para cobrir os gastos com tratamento de viciados.

A União Européia perde em torno de 5% de seus PIB devido ao álcool.

É incrível! Falar em legalização é praticamente um crime. Veja os dados! Proíba tudo! Na minha visão é mais fácil, barato e lógico legalizar. Crime é ter bala perdida, é ter policial corrompido pelo dinheiro do tráfico.


Por fim, defendo a legalização de drogas leves. Drogas pesadas são um assunto mais complicado, as externalidades negativas são maiores, assim como o velocidade com que viciam. Talvez num post futuro...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

And the oscar goes to...

Saiu o nobel. Foi dividido entre Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson. "For having laid the foundations of mechanism design theory".
Eles são razoavelmente jovens, Maskin e Meyrson não tem muito mais que 50 anos, já o Hurwicz...
Mais um pra Chicago.
Acho que foi uma surpresa esse ano. Alguém apostava neles?

domingo, 14 de outubro de 2007

Tropa de elite

Fui essa sexta feira ver o filme que quase todo mundo viu antes de ser lançado. Ao contrário de Gilberto Gil, eu fui no cinema, não vi a cópia pirata "de um amigo". Adorei o filme porque acerta em muitos pontos. Primeiro, não glamouriza os bandidos. Deixa bem claro que bandido é bandido. Segundo, mostra a corrupção na polícia. E terceiro(essa a parte mais deliciosa) ataca, com a precisão de um atirador de elite, quem financia o narcotráfico comprando drogas e depois faz passeatas pela paz, protestando contra a violência da polícia.

Se não tiver comprador, não tem traficante, é simples. Só pra esclarecer uma coisa: eu já fui contra o consumo de drogas, achava que era errado usar, agora não tenho problema nenhum com o ato de consumir. O problema é que é proibido e sustenta o tráfico e a violência. Enquanto for assim, quem estiver fumando maconha, está matando gente. Tem que ser preso, tem que punir. A mesma coisa com vídeos e softwares piratas. Não interessa se o original é caro, a empresa que produziu tem o direito de cobrar quanto quiser, quem achar caro, não compra. Comprar o pirata é crime e tem que ser punido como tal.

Adoram protestar dizendo que só pobre vai pra cadeia. Espero que a polícia leve isso a sério e comece a tratar com dureza quem é pego com maconha(ou qualquer outra droga), bem como quem compra vídeos e softwares piratas. Ah, tv a cabo pirata também. Tolerância zero, não passa nada. Quem quiser se chapar que saia protestando pela legalização ou se mande pra Holanda. Aqui(enquanto for proibido) isso mata gente.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Pensamentos para um sábado

O custo marginal de novas idéias está alto hoje. Portanto apenas reproduzo.
Jones:
"A contínua evolução da distribuição mundial da renda poderia refletir a lenta difusão do capitalismo nos últimos duzentos anos. Coerentemente com esse raciocínio, as experiências mundiais de comunismo só chegaram ao fim nos anos 1990. Talvez seja a difusão de instituições e infra-estruturas propícias à riqueza que responda pela contínua evolução da distribuição mundial de renda. Mais ainda, não há motivos para se pensar que as instituições existentes na atualidade sejam as melhores possíveis. As próprias instituições são simplesmente 'idéias', e é muito provável que idéias melhores estejam à espera de serem descobertas. No longo do trajeto da história, instituições melhores foram descobertas e gradualmente implementadas. A continuação desse processo às taxas observadas nos últimos trinta anos levaria a uma grande melhora da distribuição mundial de renda."

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Idiotas, mas racionais

Uma das críticas à teoria ortodoxa é sobre a racionalidade das pessoas. Muitos argumentam que as pessoas não são capazes de decidir o que é melhor para elas, que são facilmente enganadas e que, portanto, o Estado deve agir tomando certas decisões por elas para que elas tenham uma vida melhor. Parte do raciocínio que embasa essa crítica está correto: as pessoas são idiotas. Não todas, claro, existem pessoas brilhantes, mas boa parte da humanidade é idiota(se alguém não acha isso evidente, leia o livro: "O princípio Dilbert", além de muito engraçado, acaba com qualquer dúvida quanto a isso).
As pessoas que usam esse argumento se esquecem, no entanto que:
Racionalidade não é inteligência. Pessoas idiotas são tão racionais quanto as inteligentes, elas são capazes de decidir o que preferem(a prova disso é que tomam decisões). Podem dizer que as decisões tomadas pelas pessoas não são as mais sensatas, mas, fica a pergunta, como definir o que é melhor para cada um? Me parece que a melhor maneira de definir isso é que as pessoas sejam deixadas livres para decidirem.
Se você não gosta desse argumento, existe outro menos polêmico:
As decisões do Estado são tomadas por pessoas. Não existe nenhum motivo para supor que essas pessoas sejam menos idiotas que a média(se você acha que existe, sugiro que veja a nossa legislação ou coisas que são feitas e ditas pelos nossos políticos), assim, as decisões do Estado seriam tão ruins quanto as tomadas pelas pessoas. Na verdade, elas são muito piores, porque além da idiotice, conta o interesse individual dos políticos(o desejo de "levar vantagem" do seu poder) e a falta de incentivo para aplicar o dinheiro da melhor forma possível. Que incentivo um político tem para gastar o dinheiro público da melhor forma possível? Nas urnas a gente não "manda a conta" independente do que eles fizerem.
Sendo assim, me parece claro que delegar as decisões para as pessoas leva ao melhor arranjo possível, independentemente da inteligência delas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Nobel

Dia 15 sai o prêmio nobel de economia.
Quem leva?
Mankiw aposta em Barro, Fama ou Feldstein.
Quem sobra?
Tem tantos bons: Nordhaus, Baumol, Tullock, Sargent...
E o Sala-i-Martin hein?!
Apostas dos leitores são muito bem vindas.

Enquanto não sai o prêmio ficamos especulando.
Ah sim, ainda se cogita a possibilidade de este blog ser lido pelas queridas pessoas que escolhem. Aceito dividir o prêmio com meus colegas de blog, se bem que o Ricardo tá muito free-rider.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Aceleração do tempo

O geógrafo(e jogador de futebol, e cantor) Milton Santos criou o conceito de aceleração. Segundo esse conceito, o tempo vem se acelerando e isso foi intensificado no capitalismo, com sua sede de exploração. Nesse post pretendo explicar como o tempo pode se acelerar, as provas empíricas disso e as prováveis conseqüências futuras.

O primeiro passo é explicar o que é a aceleração. Aceleração é a taxa de variação da velocidade. A velocidade, por sua vez, é a rapidez com que um corpo altera sua posição. Em geral é medida em metros por segundo, m/s. No caso do tempo, não faz sentido falar em metros. O tempo se move em segundos(e minutos, horas, etc), assim, a velocidade do tempo pode ser medida em quantos segundos o tempo se desloca em um segundo, s/s. Quando não havia capitalismo, e tudo era melhor do que é hoje, o tempo se deslocava 1 segundo por segundo, 1s/s. O capital, com sua sede por mais-valia, tem aumentado essa velocidade(isso é a aceleração). Como isso é feito? Simples, o capital diminuiu a duração de um segundo(o segundo de cima, é bom dizer) e, em CPK(ceteris paribus Kaleckiano, vale citar Bohrer, Marcelo para explicar esse conceito: "Em CPK, quando uma pessoa tropeça, ceteris paribus, ela ficará flutuando") isso faz o tempo percorrer mais de um segundo a cada segundo. Assim, o tempo passa mais rápido e é possível expropriar mais MV.

Alguns podem dizer que isso é loucura, que não é possível percorrer mais de 1 segundo a cada segundo. Bem, existem fortes evidências empíricas(se você quer aprender a usar evidências empíricas de forma apropriada, talvez o livro Chutando a Escada seja adequado. Ok, exagerei...). São elas:

-No ano 1 d.C. 1 segundo era 4 vezes mais longo do que é hoje, em 1500 d.C, um segundo era 3,8 vezes mais longo do que hoje. Em 1800, durava 3,5 vezes o segundo atual, em 1950, apenas 2 vezes. A internet e o neo-liberalismo têm acelerado isso ainda mais, estimativas dizem que 1 segundo em 2050 terá apenas 43% da duração de um segundo de 2005.

-Em um planeta não dominado pelo capital, como Plutão, 1 ano passa 248 vezes mais devagar do que na Terra.

-Em um planeta com capitalismo muito mais avançado que a Terra, como Vênus(lá o capitalismo é tão avançado que o CO2 constitui mais de 96% da atmosfera e a temperatura média é de mais de 500°C) o ano tem 2/3 da duração. Em Mercúrio, ainda mais avançado, o ano tem 1/3 da duração.

-Os judeus, que entraram antes dos outros povos no capitalismo(inventaram a exploração através dos juros) já estão no ano 5768. Isso ocorre porque o tempo passou muito mais rápido para eles enquanto estavam no capitalismo e os outros povos não(fonte: Bohrer, Marcelo).

Existem muitas outras evidências claras da aceleração, elas ficam para outro post. Agora cabe apresentar as conseqüências futuras desse processo:

-O tempo se tornará uma commoditie e será negociado no mercado: no capitalismo o tempo é vendido através do mercado de trabalho assalariado. O próximo passo é que esse se torne uma commoditie, seja vendido em bolsas e se torne alvo de movimento especulativo.

-No limite o que o capital pretende é acelerar tanto o tempo, acelerando a rotação da Terra, que se atinja a velocidade da luz, onde o tempo não passa, acabando com qualquer limite para a exploração.

Essas duas conseqüências devem ocorrer logo...Se o mundo não acabar antes.

AVISO: Esse não é um post sério(podem querer mandar me internar, ou físicos me dizendo que eu errei em tudo, sei lá).

domingo, 7 de outubro de 2007

Herança Maldita

É comum ouvir que o Brasil seria um país rico se não tivesse sido "saqueado" pelos portugueses, eles roubaram nosso ouro. Já se sabe há um bom tempo que quantidade de ouro não é igual a quantidade de riqueza. Isso não é verdade.
A grande maldição deixada pelos portugueses são as instituições brasileiras. O Brasil tem péssimas instituições, contrárias à economia de mercado. Não é possível confiar em nada, em ninguém!
Começo com uma frase de Douglass North.
The inability of societies to develop effective, low-cost enforcement of contracts is the most important source of both historical stagnation and contemporary underdevelopment in the third world.

É interessante ver alguns dados:
Na categoria "rule of law" o Brasil tem a nota 0,63 enquanto que a OCDE tem 0,93.
Leva-se 152 dias e 17 procedimentos para abrir um negócio no Brasil, nos EUA 5 dias e 5 procedimentos.
47 dias para registrar uma propriedade, nos EUA 12
566 dias para cumprir um contrato, nos EUA 250
A eficiência do sistema jurídico brasileiro recebeu a nota 5,75. Contra 10 dos EUA, Canadá...
Corrupção nota 6,32, EUA 8,63, Canadá 10
Em uma pesquisa menos de 10% do brasileiros afirmam que as outras pessoas são confiáveis, na Noruega 60% afirmam confiar nas demais pessoas.
E tem muito mais!

Nunca diga que somos pobres porque fomos saqueados pelos portugueses, mas sim porque eles nos fizeram à sua imagem. Somos um versão piorada dos portugueses, ainda achamos que temos moral para fazer piadas deles. O problema não é o que levaram e sim o que deixaram!

Calma! Ainda é possível desenvolver-se. Fé no "efeito cinderela"! Mas por favor não acredite no PAC. Crescimento deve ser sustentado, não via esmola keynesiana.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Commies say Yes 1st edition

Se você concorda com alguma das afirmativas abaixo, é bom você procurar um médico, existe uma boa chance que você seja um comunista:

I-Miséria e fome são mazelas CAUSADAS pelo capitalismo.
II-A luta de classes está cada vez mais evidente na nossa sociedade.
III-O capital é um vampiro que suga energia do trabalhador.
IV-As pessoas não são capazes de decidir o que é melhor pra elas.
V-A função das empresas é gerar empregos.
VI-Direitistas são aqueles que só pensam no seu bem-estar, esquerdistas se preocupam com o bem de todos.
VII-O socialismo é um regime mais "humano" que o capitalismo.
VIII-A vida era bem melhor antes do capitalismo.
IX-Na nossa sociedade, as empresas obrigam as pessoas a consumirem coisas que elas não querem.
X-O governo aumenta os juros para favorecer os banqueiros, não fosse a pressão desses, seria possível baixar os juros sem problemas, haveria mais empregos e a vida de todos(menos a dos banqueiros) ficaria melhor.

O fim da Sociologia

"Quem gosta de pobreza é sociólogo". Escuto essa frase com alguma frequüência, talvez seja verdade. Se for, a sociologia está com seus dias contados.*
De 1970 a 2000 300 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza. A pobreza atinge hoje 7% da população mundial, com as mesmas taxas de crescimento seria possível erradicar a pobreza em menos de 50 anos!**
Que fazer com os sociólogos que estudam a luta de classes, nesse mundo capitalista neoliberal escorchador? O que fazer com nossos conhecimentos sobre Exército Industrial de Reserva, em todas as suas cinco categorias? NADA! o mundo é outro, é o do crescimento econômico sustentado, reduzação de pobreza, enfim, é o mundo do sepultamento do marxismo (já vai tarde) e suas mazelas.
Os sociólogos adoram uma frase do George Santayana: "Aqueles que esquecem o passado estão condonados a repeti-lo". Então pelo bem da humanidade esqueçamos os últimos trinta anos. Fogo na "Era do extremos"! A história só deve estudar os anos negros da União Soviética, para que nunca mais se acredite nesse conto de fadas que causou a morte de 100 milhões de pessoas.
Todas vezes que abrires um livro de história dos anos recentes pense nas crianças que vão passar fome, porque tu, meu caro, não aceitas a idéia de que o capitalismo pode funcionar e pode sim eliminar a pobreza!

*eu sei que a Sociologia é muito mais do que isso, é uma ferramenta útil para a Economia.
**claro que há disparidades entre países que crescem muito e os que não crescem...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Camisinha e Crescimento (econômico)

Esse post é um pouco direcionado aos fãs do professor Giácomo, ele adora demanda de camisinhas e outras coisas que podem constranger o aluno, ele é ótimo.
Ah sim, não é pra ser levado muito a sério não, depois de uma semana de provas, piadas fazem bem.

A idéia aqui é a seguinte: aumento na demanda por camisinhas, ceteris paribus, reduz a taxa de crescimento populacional, o que gera aumento da renda per capita, de acordo com o modelo de Solow.
Além disso, com o uso de camisinhas cai o número de portadores do vírus da aids, que é bom para o crescimento (esse ponto será abordado num post futuro).
Como o post é meio vazio, ponho um gráfico.

O gráfico é o inverso, aumento populacional, mas é só fazer o raciocínio inverso ou supor que o crescimento populacional é aumentado pelas camisinhas que rompem.
Na figura o "a" corresponde a redução na renda per capita dado um aumento populacional.
Sério, não? É, essas crianças que não se controlam. A solução é cortar fora como supostamente disse o professor.
Piadas à parte, o assunto é sério, crescimento populacional acelerado pode ser ruim, assim como gravidez entre jovens.
Tem uma teoria que diz que as pessoas deveriam manter relações sexuais apenas após os 30 anos de idade. Um tanto maluca é verdade, mas vai vê é baseada em Solow...
É interessante ver as medidas que se toma na Inglaterra quanto ao problema de gravidez na adolescência, mas como não tenho dados aqui não vou sair falando coisas de que não tenho certeza.

Prometo fazer um post sério sobre esses assuntos no futuro.

PS. Apesar das piadas, a relação com o modelo de Solow é verdadeira.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

DIEESE e o salário mínimo

Tenho feito análises de alguns dados do DIEESE e aparecem algumas coisas assustadoras.

Primeiro, o cálculo que eles fazem da cesta básica tem como objetivo calcular quantas horas de trabalho são necessárias para "o trabalhador de salário mínimo necessita para comprar sua Ração Essencial"(por algum motivo obscuro, eles devem acreditar que todo mundo ganha SM, senão ponderariam com renda média ou algo assim). A carga ideológica está presente em todas as frases("ração essencial" ilustra bem isso).

Segundo, eles calculam o Salário Mínimo Necessário. A formula é completamente doida. Primeiro eles calculam que uma família gasta, em média, 35% do seu orçamento com alimentação. Depois pegam uma família de 4 pessoas, que consome como 3(duas crianças consomem como um adulto, isso é razoável, não sei se preciso) e consideram que UMA pessoa da família trabalha. Po, assim não dá, tá certo que eles se baseam numa lei de 1938, mas trazer os costumes daquela época pra atualidade é um absurdo. Bom, continuando com as bizarrices, eles pegam o custo da cesta básica, multiplicam por 3 e dividem por 0,35. O grande problema é que 0,35 é o gasto médio com alimentação, não o gasto de quem ganha 1 SM. Não da pra aplicar esse formula bizarra pra quem ganha 1 SM.

Esse SM Necessário é usado para barganhar aumentos no SM, atualmente eles calculam 1700 reais. Pelo que eles dizem, alguém ganhar menos que isso é inconstitucional. Talvez estejam certos, isso não muda o fato que um salário desses não é compatível com a realidade do nosso país, exatamente porque nossa constituição não é compatível com a nossa realidade.

Tomara que aumentem o SM pra 1700 reais. Só confirmará a previsão de um professor meu que nós seremos(somos) pobres e nossos filhos miseráveis.

PS: Aumentar o salário mínimo pra R$ 1700 pode causar inflação(até porque o governo teria que emitir mais moeda pra cobrir o rombo), isso pode ser evitado com congelamento de preços. Isso foi feito no Brasil e não trouxe conseqüências negativas(o final é, obviamente, irônico)...